Buscar

AULA 04 PRATICA I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
JOAQUIM MARANHÃO, brasileiro, solteiro, profissão, portador da carteira de identidade nº 1234567891, expedida pelo SSP/RJ, inscrito no CPF/RJ sob o nº 01234567891, endereço eletrônico <joaquim@live.com>, residente e domiciliado na Avenida Princesa Isabel, nº 000, Bairro Centro, CEP 00000-00, na cidade de Nova Friburgo/RJ;
ANTÔNIO MARANHÃO, brasileiro, solteiro, profissão, portador da carteira de identidade nº 1234567891, expedida pelo SSP/RJ, inscrito no CPF/RJ sob o nº 01234567891, endereço eletrônico <antonio@live.com>, residente e domiciliado na Avenida Princesa Isabel, nº 000, Bairro Centro, CEP 00000-00, na cidade de Nova Friburgo/RJ; neste ato representados por sua procuradora, endereço eletrônico <advogada@terra.com.br>, com endereço profissional na Rua Marechal Floriano Peixoto nº 626, CEP 00000-00, na cidade de Porto Alegre/RS, endereço que indica para os fins do artigo 77, V, do CPC, vem à presença de Vossa Excelência propor a presente:
AÇÃO DESCONSTUTIVA DE NEGÓCIO JURÍDICO
pelo procedimento COMUM, em face de MANUEL MARANHÃO, brasileiro, casado, profissão, portador da carteira de identidade nº 1234567891, expedida pelo SSP/RJ, inscrito no CPF/RJ sob o nº 01234567891, endereço eletrônico <manuel@live.com>, residente e domiciliado na Avenida Princesa Isabel, nº000, Bairro Centro, CEP 00000-00, na cidade de Nova Friburgo/RJ;
FLORINDA MARANHÃO, brasileiro, casada, profissão, portadora da carteira de identidade nº 1234567891, expedida pelo SSP/RJ, inscrito no CPF/RJ sob o nº 01234567891, endereço eletrônico <florinda@live.com>, residente e domiciliada na Avenida Princesa Isabel, nº 000, Bairro Centro, CEP 00000-00, na cidade de Nova Friburgo/RJ e
RICARDO MARANHÃO, brasileiro, solteiro, profissão, portador da carteira de identidade nº 1234567891, expedida pelo SSP/RJ, inscrito no CPF/RJ sob o nº 01234567891, endereço eletrônico <ricardo@live.com>, residente e domiciliado na Avenida Princesa Isabel, nº 000, Bairro Centro, CEP 00000-00, na cidade de Nova Friburgo/RJ, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA	
	Os autores não dispõem de recursos suficientes a fim de arcar as custas processuais sem haver prejuízo ao sustento de suas famílias.
	Vejamos a redação do Código de Processo Civil de 2015: 
"Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. § 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento".
	No mesmo sentido:
"PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. Para a concessão da assistência judiciária gratuita basta que a parte declare não possuir condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família, cabendo à parte contrária o ônus de elidir a presunção de veracidade daí surgida - art. 4º da Lei nº 1060/50. (TRF-4 - AC: 50070154420144047000 PR 5007015-44.2014.404.7000, Relator: (Auxílio Vânia) HERMES S DA CONCEIÇÃO JR, Data de Julgamento: 19/08/2015, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 27/08/2015)".
	Sendo assim, os requerentes juntam comprovantes de renda e declarações de hipossuficiência a fim de comprovar a miserabilidade, a fim de requererem a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita.
II - DA OPÇÃO DE REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
	
Na intenção de garantir pleno direito, a parte autora manifesta que tem interesse na realização da audiência de conciliação.
Neste sentido, dispõe o NCPC:
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 5° O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
Portanto, os autores requerem que seja designada data para audiência de conciliação.
III - DOS FATOS
Manuel e Florinda Maranhão são casados. Como frutos deste matrimônio resultaram Joaquim, Antônio e Marta Maranhão, além do neto Ricardo Maranhão, filho de Marta. Todos residem em Nova Friburgo no estado do Rio de Janeiro.
Ocorre que Manuel e Florinda venderam a seu neto, Ricardo, um dos seus imóveis. Tal imóvel é um sítio situado na Rua Bromélia, nº 138, Bairro Centro na cidade de Petrópolis/RJ. 
A venda foi firmada no valor de R$200.000,00 (duzentos mil reais) e ocorreu no dia 20/09/2015. A Escritura de Compra e Venda foi lavrada no Cartório do 4º Ofício da de Nova Friburgo e devidamente transcrita no Registro de Imóveis competente. 
Importantíssimo frisar que a venda ocorreu sem o consentimento dos demais filhos, que demonstradamente não concordam com tal venda, visto que ocorreu com valor ínfimo comparado ao valor praticado atualmente no mercado. Hoje, a casa que foi vendida por R$200.000,00 (duzentos mil reais) é avaliada em R$350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais).
Diante do exposto, não restou outra opção senão recorrer à tutela jurisdicional do Estado para ver resguardado seus interesses.
IV - DOS FUNDAMENTOS
Ora Excelência, é preciso ressaltar que desde o primeiro instante os requeridos agiram de má fé para com os autores. Nos fatos está devidamente comprovada a manobra que os réus usaram para burlar a legislação a fim de mascarar uma doação entre ascendente e descendente.
Não restam dúvidas quanto a má fé dos réus ao celebrar a suposta venda do seu único bem a seu neto Ricardo, pois violam um do requisitos para a celebração do negócio jurídico válido como pontua o Código Civil: “Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável”.
Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário, a alienação feita por ascendente a descendente é, desde o regime originário do Código Civil de 1916 (art. 1132), ato jurídico anulável.
Também segundo o artigo 496 do Código Civil, ipsis litteris "É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido”, a venda de ascendente a descendente por interposta pessoa constitui, portanto, infração indireta a norma jurídica; figura que não se confunde com a simulação. Pois, na simulação, “há um descompasso entre a vontade real e a declarada".
Neste mesmo sentido, vejamos:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCENDENTE POR INTERPOSTA PESSOA. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao demandante, como descendente, provar a compra e venda ou a doação do ascendente para o descendente, mediante interposta pessoa e sem o consentimento dos demais descendentes. A compra e venda dos ascendentes para terceiras pessoas, sem vínculo familiar ou que denuncie a fraude à lei e o prejuízo aos herdeiros, seguida, muitos anos depois, da compra e venda com um dos descendentes, não é suficiente à caracterização da alienação entre pais e filho para lesar os demais. Inexiste vedação legal de que algum dos filhos adquira imóvel antes da propriedade dos pais, assim como está demonstrado o pagamento do preço da aquisição, e o pagamento é a prova da boa-fé e da licitude negocial. As circunstâncias reconstituídas demonstram um grave conflito familiar que se caracteriza na pessoa do demandante. (Apelação Cível Nº 70066876343, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Cini Marchionatti, Julgado em 02/12/2015). (TJ-RS - AC: 70066876343 RS, Relator: Carlos Cini Marchionatti,Data de Julgamento: 02/12/2015, Vigésima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 07/12/2015)”.
Segundo Natal Nader, tal proibição é mais antiga: existe desde as Ordenações Manuelinas. Assevera, também, que a vedação dá-se no intuito de evitar que se oculte uma doação inoficiosa de ascendente a certo descendente sob as vestes do contrato de compra e venda, em prejuízo dos demais. Pois, a doação de ascendente a descendente é considerada antecipação da herança; o que obriga o descendente beneficiado pela doação a levar a coisa recebida por liberalidade a colação (art. 2.002, CC), para igualar as legítimas dos herdeiros.
Desta forma, a parte autora requer a anulação do negócio jurídico, dando provimento ao pleito, sendo esse montante de R$200.000,00 (duzentos mil reais).
 
V - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Considerando a natureza alimentar dos honorários sucumbenciais, sendo um direito autônomo do causídico em executá-lo em nome próprio, vejamos o previsto na legislação processual, mais precisamente no tocante ao Art. 85 do Novo CPC:
“§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e 
o tempo exigido para o seu serviço”.
VI - DOS PEDIDOS
	
De acordo com o exposto, requer a este juízo:
Conceder os benefícios da gratuidade da justiça (artigos 98 a 102 do NCPC);
Com fulcro no art. 319, VII, do NCPC, designar data de audiência de conciliação, conforme fundamentado no item II;
Determinar a citação dos Requeridos para integrarem a relação processual, inicialmente pelo correio e, sendo esta infrutífera, por oficial de justiça, ou, ainda, por meio eletrônico, tudo nos termos do art. 246, incisos I, II e V, do CPC;
A procedência do pedido a fim de declarar a desconstituição do ato jurídico viciado para que se reincorpore o bem alienado ao patrimônio dos requeridos;
Requer também a declaração de nulidade do mesmo para se reincorporar a coisa alienada ao patrimônio dos requeridos;
A condenação dos réus ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, estes de acordo com o disposto no artigo 20, § 3° do Código de Processo Civil;
Ao final, sejam julgados totalmente procedentes os pedidos veiculados nesta ação.
VII – DAS PROVAS
Permitir provar o alegado por todos os meios legais admitidos, bem como os moralmente legítimos, os previstos na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, prova pericial, prova testemunhal e o depoimento pessoal do réu ainda que não especificados em códigos.
Dá-se à causa o valor de R$ 200.000,00, correspondente ao valor do negócio jurídico.
Nestes termos pede o deferimento.
Petrópolis, 11 de setembro de 2017.
LUANA ROSA DA CUNHA
OAB/RS XXX.XXX

Continue navegando