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PRÁTICA DE PESQUISA EM SEGURANÇA PÚBLICA

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AULA 1
CONHECIMENTO CIENTIFÍCO, PESQUISA ACADÊMICA E ÁREAS TEMÁTICAS PERTINENTES
Introdução
Esta aula propõe abordagem sobre os contextos do saber científico, a pesquisa na academia e as referidas áreas temáticas visando orientar a elaboração do TCC. Dessa forma, o conhecimento científico vai ser abordado como forte elemento a situar o estudo a ser desenvolvido como propósito de finalização do curso, por meio da elaboração do TCC, como uma produção que utilizou e produziu conhecimento científico.
Em busca do conhecimento
Desde o surgimento do ser humano na Terra a grande necessidade da qual nunca se desviou foi o compulsivo interesse de melhor compreender a realidade existencial. 
Nessa busca, apenas explicava os fatos e os fenômenos que estavam no âmbito da compreensão da realidade prática. 
Ao se deparar com situações que fugiam ao seu entendimento e que não possuíam elementos convincentes e reais para entendê-las, superestimavam-nas e as conduziam ao patamar das coisas divinas e espirituais.
Essa impossibilidade de compreensão racional remonta, por meio de um salto quântico na linha do tempo, uma realidade na qual os gregos explicavam as coisas do seu mundo em duas dimensões: o mundo dos homens e o mundo de Deus.
A isso denominou-se o “Dualismo Grego”. Ou seja, tudo aquilo que podia ser compreendido lançando-se mão da realidade prática e conhecida era considerada como situações do mundo dos homens. 
Aquilo que não se obtinha correspondente na realidade tangível era prontamente conduzida a um fenômeno do mundo de Deus.
Buscando outra fundamentação grega, Platão, ao referir-se ao mito da caverna, evidencia a condição do homem diante do conhecimento, explicando a existência de outros dois mundos: o sensível abstraído dos sentidos e o inteligível que se obtém pela razão. 
Com isso nos dá conta da maneira como a realidade é construída por intermédio de suas percepções.
Nesse avanço no tempo, não foi difícil conectar a Filosofia ao entendimento da realidade, a compreensão e finalidade das coisas que nela existem. 
O movimento do pensamento humano busca dar conta do homem enquanto ser que produz e usufrui do conhecimento. 
Pela forma como mantém contato com os variados tipos de conhecimento, passa a compreendê-los de acordo com suas definições e pertinências.
 Assim, dando-se mais um salto no tempo, a busca pela categorização dos tipos de conhecimento com os quais o homem trava contato diário em seu contexto social e profissional, foi possível classificar os conhecimentos em empírico, filosófico, religioso e científico.
Conhecimento empírico: É o conhecimento desenvolvido pelo resultado de experiências próprias de indivíduos que o transmite sem o comprometimento com sua organização, explicação formal ou sistematização das ideias que podem lhe conferir a devida sustentação demonstrada por um tipo de conhecimento que se pretenda seja admitido como verdade. 
A prática social e profissional, bem como a observação fortuita de fatos e fenômenos da realidade vivenciada objetivamente determina esse tipo de conhecimento. 
De acordo com Marina Marconi e Eva Lakatos (2003, p. 78) não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados além das percepções objetivas. 
Clique na seta laranja para vermos um exemplo, mas antes clique aqui e veja o complemento da explicação sobra conhecimento empírico.
Considerar que o melhor tratamento para a cárie é a implementação de tratamento preventivo com o uso da ingestão do flúor desde a idade de 4 meses, com base, apenas, nos resultados obtidos da experiência de 10 anos de um cirurgião dentista, configura-se em um tipo de conhecimento empírico.
Conhecimento filosófico: Considerando-se que no método científico hipotético dedutivo a hipótese é formulada com base em conhecimentos ou evidências sustentáveis e que poderá ser validada tornando-se um conhecimento científico pelos processos que a confirmem, Marina Marconi e Eva Lakatos (2003) afirmam que o conhecimento filosófico é valorativo porque tem seu ponto de partida em hipóteses, mas que não podem ser submetidas à confirmação. 
Para Trujillo Ferrari (1974) as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência, portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação.
Com isso, segundo Marina Marconi e Eva Lakatos (2003), é possível afirmar que o conhecimento filosófico não se trata de um tipo de conhecimento verificável, levando-se em consideração que suas hipóteses não se podem confirmar nem refutar. 
É racional pelo emprego da lógica na formulação de seus enunciados correlacionados e é sistemático por visar uma representação coerente da realidade estudada, por meio de suas hipóteses e enunciados, em uma tentativa de apreendê-las em sua totalidade. Assim, usa a razão para questionar problemas, discernir entre o certo e o errado, recorrendo-se à própria razão. 
EXEMPLO: Um exemplo de conhecimento filosófico trata-se da afirmação sobre a possibilidade da troca de órgãos danificados do corpo humano por outro compatível e desenvolvido em laboratório, ainda no início deste século.
Conhecimento religioso: O conhecimento religioso fundamenta-se na fé em uma divindade. Relaciona-se ao sobrenatural. 
Marina Marconi e Eva Lakatos (2003) declaram que esse tipo de conhecimento apoia-se em doutrinas que comungam com posições sagradas, considerando suas revelações serem obtidas em condições inspiracionais. 
Por isso, são tidas como infalíveis e indiscutíveis e suas evidências não são postas em dúvida e nem confirmadas. 
 Os milagres divulgados por fieis de determinada denominação religiosa ou os milagres admitidos de divindades são exemplos de conhecimento religioso.
Conhecimento científico: Para Marina Marconi e Eva Lakatos (2003), o conhecimento científico é verificável, sistemático, aproximadamente exato e falível. 
Descrevendo melhor essas categorias, temos: Verificável porque as hipóteses que não conseguem ser confirmadas não fazem parte do contexto científico;
Sistemático por se tratar de um tipo de conhecimento que foi submetido ao processo da lógica e que passou pela sistematização de ideias, longe da configuração de conhecimentos cujas características apontam para uma condição aleatória e desarticulada.
Outra característica do conhecimento científico é o aspecto relacionado à variável falibilidade. 
De acordo, ainda com essas autoras, o conhecimento científico é falível por não ser admitido como definitivo, absoluto ou final. 
Ou seja, suas proposições contingenciais e o emprego de técnicas atualizadas podem reformular teorias consolidadas e propor o surgimento de outras.
Levando-se em conta as características do conhecimento científico, é nesse contexto que deve se situar a produção acadêmica que essa disciplina propõe como seu resultado: a elaboração do trabalho de conclusão do curso, o seu TCC. 
Ou seja, contemplando as recomendações do método de pesquisa eleito como o mais apropriado para dar conta do problema formulado e dos objetivos elaborados para serem alcançados pelo estudo.
A pesquisa acadêmica: Desenvolvida em instituições de ensino superior herda a denominação “pesquisa acadêmica”. Dessa forma tem como sujeitos e destinatários pesquisadores dessa comunidade compostos por professores, estudantes dos ensinos de graduação e pós graduação, e outros tipos de pesquisadores, de acordo com o propósito e a natureza de sua atuação. 
Se analisada sob o ponto de vista da estrutura universitária, o processo que configura a pesquisa acadêmica é compreendida como o terceiro elemento de sustentação, compondo com o ensino e a extensão a função da universidade.
Buscando-se uma definição mais apropriada para pesquisa, inevitável é percebê-la como um processo constituído por fases organizadas que precisam ser realizadas de acordo com o rigor metodológico eleito para responder a um questionamento, dar solução, modificar uma situação, e, ainda, evidenciar uma realidade. Quase ou se confundindo com o conceito de método.
Ampliandosua perspectiva conceitual, para Ander-Egg (1978) trata-se de um procedimento sistemático que emprega a reflexão, controle e crítica que vão à busca de novos fatos ou dados, relações ou leis, em todo campo do saber.
Marina Marconi e Eva Lakatos (2003, p.155) reforçam a definição de Ander-Egg ao concordar que se trata de um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.
Voltando a entender a pesquisa como um processo e considerando as características do conhecimento científico, trata-se, portanto, de um processo sistemático que se lança à produção de novos conhecimentos, contribuindo, assim, com o acréscimo de conhecimentos científicos às teorias existentes, da mesma forma que pode ser realizada para negar novas ou antigas proposições científicas.
Enquanto processo dinâmico de produção do conhecimento contribui com as aspirações individuais do pesquisador, com dados importantes para a área do estudo, com esclarecimentos necessários para uma atividade profissional, com os resultados divulgados corroborando finalidades institucionais e atribuindo qualidade e consolidação científica a um determinado curso, programa ou grupo de pesquisa.
Áreas temáticas de formação dos profissionais da área de Segurança Pública
A Matriz Curricular Nacional para Ações Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública (SENASP, 2009), é um documento norteador teórico-didático-metodológico de ações formativas dos profissionais da área de Segurança Pública.
Desde 2003, vem sendo construído e elaborado por meio de pesquisa e consultas públicas aos profissionais e instituições (Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Bombeiros Militares, e Guardas Municipais) integrantes do Sistema Único de Segurança Pública – SUSP (SENASP, 2009, p.2).
Esse documento matriz possui princípios (éticos, legais, educacionais, pedagógicos e epistemológicos), orientações, eixos articuladores e áreas temáticas pelos quais se pretende fundamentar o desenvolvimento de ações formativas na área de Segurança Pública,  que estimulem a reflexão e o pensamento crítico, ético e responsável,  adaptabilidade do profissional e autonomia intelectual necessários à formulação e planejamento de políticas e ações pedagógicas para a excelência da formação do profissional de Segurança Pública, bem como à ampliação e reconstrução de conteúdos disciplinares, conhecimentos curriculares, saberes profissionais e cultura institucional (SENASP, 2009, p.2, 29-30).
As áreas temáticas contemplam os conteúdos indispensáveis às Ações Formativas, relativos ao conjunto de competências cognitivas, operativas e atitudinais desejados aos profissionais de Segurança Pública. 
Enquanto os eixos articuladores estruturam o conjunto de conteúdos transversais de temas sociais relacionados a dificuldades, preocupações e problemas experimentados pelos profissionais de Segurança Pública em situações reais de sua atuação cotidiana (SENASP, 2009, p.7).
Os quatro eixos articuladores componentes dessa Matriz são:
. Sujeito e Interações no contexto da Segurança Pública; 
. Sociedade, Poder, Estado e Espaço Público e Segurança Pública; 
. Ética, Cidadania, Direitos Humanos e Segurança Pública; 
. Diversidade, Conflitos e Segurança Pública (SENASP, 2009, p.14).
Os eixos articuladores estruturam o conjunto de conteúdos transversais de temas socioculturais e jurídico-legais, que permeiam as Ações Formativas, definidos a partir de sua relevância e pertinência nas discussões sobre Segurança Pública. 
Estimulando o pensamento crítico e reflexivo sobre as intencionalidades das ações pedagógicas e de pesquisa, cultura organizacional, práticas e papéis individuais, ético-profissionais, sociais, históricos e político dos profissionais e das instituições de Segurança Pública, com relação demandas atuais e urgentes, em contextos de abrangência nacional e mundial (p.7, 15, 30).
Sistemas, Instituições e Gestão Integrada em Segurança Pública
A partir de agora conceituaremos cada uma das áreas temáticas que vimos na tela anterior e começaremos por Sistemas, Instituições e Gestão Integrada em Segurança Pública que abrange temas relacionados às estruturas organizacionais, história e dinâmica das instituições de Segurança Pública:
A discussão crítica e contextualizada da atuação dos diferentes órgãos e carreiras profissionais, competências, pontos de articulação, interfaces e a interatividade das respectivas ações na participação e desenvolvimento das políticas integradas de Segurança Pública.
Na foto ao lado os órgão de segurança pública e promotoria se reuniram na câmara para analisar medidas conjuntas que possam aprimorar a segurança.
Princípios, estruturas, processos e métodos adotados na formulação e implementação das políticas de Segurança Pública.
Na foto: Sala de controle do Centro Integrado de Operações (Ciop).
Análise histórica e crítica das questões relativas às políticas públicas de segurança e do conceito de Segurança Pública.
A foto ao lado se refere a Missão Militar Francesa contratada pelo governo paulista no inicio do século XX. 
A missão tinha objetivos muito específicos, como; disciplinar, militarizar e moldar a cultura da Força Pública, para dar a instituição a capacidade de intimidar militarmente o governo federal.
Os fatores sociais que afetam a atuação das organizações de Segurança Pública e do Sistema de Justiça Criminal (SENASP, 2009, p.20).
Como exemplos de temas a serem desenvolvidos nessa área, encontramos:
. o conceito e os diferentes paradigmas de Segurança Pública; 
. a história das Instituições de Segurança Pública; 
. a formulação, a implementação, a avaliação e o acompanhamento de Políticas Públicas de Segurança; 
. as funções e as atribuições da polícia em uma sociedade democrática; 
. a filosofia e os modelos de policiamento comunitário; 
. a gestão integrada e a interatividade em Segurança Pública;
. o controle democrático externo e interno das instituições de Segurança Pública; 
. o Poder de polícia, o poder da polícia e o poder discricionário do policial; 
. a administração e o serviço públicos; 
. a gestão de recursos humanos, os planos de carreira e as relações de trabalho; 
. planejamento estratégico aplicado à Segurança Pública (SENASP, 2009, p.20).
Violências, Crime e Controle Social: Na área temática Violências, Crime e Controle Social aparecem os fenômenos da violência e do crime em suas várias formas, e, o controle de suas manifestações, incluindo o entendimento da diferença entre a modalidade jurídico-penal de tratar a violência e outras modalidades e a abordagem interdisciplinar da violência e da criminalidade (SENASP, 2009, pp.20-21).
Como exemplos de temas que podem ser pesquisados nessa área têm-se:
• Sociologia da violência; 
• violência estrutural, institucional, interpessoal; 
• mídia, violência e (in)segurança; 
• noções de Criminologia; 
• processos criminógenos, 
• Psicologia criminal e das interações conflituosas;  
• sistema penal, processos de criminalização e práticas institucionais de tratamento dos autores de atos delitivos;
 • jovens em conflito com a lei;
• violência e corrupção policial; 
• Crime Organizado; 
• violência da escola e violência na escola; 
• violência e grupos vulneráveis; 
• violência contra a mulher; 
• exploração sexual comercial; 
• violência no trânsito; 
• tráfico de drogas.
Cultura e Conhecimento Jurídico: A área temática Cultura e Conhecimento Jurídico destina-se à reflexão crítica sobre o Direito como construção cultural e sobre os Direitos Humanos e sua implementação, com vista na atuação profissional de Segurança Pública no Estado Democrático de Direito, implicando no conhecimento do ordenamento jurídico brasileiro, seus princípios e normas, com destaque para a legislação pertinente às atividades dos profissionais da área de Segurança Pública, de forma associada às demais perspectivasde compreensão da realidade, tanto no processo formativo quanto na prática profissional (SENASP, 2009, p.21).
São exemplos de temas que podem ser investigados nessa área:
. Direito, sua concepção e função;
. Direitos Humanos, sua história e instrumentos de garantia;
. Elementos de Direito Constitucional;
. Elementos de Direito Administrativo
. Elementos de Direto Penal e Direito Processual Penal;
. Bem como Legislações especiais aplicáveis no âmbito da Segurança Pública.  (SENASP, 2009, p.21)
Modalidade de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos
A área temática Modalidades de Gestão de Conflitos e Eventos Críticos contempla conhecimentos e modalidades necessárias para lidar com situações conflituosas diversificadas, que demandam procedimentos e técnicas diferenciadas de atuação preventiva e reativa, incluindo o estudo de técnicas de mediação, negociação, gradientes do uso da força, entre outras; a análise das situações de conflito, observando o foco, o contexto e os envolvidos, técnicas e táticas de gerenciamento de conflitos; bem como o planejamento integrado, planejamento de equipes  e o comportamento afirmativo (SENASP, 2009, p.22).
Como temas sugeridos para pesquisa apresentam-se:
. análise e prevenção de conflitos; 
. mediação de conflitos; 
. emotividade e percepção das situações e conflito;
. preparação psicológica e emocional do “gerenciador” de conflitos; 
. tomada de decisão em situações de conflito;
. uso da força, legitimidade e limites; 
. formas de uso da força, responsabilidade e ética;
. responsabilidade dos aplicadores da lei; 
. relação com a mídia (SENASP, 2009, p.22).
Valorização Profissional e Saúde do Trabalhador
O que você considera necessário para a valorização profissional e saúde do trabalhador de segurança pública?
A área temática Valorização Profissional e Saúde do Trabalhador inclui:
. metodologias que valorizam os profissionais de Segurança Pública e lhes permitem ter uma positiva imagem de si como sujeito e como membro de uma instituição; 
. cultura institucional de respeito, bem-estar e melhoria da qualidade de vida dos profissionais; 
. aspectos psicológicos e sociais da vida profissional; 
. condições de trabalho, assistência, equipamentos disponíveis e acesso às atividades de formação; 
. remuneração e planos de carreira; 
. providências técnicas e modalidades específicas de organização do trabalho  para valorização e a proteção da vida e da integridade física, mental e emocional do profissional de Segurança Pública; 
. estudo do estresse, suas consequências, prevenção e redução (SENASP, 2009, p. 22).
Comunicação, Informação e Tecnologias em Segurança Pública
Comunicação, Informação e Tecnologias em Segurança Pública, outra área temática, é constituída por:
- Produção, transferência, uso, gestão e segurança da informação e Segurança Pública;
- Conteúdos relativos aos princípios, processos, procedimentos e técnicas da comunicação em Segurança Pública, incluindo a comunicação verbal e não verbal, a comunicação factual e a comunicação de massa, comunicação intrainstitucional e interinstitucional, indispensáveis para o funcionamento do Sistema de Segurança;
- Tecnologias ligadas às demais atividades de Segurança Pública, em sua finalidade e/ou procedimento policial (SENASP, 2009, p. 23).
Os temas que podem ser eleitos como objetos de estudo nessa área passam por:
. princípios, meios e formas de comunicação; 
. comunicação de massa e Sistema de Segurança Pública; 
. sistemas de telecomunicações interno e externo; 
. registro de ocorrências; 
. estatística criminal e análise criminal;  
. análise de risco; 
. geoprocessamento e atuação policial no locus urbano; 
. gestão das novas tecnologias da informação; 
. atividades, operações e análise de inteligência; 
. controle democrático de atividades de Inteligência de Segurança Pública (SENASP, 2009, p.23).
Cotidiano e Prática Policial Reflexiva: Cotidiano e Prática Policial Reflexiva é uma área temática formada pela discussão teórica sobre a prática, a realidade e o cotidiano da profissão em Segurança Pública na resolução e mediação de conflitos, tensões e problemas policiais concretos (SENASP, 2009, p.23-24).
Os temas sugeridos nessa área são:
. casos de relevância e alto risco; 
. mediação e solução de problemas policiais; 
. práticas individuais e institucionais polêmicas; 
. análise situacional concreta; 
. temas relacionados ao imaginário popular sobre Segurança Pública e seus profissionais; 
. reflexão sobre rotinas; práticas policiais emblemáticas (SENASP, 2009, p.24).
Funções, Técnicas e Procedimentos em Segurança Pública: A área temática Funções, Técnicas e Procedimentos em Segurança Pública constitui-se de conteúdos relativos aos aspectos técnicos e procedimentais inerentes ao exercício das funções do profissional em Segurança Pública, correspondentes às competências cognitivas, operativas e atitudinais contempladas pelas demais áreas temáticas (SENASP, 2009, pp.19-20, 24).
Os temas sugeridos nessa área são:
. planejamento de ação integrada; 
. análise criminal; 
. áreas integradas de Segurança Pública; 
 . informações sobre proteção a testemunhas; 
. perícias; 
. técnicas para ação tática, tais como técnicas de abordagem, técnicas de defesa pessoal, técnicas de contenção, imobilização e condução, direção defensiva, uso legal da força, métodos de intervenção e de mediação, formas e técnicas de patrulhamento, técnicas de atendimento pré-hospitalar, local de crime, e de investigação policial (SENASP, 2009, p.24).
Interação das áreas temáticas: Para melhor compreensão da ideia de interdisciplinaridade das áreas temáticas, veja a figura a seguir, ilustrativa da possibilidade de interação delas com o objeto de estudo:
- violência, crime e controle social
- cultura e conhecimentos jurídicos
- objeto de estudo comum
- funções técnicas e prog. em seg. púb.
- cotidiano e prática policial reflexiva
A interdisciplinaridade é relação epistemológica de interconexão e diálogo entre conteúdos disciplinares e conhecimentos curriculares, capazes de favorecer a percepção e contextualização de desafios vivenciados na ação profissional e institucional, bem como a ampliação e reconstrução desses conhecimentos diante das exigências de uma sociedade em crescente experiência democrática (SENASP, 2009, p.29).
Recomendamos a utilização de estudos de caso, para análise ou identificação de possíveis soluções de problemas concretos, sob novos enfoques e questionamentos trazidos a partir do diálogo entre os eixos articuladores e as áreas temáticas, uma abordagem ampla e diversificada, e reflexão crítica sobre o cotidiano e a prática profissional (SENASP, 2009, p.2, 7, 30).
Dessa forma, é possível alcançar uma visão mais ampla da realidade e identificar soluções potenciais e significativas de problemas enfrentados no âmbito profissional, institucional e sociocultural; análise de políticas, ações e resultados alcançados, identificando avanços, reproduções e retrocessos, bem como; reformulação de conceitos, ações e atitudes; análise, síntese, crítica e criação, a partir da exploração de diferentes situações vivenciadas na realidade e da reflexão sobre a ação (SENASP, 2009, p.18-19, 29-30).
Dois fatores muito importantes que influenciam na obstaculização da produção de conhecimento científico são:
. Novos investimentos tanto da iniciativa privada como das indústrias em ciência e tecnologia;
. Não haverá desenvolvimento, sem educação, sem alimentação, sem saneamento básico, sem nutrição;
AULA 2
O TEMA E AS VARIAVEIS
Introdução
O tema de pesquisa quase sempre é uma consequência da vivência do pesquisador, seja nos ambientes profissional, acadêmico e social, ou, também, por encomenda de empresas ou diversos órgãos interessados. Sendo ou não encomendado, surge de uma necessidade que pode estar atrelada ao desvelamento de algo desconhecido, à insatisfação sobre o funcionamento de algo, ao desejo de mudança ou por curiosidade sobre um evento qualquer.Qualquer que seja o problema de pesquisa estará sempre fazendo parte de um contexto maior que não pode deixar de ser considerado. E é, nesse contexto, que o pesquisador vai refletir para entender como esse problema interfere e como é influenciado. Essas interferências são determinadas por diversos fatores ou propriedades que podem oferecer uma ideia mais concreta sobre o que se vai pesquisar.
Pensando o tema de pesquisa: Um pesquisador não tem dificuldades para eleger um tema de pesquisa. Certamente terá indecisões, diante de tantos problemas que surgem em seu contexto de atuação, para determinar qual deles trata-se de uma prioridade para ser pesquisada. 
Um estudante de Segurança Pública pode, sim, apresentar dificuldades para decidir sobre qual tema deverá pesquisar. Pode ser uma coisa nova para ele investigar um problema e escrever um texto científico. Mas isso não se traduz em uma empreitada impossível.
Uma das primeiras coisas a fazer, quando se tem uma pista sobre o tema que se pode pesquisar, é buscar correspondência entre o objeto do estudo e as dimensões da originalidade, relevância e viabilidade.
Dimensões do objeto de estudo: Você poderia argumentar que a originalidade não é algo fácil de conseguir em um problema de pesquisa. Porque em se tratando, talvez, de um iniciante em pesquisa, poderá imaginar temas e respectivos problemas que já tenham sido pesquisados. 
Mas também deve pensar que nenhum estudo esgota o assunto sobre um tema. Você vai conhecer, na prática, que o seu estudo - o que realizar com o seu TCC - terá de ser delimitado pra conseguir dar conta de responder a questão norteadora e os objetivos formulados, pelo tempo e condições que irá enfrentar para concluí-lo.
- Originalidade: A originalidade pode ser contemplada por uma abordagem ainda não apresentada ou uma lacuna deixada por algum pesquisador. 
Também pode ser por meio de uma releitura do problema visando sua atualização ou por repetir um estudo em uma realidade diferente da que foi realizada inicialmente, dentre muitas razões.
- Relevância: A relevância poderá ser contemplada pelo oferecimento de contribuições seja para a área de Segurança Pública ou para o profissional no nível de gerenciamento ou operacional.
- Viabilidade: A viabilidade tem a ver com as condições de ter acesso aos prováveis respondentes do estudo, às informações que se pretende apurar com a pesquisa, aos recursos necessários e disponíveis, e ao tempo que será necessário para a realização da investigação.
Um aspecto importante que não pode deixar de ser considerado, na eleição do tema do estudo, é uma cuidadosa pesquisa bibliográfica. 
Com isso o pesquisador vai obter uma noção real do “estado da arte” sobre o mesmo tema. 
O que se tem pesquisado, quais resultados já foram obtidos, os achados mais recentes, as conclusões que puderam contribuir com a área científica e atividade profissional. 
Diante disso, espera-se não estar refazendo estudos já realizados, como se tivesse regando o jardim embaixo de chuva.
Uma tarefa necessária e importante no processo de definição do tema, por meio da pesquisa bibliográfica, é a atenção voltada para identificar lacunas deixadas pelos estudos consultados sobre o mesmo tema e, dessa forma, encaminhar melhor o problema de pesquisa.
Para essa sua pesquisa bibliográfica, o seu tema tem de ser o assunto que queira conhecer, provar e desenvolver. 
Ou seja, de acordo com Asti Vera (1978, p.97), citado por Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) deva tratar-se de uma dificuldade, ainda sem solução, que é mister determinar com precisão, para intentar, em seguida, seu exame, avaliação crítica e solução.
Fatores internos e externos: Nesse mesmo sentido, considerando a pesquisa bibliográfica, Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) afirmam que decidir sobre um tema significa levar em conta determinados fatores internos e externos.
Os internos referem-se a:
. Selecionar um assunto de acordo com certas características relacionadas ao pesquisador, como inclinação, aptidões e suas tendências;
. Optar por um assunto que tem a ver com as qualificações particulares incorporadas ao longo das trajetórias acadêmicas e empíricas do pesquisador;
. Localizar um fato ou fenômeno que mereça ser investigado cientificamente e possua condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa.
E os externos têm relação direta com:
. A disponibilidade do tempo para realizar uma investigação completa e com a profundidade necessária;
. A existência de literatura relacionada ao assunto em quantidade suficiente para um estudo mais abrangente do tema;
. A possibilidade de manter contato com estudiosos da área, visando à obtenção de orientações quanto à escolha, estudo e compreensão de documentos pertinentes
Essas autoras alertam para não se realizar a duplicação de estudos, ou seja, reestudar algum assunto, tendo em vista a quantidade de temas ainda não pesquisados e disponíveis. 
Nesse mesmo sentido, acrescentam que o fato de assuntos terem sido pesquisados recentemente pode dificultar novas abordagens.
Decidindo o tema: Partindo-se do pensamento de que ao se iniciar alguma coisa os primeiros passos podem sugerir tarefas mais descomplicadas, principalmente em se tratando de pesquisa, Amado Cervo, Pedro Bervian, Roberto da Silva (2007), concordam que a escolha do tema apesar de ser a primeira coisa a se considerar quando do planejamento da pesquisa, não se trata do procedimento mais fácil.
A realidade existencial está repleta de temas para serem pesquisados. Isso pode dar uma ideia diferente do que vai enfrentar o pesquisador de Segurança Pública. Para esses autores, a dificuldade está em decidir sobre qual deles pesquisar. 
É uma pequena, mas árdua jornada, cuja decisão final antes passa por momentos de verdadeira angústia, principalmente, quando são pesquisas de importância visando à carreira profissional, reforçam os autores.
Os autores sugerem técnicas e orientam atividades individuais que vão facilitar essa primeira etapa da pesquisa. 
Assim, tem-se:
- Eliminar temas que, por razões justificadas pelo pesquisador, devem ser evitados.
- Fixar-se em temas que merecem prioridade.
- Definir e considerar critérios de seleção do tema.
- Deve ser pensado considerando-o em um campo delimitado de uma ciência.
Para esses mesmos autores, os critérios definidos pelo pesquisador vão desempenhar o papel de um tipo de guia metodológico que o conduzirá em direção ao assunto prioritário.
O tema de uma pesquisa, dentre aqueles que tenham sido analisados, é qualquer assunto que sugira necessidade de melhores definições, precisão e clareza sobre o que já se conhece sobre ele. (Cervo; Bervian; da Silva, 2007)
Questões intelectuais e práticas: Ainda, para os autores citados na tela anterior, há duas razões que são levadas em conta ao se formular questões de pesquisa: intelectuais e práticas. 
As intelectuais são baseadas, apenas, no desejo de conhecer ou compreender alguma coisa; e as práticas no desejo de conhecer para realizar algo melhor e de maneira mais eficiente. 
São duas razões já consagradas pela ciência, que se referem às denominações pesquisa pura (teórica) e pesquisa aplicada (prática), respectivamente entendidas como aquelas realizadas visando o conhecimento em si mesmo e as que têm o propósito de usar o conhecimento aplicado aos interesses práticos.
Se o tema pode ser decidido pelo interesse pessoal ou profissional, por intermédio de algum estudo ou leitura, teórico ou prático, ele deve corresponder aos propósitos do pesquisador porque vai atribuir-lhe experiência de valor ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento das ciências. 
Por isso, faz-se necessário evitar assuntos fáceis e sem interesse, porque não vai compensar o esforço a ser exigido do pesquisador. (Cervo; Bervian; da Silva, 2007)
Também deve ser apropriado à capacidade e à formação do pesquisador e corresponder às suas possibilidades, com relação ao tempo e aos recursos financeiros. 
Reforçando, deveser valorizado o material bibliográfico disponível e em número satisfatório, e, com destaque, não pesquisar temas que já foram exaustivamente estudados.
Delimitando o tema: Uma forte tendência observada no comportamento do pesquisador é a intenção de querer esgotar as possibilidades de entendimento e de tratamento científico a um problema de estudo.
Certamente, não há possibilidade disso acontecer. Muitas abordagens vão surgir naturalmente durante a coleta e análises das informações obtidas. Nesse caso, o que deve ser feito é estabelecer os limites do estudo. 
É como se precisasse preparar o leitor para ele não imaginar que o estudo pode ir muito mais além do que efetivamente o foi. Fornecendo, assim, uma falsa ideia de uma investigação incompleta.
Nesse caso, faz necessário estabelecer as fronteiras da pesquisa, possibilitando o imediato entendimento do que se quis pesquisar e dar a ideia de como devem ter sido desenvolvidas as atividades pertinentes ao estudo.
Há que demonstrar atenção para não escolher temas extensos e complexos que impedem estudos em profundidade. Depois de escolher o tema deve-se preocupar com a sua extensão. 
Ou seja, diminuir sua amplitude. Selecionar um tópico ou parte a ser estudada e definir os termos pertinentes. 
A decomposição do tema diz respeito ao seu desdobramento em partes, e a definição de termos trata da enumeração dos elementos que o constitui ou explica. (Cervo; Bervian; da Silva, 2007)
Para esses autores, na delimitação do tema pode-se fixar circunstâncias, de tempo e espaço, indicando o quadro histórico e geográfico, limites nos quais o tema se localiza. O pesquisador pode indicar sob que ponto de vista vai focalizá-lo. O tratamento que sofrerá o tema vai fornecer a noção de como o tema será estudado.
As variáveis: Na dimensão estatística variáveis são propriedades que podem assumir diversos valores. Pode parecer pouco compreensível esse entendimento de variáveis. 
Quer dizer que quase tudo que existe pode ser uma variável? Por mais estranho que possa parecer, é isso mesmo. 
Se alguma coisa desse “quase tudo” interferir em um objeto de estudo será uma variável. Quando, em um estudo, se busca analisar a relação entre causa e efeito de uma situação, fato ou fenômeno, tanto o que se apresentarem como causas e como efeitos serão variáveis. 
Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2011, p.174) apresentam diversos conceitos de variáveis e afirmam ser mínimas as diferenças entre eles. Vamos conhecê-los?
- Por variáveis se entende, simples e prosaicamente, qualquer quantidade que varia (Güell).
- Variável é qualquer quantidade ou característica que pode possuir diferentes valores numéricos (Puline Young).
- Variável é alguma coisa que pode ser classificada em duas ou mais categorias (Kerlinger).
- Variáveis são conceitos ou constructos com a propriedade de apresentarem diferentes valores (Kerlinger).
- Variável é um valor que pode ser dado por uma quantidade, qualidade, característica, magnitude, traço etc., que pode variar em cada caso individual (Trujillo Ferrari).
- Uma variável é um conjunto de valores que forma uma classificação (Galtung).
- Variável são classes de valores, isto é, são valores exaustivos e mutualmente exclusivos (Galtung).
- Variáveis são aqueles aspectos, propriedades ou fatores, mensuráveis ou potencialmente mensuráveis, através dos valores que assumem, discerníveis em um objeto de estudo (Köche).
- Variável é o aspecto discernível de um objeto de estudo; são aspectos individuais que podem assumir valores distintos e serem medidos para testar a relação enunciada por uma proposição (Korn).
- Variável, ou classificação, ou medida, é uma ordenação dos casos em duas ou mais categorias totalmente inclusivas e que se excluem mutuamente (Davis).
- A variável é um conceito operacional, sendo que a recíproca não é verdadeira: nem todo conceito operacional constitui-se em variável. 
Para ser definida, a variável precisa conter valores (Lipset e Bendix)
ATENÇÃO: Para essas autoras, uma variável pode ser entendida como uma classificação ou medida. Pode ser quantidade que varia, um conceito, constructo ou conceito operacional que contém ou apresenta valores, aspecto, propriedade ou fator, discernível em um objeto de estudo e passível de mensuração. 
Segundo as autoras, os valores que são adicionados ao conceito, constructo ou conceito operacional, para transformá-lo em variável, podem ser quantidades, qualidades, características, magnitudes, traços etc., que se alteram em cada caso particular e são completamente ampliados e mutuamente exclusivos. 
Quanto ao conceito operacional, afirmam que pode se tratar de um objeto, processo, agente, fenômeno, problema, dentre outros.
 A seguir, apresentam-se os conceitos das variáveis independente, dependente, interveniente, moderadora e de controle, segundo Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2011, p. 189-217).
Variáveis Independentes e Dependentes: As variáveis independentes e dependentes mantém íntima relação quando se manifestam em determinados fatos e fenômenos, ou qualquer outro evento objeto de estudo científico. 
Trata-se de uma relação de causalidade muito importante que a partir dela pode-se entender melhor o objeto de investigação.
Variável independente: A variável independente (X) é aquela que influencia, determina ou afeta outra variável. 
É considerada como fator determinante, condição ou causa para algum efeito, resultado ou consequência. 
É geralmente manipulada pelo pesquisador na tentativa de assegurar a sua relação com um fenômeno observado ou a ser descoberto, buscando compreensão a respeito da influência que exerce sobre um certo resultado.
Variável dependente: A variável dependente (Y) refere-se aos valores, também, fenômenos e fatores, a serem explicados ou descobertos, que foram influenciados, afetados ou determinados pela variável independente. 
Pode variar, surgir ou desparecer de acordo com a maneira que o pesquisador manipula a variável independente. É considerada o efeito, resultado ou consequência da variável independente (X).
Em um fato, fenômeno, situação ou evento objeto de pesquisa, a variável é considerada o seu antecedente, enquanto a variável dependente o seu consequente. 
As hipóteses são formuladas a partir da identificação da variável independente. Quando se quer justificar sua ação ou interferência partem da variável dependente, que pode ser um problema que se pretendeu estudar, em busca de suas causas (variáveis independentes).
Exemplo na realidade: Como um exemplo na realidade existencial, as manifestações que ocorreram em 2013 por parte dos professores da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro, sendo, assim, considerada como um problema que pode ser estudado, logo uma variável dependente, ao se buscar suas causas (variáveis independentes), imediatamente se poderia obtê-las baseadas em aspectos pontuais do plano de carreira, como salário, carga horário de trabalho, dentre outras.
Veja o vídeo na próxima tela para entender melhor o caso em questão.
Destacando-se as variáveis, ficariam assim:
. Variáveis Independentes (X): salário e carga horário de trabalho.
. Variável Dependente (Y): manifestações dos professores da rede municipal do Rio de Janeiro.   
Clique aqui e conheça mais três variáveis, a variável Interveniente, a variável Moderadora e a variável de Controle.
AULA 3
A ESOLHA E A PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA
Introdução
Depois de refletido o contexto, no qual se insere o tema da pesquisa, e se decidir sobre o aspecto específico que orientará a configuração do objeto do estudo, faz-se necessária a sua delimitação para tornar mais específicas as abordagens pretendidas, orientar os passos da investigação e sustentar a resposta que se pretende obter com a pesquisa. Outra intenção trata-se da análise sobre a relação entre as variáveis que estão se manifestando no objeto do estudo, na estrita condição de sua ocorrência e de forma a justificar as preocupações científicas, como também encaminhar o pensamento em buscade soluções com indagações ou questionamento pertinentes considerando a relação de causalidade entre as variáveis.
Esclarecimento pertinente - Nesta aula, de maneira intencional, alguns conteúdos serão lembrados como norteadores ao entendimento dos assuntos abordados que se constituem os conteúdos específicos da aula. 
Não se trata de repetição solta, mas, faz conexão daqueles já estudados com os que estão sendo estudados agora. Servem para facilitar sua compreensão e orientar as atividades posteriores quando da elaboração do projeto do seu TCC.
Revisando - Já estudamos anteriormente que o tema pode surgir e invariavelmente trata-se de um problema captado no contexto de atuação do pesquisador e que é escolhido por ser identificado como uma prioridade para ser pesquisada. 
Com base nisso e como estudante de Segurança Pública você já deve ter escolhido ou está em processo de decidir qual o seu tema de pesquisa para elaborar o TCC. 
Certamente, você já considerou a possibilidade concreta de buscar correspondência entre o objeto do estudo e as dimensões da originalidade (Relembrando, a originalidade pode ser alcançada por uma abordagem ainda não apresentada ou uma lacuna deixada por algum pesquisador, por uma releitura do problema em que queira empreender uma atualização ou por reestudar um tema em uma realidade diferente da que foi realizada originalmente.), relevância (A relevância pode ser obtida ao se contribuir para a área de Segurança Pública ou para o profissional dessa área no contexto cotidiano da gestão ou da intervenção direta de sua prática.) e viabilidade do seu estudo(E, por último, a viabilidade pode ser contemplada considerando as condições de contatar participantes que efetivamente contribuirão com a qualidade que se espera obter dos dados por eles fornecidos, equipamentos e demais insumos necessários e disponíveis, é também fundamental o tempo adequado para desenvolver a pesquisa com a tranqüilidade que se precisa.).
Se você ainda não realizou, um passo importante é a atenciosa pesquisa bibliográfica visando as atuais contribuições de estudos já publicados sobre o mesmo tema que vai estudar. Isso vai evitar que você venha a pesquisar especificidades já apontadas e abordadas cientificamente. 
Da mesma forma, terá a oportunidade de identificar lacunas que alguns estudos não contemplaram por conta de se configurarem variáveis de controle constatadas por seus respectivos autores.
Realizando a relação entre variáveis - Considerando as variáveis independente, dependente, interveniente, moderadora e de controle, estudadas na aula anterior, agora o seu compromisso é identificá-las e classificá-las levando-se em conta o seu tema de estudo.
- Variável dependente - Se o seu estudo parte de uma situação, um fato ou fenômeno que queira oferecer alternativas de solução, e quer solucionar é a sua variável dependente. É, portanto, o seu problema a ser pesquisado.
- Variável independente - Partindo dessa idéia, vá à busca das causas que podem ter originado esse problema, ou seja, vá identificar as variáveis independentes dessa situação. Sem dúvida, existem fatores que se desdobraram das variáveis independentes, considerados, nesse caso, como conseqüências dessas variáveis e que também vão influenciar o problema (entendido como variável dependente).
- Variáveis intervenientes - Esses fatores configuram-se nas variáveis intervenientes do seu tema (problema). Você também deve considerá-las na análise da relação de causalidade entre as variáveis.
- Variáveis moderadoras - Outras variáveis surgirão justificando a influência da variável independente sobre a variável dependente. Essas são as variáveis moderadoras. Você terá de decidir quais delas incluir na relação entre variáveis, para atribuir o grau de importância da interferência das variáveis independentes sobre a variável dependente.
- Variável de controle - Outra etapa nesse processo é a retirada de variáveis que você vai julgar impertinentes e que no momento não apresenta relação direta com as conclusões as quais espera encontrar, ou, ainda, por diversas razões não será possível dedicar análises de qualidade sobre elas. Essas são as variáveis de controle.
ATENÇÃO: Se o seu estudo não tiver a intenção de resolver alguma coisa, passará invariavelmente pela análise da relação entre variáveis. Qualquer que seja o fenômeno estudado haverá sempre a manifestação de variáveis. 
O que muda de um estudo para outro é a maneira como elas agem e os resultados que produzem.
Assim, depois de realizada a identificação e a classificação das variáveis, o seu compromisso será a formulação do problema de pesquisa do seu TCC. Você já deve saber que não se trata de uma tarefa simples, porém não impossível. 
É preciso clareza e objetividade para evidenciar exatamente aquilo que pretende estudar.
Definição de um problema - Eva Lakatos e Marina Marconi (2003) afirmam que a formulação do problema esclarece o grau de dificuldade específica com o qual o pesquisador vai enfrentar e que pretende resolver por meio da pesquisa.
Novamente, aqui, você vai precisar das informações colhidas na pesquisa bibliográfica, inicialmente para conhecer os problemas que motivaram as investigações e a forma como foram encaminhados para serem pesquisados, como também identificar as variáveis que puderam ser excluídas por serem jugadas variáveis de controle de seus respectivos estudos e, quem sabe, se tornar uma lacuna que poderá ser preenchida por sua pesquisa.
Nessa fase da pesquisa, você também precisa decidir sobre as razões que lhe levaram a pesquisar.
Se foram razões do tipo intelectual ou se as razões foram práticas, ou aplicada.
A pergunta que vai oferecer a ideia do problema de pesquisa de seu TCC vai identificar a natureza de suas razões para pesquisar. A delimitação do tema precisa estar apresentada na formulação do problema. 
Se o problema estiver formulado já contemplando as características de delimitação do tema, mais bem compreendido estará o ideal do pesquisador. Não suscitará entendimento para além do que pretende o pesquisador com seu estudo.
Tipos de problemas - Ilustrando ainda mais, essas autoras recorrem a Pardinas (1977) para apresentar 4 tipos de problemas:
- Problema de estudo acadêmico: estudo descritivo, de caráter informativo, explicativo ou preditivo;
- Problema de informação: coleta de dados a respeito de estruturas e condutas observáveis, considerando uma área de fenômenos;
- Problemas de ação: campos de ação nos quais determinados conhecimentos sejam aplicados com êxito.
- Investigação pura e aplicada: estuda um problema relativo ao conhecimento científico ou a sua aplicabilidade.
ATENÇÃO: Uma das recomendações já estudadas, na aula anterior, dava conta de elementos que na definição do tema não se pode dispensar. Trata-se da sua delimitação.
Problema de pesquisa: Uma vez escolhido o tema e já devidamente delimitado, parte-se para a configuração do tema em problema de pesquisa. Para Amado Cervo, Pedro Bervian e Roberto da Silva (2007) o problema de pesquisa é uma questão que trata intrinsicamente de uma dificuldade teórica ou prática, que o pesquisador busca encontrar uma solução.
Os parágrafos seguintes estão baseados nos argumentos e nas afirmações de Amado Cervo, Pedro Bervian e Roberto da Silva (2007) retiradas dessa obra consultada:
Entendo-a como a fase inicial da pesquisa, a formulação do problema, pode ser caracterizada na forma de formulação de perguntas. Enquanto o tema transitar na esfera dos discursos, ainda não oferecerá a noção de que se trata de uma intenção de pesquisa ou que se tenha iniciado o processo de investigação.
A transformação do tema em problema de pesquisa passa pelo processo de ser formulado por meio de uma pergunta elaborada com a imaginação do pesquisador e com as conexões pertinentes que pode fazer. 
O seu esforço de reflexão, curiosidade e também genialidade favorecerão esse processo. Com isso vai descobrir os problemas que o tema pode sugerir, da mesma forma que vai identificar asdificuldades que ele vai suscitar.
Elaborar perguntas ou formular proposições hipotéticas podem ser entendidas como uma forma de abrir um portal específico por meio do qual o pesquisador pode penetrar na dimensão do conhecimento científico.     
Recomenda-se sua redação de forma interrogativa com clareza, precisão e objetividade a dar a exata noção de como a solução viável poderá ser obtida por intermédio da pesquisa.   
O problema destacado vai expressar uma relação entre as variáveis que nele se manifestam e sua elaboração clara será fruto da revisão da literatura e da reflexão do pesquisador. 
A partir de observações diretas sobre um objeto, fato ou fenômeno ou mesmo um conjunto deles, será possível indagar se seu comportamento contempla um mesmo padrão ou se pode variar determinando resultados diferentes, ou ainda se consegue explicar seus processos.
Assim, tais indagações precisam ser formuladas com o propósito de possibilitar respostas utilizando-se a pesquisa.
Vantagens da formulação - Não se recomenda o avanço para a coleta dos dados a partir da definição do tema de pesquisa. A formulação do problema oferece importantes vantagens:
. Fornece delimitação com exatidão do tipo de resposta que se está buscando na pesquisa;
. Conduz o investigador a uma reflexão proveitosa a respeito do seu assunto;
. Orienta roteiros desde o início do levantamento bibliográfico até a coleta dos dados da pesquisa;
. Especifica com exatidão os apontamentos que serão utilizados e que respondam às perguntas formuladas (Salvador, 1970).
Para uma formulação apropriada de um problema, espera-se que o pesquisador demonstre conhecimento prévio sobre o tema e uma imaginação criadora a contribuir, dessa forma, com o progresso da ciência.
Os passos que serão percorridos até o encerramento da pesquisa vão depender da formulação do problema, que se espera tenha sido capaz de revelar interesse científico.
Já na formulação do problema é possível que o pesquisador não consiga obter uma solução sobre o problema por ele levantado porque não são encontradas soluções imediatas para os problemas. 
Dessa forma, cabe-lhe o reconhecimento de ter inaugurado o caminho da busca por respostas científicas.
Há entendimento de que outros pesquisadores seguirão pelo mesmo terreno emaranhado do conhecimento científico. A partir de Einstein, tem-se a crença de que é mais relevante para o desenvolvimento da ciência saber formular problemas de que buscar soluções.
Encerrando, esses autores afirmam que tendo o problema formulado, as fases posteriores, seguindo as etapas da pesquisa, precisam ser planejadas para oferecer a convicção de sua viabilidade por intermédio das técnicas disponíveis.
Faz-se necessário elaborar um plano provisório do assunto que servirá de guia, mesmo que venha a adaptar-se, depois, às exigências das fases da pesquisa, sofrendo as modificações ou as transformações em decorrência dos resultados parciais ou definitivos.
AULA 4
ELABORAÇÃO DOS OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
Introdução
O pesquisador precisa imaginar o resultado do estudo com base na resposta da sua questão norteadora, que recebe a denominação de “problema de pesquisa”. A partir dessa prospecção, ele deve dividir o processo da investigação em fases e, para cada uma delas, descrever um procedimento que será realizado durante a pesquisa. Deve também descrever a importância, necessidade e oportunidade de se pesquisar o tema. É sobre esse assunto que falaremos nesta aula. Bons estudos!
Desdobrando o problema de pesquisa - O pesquisador elabora o problema de pesquisa do seu estudo; esse problema, apresentado em forma de pergunta, é o elemento norteador de todo o estudo. Isso porque o processo de pesquisa tem a incumbência de responder ou solucionar o problema de pesquisa.
A partir da definição do tema objeto do estudo, o pesquisador também tem de se dedicar à identificação e classificação técnica das variáveis que se manifestam no fato, fenômeno ou situação, que configura o problema da pesquisa.
Essas variáveis possibilitam a elaboração precisa do objeto do estudo, configurado como o problema de pesquisa. 
Também orientam a elaboração de outros componentes do processo da pesquisa e demais desdobramentos pertinentes ao estudo. Você já deve admitir o papel fundamental das variáveis para uma pesquisa.
Variáveis do problema - Mesmo com o problema já formulado como pergunta, dele se desdobram variáveis. Ou melhor, dele se conseguem formular outras perguntas que lhe complementam e dão sentido às outras etapas que precisam ser desenvolvidas para mais bem explorar e dar conta das especificidades que o constituem.
PROBLEMA - O problema certamente é respondido ou resolvido pelo estudo, mas não se consegue isso apenas por uma ação ou procedimento de pesquisa. 
O problema se constitui de partes que precisam ser investigadas de acordo com as especificidades que lhes são peculiares.
Dessa forma, são sugeridos procedimentos diferentes, instrumentos exclusivos para a apuração de dados, contatos com respondentes diversos ou material de estudo variado, bem como informações complexas, que podem exigir criatividade para as inovações necessárias.
O estudo específico dessas partes demandam atividades separadas. Como se fossem vários pequenos estudos realizados na mesma pesquisa.
Para que esses estudos tenham foco e para que o pesquisador possa direcionar seus esforços e atenção em busca de sua consecução, faz-se necessário a descrição detalhada ou explícita dessas intenções complementares.
A essa descrição denomina-se objetivo e, no conjunto, têm-se os objetivos do estudo.
A elaboração dos objetivos de pesquisa – Os objetivos do estudo, como já se sabe até aqui, são caracterizados pela descrição de intenções que se desdobram do problema de pesquisa e que precisam ser contempladas pelo estudo para respondê-lo e, assim, dar finalidade à pesquisa
Toda e qualquer ação, comportamento ou procedimento ou procedimento só é possível ser descrita por um verbo no infinitivo.
Logo, os objetivos do estudo serão formulados da mesma forma: com um verbo no infinitivo. Por exemplo: investigar, entender, resumir, propor.
Pode parecer exigência demasiada o uso do verbo de acordo com o seu significado na elaboração do objetivo de pesquisa.
Porém, se assim não for feito, como entender a intenção do pesquisador se a ação descrita por ele não fornece a noção imediata do que pretende ou pretendeu realizar? Ou ainda, se o que ele vai realizar está descrito de forma diferente do que realmente deseja?
Não é difícil se deparar com objetivos elaborados com verbos cujo significados não condizem com a real intenção que o pesquisador pretendeu descrever.
Isso compromete negativamente o estudo, pela falta de qualidade do texto, e acaba por também desqualificar o pesquisador, pelo provável desconhecimento do idioma empregado na redação do seu trabalho. Dessa forma, interfere no valor da pesquisa.
Estudo analítico - Você deve saber que o verbo “analisar” significa estudar as partes de um todo decomposto. Assim, toda vez que um pesquisador separar um fato ou fenômeno em fases, para investigá-los, o estudo de cada uma dessas fases caracteriza uma análise.
1ª Fase, 2ª Fase, 3ª Fase, 4ª Fase, 5ª Fase
Ou seja, um estudo analítico significa que o pesquisador estudou o fato ou fenômeno por suas partes decompostas.
Agora vamos pensar juntos. Se um objetivo está formulado da seguinte maneira: Analisar até que ponto as políticas de segurança pública também contemplam as necessidades de seus agentes executores.
O que se pode imediatamente entender sobre as pretensões do pesquisador? Vejamos:
- Analisar – O verbo nos dá a noção de que o pesquisador vai decompor as políticas de segurança pública em algumas partes para estudá-las e relacioná-las com as necessidades dos seus operadores;
- Até que ponto - A expressão fornece o entendimento de extensão. Ou seja, a política de segurança pública contempla mais, menos, igualmente ou não contempla as necessidades de seus agentesexecutores.
Concluímos que é possível entender a intenção do pesquisador: dividir as políticas de segurança pública em partes.
Estudo analítico: Dessa forma, ele pretende saber se contempla as necessidades de seus executores ou que as necessidades de seus agentes podem ser mais ou menos contempladas.
As necessidades podem ainda não ser contempladas pela divisão das políticas de segurança pública em tópicos para serem, então, estudadas.
A explicação ficou confusa? Claro que sim! Ainda é possível tornar essa interpretação muito mais confusa, mas não é esse o propósito.
Este exemplo foi para você perceber a importância do emprego do verbo de acordo com seu significado na elaboração do objetivo de pesquisa. Vamos corrigir isso?
Se o pesquisador quisesse estudar, por partes, as políticas de segurança pública, para evidenciar o grau em que é considerada a necessidade de seus agentes na sua execução, usando dessa forma o verbo “analisar”, poderia ter elaborado o objetivo da seguinte maneira:
 “Analisar as políticas de segurança pública com vistas no nível em que, efetivamente, contemplam as necessidades de seus agentes executores”.
A importância do verbo correto – Se o mesmo pesquisador do nosso exemplo anterior pretendesse mostrar até que ponto as políticas contemplam as necessidades de seus agentes, não usaria o verbo “analisar”, que dá a idéia de um estudo por parte.
Ele usaria o verbo “investigar” ou “verificar”, que dá idéia de estudar, descobrir, conhecer.
Então, o objetivo ficaria assim elaborado:
“investigar até que ponto as políticas de segurança pública também contemplam as necessidade de seus agentes executores”.
Bom, agora você já sabe por que é importante se assegurar da necessidade de considerar o significado do verbo quando for elaborado os objetivos de pesquisa: isso fortalece a credibilidade da pesquisa.
Também não interfere no respeito que todo pesquisador deva merecer por seu esforço investigativo e preocupação com a realidade existencial.
Os objetivos de pesquisa: Você deve se lembrar que as variáveis são consideradas importantes para a formulação do problema de pesquisa e os demais componentes do estudo e, dentre eles, seus objetivos. Uma vez elaborados, os objetivos se transformam no foco do pesquisador.
- Problema de pesquisa
- Variável 1
- Variável 2
- Variável 3
- Objetivos - A partir de então, todo o seu esforço será direcionado ao alcance dos objetivos da pesquisa. Pra você ter idéia da importância dos objetivos, dependendo do estudo, grande parte do texto das conclusões é elaborada em função do alcance dos objetivos pela pesquisa realizada.
Marconi e Lakatos (2003) afirmam que toda investigação precisa ter um objetivo definido, para deixar claro o que se vai procurar e o que se almeja alcançar.
Citando Ander-Egg (1978), essas autoras dizem que a pesquisa deve partir de um objetivo bem definido e limitado, para dar conta de estudos formulativos, descritivos ou de verificação de hipóteses.
Para elas, o objetivo favorece a explicitação do problema de pesquisa e, com isso, aumenta os conhecimentos sobre determinado assunto.
Confirmando isso, citam AcKoff (1975), que teria afirmado que o objetivo da ciência não é apenas fomentar o conhecimento, mas também aumentar as possibilidades de continuar aumentando-o.
Ainda segundo as autoras, para Cervo (1978), os objetivos esclarecem a natureza do trabalho, o tipo de problema a ser escolhido e os dados que se pretende coletar. Os objetivos podem ser intrínsecos ou extrínsecos, teóricos ou práticos, gerais ou específicos, em curto ou longo prazo.
Especificidade dos objetivos: Com relação à especificidade dos objetivos, Marconi e Lakatos descrevem o objetivo geral como sendo aquele que está ligado a uma visão mais abrangente do tema. Vincula-se diretamente com os conteúdos intrínsecos relacionados aos fenômenos e eventos, bem como às idéias que são objeto do estudo. O objetivo geral está relacionado à própria significação da resposta ou solução sendo proposta pela pesquisa.
Objetivos específicos: Quanto aos objetivos específicos, apresentam caráter mais concreto. 
Esses objetivos possuem finalidade intermediária e instrumental, favorecendo o atingimento do objetivo geral, sendo também aplicável às situações particulares. Vamos voltar ao objetivo do exemplo anterior sobre o significado do verbo? 
Esse objetivo é considerado geral, e dele se desdobram os objetivos específicos.
Objetivo geral: analisar as políticas de segurança pública com vistas no nível em que, efetivamente, contemplam as necessidades de seus agentes executores.
Objetivos específicos: Evidenciar, no âmbito da operacionalização da políticas de segurança pública, variáveis que podem ser interpretadas como necessidades de apoio para salvaguardar as condições físicas e legais dos agentes executores dessas políticas;
Identificar, nas dimensões estratégicas e operacionais das políticas de segurança pública, medidas pontuais que caracterizam as necessidades de seus agentes executores;
Avaliar o grau de preocupação quanto a essas necessidades.
A justificativa do estudo - Complementando os conteúdos desta aula, como uma preocupação válida a ser descrita pelo pesquisador está a justificativa de seu estudo.
Confirmando as informações resumidas na introdução da aula, Marconi e Lakatos (2003) afirmam que a justificativa é o único componente da pesquisa que responde à pergunta “por que o estudo está sendo proposto?”.
As autoras julgam a justificativa muito relevante, por apresentar um texto que contribui mais diretamente para a aceitação da pesquisa por parte de quem a exigiu ou vai financiá-la.
 
Elas defendem que a justificativa é uma forma de exposição sucinta e completa dos motivos de natureza teórica e das razões da dimensão prática que investem de importância a realização da pesquisa.
Para elas, uma justificativa precisa focalizar:
. A fase de desenvolvimento em que se encontra a teoria pertinente ao assunto a ser pesquisado;
. As reais contribuições teóricas que a pesquisa pode oferecer com relação a; 
Confirmação geral;
Confirmação social específica no ambiente em que se situa a pesquisa;
Especificação para situações particulares;
Clarificação da teoria;
Desvelamentos de pontos obscuros;
. A relevância do assunto do ponto de vista geral;
. A relevância do assunto quanto aos casos particulares em questão;
. A possibilidade de oferecer alterações na dimensão a qual o assuntos se insere;
. A descoberta de soluções de casos gerais ou particulares.
Diferença entre justificativa e revisão bibliográfica - Ainda segundo Marconi e Lakatos, a justificativa diferencia-se da revisão bibliográfica por não haver necessidade de fazer citações de outros autores. Também se diferencia da teoria que serviu de base para a pesquisa, porque contribui como elemento de associação entre o concreto da pesquisa e o conhecimento teórico da ciência no qual está inserido. Para essas autoras, quando se trata de produzir análises de razões de ordem teórica ou referenciar à fase de desenvolvimento da teoria, não se intenta explicitar o referencial teórico que se pretende empregar. Somente se busca ressaltar a importância da pesquisa no campo da teoria. Dessa forma, são adicionados ao conhecimento científico do pesquisador boa parte de criatividade e capacidade de convencimento para a elaboração da justificativa do estudo. Concluindo, a justificativa do estudo refere-se à importância, necessidade e oportunidade de se pesquisar o tema selecionado para o estudo. Trata-se de um retorno crítico sobre as razões que levaram a escolha pelo tema da pesquisa.
AULA 5
A METODOLOGIA DO ESTUDO
Introdução
Nesta aula, vamos abordar a metodologia do estudo. Essa metodologia consiste nos procedimentos que resultarão na obtenção dos dados da pesquisa, por meio da aplicação de instrumentos de coleta de informações, do levantamento estatístico ou bibliográfico, da análise documental ou pesquisa virtual, dentre tantos outros. Bons estudos!
O problema depesquisa já foi formulado por meio de uma pergunta que se reveste de norte para a investigação.
Dele, desdobram-se os objetivos que passam, contemplando as variáveis detectadas e classificadas, em focos diversificados do estudo, e também a justificativa já explicitou os motivos da investigação e as contribuições esperadas.
Outros componentes que configuram a introdução da proposta da pesquisa devem ser elaborados para completar a intenção da pesquisa e orientar as ações que serão realizadas nesse processo.
Se o estudo merece o estabelecimento de fronteiras para receber melhor orientação, deverá elaborar o componente denominado “Delimitação do estudo”.
A delimitação da pesquisa, como o próprio título sugere, de acordo com Marconi e Lakatos (2003), tem a finalidade de estabelecer os limites para a investigação.
Delimitação do estudo – Essas limitações podem ser classificadas quanto:
- Ao assunto: Selecionando um tópico, para evitar que se torne muito extenso ou muito complexo;
- À extensão: Considerando que nem todo estudo terá condições de abranger toda a dimensão na qual o fato objeto do estudo acontece ou se manifesta;
- A uma série de fatores: Como os meios humanos, econômicos e de exigüidade de prazo – que podem restringir seu campo de ação.
Para essas autoras nem sempre há necessidade de delimitação, tendo em vista que o próprio assunto e seus objetivos já determinam os limites. 
Níveis de limitações - Mesmo assim, essas autoras recorrem a Ander-Egg (1978) para apresentar três níveis de limitações:
Mesmo assim, essas autoras recorrem a Ander-Egg (1978) para apresentar três níveis de limitações: 
1 - Ao objeto - Tem relação com a escolha de maior ou menor número de variáveis que se manifestam no fato a ser investigado. Uma vez definido o problema de pesquisa e seus objetivos, isso pode condicionar o nível de precisão e especialização do objeto do estudo; 
2 - Ao campo da investigação – Refere-se a dois aspectos: 
(a) Limite no tempo, quando o fato deve ser estudado em determinado momento;
(b) Limite no espaço, quando deve ser analisado em certo lugar. Isso está relacionado ao quadro histórico e geográfico nos quais se localiza o assunto;
 3 - No nível de investigação – Neste nível, consideram-se três estágios: exploratório, de investigação e de comprovação de hipóteses. Cada um desses estágios vai exigir rigor e refinamento metodológico.
Uso de amostragem – Essas mesmas autoras acrescentam que, depois da seleção do assunto, o pesquisador pode optar pelo estudo de toda a população da pesquisa ou apenas de uma amostra. Sendo amostra a sua opção, ela tem de ser significativa e possuir representatividade.
Elas acrescentam ainda que nem sempre é possível pesquisar todos os sujeitos de um universo de pesquisa ou grupos eleitos para serem estudados. Isso tem relação direta co m escassez de recurso ou limitação do tempo.
Em qualquer dessas situações, é conveniente o uso de amostragem, que possibilita a obtenção da noção sobre o total, por intermédio do estudo de uma de suas partes, que deverá ser relacionada por técnicas científicas de amostragem.
“A amostragem terá valor se for suficientemente representativa ou significativa e se contiver os traços característicos numa proporção relativa ao total da população do estudo”. (Marconi; Lakatos, 2003).
As hipóteses ou questões a investigar - Desdobrando-se, inicialmente, do problema de pesquisa, das variáveis e dos objetivos do estudo formulados, o pesquisador pode obter, por suspeição intuitiva, por evidências empíricas, fatuais ou teóricas, determinadas respostas ou soluções de seu problema de pesquisa., a isso chama-se hipótese.
Segundo Marconi e Lakatos (2003), hipótese consiste em:
. Uma proposição que surge da tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema;
. Uma suposição que antecede a constatação dos fatos e se caracteriza por uma formulação provisória, que precisa ser testada para determinar sua validade.
Verificação empírica - Para Marconi e Lakatos, confirmada ou não, de acordo ou inversa ao senso comum, a hipótese invariavelmente será submetida à verificação empírica (testagem). 
É sua finalidade, em qualquer estudo que opte por se desenvolver com base em hipóteses:
. Fornecer explicações para determinados fatos;
. Simultaneamente, orientar a busca de outras informações.
Quanto mais clareza na definição dos termos da hipótese, maior será a condição de sua importância para a realização da pesquisa.
. Não há regras para a formulação de hipóteses de estudos científicos;
. É necessário que as hipóteses possuam embasamento teórico;
. Que seja formulada de maneira a servir de guia para a investigação;
. Os resultados do estudo poderão comprovar ou rejeitar as hipóteses;
. Caso sejam reformuladas durante o estudo, será submetida a outros testes para sua confirmação.
As autoras, citando Goode e Hatt (1969), informam que na formulação de hipóteses úteis há três dificuldades principais:
. Ausência ou desconhecimento de um quadro de referência teórico claro;
. Falta de habilidade para utilizar logicamente esse esquema teórico;
. Desconhecimento de técnicas de pesquisa existentes para se capaz de expressar adequadamente a hipótese.
 
Para essas autoras:
. No início de qualquer estudo, as hipóteses devem ser formuladas.
 
. Nas pesquisas exploratórias ou descritivas, pode-se dispensar sua explicitação formal.
. A utilização de uma hipótese é necessária para que a pesquisa apresente resultados úteis, para assim atingir níveis de interpretação mais altos.
Questões a investigar – Você poderia, agora, perguntar: 
Se as hipóteses são soluções ou respostas antecipadas dos problemas de pesquisa, e o pesquisador não tiver condições efetivas de formulá-las, como se vai orientar sua investigação?
Bom, se não consegue encontrar uma resposta ou solução plausível, sustentada, ele formula perguntas.
Nessa situação, caso não exista a possibilidade científica de o pesquisador lançar mão de hipóteses no seu estudo, ele se orientará por “questões a investigar”.
As questões a investigar são desdobramentos das mesmas fontes que orientam as hipóteses: o problema da pesquisa, as variáveis e os objetivos do estudo.
No lugar de ir em busca da confirmação da hipótese de seu estudo, o pesquisador vai ao encontro de respostas para suas questões.
Os resultados do seu estudo serão respostas às questões formuladas, em vez das hipóteses comprovadas.
Os métodos de pesquisa – Diante do problema de pesquisa elaborado, objetivos do estudo e hipóteses formuladas ou questões a investigar também elaboradas, o pesquisador precisa decidir como vai desenvolver sua investigação.
Dentre os métodos de pesquisa disponíveis, quais poderão conduzir os procedimentos para a obtenção mais adequada dos dados necessários?
Marconi e Lakatos (2003) afirmam que os métodos e técnicas a serem empregadas na pesquisa podem ser selecionados desde a formulação do problema de pesquisa, da proposição das hipóteses e da delimitação do universo ou da amostra.
Também informam que a seleção dos instrumentos metodológicos está diretamente atrelada ao problema a ser estudado.
A escolha dependerá de fatores relacionados com a pesquisa, com a natureza dos fenômenos, o objeto da pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e outros componentes que surgirem no campo da investigação.
Escolhendo o método e técnica - Os métodos e as técnicas vão adequar-se ao problema a ser estudado, às hipóteses que se pretenda confirmar e ao tipo de respondentes com os quais se pretende obter as informações necessárias.
Esclarecem que nas pesquisas nunca se utiliza somente um método ou uma técnica, e nem sempre aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessários ou apropriados pra certos casos.
Quase sempre há uma combinação de dois ou mais deles, usados concomitantemente.
“A especificação da metodologia da pesquisa é a que abrange maior número de itens ao mesmo tempo, e que pretende responder às questões como?, com quê?,onde?, quanto?, ao se referir aos métodos de abordagem e de procedimento” (Marconi; Lakatos, 2003).
Quanto ao “método de abordagem”, essas autoras afirmam que especialistas fazem distinção entre método e métodos.
Isso porque se encontram em níveis claramente diferentes, no que se refere à sua inspiração filosófica, ao seu grau de abstração, à sua finalidade explicativa, à sua ação nas fases concretas da pesquisa e ao momento em que se situam.
Prosseguem dizendo que, partindo do pressuposto dessa distinção, o método se caracteriza por uma abordagem mais abrangente, no nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade.
O denominado método de abordagem engloba o indutivo, o dedutivo e o hipotético-dedutivo.
Método indutivo - Simplificando um pouco, segundo essas autoras, tem-se que o método indutivo trata-se de: Raciocínio por meio do qual parte-se do estudo de uma realidade menor de uma determinada população ou universo para concluir sobre todo o universo ou população. Estuda-se uma amostra de determinada população para se concluir sobre toda a população. O raciocínio parte do particular para o geral. O objetivo dos argumentos é conduzir as conclusões com conteúdos mais amplos do que o das premissas nas quais se basearam. Em resumo, utiliza três elementos fundamentais: a observação dos fenômenos, a descoberta da relação entre eles e a generalização da relação. 
Método dedutivo - O método dedutivo: É o contrário do indutivo, em que, antes de se afirmar sobre um dado particular, baseia-se na realidade maior da qual esse dado é parte constituinte. Raciocínio que parte do conhecimento sobre o geral para concluir o particular. Por exemplo: ao investigar sobre o aumento do número de ocorrências de um ilícito em uma certa região, há necessidade de se analisar o contexto maior e já conhecido das práticas criminosas dessa mesma região, para se compreender certas especificidades da prática desse ilícito. 
Método hipotético-dedutivo - O método hipotético-dedutivo: Parte de um problema que se manifesta na realidade existencial e que se pretende analisar ou resolver. Considera-se o conhecimento mais geral e já consistente da realidade da qual esse problema é parte. Formulam-se hipóteses fundamentais, soluções ou respostas sobre esse problema. 3 Submetem-se essas hipóteses ao falseamento ou testagem, buscando-se sua confirmação (processo de testagem das hipóteses). Os estudos que têm foco na confirmação (testagem) de hipóteses formuladas com base empírica, fatual ou teórica utilizam-se do raciocínio hipotético-dedutivo. Com relação aos “métodos de procedimento”, Marconi e Lakatos (2003) informam que constituem passos mais concretos da pesquisa, cujo propósito é mais restrito em termos de explicação geral dos fatos menos abstratos. Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fato e estão limitadas a um domínio particular. Os principais métodos de procedimento das Ciências Sociais, que merecem estudos mais específicos, são: histórico, comparativo, monográfico ou estudo de caso, estatístico, tipológico, funcionalista e estruturalista.
Descrição metodológica - Na dimensão da metodologia do estudo, deve-se eleger a metodologia de pesquisa que conduza adequadamente os esforços do pesquisador.
Questões como tempo, recursos, viabilidade, objetividade e precisão na obtenção dos dados fundamentam a resposta do seu problema de pesquisa e alcance dos objetivos propostos.
Tipos de pesquisa ou metodologias – Cabendo estudos mais específicos, o pesquisador, de acordo com a natureza de sua investigação, pode decidir pelos seguintes tipos de pesquisa ou metodologias:
 Levantamento ou estudo descritivo;
 Pesquisa bibliográfica, histórica, documental, experimental, etnográfica, fenomenológica, participante;
 Ação;
 Estudo de caso;
 Revisão sistemática;
 Metanálise.
Participantes do estudo – Na metodologia do estudo, o pesquisador descreve, de maneira bastante detalhada, componentes que fornecem a noção do “como”, “com quem”, “com o quê”, “quando”, “onde” o seu estudo vai se desenvolver. Desdobrando-se essas indagações, o pesquisador vai explicitar sobre os participantes do estudo:
 São os respondentes de sua pesquisa;
 Receberão especificação sobre quem são, de onde são, quantos são;
 De que maneira serão/ foram acessados;
 Se forem uma porção da população, deve ser indicada a técnica de amostragem utilizada para uma definição.
Instrumentação:
 Discriminar o tipo de instrumento de coleta de dados que será utilizado no estudo: observação, entrevistas ou questionários;
 Especificar quais participantes serão submetidos a cada instrumento de coleta de dados;
 Divulgar qual o propósito esperado de cada um desses instrumentos na sua aplicação.
Coleta e tratamento dos dados:
 Informar o local e as condições de tempo e espaço de como os instrumentos de coleta dos dados foram/ serão aplicados;
 Especificar a maneira como os respondentes foram orientados para se submeterem aos instrumentos de coleta de dados;
 Descrever o tipo de tratamento a ser empregado aos dados coletados.
Quantitativo, por meio de cálculos estatísticos, tabulação, categorização, testes de hipóteses, correlação;
Qualitativo, por intermédio de análises de conteúdo ou discurso com base nas entrevistas realizadas ou textos examinados, observação participante ou sistemática;
Triangulação das informações obtidas.
AULA 6
A FUNDAMENTAÇÃO DO ESTUDO
Introdução
Uma das exigências sobre qualquer estudo que a ele se queira instituir validade científica, refere-se à fundamentação que deve receber para situá-lo na área do conhecimento a qual pertence. Todo campo da ciência produz conhecimento incessantemente sempre em busca de respostas para as novas inquisições e para resolver problemas que vão surgindo a cada momento. Um objeto de estudo não surge “do nada”. Nenhuma coisa existe isoladamente ou por interferência dela mesma. A intenção é evidenciar como um problema de pesquisa possui amarrações científicas. Isso é, contém raízes em outros conhecimentos que podem dimensioná-lo e lhe estabelecer o nível de aprofundamento e relação com as realidades teórica, empírica e fatual. Logo, um problema de pesquisa para ser adequadamente considerado um elemento a sofrer uma investigação científica, precisa antes ser concebido como um objeto que, com seus resultados, possa responder as perguntas que vão acrescentar conhecimento ao contexto científico e a dar soluções para as mais diversas e relevantes situações incógnitas da realidade existencial.
Preparando-se para a fundamentação - O termo levantamento dos dados remete imediatamente a interpretação de se tratar do processo de coleta de informações que tem por finalidade responder o problema de pesquisa, atingir os objetivos do estudo e também contribuir com a comprovação da hipótese formulada para a investigação.
Mas como fundamentar um estudo com base teórica, ou validar um problema de pesquisa por meio da literatura consagrada, ou, ainda, obter dados que justifiquem as intenções de uma pesquisa científica sem um levantamento de dados?
Ou seja, para a fundamentação do estudo é também necessário um levantamento para a obtenção de achados de outras pesquisas, informações contidas em relatórios diversos, conhecer as publicações sobre as pesquisas realizadas no campo do conhecimento do objeto do estudo.
Novamente, você vai perceber que os conteúdos relacionados ao estudo científico mantêm uma articulação que é necessária por conta do que se pode denominar “coerência interna” entre os elementos que caracterizam
o problema de pesquisa.
A definição de termos e conceitos
- Outra preocupação imposta ao pesquisador, que complementa a tarefa de fundamentar o seu estudo é a definição dos termos e conceitos utilizados na elaboração desse texto de sustentação do problema de pesquisa.  
De acordo com Marina Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) a finalidade da definição dos termos é a de, sobre eles, oferecer:
Clareza, compreensão, objetividade e adequação

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