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Dislipidemias e Síndrome Metabólica Centro Universitário Estácio do Ceará Unidade: Via Corpvs Disciplina: Fisiopatologia da nutrição e Dietoterapia II Profª Me Christielle Félix Barroso Adaptada por profa Me Mariana Carvalho Nutricionista DOENÇAS CARDIOVASCULARES Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Doença Cardiovascular (DCV) é a principal causa de morte no mundo, perfazendo 30% das mortes globais, taxa praticamente idêntica à encontrada no Brasil. Mais de 80% das mortes por DCV no mundo ocorrem em países de média e de baixa rendas. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40 INCA (2006), p. 65 Mortalidade proporcional pelas 15 principais causas específicas, e sexo no Brasil (2004) ANATOMIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR • Coração: transporte de oxigênio para todos os tecidos • Sistema Vascular ANATOMIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR • Sangue: é responsável pelo transporte de substâncias, pela regulação da temperatura corporal e pela defesa do organismo contra agentes infecciosos. • Sistema linfático: responsável pela absorção do excesso de fluido, pela defesa do corpo contra microorganismos e partículas estranhas e pela absorção de gordura pelas vilosidades intestinais. FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR • Manutenção do fluxo sanguíneo: arterial e venoso • Transporte de nutrientes, gases, metabólitos e hormônios • Manutenção da temperatura corporal, resposta hemodinâmica e pH sanguíneo • Prevenção de infecções e desidratação ETIOLOGIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES DISLIPIDEMIAS FUMO HAS e HIPERGLICEMIA ACÚMULO DE GORDURA ABDOMINAL SEDENTARISMO REDUÇÃO DO CONSUMO DE FRUTAS E VEGETAIS AUMENTO DA INGESTÃO DO ÁLCOOL FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES Relação cint/quadril aumentada Microalbumi- núria Tolerância à glicose diminuída/ glicemia de jejum alterada Circunferência da cintura aumentada PCR ultra- sensível aumentada Hiper- uricemia ESTADO NUTRICIONAL X FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES } IMC: sobrepeso, está associado a maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas não- transmissíveis, sendo este gradativo e contínuo. } Obesidade central: associa-se com a HAS e impor t an te f a tor de r i s co da s doença s cardiovasculares. } Tem maior capacidade preditiva que a massa corporal total para o IAM e o AVC CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (NCEP) • CC > 88 cm nas mulheres e > 102 cm nos homens. CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (IDF) • > 80 cm nas mulheres e > 94 cm em homens Razão Cintura/ Quadril • A RCQ elevada (>1,0 nos homens e >0,85 nas mulheres) tem sido utilizada como medida clínica para avaliar indivíduos com acúmulo de gordura abdominal OBESIDADE ABDOMINAL COMO FATOR PREDITIVOS DE DOENÇAS CARDIOVACULARES PREVENÇÃO E MONITORAMENTO DAS DCV Prevenir hipercolesterolemia Prevenir hipertrigliceridemia Prevenir hipertensão arterial Dieta equlibrada Atividade física DISLIPIDEMIAS NA ETIOLOGIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DAS DISLIPIDEMIAS } Elevação dos TGL e COLESTEROL fatores de risco de maior importância para DCV. } DISLIPIDEMIAS ELEVAÇÃO DO COLESTEROL TOTAL e/ou LDL (hipercolesterolemia isolada) ELEVAÇÃO ISOLADA DOS TRIGLICÉRIDES (hipertrigliceridemia) ELEVAÇÃO COMBINADA DO COLESTEROL E DOS TRIGLICÉRIDES (hiperlipidemia mista) REDUÇÃO ISOLADA OU ASSOCIADA AO AUMENTO DOS TRIGLICÉRIDES OU DA LDL (diminuição da HDL) ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DAS DISLIPIDEMIAS Lipídeos Valores (mg/dL) Categoria Colesterol <200 Ótimo 200 - 239 Limítrofe LDL colesterol <100 Ótimo 100 – 129 Desejável 130 – 159 Limítrofe 160 - 189 Alto >189 Muito Alto CONTINUA... CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DAS DISLIPIDEMIAS Lipídeos Valores (mg/dL) Categoria HDL colesterol <40 Baixo >59 Ótimo Triglicérides < 150 Ótimo 150 – 200 Limítrofe 201 – 499 Alto >499 Muito Alto CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DAS DISLIPIDEMIAS CAUSA PRIMÁRIA CAUSA SECUNDÁRIA Genética Outras doenças ou medicamentos Hipercolesterolemia familiar (HF) Colesterol é 2 vezes maior que a faixa de referência FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO HÁBITO ALIMENTAR CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) MANEJO NUTRICIONAL - DISLIPIDEMIAS COLESTEROL E FITOESTERÓIS ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS ÁCIDOS GRAXOS TRANS ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS ÁCIDOS GRAXOS POLINSATURADOS ÔMEGA 3 FIBRAS CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) MANEJO NUTRICIONAL - DISLIPIDEMIAS } COLESTEROL e FITOESTERÓIS: } Transportado na sua forma esterificada para manutenção das estruturas de membranas celulares } Colesterol endógeno (20mg/kg) – estrutura de membranas celulares e armazenagem (fígado, cérebro e tecido adiposo) – síntese de hormônios e secreção biliar. } Colesterol exógeno – consumido através de alimentos de origem animal (carnes, frutos do mar, ovos, leite e derivados). } Fitoesteróis: céls de tecidos vegetais – grande afinidade pelas micelas do lúmen intestinal – competindo a absorção. CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) MANEJO NUTRICIONAL - DISLIPIDEMIAS } FITOESTERÓIS: } Suplementação – inibe a progressão de placas ateroescleróticas pré-formadas } Estatinas + Fitoesteróis = benefício adicional ao tratamento } 1,78g/dia por 4 semanas – reduz-se 12% das concentrações de colesterol CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) MANEJO NUTRICIONAL - DISLIPIDEMIAS } ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS: } Encontrados abundantemente nos alimentos de origem animal } Capaz de aumentar todas as frações de colesterol total e LDL. } Ácido palmítico e laurítico (carnes), mirísticos (leite e derivados) – suprimem a atividade do receptor de LDL – Aumento do colesterol e LDL. Hipercolesterolêmicos – Benefício maior no baixo consumo de ac. Graxos saturados que por fontes de colesterol Ácidos graxos saturados por polinsaturados e monoinsaturados CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) MANEJO NUTRICIONAL - DISLIPIDEMIAS } ÁCIDOS GRAXOS TRANS: } A partir de ácidos graxos insaturados – hidrogenação } Aumentam o colesterol } Diminuem o HDL } Elevado poder oxidante e inflamatório } ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS (Poli e Mono): } Poliinsaturados – eficientes em diminuir colesterol e LDL, mas podem também reduzir HDL. } Alteram favoravelmente composição de LDL } Reduzem a produção e aumentam o catabolismo de ApoB (apoproteína de LDL a VLDL) CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) MANEJO NUTRICIONAL - DISLIPIDEMIAS } ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS (Poli e Mono): } Poliinsaturados – eficientes em diminuir colesterol e LDL, mas podem também reduzir HDL. CUPPARI, 2009 (Nutrição nas doenças crônicas não transmissíveis) Alteram favoravelmente a composição de LDL (menos colesterol) Reduzem a produção e aumentam o catabolismo de ApoB (apoproteína de LDL a VLDL) PERGUNTAS IMPORTANTES • Qual o destino metabólico dos lipídios dietéticos? • Como ocorre a circulação de lipídios na corrente sanguínea? • Quais os mecanismos para a formação do processo aterogênico? • Como as concentrações de lipídios séricos podem contribuirpara o surgimento das DCV? LIPOPROTEÍNAS X DAC LDL-c: fator de risco para DAC HDL-c: fator de proteção APO-B: fator de risco APO-AI: fator de proteção Características das Lipoproteínas Plasmáticas APOPROTEÍNAS • Controlam as interações e o destino metabólico das lipoproteínas • Ativam enzimas lipolíticas – remoção dos lipídios • Sítio reativo que os receptores celulares podem reconhecer e usar no metabo l ismo das lipoproteínas • Defeitos genéticos em apoproteínas podem estar envolvidos na hiperlipidemia e na aterosclerose acelerada • As lipoproteínas são sintetizadas no intestino delgado e fígado ATEROGENICIDADE DA LDL PEQUENA DENSA HDL • Transporte de colesterol dos tecidos periféricos para o fígado • Facilita a depuração de colesterol a partir de placas de ateroma e transporta-o para o fígado, onde pode ser excretado • Inibe a captação celular de LDL, remove lipídios oxidados da LDL, inibe a fixação de moléculas de adesão e monócitos ao endotélio e estimula a liberação de óxido nítrico HDL: UMA LIPOPROTEÍNA ANTIATEROGÊNICA CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE DISLIPIDEMIAS Ø HIPERCOLESTEROLEMIA ISOLADA - Elevação isolada do colesterol Ø HIPERTRIGLICERIDEMIA ISOLADA Elevação isolada dos TG (> 150 mg/dL),que reflete o aumento do volume de partículas ricas em TG como VLDL, IDL e quilomícrons Ø HIPERLIPIDEMIA MISTA (Col e TGL) Valores aumentados de ambos LDL-c (> 160 mg/dL) e TG (> 150 mg/ dL) Ø HIPOALFALIPOPROTEINEMIA : de HDL (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50mg/dL) isolada ou associada a aumento de LDL e/ou TGL) Ø HIPERALFALIPOPROTEINEMIA ( de HDL isolado ou associado a alterações de LDL) CUPPARI, 2002 Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA 1. Hipercolesterolemia poligênica ( Col total e LDL) 2. Hipercolesterolemia familiar ( Col total e LDL) 3. Hipertrigliceridemia familiar ( TGL com de glicemia e ác. úrico) 4. Hiperquilomicronemia Familiar ( TGL devido a um de quilomícrons) 5. Hiperlipidemia familiar combinada (alternância no perfil lipídico) 6. Disbetalipoproteinemia familiar ( Col e TGL devido a IDL) CUPPARI, 2002 Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 HIPERCOLESTEROLEMIA • Pode estar elevado em conseqüência de aumento em qualquer das lipoproteínas (Q, VLDL, IDL, LDL ou HDL) • Maior sensibilidade ao colesterol da dieta • Depende dos tipos de ácidos graxos ingeridos na dieta (em relação aos demais tipos de gorduras saturadas, especialmente ácido mirístico e palmítico, o ácido láurico apresenta maior poder em elevar tanto o LDL-c como o HDL-c ). • Ácidos graxos monoinsaturados podem reduzir o colesterol total e o LDL, efeito antitrombótico e inibe a agregação plaquetária. Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 Arq Bras Cardiol: 2012;99(2 Supl. 2):1-28 HIPERTRIGLICERIDEMIA • Medidas terapêuticas devem ser tomadas quando os níveis atingirem valores superiores a 150mg/dL. • Pacientes com níveis muito elevados de triglicérides e que apresentem quilomicronemia, devem reduzir a ingestão de gordura total da dieta. • A correção da hipertrigliceridemia previne o aparecimento pancreatite, episódios agudos de dor abdominal, equilíbrio da coagulação sanguínea e melhora do perfil lipídico. CUPPARI, 2002 Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 DISLIPIDEMIA ATEROGÊNICA • C o n s t i t u í d a d e 4 c o m p o n e n t e s : hipercolesterolemia branda, hipertrigliceridemia branda a moderada, pequenas partículas de LDL densas e baixo HDL. • Causas: obesidade, dietas ricas em ácidos graxos s a t u r a d o s e t r a n s , i n a t i v i d a d e f í s i c a , envelhecimento e genética. Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 DISLIPIDEMIA ATEROGÊNICA E A SÍNDROME METABÓLICA • As causas podem ser, simultaneamente, responsáveis por outros fatores de risco não- lipídico (hipertensão, diabetes tipo 2, estado pró- trombótico e pró-inflamatório) Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 SÍNDROME METABÓLICA A Síndrome Metabólica é uma condição de risco para o desenvolvimento de doença aterosclerótica sistêmica, em especial a coronariana, e está relacionada ao desenvolvimento do Diabetes tipo 2 Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 2006:208-215 RISCO CARDIOMETABÓLICO SÍNDROME METABÓLICA Ø SM: 3 vezes mais risco de terem um ataque cardíaco, e o 2x probabilidade de morrerem por causa dele; Ø SM: risco 5 vezes maior de virem a ter diabetes tipo 2; Ø Até 80% dos 200 milhões de pessoas com diabetes no mundo, morrerão de doença cardiovascular; Arq Bras Endocrinol Metab vol 50 2006:208-215 RISCO CARDIOMETABÓLICO DIAGNÓSTICO DE SM Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005 8 I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica Conceituação, Epidemiologia e Diagnóstico A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo re- presentado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resis- tência à insulina. É importante destacar a associação da SM com a doença cardiovascular, aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes1-5 (B, 2A).(B, 2A).(B, 2A).(B, 2A).(B, 2A). Não foram encontrados estudos sobre a prevalência da SM com dados representativos da população brasileira. No entanto, estudos em diferentes populações, como a mexicana, a norte- americana e a asiática, revelam prevalências elevadas da SM, dependendo do critério utilizado e das características da popula- ção estudada, variando as taxas de 12,4% a 28,5% em homens e de 10,7% a 40,5% em mulheres2,4,6,7. O estudo da SM tem sido dificultado pela ausência de consen- so na sua definição e nos pontos de corte dos seus componentes, com repercussões na prática clínica e nas políticas de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS)8 e o National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III) for- mularam definições para a SM9. A definição da OMS preconiza como ponto de partida a avalia- ção da resistência à insulina ou do distúrbio do metabolismo da glicose, o que dificulta a sua utilização. A definição do NCEP-ATP III foi desenvolvida para uso clínico e não exige a comprovação de resistência à insulina, facilitando a sua utilização. Segundo o NCEP-ATP III, a SM representa a combinação de pelo menos três componentes dos apresentados no Quadro 1 (B, 2B). (B, 2B). (B, 2B). (B, 2B). (B, 2B). Pela sua simplicidade e praticidade é a definição recomen- dada pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM). A I-DBSM recomenda que para os componentes – pressão arterial e triglicerídeos–, o uso de medicação anti-hipertensiva ou de hipolipemiantes, assim como diagnóstico prévio de diabetes, preencham os critérios específicos. A circunferência abdominal, medida no meio da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior, por ser o índice antropomé- trico mais representativo da gordura intra-abdominal e de aferição mais simples e reprodutível, é a medida recomendada10-12 (B, 2B).(B, 2B).(B, 2B).(B, 2B).(B, 2B). O ponto de corte estabelecido para a circunferência abdomi- nal, 102 cm para homens e 88 cm para mulheres, tem sido questionado por não se adequar a populações de diferentes etnias. Em alguns estudos, níveis mais baixos – 94 cm para homens e 80 cm para mulheres–, têm sido consideradosmais apropria- dos4,7,13. Recomenda-se para mulheres com circunferência de cin- tura abdominal entre 80–88 cm e homens entre 94–102 cm uma monitorização mais freqüente dos fatores de risco para doen- ças coronarianas (C, 4).(C, 4).(C, 4).(C, 4).(C, 4). Em face da recomendação da American Diabetes Association14, o ponto de corte proposto para o diagnóstico de glicemia de jejum alterada passou de 110mg/dL para 100mg/dL, o que futuramente poderá influir no critério diagnóstico da SM. Apesar de não fazerem parte dos critérios diagnósticos da síndrome metabólica, várias condições clínicas e fisiopatológicas estão freqüentemente a ela associadas, tais como: síndrome de ovários policísticos, acanthosis nigricans, doença hepática gorduro- sa não-alcoólica, microalbuminúria, estados pró-trombóticos, esta- dos pró-inflamatórios e de disfunção endotelial e hiperuricemia15. Diagnóstico clínico e avaliação laboratorial São objetivos da investigação clínica e laboratorial: confirmar o diagnóstico da síndrome metabólica (SM) de acordo com os critérios do NCEP-ATP III9 e identificar fatores de risco cardiovas- cular associados16. Para tanto, realiza-se: 1.1.1.1.1. História clínica - idade, tabagismo, prática de atividade física, história pregressa de hipertensão, diabetes, diabetes ges- tacional, doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico, síndrome de ovários policísticos (SOP), doença hepática gorduro- sa não-alcoólica, hiperuricemia, história familiar de hipertensão, diabetes e doença cardiovascular, uso de medicamentos hipergli- cemiantes (corticosteróides, betabloqueadores, diuréticos). 2.2.2.2.2. Exame físico necessário para diagnóstico da SM17: • Medida da circunferência abdominal (Quadro 1) A medida da circunferência abdominal é tomada na metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior13 . • Níveis de pressão arterial (Quadro 1). Deve-se aferir no mínimo duas medidas da pressão por consulta, na posição senta- da, após cinco minutos de repouso18,19. Além destes dois dados obrigatórios deverá estar descrito no exame físico destes pacientes: • Peso e estatura. Devem ser utilizados para o cálculo do índice de massa corporal através da fórmula: IMC = Peso/Altura2. • Exame da pele para pesquisa de acantose nigricans. Exami- nar pescoço e dobras cutâneas. • Exame cardiovascular. 3.3.3.3.3. Exames laboratoriais necessários para o diagnóstico da SM: • Glicemia de jejum (Quadro 1). A SM, definida pelos critérios do NECP-ATP III, recomenda para o diagnóstico das alterações da tolerância à glicose apenas a avaliação laboratorial de jejum, não exigindo teste de tolerância oral à glicose (TOTG) nem métodos acurados de avaliação da insulino-resistência (clamp euglicêmico, HOMA–IR). • Dosagem do HDL-colesterol e dos triglicerídeos (Quadro 1). Quadro 1 - Componentes da síndrome metabólica segundo oQuadro 1 - Componentes da síndrome metabólica segundo oQuadro 1 - Componentes da síndrome metabólica segundo oQuadro 1 - Componentes da síndrome metabólica segundo oQuadro 1 - Componentes da síndrome metabólica segundo o NCEP-ATP IIINCEP-ATP IIINCEP-ATP IIINCEP-ATP IIINCEP-ATP III Componentes Níveis Obesidade abdominal por meio de circunferência abdominal Homens > 102 cm Mulheres > 88 cm Triglicerídeos ≥ 150 mg/dL HDL Colesterol Homens < 40 mg/dL Mulheres < 50 mg/dL Pressão arterial ≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dL A presença de Diabetes mellitus não exclui o diagnóstico de SM Supl SindMetab.p65 06/04/05, 15:258 } NCEP-ATP III x OMS Fisiopatologia da Síndrome Metabólica Influências ambientais Influências genéticas Resistência à insulina • OBESIDADE • TABAGISMO • GORDURAS SATURADAS • SEDENTARISMO Hiperinsulinemia Metaboli smo de glicose Dislipidemia Hemodinâmica Hemostática Intolerancia à glicose Hiperatividade simpática Retenção de Na Hipertensão PAI-1 Fibrinogênio Doença coronariana REAVEN, 1999; ECKEL et al., 2005 Hipertrigliceridemia Hipercolesterolemia â HDL-c á LDL densas • ALTERAÇÕES RECEPTORES • SINALIZAÇÃO (C-JUN) • ENZIMAS METAB, CH PREVENÇÃO PRIMÁRIA } Adoção precoce de estilos de vida relacionados à manutenção da saúde: dieta adequada e prática regular de atividade física, preferencialmente desde a infância } Peso adequado, reduzir a ingestão de calorias sob a forma de gorduras, preferindo as poliinsaturadas. } Aumentar a ingestão de frutas, hortaliças, leguminosas e cereais integrais; } Reduzir a ingestão de açúcar livre e sal } Largar o cigarro } Reduçao do lazer passivo TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO } Redução dos fatores de risco Plano alimentar: } Redução de peso (5 – 10%) } Dieta DASH (HC, peixes, gorduras trans) - 2 – 4 porções de frutas - 3 – 5 porções de hortaliças - 6g de sal/dia } Alimentos diet e light Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005 10 I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica car (fonte de frutose) podem eventualmente ser ingeridos no con- texto de um plano alimentar saudável54,59 (D, 5).(D, 5).(D, 5).(D, 5).(D, 5). Embora dietas com baixo índice glicêmico possam reduzir a glicemia pós-prandial e o perfil lipídico, a capacidade dos indivíduos para manter estas dietas em longo prazo não está bem estabelecida. Não são encon- tradas evidências suficientes para recomendar o uso de alimentos de baixo índice glicêmico como estratégia primária no plano ali- mentar60-62 (B, 2C).(B, 2C).(B, 2C).(B, 2C).(B, 2C). Fibras É recomendado o consumo de fibras em 20g a 30g/dia sob a forma de hortaliças, leguminosas, grãos integrais e frutas, pois fornecem minerais, vitaminas e outros nutrientes essenciais para uma dieta saudável. Embora altas quantidades de fibras (50 g/ dia) mostrem efeitos benéficos sobre o controle glicêmico e lipídico, não é conhecido se a palatabilidade e os efeitos gastrintestinais colaterais dessa quantidade de fibras seriam aceitáveis pela popu- lação56-58,62 (A, 1A).(A, 1A).(A, 1A).(A, 1A).(A, 1A). Gorduras A ingestão de gordura é inversamente associada à sensibilida- de insulínica não somente pela relação positiva com o peso corporal, mas também pela qualidade da oferta de ácidos graxos9 (A, 1A).(A, 1A).(A, 1A).(A, 1A).(A, 1A). Em algumas situações, como na hipertrigliceridemia ou quando o HDL-colesterol for inferior ao desejável, pode ser aconselhável aumentar a quantidade de gordura monoinsaturada, reduzindo neste caso a oferta de carboidratos. Esta substituição deve acontecer, pois o aumento dos ácidos graxos monoinsaturados de forma aditiva ao plano alimentar pode promover o aumento de peso. O uso de gordura em cotas inferiores a 15% do VCT pode diminuir o HDL- colesterol e aumentar os níveis plasmáticos de glicose, insulina e triglicerídeos63 (B, 2C).(B, 2C).(B, 2C).(B, 2C).(B, 2C). Os ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 podem ser benéfi- cos na síndrome metabólica55,64 (A, 1A)(A, 1A)(A, 1A)(A, 1A)(A, 1A) em especial no tratamento da hipertrigliceridemia grave em pessoas com diabetes tipo 2 65,66 (A, 1B).(A, 1B).(A, 1B).(A, 1B).(A, 1B). Duas ou três porções de peixe/semana devem ser reco- mendadas67 (B, 2C).(B, 2C).(B, 2C).(B, 2C).(B, 2C). Os ácidos graxos trans aumentam o LDL-colesterol e triglice- rídeos e reduzem a fração do HDL-colesterol. A maior contribui- ção desses ácidos graxos na dieta origina-se do consumo de óleos e gorduras hidrogenadas, margarinas duras e shortenings (gordu- ras industriais presentes em sorvetes, chocolates, produtos de padaria, salgadinhos tipo chips, molhos para saladas, maionese, cremes para sobremesase óleos para fritura industrial) e, em menor quantidade, produtos lácteos e carnes bovinas e caprinas. Seu consumo deve ser reduzido67 (A, 1B).(A, 1B).(A, 1B).(A, 1B).(A, 1B). Proteína Recomenda-se uma ingestão diária de proteínas de 0,8g a 1g/kg de peso atual ou 15% do VCT. Embora dietas hiperproteicas e baixa em carboidratos possam promover a redução de peso e melhorar a glicemia a curto prazo, não está bem estabelecida a sua efetividade em longo prazo68-70 (B, 2C).(B, 2C).(B, 2C).(B, 2C).(B, 2C). Vitaminas e minerais O plano alimentar deve prover a recomendação para o consu- mo diário de duas a quatro porções de frutas, sendo pelo menos uma rica em vitamina C (frutas cítricas) e de três a cinco porções de hortaliças cruas e cozidas. Recomenda-se, sempre que possível, dar preferência aos alimentos integrais. Quadro 2 – Composição do plano alimentar recomendado para a síndrome metabólicaQuadro 2 – Composição do plano alimentar recomendado para a síndrome metabólicaQuadro 2 – Composição do plano alimentar recomendado para a síndrome metabólicaQuadro 2 – Composição do plano alimentar recomendado para a síndrome metabólicaQuadro 2 – Composição do plano alimentar recomendado para a síndrome metabólica Calorias e Macronutrientes Ingestão recomendada Calorias Totais para reduzir o peso em 5% a 10% e prevenir recuperação. CARBOIDRATOSCARBOIDRATOSCARBOIDRATOSCARBOIDRATOSCARBOIDRATOS 50% – 60% das calorias totais50% – 60% das calorias totais50% – 60% das calorias totais50% – 60% das calorias totais50% – 60% das calorias totais O total de porções diárias desse grupo de alimentos varia de acordo com o VCT do plano alimentar prescrito. Considerando que uma porção de carboidratos corresponde a uma fatia de pão de fôrma, ou meio pão francês, ou uma escumadeira rasa de arroz ou de macarrão, ou uma batata média, ou meia concha de feijão, por exemplo, mulheres com IMC > 27 kg/m2 e sedentárias poderão receber apenas seis porções/dia, enquanto homens ativos com peso normal poderão ingerir até 11 porções/dia. FIBRASFIBRASFIBRASFIBRASFIBRAS 20 g – 30 g/dia20 g – 30 g/dia20 g – 30 g/dia20 g – 30 g/dia20 g – 30 g/dia Selecionar alimentos integrais ou minimamente processados com baixo índice glicêmico. GORDURA TOTALGORDURA TOTALGORDURA TOTALGORDURA TOTALGORDURA TOTAL 25% – 35% das calorias totais25% – 35% das calorias totais25% – 35% das calorias totais25% – 35% das calorias totais25% – 35% das calorias totais Devem ser evitados alimentos gordurosos em geral como carnes gordas, embutidos, laticínios integrais, frituras, gordura de coco, molhos, cremes e doces ricos em gordura e alimentos refogados e temperados com excesso de óleo ou gordura. ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS (AGS)(AGS)(AGS)(AGS)(AGS) < 10% das calorias totais< 10% das calorias totais< 10% das calorias totais< 10% das calorias totais< 10% das calorias totais Incluem os ácidos graxos saturados (C8-C16) e os ácidos graxos trans. Recomendar até 7% se LDL-colesterol for > 100mg/dL. ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOSÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOSÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOSÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOSÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS (AGPI) (AGPI) (AGPI) (AGPI) (AGPI) até 10% das calorias totaisaté 10% das calorias totaisaté 10% das calorias totaisaté 10% das calorias totaisaté 10% das calorias totais Incluem os ácidos graxos ômega-3 os quais são encontrados em peixes como salmão, sardinha, cavala e arenque. ÁCIDOS GRAXOS MONOINSATURADOSÁCIDOS GRAXOS MONOINSATURADOSÁCIDOS GRAXOS MONOINSATURADOSÁCIDOS GRAXOS MONOINSATURADOSÁCIDOS GRAXOS MONOINSATURADOS (AGMI) (AGMI) (AGMI) (AGMI) (AGMI) até 20% das calorias totaisaté 20% das calorias totaisaté 20% das calorias totaisaté 20% das calorias totaisaté 20% das calorias totais O azeite de oliva possui 77% de AGMI e seu consumo é predominante na dieta Mediterrânea. COLESTEROLCOLESTEROLCOLESTEROLCOLESTEROLCOLESTEROL < 300 mg/dia< 300 mg/dia< 300 mg/dia< 300 mg/dia< 300 mg/dia Alguns indivíduos com LDL-colesterol >100 mg/dL podem se beneficiar com uma ingestão diária de colesterol de 200mg/dia9,55 (A, 1A).(A, 1A).(A, 1A).(A, 1A).(A, 1A). PROTEÍNAPROTEÍNAPROTEÍNAPROTEÍNAPROTEÍNA 0,8 g a 1,0 g/kg peso atual/dia ou 15%0,8 g a 1,0 g/kg peso atual/dia ou 15%0,8 g a 1,0 g/kg peso atual/dia ou 15%0,8 g a 1,0 g/kg peso atual/dia ou 15%0,8 g a 1,0 g/kg peso atual/dia ou 15% Corresponde a duas porções pequenas de carne magra/dia, que podem ser substituídas pelas leguminosas (soja, grão de bico, feijões, lentilha, etc) e duas a três porções diárias de leite desnatado ou queijo magro. O consumo de peixes deve ser incentivado por sua riqueza em ácidos graxos n-3. Os ovos também podem ser utilizados como substitutos da carne, respeitando-se o limite de duas gemas/semana, em função do teor colesterol. Excessos proteicos devem ser evitados. Supl SindMetab.p65 06/04/05, 15:2510 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO } Controle - HAS - Dislipidemia - DM - Ômega 3: 4 – 8g/dia - Último caso em obesos: cirurgias de obesidade Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005Volume 84, Suplemento I, Abril 2005 22 I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica e, portanto, ela seria em princípio inaplicável. Contudo, na popula- ção de Framingham, a presença apenas da síndrome metabólica, classificada de acordo com o III NCEP174, foi capaz de predizer cerca de 25% dos novos casos de doença cardiovascular observados em oito anos de seguimento. Aplicando-se a tabela de Framingham à síndrome metabólica, na ausência de diabetes, o risco para doença coronariana variou entre 10% e 20% em dez anos171. Por outro lado, os investigadores de Framingham, utilizando métodos estatísticos específicos171, não encontraram diferença sig- nificativa da estimativa do risco cardiovascular quando agregaram ao algoritmo de Framingham197, valores da síndrome metabólica, considerados no todo ou em separado, tanto em pacientes diabé- ticos como em não-diabéticos. Portanto, os resultados desta análise mostram que não há aumento do risco cardiovascular pela adição dos fatores de risco da síndrome metabólica não contemplados na tabela ao cálculo do escore de Framingham. É provável que a maior parte do risco associado à síndrome metabólica seja marca- do pela idade, pela pressão arterial, pelo colesterol total, pelo diabetes e pelo HDL-colesterol, já incluídos na tabela de Framin- gham. Além desses, a obesidade, os triglicerídeos e a glicose elevada, excluído o diabetes, não teriam poder de aumentar signifi- cativamente o risco cardiovascular171. No entanto, quando foi analisado o risco para início recente de diabetes na população de Framingham, em ambos os sexos, a síndrome metabólica, classificada de acordo com o III NCEP174, foi capaz de explicar quase a metade do risco para diabetes atribuí- do à população171. Assim sendo, a consideração do risco cardiovascular global do indivíduo, levando-se em consideração a idade e as variáveis que compõem os diferentes fatores de risco cardiovascular é extrema- mente atrativa na avaliação do portador de síndrome metabólica. A aplicação da tabela de Framingham é uma ferramenta útil neste sentido171 (B, 2A)(B, 2A)(B, 2A)(B, 2A)(B, 2A). Entretanto, pelo seu alto potencial prognóstico desfavorável1,4,5, a síndrome metabólica deve ser sempre vigoro- samente tratada, juntamente com os demais fatores de risco que eventualmente estejam presentes, buscando diminuir o significativo risco cardiovascular associado a esta condição. As metas a serem alcançadas com a abordagem terapêutica desta associação são aquelas descritas no Quadro 16. Para alcançar estes objetivos são necessárias medidas terapêuticas não-medi- camentosas e medicamentosas. Quadro 15 – Estratificaçãode risco pelos escores de FraminghamQuadro 15 – Estratificação de risco pelos escores de FraminghamQuadro 15 – Estratificação de risco pelos escores de FraminghamQuadro 15 – Estratificação de risco pelos escores de FraminghamQuadro 15 – Estratificação de risco pelos escores de Framingham PASSO 1PASSO 1PASSO 1PASSO 1PASSO 1 Idade Homens Mulheres 30 – 34 -1 -9 35 – 39 0 4 40 – 44 1 0 45 – 49 2 3 50 – 54 3 6 55 – 59 4 7 60 – 64 5 8 65 – 69 6 8 70 – 74 7 8 PASSO 2PASSO 2PASSO 2PASSO 2PASSO 2 Colesterol Total (mg/dL) Homens Mulheres < 160 -3 -2 160 – 199 0 0 200 – 239 1 1 240 – 279 2 1 ≥ 280 3 3 PASSO 3PASSO 3PASSO 3PASSO 3PASSO 3 HDL-C (mg/dL) Homens Mulheres < 35 2 2 35 – 41 1 2 45 – 49 0 1 50 – 59 0 0 ≥ 60 -1 -3 PASSO 4 *PASSO 4 *PASSO 4 *PASSO 4 *PASSO 4 * PAS (mmHg) PAD (mmHg) Homens Mulheres < 120 < 80 0 -3 120 – 129 80 – 84 0 0 130 – 139 85 – 89 1 0 140 – 159 90 – 99 2 2 ≥ 160 ≥ 100 3 3 PASSO 5 E 6PASSO 5 E 6PASSO 5 E 6PASSO 5 E 6PASSO 5 E 6 Diabetes Homens Mulheres Sim 2 4 Não 0 0 Fumo Sim 2 2 Não 0 0 PASSO 7PASSO 7PASSO 7PASSO 7PASSO 7 Idade + CT + HDL-C + PAS ou PAD + DM + Fumo = total de pontos PASSO 8 – VEJA O RISCO ABSOLUTO NAS TABELASPASSO 8 – VEJA O RISCO ABSOLUTO NAS TABELASPASSO 8 – VEJA O RISCO ABSOLUTO NAS TABELASPASSO 8 – VEJA O RISCO ABSOLUTO NAS TABELASPASSO 8 – VEJA O RISCO ABSOLUTO NAS TABELAS Homens Homens Risco de Mulheres Mulheres Risco de Pontos DAC em 10 anos (%) Pontos DAC em 10 anos (%) < -1 2 ≤ -2 1 0 3 -1 2 1 3 0 2 2 4 1 2 3 5 2 3 4 7 3 3 5 8 4 4 6 10 5 4 7 13 6 5 8 16 7 6 9 20 8 7 10 25 9 8 11 31 10 10 12 37 11 11 13 45 12 13 ≥ 14 53 13 15 14 18 15 20 16 24 17 ≥ 27 *Quando os valores de PAS e PAD discordarem, usar o mais alto Valores estimados para o risco de morte ou infarto do miocárdio em 10 anos (NCEP ATP III 2001). Quadro 16 – Metas para o tratamento da síndrome metabólicaQuadro 16 – Metas para o tratamento da síndrome metabólicaQuadro 16 – Metas para o tratamento da síndrome metabólicaQuadro 16 – Metas para o tratamento da síndrome metabólicaQuadro 16 – Metas para o tratamento da síndrome metabólica GLICEMIA PLASMÁTICAGLICEMIA PLASMÁTICAGLICEMIA PLASMÁTICAGLICEMIA PLASMÁTICAGLICEMIA PLASMÁTICA (mg/dL) Jejum < 110 mg/dL Pós-prandial (2h) < 140 mg/dL Hemoglobina glicosilada (%) < Limite superior do no diabetes método COLESTEROL COLESTEROL COLESTEROL COLESTEROL COLESTEROL (mg/dL) Total < 200 mg/dL HDL > 45 mg/dL LDL < 100 mg/dL TRIGLICERÍDEOS TRIGLICERÍDEOS TRIGLICERÍDEOS TRIGLICERÍDEOS TRIGLICERÍDEOS (mg/dL) < 150 mg/dL PRESSÃO ARTERIAL PRESSÃO ARTERIAL PRESSÃO ARTERIAL PRESSÃO ARTERIAL PRESSÃO ARTERIAL (mmHg)* Sistólica < 130 mmHg Diastólica < 85 mmHg PESO PESO PESO PESO PESO (kg) Perda sustentada de 5% – 10% * em presença de Diabetes mellitus a pressão arterial deve ser <130/ 85mmHg e se houver proteinúria >1g/24h a pressão arterial deverá ser <125/75 mmHg Supl SindMetab.p65 06/04/05, 15:2622 Alterações Metabólicas Fatores Metabólicos Dislipidemia aterogênica: elevação de triglicerídeos, de apolipoproteína B, aumento de partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e diminuição de partículas de alta densidade (HDL) Pressão arterial elevada; Glicemia elevada Esta tríade gera um estado pró-trombótico e pró-inflamatório. SBD, 2006 BAIXO HDL COLESTEROL • Obesidade, sedentarismo, envelhecimento, genética, fumo e dieta rica em carboidrato e pobre em gordura mono e poli • Atividade reduzida da LPL e aumentada da HTGL e CEPT (proteína de transferência de éster de colesterol) Abordagem Terapêutica no Paciente Dislipidêmico Principais Fatores de risco: 1. Tabagismo 2. HAS (PA> 140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos) 3. História familiar de DCV prematura (IAM ou morte súbita) antes dos 55 anos para homem e 65 anos para mulher, parente de 1° grau. 4. HDL-c < 40m/dL 5. Idade superior a 55 anos para homens e 65 anos para mulheres. JAMA 16; 285 (19): 2486-97, 2001 Categorias de risco e metas de LDL-c PRESENÇA DE DOENÇA CORONARIANA OU EQUIVALENTE DE RISCO (Risco em 10 anos > 20%) • LDL-c desejável abaixo de 100mg/dL • Iniciar terapêutica de mudança do estilo de vida quando LDL-c 100mg/dL • Considerar terapia medicamentosa quando LDL-c 130 mg/dL Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 Categorias de risco e metas de LDL-c PRESENÇA DE 2 ou + FATORES DE RISCO • LDL-c desejável abaixo de 130mg/dL • Iniciar terapêutica de mudança do estilo de vida quando LDL-c de 160mg/dL • Considerar terapia medicamentosa de acordo com risco em 10 anos: Se risco em 10 anos for 10-20% e LDL-c 130mg/dL Se risco em 10 anos for <10% e LDL-c 160mg/dL Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 Categorias de risco e metas de LDL-c PRESENÇA DE 1 ou NENHUM FATOR DE RISCO • LDL-c desejável abaixo de 160mg/dL • Iniciar terapêutica de mudança do estilo de vida quando LDL-c 130mg/dL • Considerar terapia medicamentosa quando LDL-c 190mg/ dL Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento I,2007 OBJETIVOS DO TRATAMENTO DIETÉTICO NAS DISLIPIDEMIAS • Reduzir valores de colesterol total, LDL- colesterol e triglicérides aumentados • Controlar fatores da dieta de risco cardiovascular e doenças associadas • Adequar o estado nutricional • Promover educação alimentar RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS PARA O TRATAMENTO DAS HIPERCOLESTEROLEMIAS IV DBD 2007 Tratamento da Hipercolesterolemia IV Diretriz Brasileira De Dislipidemia e Prevenção Da Aterosclerose, 2007 Laticínios Integrais Biscoitos Amanteigados Croissants Folhados Frios e embutidos Pele de aves Frutos do Mar Gema de Ovo RESTRINGIR Tratamento da Hipercolesterolemia IV Diretriz Brasileira De Dislipidemia e Prevenção Da Aterosclerose, 2007 Gordura Animal (Carnes gordurosas, leite integral) Polpa de Coco Óleos de Dendê Gorduras trans RESTRINGIR Ingestão de Ácidos Graxos Saturados: Tratamento da Hipercolesterolemia IV Diretriz Brasileira De Dislipidemia e Prevenção Da Aterosclerose, 2007 Consumo de Gorduras Poliinsaturadas • W3 e W6 • Peixes • Óleos Vegetais: Girassol, Milho e Soja Consumo de Gorduras Monoinsaturadas • Óleos de Canola • Azeite de Oliva • Abacate • Azeitonas • Sementes oleaginosas Tratamento da Hipercolesterolemia Fibras Solúveis LDL-c FIBRAS SOLÚVEIS ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA são absorvidos via veia porta e parecem inibir a síntese de colesterol IV Diretriz Brasileira De Dislipidemia e Prevenção Da Aterosclerose, 2007 bactérias no intestino delgado Tratamento da Hipercolesterolemia Fibras Ácidos Biliares DESVIO DO COLESTEROL ENDÓGENO PARA NOVA SÍNTESE DE ÁCIDOS BILIARES LDL-c CUPPARI, 2002 Excreção aumentada •Farelo de aveia •Farinha de linhaça •Farelo de Trigo •Flocos de Aveia •Feijão •Maçã, Laranja, Pêra, Goiaba Tratamento da Hipercolesterolemia Fitoestrógenos LDL Isoflavonas: soja e seus derivados Lignanas: cereais e linhaça Food and Drug Administration (1999) 25g PTN soja + dieta colesterol e AGS CUPPARI, 2002 Colesterol Plasmático Tratamento da Hipercolesterolemia CUPPARI, 2002 Café: coado em filtro de papel < cafestol e kahweol que elevam colesterol Fitosteróis: extraídos de óleos vegetais competem pelos sítios de absorção com o colesterol Flavonóides: antioxidantes que diminuema oxidação do LDL Vitaminas: ação antioxidante in vitro Tratamento da Hipertrigliceridemia Estratégias do tratamento Dependem da causa e da severidade v Limítrofes: 150-199mg/dL v Redução Ponderal v Atividade Física v Restrição de CHO simples Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento, 2007 Tratamento da Hipertrigliceridemia 200- 499 mg/dL (Alto Risco) •Redução Ponderal •Estimular Atividade Física •Terapia Medicamentosa > 500 mg/dL •Prevenir o aparecimento de pancreatite aguda •Consumo de gorduras <15% VCT Arq. Bras.Cardiol - Volume 88, Suplemento, 2007 Tratamento da Hipertrigliceridemia Na presença de resistência à insulina e Intolerância à Glicose Evitar o consumo de açúcares simples e carboidratos refinados Evitar o consumo de bebidas alcoólicas IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 ATEROSCLEROSE Definição: doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre. Ocorre principalmente em grandes artérias: aorta, pulmonar, carótidas e grandes vasos abdominais Segundo a fase evolutiva apresentam-se como: Estrias gordurosas: são formações planas, de coloração amarela, sem repercussão clínica. Placas fibrolipídicas: são formações elevadas na superfície da íntima potencialmente capazes de determinar manifestações clínicas em função de sua magnitude e complicações. ATEROSCLEROSE • Acúmulo intra e extra-celular de lipídios • Proliferação de células musculares lisas • Formação de proteínas de tecidos conjuntivo e cicatricial • Cápsula fibrosa de tecido conjuntivo e musculatura lisa • Há duas fases distintas: Fase silenciosa: representada por lesões que não são suficientemente grandes para interferir no fluxo sangüíneo Fase clínica ou sintomática: resultante da diminuição expressiva do fluxo sangüíneo causada por grandes lesões presentes na íntima. IMPLICAÇÕES DE INTERESSE CLÍNICO DA ATEROSCLEROSE Embora em quantidades variáveis, os lípides são constantes nas lesões ateroscleróticas e sempre procedem do sangue circulante. Portanto, os níveis de gorduras plasmáticas têm reflexo direto sobre o conteúdo de lípides na camada íntima. LIPÍDIOS X ATEROSCLEROSE ATEROS- CLEROSE Idade: Homens 45 anos e Mulheres após a menopausa Sexo: masculino > feminino História familiar de evento prematuro: Homens antes dos 55 anos e Mulheres antes dos 65 anos. Tabagismo Hipertensão arterial Diabetes • Sedentarismo • Obesidade • Dislipidemias (HDL > 60 mg/dL representam redução do risco) • A prevenção deve ser iniciada na infância • Deve-se procurar manter os níveis de lipídeos plasmáticos e da pressão arterial dentro dos valores da normalidade e evitar o fumo. INDIVÍDUOS SUSCETÍVEIS Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults COL TOTAL (mg/dl) < 200 200-239 > 240 DESEJÁVEL LIMÍTROFES ALTO IDEAL ACIMA LIMÍTROFES ALTO MUITO ALTO LDL (mg/dl) < 100 100-129 130-159 160-189 > 190 BAIXO ALTO HDL (mg/dl) < 40 > 60 Third Report of the National Cholesterol Education Program (NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults PROTEÍNA C REATIVA DE ALTA SENSIBILIDADE QUINTIL PCR Resposta ao processo inflamatório e acima do quintil 3 é alto risco cardiovascular. 1 0,1 – 0,7 mg/L 2 0,7 – 1,1 mg/L 4 2,0 – 3,8 mg/L 5 3,9 – 15,0 mg/L 3 1,2 – 1,9 mg/L ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS • POLIINSATURADOS: efeito hipocolesterolêmico ( n° de receptores de LDL) • A substituição isocalórica dos ácidos graxos saturados por ácidos graxos poliinsaturados reduz o CT e o LDL-C • Quando utilizados em grandes quantidades induzem a oxidação lipídica e diminui o HDL-C. ÔMEGA-6 (ÁC. LINOLÉICO) Óleos de girassol, milho e soja Maior capacidade de induzir stress oxidativo e inflamatório • Ác. a- linolênico: essencial ao ser humano, presente nos vegetais (linhaça e soja) • EPA e DHA: peixes de água muito frias e profundas (salmão, sardinha, cavala e arenque) • Reduzem níveis de TGL por inibir a síntese e secreção de VLDL ÔMEGA-3 (ÁC. LINOLÊNICO) • Ácido oléico (ômega-9): azeite de oliva, óleo de canola, oleaginosas (castanha, amêndoas, nozes), azeitona e abacate • Redução do colesterol total e do LDL, efeito antitrombótico e inibição da agregação plaquetária • Dieta do mediterrâneo (azeite de oliva): redução de TGL plasmáticos. ÁCIDOS GRAXOS MONOINSATURADOS METABOLISMO DO Ω-3 e Ω-6 Dietoterapia na Hipertensão Arterial (HAS) INTRODUÇÃO Nat. Rev. Cardiol. 8, 456–465 (2011) • O desafio de reduzir o impacto poderoso da HAS sobre a saúde pública. • Políticas com medicamentos anti-hipertensivos, porém, sem resultados positivos, por longo período • Condição complexa que envolve uma série de fatores ambientais e os fatores dietéticos. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clinica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). CONCEITUAÇÃO Rev Bras Hipertens vol.17(1):7-10, 2010. Rev Bras Hipertens vol.17(1):7-10, 2010. CONCEITUAÇÃO Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos orgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais • Cefaléia • Distúrbios visuais • Sangramento nasal • Zumbido • Tontura • Cansaço • Palpitação • Síncope QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é diagnosticada pela detecção de níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA) pela medida casual. Algumas condutas podem evitar erros, como, por exemplo, o preparo apropriado do paciente, o uso de técnica padronizada e de equipamento calibrado. Rev Bras Hipertens vol.17(1):7-10, 2010. MEDICAMENTOSO Para o manejo de indivíduos com comportamento limítrofe da PA, recomenda- se considerar o tratamento medicamentoso apenas em condições de risco cardiovascular global alto ou muito alto. NÃO - MEDICAMENTOSO As mudanças no estilo de vida são recomendadas na prevenção primária da HAS, notadamente nos indivíduos com PA limítrofe, reduzem a PA, bem como a mortalidade cardiovascular. PREVENÇÃO PRIMÁRIA MEDICAMENTOSO NÃO - MEDICAMENTOSO CLASSIFICAÇÃO DA PA (> 18 ANOS) DIAGNÓSTICO DE HIPERTENSÃO RECOMENDAÇÕES PARA ACOMPANHAMENTO DECISÃO TERAPÊUTICA TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO OBJETIVO Diminuir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares, por meio de modificações do estilo de vida que favoreçam a redução dapressão arterial INDICAÇÕES - Indivíduos hipertensos - Indivíduos normotensos mas de alto risco cardiovascular VANTAGENS DO TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO Baixo custo e risco mínimo Redução da pressão arterial e de outros fatores de risco cardiovasculares associados Aumento da eficácia do tratamento medicamentoso DIRETRIZES DO TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO I MODIFICAÇÕES NO ESTILO DE VIDA NO CONTROLE DA PA Rev Bras Hipertens vol.17(1):7-10, 2010. 1. CONTROLE DO PESO índice de massa corporal (IMC) menor que 25 kg/m² circunferência abdominal < 102 cm para os homens e < 88 para as mulheres reduções da PA e melhora de alterações metabólicas associadas A relação entre aumento de peso e da pressão arterial (PA) é quase linear, sendo observada em adultos e adolescentes. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51 2. ESTILO ALIMENTAR DIETA DASH • O padrão dietético DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), rico em frutas, fibras e minerais, hortaliças e laticínios com baixos teores de gordura, tem importante impacto na redução da PA. DIETA MEDITER- RÂNEA • O alto consumo de frutas e hortaliças revelou ser inversamente proporcional aos níveis de PA. • A substituição do excesso de carboidratos nessa dieta por gordura insaturada induz à mais significativa redução da PA. DIETA VEGETA- RIANA • Dietas vegetarianas são inversamente associadas com a incidência de doenças cardiovasculares, pois fornecem menor quantidade de nutrientes, como gordura saturada e colesterol. • Entretanto, essas dietas podem ser deficientes em micronutrientes (Fe, Vit. B12 e Ca). FATORES DIETÉTICOS EM RECOMENDAÇÕES: PONTOS - CHAVE Nat. Rev. Cardiol. 8, 456–465 (2011) Estratégias dietéticas de prevenção para a população tem sido promovidas para o desenvolvimento de planos de ação nacionais. Notáveis diferenças existem nos tipos e fatores dietéticos nas recomendações de manejo e prevenção em diferentes países e organizações no controle da hipertensão. Evidências fortes sugerem que ingestão rica em frutas, vegetais, pobre em gordura saturada e sal podem reduzir a pressão sanguínea. A ingestão excessiva de sódio é um dos principais fatores de risco modificáveis Fatores dietéticos são importantes fatores determinantes no desenvolvimento e progressão da hipertensão. Rev Bras Hipertens vol.17(1):7-10, 2010. COMO RECOMENDAR UMA DIETA ESTILO DASH } Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura total. Por exemplo: carnes magras, aves e peixes, utilizando-os em pequenas quantidades. } Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamento 8 a 10 porções, por dia (1 porção = 1 CO M) } Incluir 2 ou 3 porções de laticínios desnatados ou semi desnatados por dia } Preferir alimentos integrais, como pães, cereais e massas integrais ou de trigo integral Usar pouca gordura saturada Rev Bras Hipertens vol.17(1):7-10, 2010. COMO RECOMENDAR UMA DIETA ESTILO DASH } Comer oleaginosas (castanhas), sementes e gãos, de 4 a 5 porções/ semana. } Reduzir adição de gorduras. Utilizar margarina light e óleos vegetais insaturados (azeite, soja, milho, canola). } Evitar adição de sal nos alimentos. Evitar também molhos e caldos prontos, além de produtos industrializados. } Diminuir ou evitar o consumo de doces e bebidas com açúcar. sensibilidade. 3. REDUÇÃO DO SÓDIO A necessidade diária de sódio para os seres humanos é a contida em 5g de cloreto de sódio Indivíduos normotensos com elevada sensibilidade à ingestão de sal apresentaram incidência cinco vezes maior de HAS, em 15 anos, do que aqueles com baixa Forte associação entre excessiva ingestão de sal e a elevação da pressão arterial. SAL/SÓDIO DOS ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS Para promoção a saúde foi lançada a campanha "Menos Sal. Sua Saúde Agradece”. A iniciativa, resultado de parceria do Ministério com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), busca conscientizar a população em relação aos malefícios de consumo excessivo de sal, trazendo orientações para o uso racional, como a retirada do saleiro da mesa e o uso de temperos naturais. 4. ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS a ingestão de óleo de oliva reduz a PA, principalmente, devido ao elevado teor de ácido oléico Redução da PA com a suplementação de óleo de peixe (ômega 3) em altas doses diárias e predominantemente nos idosos A recomendação de ingestão de fibra alimentar total para adultos é de 20 a 30g/dia, 5 a 10 g destas devendo ser solúveis. O betaglucano, presente na aveia, determina discreta diminuição da PA em obesos, efeito não observado em indivíduos com peso normal. 5. FIBRAS A substituição isocalórica de parte da proteína alimentar por um composto de soja associada a outras medidas não medicamentosas promoveu queda da PA em mulheres após a menopausa 6. PROTEÍNA DE SOJA Há con t rovér s i a s sobre os efeitos da suplementação das diferentes castanhas em relação à redução da PA O c o n s u m o d e o l e a g i n o s a s p o d e trazer benefícios à saúde se integradas a um plano alimentar saudável 7. OLEAGINOSAS consumo de duas ou mais porções d i á r i a s d e laticínios magros correlacionou-se à menor incidência de HAS 8. LATICÍNIOS E VITAMINAS POSSÍVEL EFEITO PROTETOR CAFÉ E CHÁ CHOCOLATE MEIO AMARGO ALHO ÁLCOOL Aumenta os níveis de triglicérides Aumenta a resistência à terapêutica antihipertensiva Aumenta a prevalência de hipertensão arterial Eleva a pressão arterial e variabilidade pressórica • Cigarro é responsável por 1 em 6 óbitos • Fumantes no Brasil: 23,9% população • O ato de fumar aumenta a pressão arterial e a freqüência cardíaca. • O uso prolongado de nicotina não se associa a maior prevalência de hipertensão arterial. CESSAÇÃO DO TABAGISMO • Anticoncepcionais orais • Antinflamatórios não-esteróides • Antidepressivos tricíclicos • Corticosteróides e esteróides • Vasodilatores nasais • Moderadores de apetite • Antiácidos rico em sódio • Cocaína • Cafeína (?) Evitar drogas que potencialmente aumentem a PA ATIVIDADE FÍSICA Para manter uma boa saúde cardiovascular e qualidade de vida, todo adulto deve realizar, pelo menos cinco vezes por semana, 30 minutos de atividade física moderada de forma contínua ou acumulada, desde que em condições de realizá-la. BENEFÍCIOS ATIVIDADE FÍSICA Diminui Pressão Arterial Controle do Peso Corporal Melhora Mobilidade Articular Aumenta Densidade Óssea Melhora Perfil Lipídeos Melhora Resistência Física Melhora Resistência Insulina Melhora Força Muscular MEDIDAS ANTIESTRESSE MUSICOTERAPIA IOGA MEDITAÇÃO Nat. Rev. Cardiol. 8, 456–465 (2011) AÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS • O desenvolvimento e implementação de políticas públicas nacionais e internacionais têm grande impacto quando considerado o custo benefício para controle da hipertensão no mundo inteiro. • Desde 2004, a WHO encoraja a redução do sal na população, além do estímulo à um dieta saudável, com meta para redução até 2020 de menos que 5g/dia para controle da hipertensão. AÇÕES NACIONAIS Nat. Rev. Cardiol. 8, 456–465 (2011) • Brasil: desde os anos 90, o país tem desenvolvido políticas de nutrição contra asdoenças não- transmissíveis, incluindo a hipertensão. • Muitas atividades incluem ações regulatórias e legislativas, que contemplam capacitação de profissionais de saúde, população e donos de restaurantes a aderirem às práticas de alimentação mais saudáveis. MS - PLANO DE REDUÇÃO DO SÓDIO EM ALIMENTOS PROCESSADOS } Início em 2006: novas metas “No Brasil, em novembro de 2010, com a renovação do Fórum de Alimentação Saudável, entre o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Indústrias de Alimentos (Abia), foi definido o compromisso pela redução voluntária do teor de sódio nos alimentos processados, como contribuição do setor produtivo às ações para a redução do consumo de sal/sódio no Brasil, cujo objetivo é a redução do consumo de para abaixo de 5g de sal per capita diários (equivalentes a 2000mg de sódio) até 2020." MS - PLANO DE REDUÇÃO DO SÓDIO EM ALIMENTOS PROCESSADOS MS - PLANO DE REDUÇÃO DO SÓDIO EM ALIMENTOS PROCESSADOS CONSIDERAÇÕES GERAIS • Abordagem multiprofissional • Envolvimento do paciente e da família • Mudanças permanentes no estilo de vida PAPEL DO NUTRICIONISTA NA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL •Consulta de nutrição: avaliação do estado nutricional e dos hábitos alimentares •Educação nutricional individual e em grupo •Prescrição de dietas •Criação de modelos que possibil i tem a implementação dos conhecimentos alimentares e n u t r i c i o n a i s , e m c o n s o n â n c i a c o m a s recomendações para pacientes hipertensos •Desenvolvimento de preparações alimentares saborosas e prát icas para os pacientes hipertensos Fonte: Sociedade Brasileira de Nefrologia INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Caracteriza-se pela morte de células de uma região do músculo cardíaco por causa da ausência ou insuficiência da irrigação sanguínea. Normalmente é causado pela oclusão de uma artéria coronária em razão da formação de um trombo, mas também pode ocorrer devido a um espasmo coronário (como no abuso de cocaína) ou de embolia coronária (rara), porém são menos freqüentes. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO FISIOPATOLOGIA • É a principal causa de morte nos países industrializados. • A principal causa do IAM é a limitação do fluxo coronário, que leva à necrose do músculo cardíaco. • Placa aterosclerótica deposição de colágeno adesão e agregação plaquetária com ativação da cascata de coagulação formação do trombo. • Processo aterosclerótico causa estreitamento da luz coronária, reduzindo fluxo cardíaco para miocárdio = Infarto Agudo do Miocárdio Herança genética Idade > 45 anos homens e > 55 anos mulheres Obesidade HAS DM Dislipidemias Sexo masculino Estresse FATORES DE RISCO PARA IAM SINTOMAS • O sintoma mais freqüente é a angina (dor no peito), que pode se irradiar para o pescoço, a mandíbula, os membros superiores e o dorso • Sudorese, náusea, vômito, palidez, taquicardia • Elevação de enzimas (creatinofosfoquinase, troponina) COMPLICAÇÕES • Arritmias PREVENÇÃO • Dieta • Exercício • Controle da pressão arterial • Redução do estresse • Evitar o fumo INFARTO DO MIOCÁRDIO TRATAMENTO O tratamento inicial inclui a utilização de analgésicos, oxigenoterapia, e fluídos intravenosos Drogas utilizadas: antiarrítmicos, diuréticos e beta- bloqueadores TRATAMENTO DIETÉTICO • Todo o cuidado é direcionado para proporcionar o descanso cardíaco. • A dieta é modificada no valor energético, na textura e no conteúdo de gordura e sódio. DIETOTERAPIA NO INFARTO DO MIOCÁRDIO •Energia: É aconselhável pequeno período de restrição. Se obeso, a dieta deve promover a perda de peso. • Harris Benedict ou oferta de 20 a 30kcal/kg/dia • Fracionamento: 4 a 6 refeições, em pequenos volumes • Textura: alimentos macios e de fácil digestão • Evitar temperaturas extremas (quente - frio) • Fibras para melhorar funcionamento intestinal • Lipídeos: Controlar a quantidade e tipo de gordura • Hipossódica • Cuidado com os diuréticos – Hipocalemia (estimular consumo de frutas e hortaliças ricas em potássio). • Evitar café, chá, cacau, chocolate, bebida a base de cola, bem como bebida alcoólica. DIETOTERAPIA NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO • Prevenção do Tabagismo, HAS, DM e Dislipidemia • Controle da Obesidade • A dieta recomendada para prevenção pós- IAM é da AHA com restrição calórica de acordo com o IMC, ajustada para perda de peso de 10% em 6 meses. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio,2009 • IMC entre 25 e 27, reduzir 500 a 1000kcal. • IMC mais elevado: reduzir 1000 a 1500kcal • Síndrome metabólica: controle da dislipidemia aterogênica, HC a 50%, lipídios a 35% com ênfase em gordura monoinsaturada e redução da saturada a < 7% do VET PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2004 IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio,2009 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA É o estado no qual o coração perde a capacidade de bombear a quantidade de sangue suficiente para suprir as necessidades metabólicas do momento. CAUSAS: • Subjacentes Congênita ou adquirida Valvar ou coronária Pericárdica ou miocárdica INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Insuficiência cardíaca X Desnutrição • Por anorexia • Por hipermetabolismo • Por má absorção • Por maior perda de nutrientes Débito Cardíaco Fluxo sangüíneo para o rim Reabsorção tubular de sódio e água EDEMA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Insuficiência cardíaca X Desnutrição • Os músculos vão se consumindo, mas o peso é mascarado pelo edema. • Há redução plasmática de albumina, hemoglobina, folatos, tiamina, potássio, cálcio e magnésio. • A falta de apetite pode indicar uma via alternativa de alimentação. • Perda ponderal progressiva levando à CAQUEXIA CARDÍACA com déficit de peso até 20%. OBJETIVOS NUTRICIONAIS Insuficiência Cardíaca Congestiva • Manutenção do peso seco adequado e tratamento das condições pre-existentes (dislipidemia, DM, HAS, etc); • Correção da obesidade ou recuperação do peso magro; • Na caquexia cardíaca: uso de suplementos (BCAA, arginina, creatina, antioxidantes); • Restrição de sal; • Na presença de anorexia: TNE oral ou por sonda DITEN, 2011 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Energia: Harris Benedict ou 25 a 30kcal/kg peso ideal • Proteína: Normo • Carboidratos: Normo a hiper • Fracionamento: deve ser de 5 a 6 refeições/dia para diminuir o trabalho cardíaco, facilitar ingestão calórica e diminuir a plenitude pós- prandial. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Sódio: • Restrição Leve: 2400 a 4500 mg/d, quando há presença de apenas um dano no coração; • Restrição Moderada: 1000 mg/d, para pacientes com edema; • Restrição Grave: 500 mg/d, presença de edema e congestão pulmonar; • Restrição absoluta: 250 mg/d • Diuréticos depletam potássio, cálcio e magnésio, podendo ser útil a suplementação. • Restrição hídrica: Na ICC é variável e depende do balanço hidroeletrolítico. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - AVC Acidente vascular cerebral é o resultado da interrupção ou diminuição do transporte de s a n g u e a o c é r e b r o e m consequência da obstrução de um vaso. A ausência de irrigação impede a oxigenação e n u t r i ç ã o d a s c é l u l a s provocando morte celular e d a n o s à s f u n ç õ e s neurológicas.ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - AVC TIPOS DE AVC’s: • Acidente vascular cerebral isquêmico - Ocorre devido à formação de um trombo que bloqueia ou diminui a passagem de sangue. Cerca de 80% dos AVCs são causados por isquemia. • Acidente vascular cerebral hemorrágico – Ocorre quando há ruptura de um vaso sanguíneo. • SINTOMAS: Os sinais mais comuns são déficit sensitivo, alterações na coordenação motora, dificuldade para focar a visão, para deglutir, paralisia facial, distúrbios da fala e outros. DIETOTERAPIA NO AVC • Tratamento inicial: jejum com hidratação intravenosa • Pode ser necessário a utilização de sonda (recomendado a gastrostomia ou jejunostomia) • Progredir da dieta zero para líquidos (com espessantes) pastosa a branda lentamente (usar colher em vez de garfo) • Se disfagia, evita alimentos que possam causar engasgos • Umedecer alimentos com líquidos em caso de problemas com a produção de saliva • Limitar a ingestão de gorduras saturadas, trans e colesterol • Preferir alimentos desnatados, pobre em gordura e em sódio • Aumentar a ingestão de fibras e líquidos • Necessidades calóricas podem variar de 25 a 45kcal/dia e proteínas de 1,2 a 1,5g/kg/dia Escott-Stump,, 2007 I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular
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