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Criatividade Tema1 - Introdução à Criatividade

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Introdução à Criatividade
Alessandra Jungblut
Introdução
A criatividade possibilitou a humanidade desenvolver cidades, inovar tecnologicamente e 
cientificamente e descobrir a si mesmo e ao mundo. Nesta aula, aprenderemos o conceito de 
criatividade e suas principais características.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar as concepções, conceituações e contextos referentes à criatividade;
 • conhecer as abordagens comportamentais inerentes à criatividade e aplicadas à teoria 
dos hemisférios cerebrais.
1 Conceitos de criatividade e suas 
abordagens teóricas 
O ser humano, devido à complexidade das redes neurais, é o único ser apto a criar em níveis 
artístico e científico e sempre utilizou a criatividade para sobreviver, valendo-se de pedras e outros 
recursos disponíveis para os mais diversos fins (MASI, 2003).
Figura 1 – Homem, um ser criativo
Fonte: Nicolas Primola/Shutterstock.com
A criatividade já teve inúmeros significados. Na Grécia Antiga, ela era uma inspiração vinda 
dos deuses. A partir do século XVIII, surgiu a noção de genialidade – indivíduos dotados de habili-
dades excepcionais determinadas por fatores genéticos – e a relação entre loucura e criatividade 
(Lubart, 2007). 
Para Virgolim, Fleith e Neves-Pereira (2008), há um conceito sobre o que é criar. Na literatura 
científica, a criatividade depende do objeto de estudo: alguns conceitos são baseados no processo 
criativo, outros, no produto da criação, e outros consideram as características de personalidade do 
indivíduo. Podemos definir, então, criatividade como “a emergência de um produto novo, relevante 
pelo menos para a pessoa que cria a solução, constituindo-se numa atitude que implica conhe-
cimento, imaginação e avaliação” (Noller, 1977 apud Virgolim, Fleith e Neves-Pereira 2008, p. 18).
Para Alencar (2009), uma atividade criativa tem as seguintes características:
 • a resposta deve ser original ou incomum;
 • deve solucionar algum problema ou atingir uma meta, adaptando-se à realidade;
 • há um insight original, que deve ser avaliado, elaborado e desenvolvido;
 • o produto criativo é fruto de trabalho, esforço e conhecimento.
Maslow (1968, apud Alencar, 2009) afirma que a criatividade é mais que inspiração ou ilumi-
nação, é fruto de trabalho, treino, perfeccionismo e atitude criativa.
FIQUE ATENTO!
A criatividade existe em todos os seres humanos. As diferenças entre indivíduos 
considerados muito criativos e os demais é a intensidade com que a criatividade é 
manifestada.
Segundo Predebon (2010), reagimos a estímulos provocados por experiências anteriores e 
somos capazes de ir além, construir hipóteses e conjecturas. A espécie humana tem um potencial 
inato e exclusivo de raciocinar construtivamente. Todos nós nascemos criativos, mas esse poten-
cial pode encontrar barreiras durante o processo de socialização (fatores ambientais) quando a 
expressão criativa é desencorajada.
Existem algumas ideias sobre criatividade consideradas equivocadas (Alencar, 2009):
 • criatividade se manifesta apenas em produções artísticas;
 • é um fenômeno exclusivamente cognitivo, que não leva em conta a motivação e fatores 
afetivos;
 • o processo criativo é individual e não considera a contribuição da sociedade, nem fato-
res ambientais;
 • criar é uma inspiração divina;
 • a genialidade criativa está relacionada com a loucura e a instabilidade emocional;
 • há pessoas que não nascem criativas.
Para tentar esclarecer esses equívocos, estudos foram realizados sob diferentes ângulos e 
abordagens no âmbito da Psicologia. Acompanhe!
 • Psicanálise: criatividade como semelhante à fase de fantasia da criança, ou seja, há 
o abandono do pensamento lógico em um primeiro momento (pensamento pré-cons-
ciente). Em seguida, esse pensamento é analisado rigorosamente pelo pensamento 
consciente. 
 • Gestalt: das experiências passadas, aproveitamos o que deu certo, criamos algo novo ou 
percebemos de maneira nova velhas ideias. A abordagem admite a criação por insights 
ou “iluminações” repentinas, que ocorrem quando o indivíduo está distraído. 
 • Humanismo: o ser humano tem potencial criativo, que necessita de condições para 
evoluir: estar aberto às experiências; avaliar-se; ser hábil para lidar com elementos e 
conceitos; ter segurança e liberdade psicológica (liberdade de expressão e percepções 
espontâneas).
 • Comportamental: a criação é uma combinação de elementos que pode ser mantida ou 
descartada, dependendo do resultado. Skinner (1974, apud Alencar, 2009) faz uma ana-
logia entre o processo criativo da teoria comportamental e o trabalho do compositor: 
ele combina escalas e ritmos até chegar a um resultado satisfatório – o que incentiva 
novos comportamentos semelhantes. A criatividade seria uma forma de aprendiza-
gem, e o ambiente é essencial para que se desenvolva.
SAIBA MAIS!
A editora Zahar publicou um booktrailer com base no livro de Steven Johnson, inti-
tulado “De onde vêm as boas ideias?”. Acesse: <https://www.youtube.com/watch?-
v=g6tgH2dWx5c>.
2 Comportamento e as formas de criatividade
Para que o indivíduo possa criar, Lubart (2007) afirma que a soma de fatores cognitivos, cona-
tivos, emocionais e ambientais são essenciais. Cada pessoa tem um perfil que pode ser mais com-
patível com as exigências de determinada tarefa, por exemplo: um arquiteto famoso por seus traba-
lhos é tão criativo quanto uma dona de casa que precisa criar pratos a partir de sobras de alimentos.
Figura 2 – Representação da abordagem múltipla da criatividade
Fatores 
cognitivos
- inteligência
- conhecimento
- estilo
- personalidade
- motivação
Fatores 
conativos Fatores 
emocionais
Fatores 
ambientais
Potencial criativo
Arte Literatura Ciência Comércio Outras áreas
Produções criativas
Fonte: LUBART, 2007, p. 19.
O conhecimento, a motivação, o nível intelectual, a personalidade, as atitudes e o ambiente 
influenciam fortemente os resultados (criações) (ALENCAR, 2009). Além disso, alguns traços de 
personalidade são comumente encontrados em pessoas muito criativas, como independência de 
julgamento/pensamento, alto grau de energia, espontaneidade, abertura aos impulsos e fantasias, 
maior tolerância à ambiguidade, abertura a novas experiências, autoconceito positivo, persistên-
cia, entre outros.
3 Hemisférios cerebrais, voltando-se 
para o criativo (PNL)
Segundo Oliveira (2005), o cérebro humano pode ser dividido em três regiões, conforme a 
evolução: o cérebro reptiliano (primitivo e responsável pelo comportamento sexual, alimentar, de 
sono-vigília, agressivo e de pertencimento a um grupo social; o cérebro límbico (centro das emo-
ções primitivas, responsável pela adaptação social, estruturação familiar, preocupação com seme-
lhantes e respeito à hierarquia); e o neocórtex (cérebro propriamente dito), responsável por fun-
ções como fala, escrita, capacidade de fazer cálculos, composição artística, motricidade e poder 
criativo, e onde encontramos a divisão em hemisférios direito e esquerdo.
Figura 3 – Hemisférios cerebrais
HEMISFÉRIO ESQUERDO HEMISFÉRIO DIREITO
Dominante
Forte consciência focal
Intelectual, formal
Propositivo
Objetivo
Pensamento realista
Dirigido
Judicial, avaliativo
Matemático, científico
Raciocínio convergente
Racional
Processamento consciente
Literal
Explícito
Controle
Percepção direta
Não dominante
Consciência difusa
Sensual, experimental
Imaginativo
Subjetivo
Idiossincrático
Livre, associativo, ambíguo
Acrílico
Artístico
Raciocínio divergente
Não racional
Processamento pré-consciente
Metafórico
Implícito
Emoção
Percepção holística
Fonte: adaptado de OLIVEIRA (2005).
Souza (2012) afirma que pessoas criativas apresentam dois padrões de pensamento: um para 
reestruturar conceitos, e o outro para avaliá-los. O primeiro padrão estárelacionado ao hemisfério 
direito (ênfase na percepção, síntese, rearranjo de ideias, uso de metáforas, intuição e comporta-
mento criativo) e o segundo, relacionado ao esquerdo (processos verbais, lógicos e analíticos).
FIQUE ATENTO!
 Não podemos afirmar que a criatividade ocorre somente no hemisfério direito, con-
siderando que a avaliação das ideias e sua adequação aos objetivos da criação é 
especialidade do hemisfério esquerdo.
Segundo D’Addario (2016), o hemisfério esquerdo é predominante, mas algumas pessoas 
têm uma atividade maior no hemisfério direito e são consideradas mais criativas. São concei-
tos atribuídos à Programação Neurolinguística (PNL), que estuda o funcionamento do cérebro e 
padrões comportamentais, com uma série de técnicas para estimular o indivíduo a utilizar os dois 
hemisférios de forma simultânea, aperfeiçoar a capacidade de comunicação, abandonar limita-
ções e abrir espaço para o desenvolvimento criativo.]
SAIBA MAIS!
A Neurociência é uma disciplina que esclarece aspectos relacionados à criatividade, 
explicando como acontece no cérebro humano e quais fatores a influenciam. Saiba 
mais em: <http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7285/2/ULFBA_tes%20373.pdf>.
4 A evolução cocriativa
Quando pensamos em descobertas da humanidade, queremos saber como surgiram e 
quem foi o inventor. Antes da Renascença, como afirma Ashton (2016), não era hábito dar cré-
dito às criações – muitas descobertas importantes são fruto de inovações herdadas de pessoas 
desconhecidas.
Figura 4 – Evolução e cooperação
Fonte: mmatee/Shutterstock.com
FIQUE ATENTO!
Somos criativos e agimos em colaboração com os demais para garantir a evolução 
de nossas tecnologias e arte, ou mesmo para solucionar problemas cotidianos.
Após a globalização, a colaboração tornou-se fácil e ágil, abrindo espaço para o avanço tec-
nológico e das nações. A comunicação e a informação ficaram mais rápidas e amplas, estimu-
lando e promovendo novas descobertas. Segundo Masi (2003), isso ocorre, principalmente, no 
campo científico. O predomínio de gênios como Newton ou Galileu (big science) deu lugar aos 
“cérebros coletivos” (small science): pesquisadores unidos em organizações que visam produzir 
novas teorias e práticas.
EXEMPLO
Para que uma lata de refrigerante seja produzida, são utilizados produtos e tecnolo-
gias originários de vários lugares do mundo, inventados por dezenas de milhares de 
pessoas. É impossível produzir sozinho e em apenas um único país. Assim, um dos re-
frigerantes mais famosos do mundo, que é considerado americano, na verdade não é 
tão americano quanto imaginamos, uma vez que é fruto da nossa evolução cocriativa.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer o conceito de criatividade e suas abordagens teóricas;
 • entender o comportamento e as formas de criatividade;
 • inteirar-se sobre os hemisférios cerebrais;
 • compreender a evolução cocriativa.
Referências 
ALENCAR, Eunice. Criatividade: múltiplas perspectivas. 3. ed. Brasília: UNB, 2009.
ASHTON, Kevin. A História Secreta da Criatividade. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.
D’ADDARIO, Miguel. Coaching Pessoal. 3. ed. Teaneck: Babelcube Inc., 2016. Disponível em: 
<https://books.google.com.br/books?id=b8nSDAAAQBAJ&pg=PT8&dq=coach+hemisf%C3%A-
9rios+cerebrais&hl=pt-BR&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 26 jan. 2017.
LUBART, Todd. Psicologia da Criatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007.
MASI, Domenico de. Criatividade e Grupos Criativos. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
OLIVEIRA, Maria Aparecida Domingues. Neurofisiologia do Comportamento. 3. ed. Canoas: 
ULBRA, 2005. 
PREDEBON, José. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SOUZA, Bruno Carvalho Castro. Criatividade: a engenharia cognitiva da inovação. Brasília: Edição 
do Autor, 2012. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/21143567/criatividade---a-
-engenharia-cognitiva-da-inovacao>. Acesso em: 26 jan. 2017.
VIRGOLIM, Ângela M. R., FLEITH, Denise de S. e NEVES-PEREIRA, Mônica S. Toc, toc... plim, plim: 
lidando com as emoções, brincando com o pensamento através da criatividade. 9. ed. Campinas: 
Papirus, 2008.

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