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Apostila TRIBUTÁRIO

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OAB SEGUNDA FASE 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
1 
SUMÁRIO 
 
1. CONCEITO DE TRIBUTO .................................................................................................... 03 
 
2. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ............................................................................................ 04 
 
2.1. Características da Competência Tributária.................................................................. 04 
2.2. Exercício da Competência Tributária ............................................................................ 08 
2.3 Limites ao Exercício da Competência ........................................................................... 09 
 
3. PRINCÍPIOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO ............................................................................ 09 
3.1 . Princípio da Legalidade ........................................................................................ 09 
3.2. Princípio da Isonomia ........................................................................................... 11 
3.3. Princípio da Irretroatividade ................................................................................. 11 
3.4. Princípio da Anterioridade .................................................................................... 12 
3.5. Princípio do não-confisco .................................................................................... 13 
3.6. Princípio da Liberdade de Tráfego ....................................................................... 14 
3.7. Princípio da uniformidade Geográfica .................................................................. 14 
3.8. Princípio da Capacidade Contributiva ................................................................... 15 
3.9. Princípio da Proibição das Isenções Heterônomas .............................................. 15 
 
4. IMUNIDADES ..................................................................................................................... 16 
 
4.1 Imunidades Genéricas ..................................................................................................... 16 
4.1.1 Imunidades Recíprocas ............................................................................................. 17 
4.1.2 Imunidades dos Templos de Qualquer Culto .............................................................. 18 
4.1.3 Imunidade Subjetiva (art. 150, vi, “c” CF) .................................................................... 18 
4.1.4 Imunidade Objetiva (art. 150, vi, “d” CF) ..................................................................... 19 
 
5. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................... 20 
 
6. INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
................................................................................................................................................. 22 
 
7. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ................................................................................................. 23 
 
8. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA .................................................................................. 25 
 
8.1. Responsável por Substituição .......................................................................................... 25 
8.2. Substituição para trás ....................................................................................................... 26 
8.3. Substituição para Frente .................................................................................................. 26 
8.4. Responsabilidade Por Sucessão ...................................................................................... 27 
8.5. Responsabilidade do Art. 131 CTN ................................................................................... 29 
8.6. Responsabilidade do Art. 132 do CTN ............................................................................ 30 
8.7. Responsabilidade do Art. 133 do CTN ............................................................................ 31 
8.8. Responsabilidade de Terceiros ...................................................................................... 33 
8.8.1. Responsabilidade do Art. 134 do CTN ......................................................................... 33 
8.8.2. Responsabilidade do Art. 135 do CTN ........................................................................ 35 
8.9. Responsabilidade Por Infrações – Art. 136 e 137 CTN ..................................................... 35 
8.10. Denúncia Espontânea – Art. 138 CTN ............................................................................ 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB SEGUNDA FASE 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
2 
 
9. CRÉDITO TRIBUTÁRIO ....................................................................................................... 38 
9.1. Lançamento de Ofício ........................................................................................................ 39 
9.2. Lançamento por declaração .............................................................................................. 39 
9.3. Lançamento por homologação .......................................................................................... 39 
9.4. Retificação e revisão de lançamento ................................................................................. 40 
9.5. Prazo para Constituir o Crédito Tributário ........................................................................ 41 
 
 
10. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – ART. 151 DO CTN 
................................................................................................................................................ 43 
 
11. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – ART. 156 DO CTN ......................................... 46 
 
12. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO – ART. 175 DO CTN ................................. 50 
 
13 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS ................................................................................................ 54 
 
13.1 Empréstimo Compulsório .......................................................................................... 54 
13.2. Contribuição de Melhoria ........................................................................................... 55 
13.3 Taxas ......................................................................................................................... 55 
13.4. Contribuições ............................................................................................................. 57 
13.4.1 Contribuições Sociais – art. 149 e art. 195 da CF ...................................................... 57 
13.4.2 Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDEs) .................................. 59 
13.4.3 Contribuições de interesse de categoria profissional ou econômica ......................... 59 
13.5 Contribuições para Custeio do Serviço da Iluminação Pública (COSIP) 
.................................................................................................................................. 59 
 
14. IMPOSTOS MUNICIPAIS .................................................................................................. 60 
 
14.1. Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana- IPTU .................................... 60 
14.2 Imposto sobre Transmissão inter vivos de Bens Imóveis e direitos a eles relativos – ITBI 
................................................................................................................................................... 61 
14.3 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS .................................................. 63 
 
15. IMPOSTOS ESTADUAIS ................................................................................................... 64 
 
15.1 Imposto sobre Operações relativasà Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – 
ICMS................................................................................................................................. 64 
15.2 Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA .................................. 68 
15.3 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos – ITCMD 
...................................................................................................................................... 69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
 
 
 
 
16. IMPOSTOS FEDERAIS 
........................................................................................................................................................................... 
69 
 
16.1 Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros – II, Imposto sobre Exportação de Produtos 
Nacionais – IE , Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros – IOF 
.............................................................................................................................................. 69 
16.2 Imposto sobre Produtos Industrializados- IPI .............................................................. 69 
16.3 Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR ..................................... 70 
16.4 Imposto sobre Propriedade Territorial Rural – ITR ....................................................... 73 
16.5 Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF ...................................................................... 73 
16.6 Imposto Extraordinário Guerra (IEG) ........................................................................... 74 
16.7. Imposto Residual ...................................................................................................... 74 
 
 
 
 
 
1. CONCEITO DE TRIBUTO 
 
Tributo: Art. 3º CTN - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela 
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada. 
Tributo NÃO constitui sanção de ato ilícito: Ninguém paga o tributo por ter desrespeitado uma lei, 
tributo não é castigo. Ao contrário paga-se o tributo por incorrer em uma situação prevista em lei 
como hipótese de incidência tributária, ou seja, o legislador elegeu uma situação que uma vez 
praticada pelo sujeito, no mundo concreto, estará sujeita à incidência da norma tributária e por essa 
razão irá nascer a obrigação de pagar um tributo. 
Por exemplo: A Lei prevê que a hipótese de incidência tributária do Imposto sobre Renda ou proventos 
de qualquer natureza - IR é “auferir renda”, o sujeito terá que pagar IR quando auferir renda, porque 
praticou o fato previsto em lei. 
As hipóteses de incidência da norma tributária são sempre constituídas por fatos lícitos, que uma vez 
ocorridos no mundo jurídico nasce a obrigação de pagar o tributo. 
Contudo, verifica-se que embora a hipótese de incidência tributária não possa ser algo ilícito, os frutos 
de uma atividade ilícita podem ser objeto de tributação. 
Veja no caso do Imposto sobre rendas ou proventos de qualquer natureza – IR, a hipótese de 
incidência, também chamada pelo legislador de “fato gerador” é “auferir renda”, assim o sujeito que 
auferir renda terá a obrigação de pagar IR, e não importa para fins de tributação como essa renda foi 
auferida, o que importa é que o sujeito incorreu na previsão da norma tributária, qual seja, auferir 
renda. 
Assim, se o sujeito auferiu renda de atividades ilícitas, para o direito tributário apenas importa que o 
sujeito praticou o fato previsto na norma tributária, qual seja, auferiu renda e por essa razão terá que 
pagar o IR. 
O artigo 118, I do Código Tributário Nacional – CTN prevê que a definição do fato gerador será 
interpretada abstraindo-se da validade dos atos praticados pelo sujeito. 
 Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, 
bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
Os Tribunais Superiores aplicam o Princípio “Pecunia non olet”, segundo o qual o tributo não tem 
cheiro, não importa de onde vem, nesse caso, a renda auferida, o que importa é que ocorreu o fato 
gerador do IR, “auferir renda”, e por essa razão, aplicando-se o art. 118, I do CTN deve-se haver a 
tributação. 
Espécies Tributárias: 
O art. 5º do CTN prevê três espécies tributárias: 
 
1) Impostos 
2) Taxas 
3) Contribuição de Melhoria 
 
 A Constituição Federal no art. 145 prevê três espécies tributárias: 
 
1) Impostos 
2) Taxas 
 3) Contribuição de Melhoria 
 
O art. 148 da CF faz menção ao Empréstimo Compulsório e o art. 149 da CF refere-se às 
Contribuições. 
 
2. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Competência Tributária é a outorga de poder concedido pela Constituição Federal aos Entes 
Federativos para que eles possam criar, instituir e majorar tributos. 
Somente os entes federativos apresentam competência tributária, pois os tributos só podem ser 
instituídos por meio de lei, e apenas os entes federativos apresentam Poder Legislativo. 
 
2.1. Características da Competência Tributária 
Indelegabilidade: O Ente Federativo não poderá transferir a sua competência tributária para nenhum 
outro Ente. Assim, se a Constituição outorgou poder para a União instituir o Imposto sobre Produtos 
Industrializados(IPI) apenas ela poderá instituir esse imposto, mais ninguém! 
A competência tributária que consiste na criação, instituição e majoração de tributo é indelegável. 
Contudo as funções administrativas de arrecadar, fiscalizar tributos e executar leis que 
compreendem a capacidade ativa tributária essa sim pode ser delegável. 
CTN - Art. 7º - A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar 
ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria 
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do 
artigo 18 da Constituição. 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa 
jurídica de direito público que a conferir. 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito 
público que a tenha conferido. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo 
ou da função de arrecadar tributos 
 
 
Exemplo é o caso do Imposto Territorial Rural (ITR) cuja competência tributária, ou seja, a 
competência para criá-lo, institui-lo ou majorá-lo é da União, conforme estabelece o art. 153, VI da CF, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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que poderá, no entanto, delegar a função de arrecadar e fiscalizar, ou seja, a capacidade ativa 
tributária aos Municípios, nos termos do art. 153, § 4º, III da CF. 
Para fixar, temos: 
 
 
 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – 
INDELEGÁVEL! 
CAPACIDADE ATIVA TRIBUTÁRIA – 
PODE SER DELEGÁVEL 
Criar, instituir, Majorar Arrecadar, Fiscalizar Tributos e Executar 
Leis 
 
 
b) Facultatividade: Os Entes Federativos não estão obrigados a instituir os tributos, cuja 
competência tributária lhe foi atribuída pela Constituição Federal. 
O art. 145 da CF determina que a União, Estados, Distrito Federal e Municípios “poderão”, e não 
“deverão” instituir tributos. A partir dessa regra a doutrina diz que a competência tributária no Brasil 
é facultativa. 
Exemplo: o Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF, que competeà União a sua instituição, até hoje 
não foi criado e não há problema algum, porque a competência tributária é facultativa! 
Muitos indagam sobre a Lei de responsabilidade Fiscal, LC nº 101/2000 que estabelece em seu art. 11 
que somente exerce uma boa gestão fiscal o Ente Federativo que instituir e cobrar todos os tributos. 
 
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, 
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da 
Federação. 
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o 
disposto no caput, no que se refere aos impostos. 
 
Quanto a arrecadação não restam dúvidas dessa obrigatoriedade, mas a obrigatoriedade quanto à 
Instituição fere a Constituição Federal que não obriga aos Entes Federativos instituírem os tributos. 
Observa-se, ainda, que o parágrafo único do art. 11 da LC nº 101/2000 prevê uma sanção para o Ente 
Federativo que não instituir todos os impostos de sua competência. O dispositivo legal proíbe a 
realização de transferências voluntárias àquele que não instituir todos os impostos. 
 
LC nº 101/200 - Art. 11 (...) 
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não 
observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos. 
 
O STF em Medida Cautelar ADI nº 2238 entendeu que o parágrafo único do art. 11 da LC nº 101/2000 
não viola a Constituição Federal porque a Lei trata de transferências voluntárias. 
As transferências obrigatórias de impostos que estão nos artigos 153, § 5º, 157, 158 e 159 da 
Constituição Federal essas sim só poderão deixar de serem repassadas no caso do art. 160 da CF, 
quando o Ente Federativo não estiver aplicando o percentual exigido na área da saúde, e também, no 
caso de débitos de um Ente, e suas Autarquias com outro Ente que irá fazer o repasse. 
O parágrafo único do art. 11 da LC nº 101/2000 proibiu apenas o repasse das transferências 
voluntárias e não das obrigatórias, por isso não seria inconstitucional. 
c) Incaducabilidade: O direito do Ente Federativo instituir o tributo pode ser exercido a qualquer 
tempo. O fato da União não ter instituído o IGF, em 1988, quando da promulgação da Constituição 
Federal, não lhe retira o direito de institui-lo agora, passados mais de 20 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB SEGUNDA FASE 
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Josiane Minardi 
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d) Inalterabilidade: a competência tributária não pode ser alterada por lei infraconstitucional. Assim, 
quando a Constituição, no art. 156, I prevê que o IPTU irá incidir sobre a propriedade de imóvel 
urbano, não pode uma lei modificar tal competência ao ponto de determinar que o IPTU tenha como 
hipótese de incidência, fato gerador a mera posse de imóvel urbano. 
Observe que o art. 32 do CTN prevê como fato gerador do IPTU a propriedade, a posse e o domínio 
útil de imóvel urbano. 
O fato é que o Código Tributário Nacional é de 1966 e a nossa Constituição é de 1988, assim esse 
artigo do CTN só foi recepcionado pelo nosso ordenamento jurídico, ao considerar que será 
contribuinte do IPTU o possuidor ou aquele que detenha o domínio útil se houver o animus domini. 
Logo, o mero detentor da posse, como o locatário não é contribuinte do IPTU, porque a lei não pode 
alterar a competência tributária e a CF determina que apenas o proprietário é contribuinte desse 
imposto. 
 
e) Irrenunciabilidade: A competência tributária é irrenunciável, o Ente Federativo não pode jamais 
renunciar sua competência tributária em favor de outro Ente, ele pode apenas deixar de exercê-la. 
Assim, o fato da União não ter criado ainda o IGF não confere o direito dos Estados, por exemplo, 
instituírem esse imposto, porque a competência é Irrenunciável. 
 
Para memorizar, a competência tributária é: 
 
1) Indelegável 
 2) facultativa 
3) Incaducável 
4) Inalterável 
5) Irrenunciável 
 
 
2.2. EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
Como vimos a competência tributária é o poder concedido pela Constituição Federal aos Entes 
Federativos para eles criarem, instituírem e majorarem tributos. 
Os Entes Federativos irão criar, instituir e majorar os tributos apenas por meio de lei e via de regra lei 
ordinária. 
A lei ordinária é o instrumento por excelência da imposição tributária. Para efeito de votação 
parlamentar, indica um quorum de maioria simples, o voto favorável de mais da metade do número de 
parlamentares presentes no dia da votação. 
Existem 4 tributos, todavia, que só podem ser instituídos ou majorados por meio de Lei 
Complementar, que são: Contribuição Social Residual (art. 195,§ 4º da CF); Empréstimo Compulsório 
(art. 148 da CF); IGF (Imposto sobre Grandes Fortunas – Art. 153, VII da CF) e Imposto Residual (art. 
154, I da CF). 
Dizemos aqui, para fins mnemônicos que os tributos que só podem ser instituídos e majorador por 
meio de LC é o CEGI! 
 
Contribuição Social Residual 
Empréstimo Compulsório 
IGF 
Imposto Residual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB SEGUNDA FASE 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
7 
Segundo a literalidade do art. 62, § 2º da CF Medida Provisória, que é um instrumento normativo, 
com força de lei, poderá instituir e majorar impostos. 
Primeira Observação: Ainda que o art. 62, § 2º da CF estabeleça que a Medida Provisória poderá 
instituir e majorar impostos, o STF tem entendimento de que as Medidas Provisórias podem instituir ou 
majorar outras espécies tributárias, desde que essas não necessitem de Lei Complementar para sua 
instituição. 
A Medida Provisória, no entanto, para instituir ou majorar impostos deverá observar dois requisitos: 
Primeiro: Que o Imposto possa ser instituído por meio de Lei Ordinária, pois o art. 62, § 1º, III da CF, 
veda a MP tratar sobre matérias reservadas à Lei Complementar. 
Segundo: Em se tratando de impostos, excepcionados o Imposto Extraordinário Guerra, Imposto 
sobre a Importação (II), Imposto sobre a Exportação (IE), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) 
e Imposto sobre produtos industrializados (IPI), é necessário que a medida provisória que os criar seja 
convertida em lei até o final do exercício financeiro, para que possa produzir efeitos no exercício 
subsequente. 
 
2.3. LIMITES AO EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA 
 
Os limites ao exercício da competência tributária podem ser dois: Limites genéricos e limites 
específicos. 
 
Limites genéricos: são os limites trazidos pela Constituição Federal e pelo Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias – ADCT. 
Assim, nenhum tributo poderá ser instituído sem observar a Constituição Federal e a ADCT. 
 
Limites Específicos: São os princípios e Imunidades, que se encontram praticamente nos artigos: 
145, §1º, 150, 151 e 153 da Constituição Federal. 
 
3. PRINCÍPIOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
3.1 Princípio da Legalidade 
 
No Brasil ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em decorrência 
de lei. 
Nos termos do art. 150, I da CF nenhum tributo será instituído ou aumentado, a não ser por 
intermédio de LEI! 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 
65; 
 
De acordo com o art. 97, § 1º do CTN considera-se majoração de tributo a modificação da base de 
cálculo de forma a torná-lo mais oneroso. 
A mera atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo NÃO constitui majoração de 
tributo, nos termos do art. 97, § 2º do CTN, podendo ser realizada por meio de simples Decreto. 
No entanto, se “atualização monetária” ocorrer com índices superiores ao oficial, não teremos uma 
mera atualização de valores, e sim, uma majoração de base de cálculo disfarçada, e por isso, nesse 
caso o instrumento normativo necessário será a Lei. 
 
Nessesentido, temos a Súmula 160 do STJ: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB SEGUNDA FASE 
Direito Tributário 
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É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante, Decreto, em percentual superior ao índice 
oficial de correção monetária. 
 
a Constituição Federal, em seu artigo 153, § 1º prevê alguns impostos que podem ter as alíquotas 
alteradas, desde que observados os limites e condições estabelecidos em lei, por meio de ato do 
Poder Executivo, o que se dá comumente por decreto presidencial ou por portaria do Ministro da 
Fazenda. São eles: 
 
Imposto sobre a Importação (II) 
Imposto sobre a Exportação (IE) 
Imposto sobre produtos Industrializados (IPI) 
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) 
 
O art. 153, § 1º da CF ao estabelecer que o Poder Executivo poderá alterar as alíquotas do II, IE, IPI e 
IOF, possibilitou, inclusive, que esses tributos tenham suas alíquotas majoradas, por decreto, por 
exemplo, desde que observados os limites e condições estabelecidos em lei, é claro. 
O art. 177, § 4º, I, “b” da CF também possibilita ao Poder Executivo reduzir e restabelecer as 
alíquotas da Contribuição de intervenção no domínio econômico Combustível – CIDE COMBUSTÍVEL, 
por meio de ato próprio, no caso, o decreto presidencial. 
O art. 155, § 4º, IV, “c” da CF possibilita ao Poder Executivo reduzir e restabelecer as alíquotas do 
ICMS incidência monofásica, nas operações com combustíveis e lubrificantes previstos em lei 
complementar federal. 
Para visualizar: 
 
 
ALÍQUOTAS POR MEIO 
DE ATOS PODER 
EXECUTIVO 
DECRETO CONVÊNIO (CONFAZ) 
ALTERAR (MAJORAR, 
REDUZIR E 
RESTABELECER) 
II, IE, IPI e IOF 
APENAS REDUZIR E 
RESTABELECER 
CIDE COMBUSTÍVEL ICMS COMBUSTÍVEL 
 
3.2. Princípio da Isonomia 
 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre 
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de 
ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos 
rendimentos, títulos ou direitos (art. 150, II da CF). 
 
3.3. Princípio da Irretroatividade 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos 
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. (art. 150, 
III, “a” da CF). 
A lei tributária NÃO pode retroagir, salvo em três situações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB SEGUNDA FASE 
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Em se tratando de lei expressamente interpretativa, desde que não comine penalidade (art. 
106, I do CTN) 
Em se tratando de ato NÃO definitivamente julgado, vier uma lei que excluir infrações ou 
reduzir penalidades (art. 106, II do CTN) (Lembrar que em direito tributário penalidade é 
multa!) 
Em se tratando de lançamento, vier uma lei que crie novos critérios de fiscalização ou 
apuração (art. 144, § 1º do CTN). 
 
3.4. Princípio da Anterioridade 
O tributo que for instituído ou majorado nesse exercício financeiro, (coincide com o ano civil, inicia no 
dia 1º de janeiro e se encerra no dia 31 de dezembro), somente poderá ser exigido no próximo 
exercício e desde que tenham transcorridos 90 dias da data da publicação da lei que houver 
instituído ou majorado o tributo. (art. 150, III, “b” e “c” da CF). 
Nem todos os tributos precisam respeitar o princípio da anterioridade, temos várias exceções a esse 
princípio. As exceções encontram-se nos arts. 150, § 1º, 155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” e 195,§ 6º 
da CF. 
a) Temos tributos que não precisam aguardar o próximo exercício (NÃO RESPEITA o Princípio da 
Anterioridade) e nem 90 dias (NÃO RESPEITA o Princípio Nonagesimal), ou seja, o tributo pode 
ser cobrado: IMEDIATAMENTE!!!! São eles: 
 
- Imposto extraordinário guerra (IEG) 
- empréstimo Compulsório Guerra ou Calamidade Pública, 
- Imposto sobre importação (II), 
- Imposto sobre exportação (IE) 
- Imposto sobre operações financeiras (IOF) 
b) Existem tributos, no entanto, que não precisam aguardar o próximo exercício (NÃO RESPEITAM o 
Princípio da Anterioridade) MAS precisam aguardar 90 dias, para poder ser exigido, (RESPEITAM o 
Princípio Nonagesimal), são: 
 
- IPI 
- casos de redução e restabelecimento das Alíquotas da CIDE Combustível e do ICMS Combustível 
(155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” da CF. 
Contribuição Social (195,§ 6º da CF) 
Existem tributos que devem respeitar o Princípio da Anterioridade (RESPEITAM o Princípio da 
Anterioridade do Exercício), mas não precisam respeitar 90 dias (NÃO RESPEITAM o Princípio 
Nonagesimal), são: 
 
-IR 
- alteração de Base de cálculo do IPTU e do IPVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NRAE e 
NR90 dias 
cobrança 
IMEDIATA! 
GUERRA, 
(IEG e 
Empréstim
o 
Compulsóri
o guerra ou 
calamidade 
pública. 
II IE IOF 
NRAE 
R90 dias 
IPI Reduzir e 
Restabelecer 
CIDE 
COMBUSTÍVEL 
Reduzir e 
Restabelecer 
ICMS 
COMBUSTÍVEL 
Contribuição 
Social 
RAE NR90 
dias 
IR Alteração Base de 
cálculo IPTU 
Alteração Base 
de cálculo IPVA 
 
 
 
3.5. Princípio do não-confisco 
O princípio da vedação ao confisco, disposto no art. 150, IV da CF, decorre do direito de propriedade, 
que coíbe o confisco ao estabelecer prévia e justa indenização na desapropriação. O tributo não pode 
inviabilizar o direito de propriedade. 
Verifica-se, ainda, que a Constituição Federal ao tratar sobre o princípio do não-confisco em seu artigo 
150, IV, refere-se aos tributos, ou seja, de acordo com a literalidade desse dispositivo constitucional, 
apenas os tributos devem respeitar o não-confisco. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
 
Nesse sentido, muitos indagam se as multas estariam sujeitas ao princípio do não-confisco, pois ainda 
que nos referimos à multa tributária, sabemos que multa não é tributo, mas sanção exigível pelo 
descumprimento de obrigação tributária. 
O STF tem frequentemente demonstrado avesso às multas com caráter confiscatório 
3.6. Princípio da Liberdade de Tráfego 
O princípio da liberdade de tráfego está previsto no art. 150, V da CF e veda os Entes Federativos 
instituírem tributos interestaduais ou intermunicipais que visam estabelecer limitações ao tráfego de 
pessoas ou bens, ressalvadas, contudo, a exigência do pagamento de pedágio pela utilização das vias 
conservadas pelo Poder Público. 
 
3.7. Princípio da uniformidade Geográfica 
O princípio da uniformidade geográfica veda a União “instituir tributo que não seja uniforme em todo o 
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou 
a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a 
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País”. (art. 
151, I da CF). 
 
 
 
3.8. Princípio da Capacidade Contributiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O princípio da capacidade contributiva é princípio basilar do Direito Tributário e está preceituado no art. 
145, §1º da Constituição Federal: 
 
Art. 145 - (...) 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a 
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos 
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte 
 
3.9.Princípio da Proibição das Isenções Heterônomas 
 
 
A União não pode conceder isenção para tributos que não estejam em sua competência tributária, ou 
seja, não pode conceder isenção para tributos de estaduais ou municipais, sob pena de violar o 
princípio do pacto federativo. 
 
Art. 151. É vedado à União: 
(...) 
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios 
 
Só pode conceder isenção de determinado tributo o Ente Federativo que tem competência para a sua 
instituição. 
Exceção: 
 
ISS sobre serviços prestados no exterior: O art. 156, § 3º,II da CF prevê a possibilidade da União, 
por lei complementar conceder isenção do ISS nas exportações de serviços. O art. 2º, I LC nº 116/03 
trata sobre a referida isenção. 
 
 
4. IMUNIDADES 
 
A imunidade tributária é, em resumo, quando a CONSTITUIÇÃO veda a criação e a cobrança de 
tributos sobre determinadas situações ou sobre determinados sujeitos. 
Não se confunde imunidade com isenção ou não incidência. 
A imunidade impede a incidência do tributo porque a CONSTITUIÇÃO FEDERAL determina. 
Já a isenção, é a LEI que determina que certas situações ou determinados sujeitos não serão 
tributados. 
Existem imunidades genéricas e específicas. As imunidades genéricas estão previstas no art. 150, VI 
da CF e referem-se apenas aos impostos. 
As imunidades específicas são relativas a um único tributo. 
 
4.1. IMUNIDADES GENÉRICAS 
 
As imunidades genéricas estão previstas no art. 150, VI da CF e refere-se apenas aos Impostos. As 
pessoas e situações previstas no artigo 150, VI da CF não devem pagar apenas os impostos, devendo 
pagar . Por isso, afirmamos que quem tem imunidade genérica tem SORTE na vida, sorte de NÃO 
pagar IMPOSTO!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUBJETIVA – Art. 150, VI, “c” da CF 
OBJETIVA – Art. 150, VI, “d” da CF 
RECÍPROCA – Art. 150, Vi, “a” da CF 
TEMPLOS DE QUALQUER CULTO – Art. 150, VI, “b” da CF 
 
 4.1.1) IMUNIDADES RECÍPROCAS 
 
A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, “a” da CF, consequência do modelo Federal 
de Estado, cujas bases repousam na necessária igualdade política-jurídica entre as unidades que 
compõe O Estado Federal, veda a União, Estados, Distrito Federal e Municípios instituírem impostos 
sobre o patrimônio, renda e serviços um dos outros. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
 
O Artigo supracitado prevê que a imunidade tributária recíproca alcança apenas os impostos, 
podendo incidir, portanto, outras espécies tributárias, como taxas, contribuições, etc. 
De acordo com o § 2º, § 3º do art. 150 da CF a imunidade recíproca é extensiva às AUTARQUIAS E 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS desde que cumpram 4 requisitos: 
 
 
Cumpram suas finalidades essenciais 
ou qualquer uma delas decorrentes; 
Sejam instituídas e mantidas pelo 
Poder Público; 
Não cobrar preços e nem tarifas; 
não entrar na concorrência privada. 
 
 
Urge destacar que a imunidade recíproca alcança somente as Autarquias e Fundações Públicas. As 
empresas públicas e sociedades de economia mista não gozam de imunidade tributária, por essa 
razão haverá normal incidência tributária sobre essas últimas. 
As empresas públicas e sociedades de economia mista por serem detentoras de personalidade jurídica 
de direito privado não estão abrangidas pela regra imunizante. 
No entanto, o Supremo Tribunal Federal tem entendido que algumas empresas públicas, bem como 
algumas sociedades de economia mista são merecedoras da regra imunizante, quando prestam 
serviço público de caráter obrigatório e de forma exclusiva. 
Exemplo da ECT – Empresa de Correios e Telégrafos. 
Outro exemplo de empresa pública que teve a imunidade reconhecida pelo STF, em 2007 (RE-AgR 
363.412) é a INFRAERO. 
 
4.1.2) IMUNIDADES DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO 
 
O art. 150, VI, “b” da CF veda aos Entes Federativos instituírem IMPOSTOS sobre os templos de 
qualquer culto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
A imunidade dos templos de qualquer culto visa tutelar a liberdade religiosa, e por essa razão tudo, 
exatamente tudo, que estiver em nome da instituição religiosa e cumprir sua finalidade essencial terá 
imunidade, ou seja, não terá que pagar impostos. 
 
4.1.3. IMUNIDADE SUBJETIVA - DO ART.150, VI, c, CF/88: 
São 04 imunidades: 
Imunidade das Entidades de Assistência Social Sem Fins 
Lucrativos; 
Conceito de “Assistência Social” está no art. 203, CF/88. 
Importante: Além de não pagar imposto, também não pagam Contribuição Social, nos termos do art. 
195, §7º, CF/88). 
b) Imunidades das Entidades de Educação Sem Fins Lucrativos; 
Educação é em sentido lato, quer dizer, qualquer tipo de educação. 
Exemplos: Pré-escolas, Faculdades, Cursos de Capacitação, etc. 
Importante: somente aquelas que não visem lucro, ou seja, se enquadrem no CTN, art. 14. 
c) Imunidade dos Partidos Políticos e de suas Fundações; 
A jurisprudência entende que devem preencher 02 requisitos para ser imune a cobrança de impostos. 
São eles: a) estar registrado perante ao TSE; e, b) não atentar contra os princípios e bons costumes do 
Estado brasileiro. 
d) Imunidade dos Sindicatos de Trabalhadores; 
Só não paga imposto. 
As pessoas do art. 150, VI, “c” da CF para gozarem da imunidade tributária devem cumprir os 
requisitos do art. 14 do CTN: 
Não distribuir lucro entre seus associados; 
Não remeter valores para o Exterior; 
Manter a escrituração contábil em dia. 
 
 
Súmula 724 do STF: AINDA QUANDO ALUGADO A TERCEIROS, PERMANECE IMUNE AO IPTU O 
IMÓVEL PERTENCENTE A QUALQUER DAS ENTIDADES REFERIDAS PELO ART. 150, VI, "C", DA 
CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS ATIVIDADES 
ESSENCIAIS DE TAIS ENTIDADES. 
 
4.1.4. IMUNIDADE OBJETIVA: DOS LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS e DO PAPEL DESTINADO A 
SUA IMPRESSÃO. Art. 150, VI, d, CF/88 
Só não paga imposto. 
O Supremo Tribunal Federal afirma que: 
 
“Livro” é em qualquer formato com conteúdo de livro. 
Jornais e Periódicos são imunes se, e somente se, não forem 
eminentemente publicitários os encartes. 
Revistas de qualquer gênero; 
Histórias em quadrinhos, mesmo que pornográficas; 
 
Catálogos não possuem imunidade. Exceção: Listas telefônicas, pois, tem caráter informativo. 
 
Cuidado: A imunidade se refere tão somente ao papel utilizado para impressão, a tinta não está 
imune. Do mesmo jeito, Editora e Gráfica não são imunes, mas sim o próprio papel utilizado 
Súmula 657 do STF: Os filmes e papéis fotográficos gozam da imunidade do Art. 150, VI, “d” da CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA – Art. 96 a 112 CTN 
 
O art. 96 do CTN prevê que compreende a legislação tributária: Leis, Tratados e Convenções 
Internacionais, Decretos e Normas Complementares. 
A CF é importante em direito tributário, vez que cria competência tributária e os limites do poder de 
tributar. 
Leis: Lei Ordinária, Lei Complementar e Lei Delegada. 
Lei Ordinária, é de extrema importância para o direito tributário, pois via de regra, os tributos serão 
instituídos e majorados por meio de lei ordinária. 
Lei Complementar, além de 4 tributos só poderem ser instituídos por meio de LC, a CF traz várias 
matérias que só podem ser tratadas por meio de LC. 
Tributos que só podem ser criados por meio de LC: 
Contribuição Social Residual (art. 195, § 4º CF) 
Empréstimo Compulsório (art. 148 CF) 
IGF (art. 153, VII CF) 
Imposto Residual (art. 154, I CF) 
 
Matérias que só podem ser tratadas pormeio de LC: ART. 146 CF: 
 
Para dirimir conflitos de competência; 
Regular limitações constitucionais ao poder de tributar; 
Normas gerais em direito tributário: Contribuinte, base de cálculo, Fato Gerador, crédito, obrigação, 
lançamento, prescrição e decadência; 
Tributação sobre os atos cooperativos; 
Tributação para as microempresas e empresas de pequeno porte; 
Tributação para prevenir desequilíbrios da concorrência. 
 
Lei Delegada: Nos termos do art. 68 da CF quando o Presidente da República precisa buscar 
autorização do Congresso Nacional para poder legislar. Não é tão utilizada em direito tributário, porque 
o presidente pode valer-se da Medida provisória. 
 
Tratados e Convenções Internacionais: Nos termos do art. 98 do CTN: 
 
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária 
interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. 
 
Observação Importante: O Supremo Tribunal Federal tem o entendimento pacífico de que os Tratados 
e Convenções Internacionais PODEM conceder isenções de tributos estaduais e municipais. 
 
Decretos: Veiculam alterações de Alíquotas de alguns tributos: 
Nos termos do art. 153, § 1º da CF – O Poder Executivo poderá alterar, nos limites e condições 
estabelecidos em lei, as alíquotas do II, IE, IOF e IPI. Essa alteração poderá ser por meio de Decreto. 
Art. 177, § 4º, I, „b” da CF – Poder Executivo poderá reduzir e restabelecer as alíquotas da CIDE 
Combustível, que pode ser por Decreto. 
 
Normas Complementares: Art. 100 CTN: 
 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos 
decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
6. INTERPRETAÇÃO e INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Cabe qualquer método de interpretação em direito tributário, sistemática, teleológica, histórica, 
gramatical, literal. Contudo, existem algumas matérias que o legislador estabeleceu que só podem ser 
interpretadas LITERALMENTE, que são as do art. 111 do CTN 
Só pode interpretação LITERAL: 
 
 suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
 Outorga de isenção; 
 dispensa do cumprimento das obrigações tributárias acessórias. 
 
No direito tributário só existe uma situação que cabe interpretação mais benéfica ao contribuinte, que é 
a do Art. 112 do CTN sempre que a legislação definir infrações ou lhe cominar penalidades e 
houver DÚVIDA sobre: 
à capitulação legal do fato; 
à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; 
à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. 
 
Quanto a Integração: Cabe em direito tributário desde que ocorra na ordem sucessiva (art. 108 CTN): 
 
 Analogia; 
 Princípios Gerais do Direito. Tributário; 
 Princípios Gerais do Direito Público; 
 Equidade. 
 
Nos termos do art. 110 do CTN - A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de 
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela 
Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou 
dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. 
 
7. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA:Art. 113 a 138, CTN. 
A obrigação tributária pode ser Principal ou Acessória. 
 
 Principal: tem por objeto o PAGAMENTO de tributo ou penalidade. Pagar Imposto de Renda. 
Importante: para a OAB é pagar tributo ou penalidade. (art. 113, § 1º CTN). 
 Acessória: São deveres formais que o sujeito passivo está obrigado a fim de facilitar a arrecadação e 
a fiscalização. Exemplo: Emitir nota fiscal, declarar tributo, escriturar livros contábeis. (art. 113, § 2º 
CTN). 
 
Cuidado: Art. 113, § 3º, prevê que a inobservância do cumprimento da obrigação acessória converte-a 
em obrigação principal referente à penalidade tributária. 
SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Os sujeitos da obrigação tributária são Sujeito Ativo e Sujeito Passivo. 
SUJEITO ATIVO: Art. 119 do CTN: É a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para 
exigir o seu cumprimento. São tanto as pessoas jurídicas titulares de competência tributária (Entes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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16 
Federativos) como aquelas que detém capacidade ativa tributária (funções de arrecadar, fiscalizar e 
executar). 
SUJEITO PASSIVO: É aquele que tem o dever de pagar o tributo, que pode ser o contribuinte ou o 
responsável. (art. 121 CTN). 
Contribuinte é aquele que possui relação direta e pessoal com a situação que constitui o fato gerador. 
É aquele que pratica o fato gerador. 
Responsável é aquele que sem revestir a condição de contribuinte, mas, por estar indiretamente 
relacionado ao fato gerador a lei lhe atribui o dever de pagar o tributo. 
 
SOLIDARIEDADE DO SUJEITO PASSIVO: (Art. 124 CTN) 
 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação 
principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
 
Efeitos da Solidariedade (Art. 124, § 1º e art. 125): 
 
1) não comporta benefício de ordem; 
2) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
3) II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente 
a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; 
4) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos 
demais. 
 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de 
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade 
econômica ou profissional. 
 
Domicílio Tributário 
 
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da 
legislação aplicável, considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o 
centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em 
relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da 
entidade tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, 
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens 
ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a 
arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OAB SEGUNDA FASE 
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8. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 
O responsável tributário é a pessoa que, sem ter praticado o fato gerador, a lei lhe impõe o dever de 
pagar o tributo, excluindo a responsabilidade do contribuinte (quem praticou o fato gerador) ou 
atribuindo-lhe em caráter supletivo do cumprimentoda obrigação tributária. 
Na lição de Hugo de Brito Machado1, a responsabilidade, em sentido estrito, é a submissão, em virtude 
de disposição legal expressa, de determinada pessoa que não é contribuinte, mas está vinculada ao 
fato gerador da obrigação tributária, ao direito do fisco de exigir a prestação respectiva. 
A responsabilidade tributária pode ser classificada, segundo a doutrina, por substituição ou por 
transferência. 
A responsabilidade por substituição surge contemporaneamente à ocorrência do fato gerador, vez que 
no momento da ocorrência do fato gerador o dever de pagar o tributo já recai sobre o responsável. 
Já a responsabilidade por transferência decorre de um evento posterior à ocorrência do fato gerador 
quando a lei determina que não mais o contribuinte deverá pagar o tributo, mas outra pessoa, por essa 
ter incorrido na situação estabelecida em lei como modificadora da sujeição passiva. A 
responsabilidade por transferência pode ser dividida em responsabilidade por sucessão, por 
solidariedade e de terceiros. 
 
8.1. Responsável por Substituição 
A responsabilidade por substituição, como visto anteriormente, é quando a lei determina que uma 
terceira pessoa deve pagar o tributo em substituição ao contribuinte. Essa modalidade de 
responsabilidade é muito utilizada para facilitar a fiscalização e a arrecadação para o Fisco. 
Há dois casos de responsabilidade por substituição no ordenamento pátrio. A substituição para trás 
(regressiva ou antecedente) e a substituição para frente (progressiva ou subsequente). 
 
8.2. Substituição para trás 
A substituição para trás, regressiva ou antecedente é quando ocorre o fato gerador e o pagamento do 
tributo será realizado posteriormente, por uma terceira pessoa (o responsável), em substituição àquele 
que praticou o fato gerador (contribuinte). Se não fosse a substituição, ocorrendo o fato gerador, o 
pagamento seria imediato e efetuado pelo contribuinte. 
Um exemplo de substituição para trás é a da cadeia de produção e circulação. Quando o produtor 
vende a sua mercadoria para a indústria, ocorre uma operação de circulação de mercadoria o que o 
abrigaria a recolher o ICMS, mas a lei determina que quem irá recolher esse tributo em substituição ao 
produtor (contribuinte, por ter praticado o fato gerador) será o próximo da cadeia, ou seja a indústria. 
 
 8.3. Substituição para Frente 
A substituição para frente, progressiva, ou ainda, subsequente, é quando primeiro ocorre o pagamento 
do tributo sobre uma base de cálculo presumida e posteriormente se realiza o fato gerador. 
A Constituição Federal, no art. 150, § 7º trata sobre a possibilidade da substituição para frente. 
§ 7.º A lei poderá atribuir ao sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo 
pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a 
imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador 
presumido. (grifo nosso) 
 
Nos termos do dispositivo acima mencionado, tem-se que na substituição para frente, quando o 
responsável paga o tributo no início da cadeia e no futuro acaba NÃO ocorrendo o fato gerador, caberá 
a restituição daquele tributo. 
 
1 Curso de direito tributário, 129 Ed., p. 150. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No Convênio nº 13-97, celebrado por 23 Estados brasileiros, ficou estabelecido que ocorrendo o fato 
gerador, na substituição para frente, mas por um valor inferior ao recolhimento realizado pelo 
responsável no início da cadeia, não poderá ser realizada a restituição pelo sujeito passivo. 
Em julho de 1998 a Confederação Nacional de Comércio (CNC) ajuizou ação direta de 
inconstitucionalidade contra o Convênio, ADI 1851, por entender que deveria ocorrer a restituição do 
ICMS caso o fato gerador ocorresse por um valor inferior ao recolhido pelo responsável tributário. 
O STF entendeu ser constitucional o Convênio, pois quando a Constituição Federal previu a 
substituição para frente, no art. 150, § 7º, tratou apenas sobre a hipótese de restituição quando não 
ocorresse o fato gerador, sem falar nada sobre a ocorrência do fato gerador em valor inferior. Nesse 
sentido, trecho da Ementa da ADI nº 1851 determina: 
O fato gerador presumido, por isso mesmo, não é provisório, mas definitivo, não dando ensejo 
a restituição ou complementação do imposto pago, senão, no primeiro caso, na hipótese de sua 
não-realização final. 
Admitir o contrário valeria por despojar-se o instituto das vantagens que determinaram a sua 
concepção e adoção, como a redução, a um só tempo, da máquina-fiscal e da evasão fiscal a 
dimensões mínimas, propiciando, portanto, maior comodidade, economia, eficiência e celeridade às 
atividades de tributação e arrecadação. 
Assim, para as provas objetivas da FGV temos: 
 
 
SUBSTITUIÇÃO PARA FRENTE (ART. 150, § 7º CF) 
Quando NÃO ocorre o Fato Gerador Cabe Restituição 
Quando ocorre por valor inferior ao valor 
presumido pelo Responsável 
Não cabe Restituição 
 
8.4. Responsabilidade Por Sucessão 
Responsabilidade do Adquirente de Bens Imóveis - Art. 130 do CTN 
 
Nos termos do art. 130 do CTN, o adquirente de um bem imóvel responde pelos créditos tributários 
relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, posse, o domínio útil de bens imóveis, 
bem como o pagamento das taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou contribuições 
de melhoria, salvo se houver prova de quitação desses débitos. 
O título de prova de quitação a que se refere o art. 130 do CTN é uma Certidão Negativa de Débitos 
(CND). Logo, se o Comprador do bem imóvel retirar perante a Autoridade Administrativa uma CND 
referente a esse bem, ainda que sejam lançados créditos tributários posteriormente, o adquirente não 
estará responsável por esses pagamentos, pois os créditos foram lançados após a emissão da CND. 
Assim, se uma pessoa compra um bem imóvel com dívidas de IPTU ou ITR, taxas e contribuição de 
melhoria, será o responsável pelo pagamento dos respectivos créditos tributários, apenas se não 
houver uma CND, uma prova de quitação. Por essa razão pode-se afirmar que os créditos tributários 
sub-rogam-se na pessoa do adquirente do bem imóvel nessa situação. 
Conquanto, se a aquisição do bem imóvel for por arrematação em hasta pública, o parágrafo único do 
art. 130 do CTN determina que os créditos tributários sub-rogam-se no respectivo preço: 
 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil 
ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a 
tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo 
quando conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço. (grifo nosso) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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19 
Assim, se um sujeito arrematar um imóvel por R$ 100.000 em hasta pública, e existir uma dívida de R$ 
50.000 de IPTU, essa dívida sub-roga-se no valor arrematado. E se a dívida for superior ao valor 
arrematado, ainda assim, o adquirente não ficará responsável pelo pagamento do excedente, pois a 
aquisição ocorreu em hasta pública. 
 
Nesse sentido, temos o entendimento do STJ: 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU SOBRE IMÓVEL ARREMATADO EM HASTA PÚBLICA. 
ILEGITIMIDADE PASSIVA. DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. SUB-ROGAÇÃO QUE OCORRE SOBRE O 
PREÇO. PARÁGRAFO ÚNICO, DO ART. 130, DO CTN. IMPOSSIBILIDADE DE IMPUTAR-SE AO 
ARREMATANTE ENCARGO OU RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
PENDENTE, QUE PERSISTEPERANTE O FISCO, DO ANTERIOR PROPRIETÁRIO. 
1. O crédito fiscal perquirido pelo fisco deve ser abatido do pagamento, quando do leilão, por 
isso que, finda a arrematação, não se pode imputar ao adquirente qualquer encargo ou 
responsabilidade tributária. (...) 
2. Os débitos tributários pendentes sobre o imóvel arrematado, na dicção do art. 130, parágrafo único, 
do CTN, fazem persistir a obrigação do executado perante o Fisco, posto impossível a transferência do 
encargo para o arrematante, ante a inexistência de vínculo jurídico com os fatos jurídicos tributários 
específicos, ou com o sujeito tributário. Nesse sentido: "Se o preço alcançado na arrematação em 
hasta pública não for suficiente para cobrir o débito tributário, nem por isso o arrematante fica 
responsável pelo eventual saldo." (BERNARDO RIBEIRO DE MORAES, Compêndio de Direito 
Tributário, 2º vol., Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 513). 
 
3. Assim, é que a arrematação em hasta pública tem o efeito de expurgar qualquer ônus 
obrigacional sobre o imóvel para o arrematante, transferindo-o livremente de qualquer encargo 
ou responsabilidade tributária. 
(AgRg no Ag nº 124.6665, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 22-04-2010) 
 
 8.5. Responsabilidade do Art. 131 CTN 
O adquirente ou remitente de bens é responsável pelo pagamento dos créditos tributários dos bens 
adquiridos ou remidos. No caso de aquisição de um veículo com dívidas de IPVA, o adquirente é 
responsável pelo pagamento desse tributo. 
Se o bem for adquirido em arrematação judicial, o STJ entende que se aplica o parágrafo único do art. 
130 do CTN por analogia, assim o crédito sub-roga-se no respectivo preço. 
TRIBUTÁRIO - ARREMATAÇÃO JUDICIAL DE VEÍCULO - DÉBITO DE IPVA -RESPONSABILIDADE 
TRIBUTÁRIA - CTN, ART. 130, PARÁGRAFO ÚNICO. 
1. A arrematação de bem em hasta pública é considerada como aquisição originária, inexistindo 
relação jurídica entre o arrematante e o anterior proprietário do bem. 
2. Os débitos anteriores à arrematação sub-rogam-se no preço da hasta. Aplicação do artigo 130, § 
único do CTN, em interpretação que se estende aos bens móveis e semoventes. 
(Resp nº 807455, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 21-11-2008) 
Quanto à sucessão hereditária, o art. 131, III do CTN prevê que o espólio é responsável pelo 
pagamento dos tributos devidos pelo de cujus até a abertura da sucessão. Durante o processo de 
inventário ou arrolamento, o espólio tem o dever de pagar os tributos cujos fatos geradores ocorrerem 
nesse período, sendo a responsabilidade do cônjuge meeiro e dos sucessores até o montante do seu 
quinhão, até a partilha. 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
(...) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da 
partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da 
meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
 8.6. Responsabilidade do Art. 132 do CTN 
Nas operações de fusão, incorporação ou transformação, a pessoa jurídica resultante será responsável 
pessoalmente pelo pagamento dos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito 
privado fusionada, incorporada, ou transformada. 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de 
outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de 
direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
 
As operações de fusão decorrem da união de duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, 
que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, incluindo as de natureza tributária, conforme 
prevê art. 228 da Lei nº 6.404-76. 
A incorporação é quando uma empresa absorve outra empresa. E a operação de transformação ocorre 
quando a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro. (Lei 
nº 6.404-76, art. 220). Quando, por exemplo, uma empresa por quotas de responsabilidade limitada 
transforma-se em uma sociedade por ações (S.A). 
Observa-se, que o Código Tributário Nacional não tratou sobre a responsabilidade nos casos de cisão, 
quando a companhia transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas 
para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu 
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. (Lei nº 6.404-76, Art. 220). 
O entendimento majoritário que tem prevalecido é que nos casos de cisão, a responsabilidade pelo 
pagamento dos tributos segue a previsão do art. 233 da Lei nº 6.404-76 que estabelece: 
 
Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas 
do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A 
companhia cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão 
solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão. 
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que absorverem parcelas 
do patrimônio da companhia cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que lhes forem 
transferidas, sem solidariedade entre si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer 
credor anterior poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique a 
sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação dos atos da cisão. (grifo 
nosso). 
 
E nos casos de extinção de pessoas jurídicas o parágrafo único do art. 132 do CTN prevê que as 
regras do caput se aplicam quando a respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio 
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social. 
 
8.7. Responsabilidade do Art. 133 do CTN 
 
O Adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional que 
continuar a respectiva exploração, ainda que modifique a razão social, é responsável pelo pagamento 
dos tributos devidos pelo fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato. 
O adquirente responderá integralmente pelos créditos tributários se o alienante cessar a exploração do 
comércio, indústria ou atividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A responsabilidade do adquirente será subsidiária com o alienante se este continuar a explorar 
qualquer atividade ou iniciar, dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no 
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo 
de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva 
exploração, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma ou nome individual, responde pelos 
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses 
a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou 
profissão. 
 
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que o adquirente do fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial responderá nos termos do caput art. 133 do CTN, inclusive com relação às 
penalidades tributárias. 
RECURSO ESPECIAL. MULTA TRIBUTÁRIA. SUCESSÃO DE EMPRESAS.RESPONSABILIDADE. 
OCORRÊNCIA. DECADÊNCIA. TEMA NÃO ANALISADO. RETORNO DOS AUTOS. 
1. A empresa recorrida interpôs agravo de instrumento com a finalidade de suspender a exigibilidade 
dos autos de infração lavrados contra a empresa a qual sucedeu. Alegou a ausênciade 
responsabilidade pelo pagamento das multas e, também, decadência dos referidos créditos. O Tribunal 
a quo acolheu o primeiro argumento, julgando prejudicado o segundo. 
2. A responsabilidade tributária não está limitada aos tributos devidos pelos sucedidos, mas também se 
refere às multas, moratórias ou de outra espécie, que, por representarem dívida de valor, acompanham 
o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor. 
3. Nada obstante, os art. 132 e 133 apenas refiram-se aos tributos devidos pelo sucedido, o art. 129 
dispõe que o disposto na Seção II do Código Tributário Nacional aplica-se por igual aos créditos 
tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição, compreendendo o crédito tributário 
não apenas as dívidas decorrentes de tributos, mas também de penalidades pecuniárias (art. 139 c/c § 
1º do art. 113 do CTN). 
4. Tendo em vista que a alegação de decadência não foi analisada em razão do acolhimento da não 
responsabilidade tributária da empresa recorrida, determina-se o retorno dos autos para que seja 
analisado o fundamento tido por prejudicado. 
5. Recurso especial provido em parte. 
(Resp nº 1017186, Rel. Min. Castro Meira, DJ 27-03-2008) 
A regra do caput do art. 133 do CTN só não é aplicável quando o fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial, industrial ou profissional for adquirido em processo de falência ou processo 
de recuperação judicial. 
Art. 133 (...) 
 § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: 
I – em processo de falência; 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
Conquanto, o adquirente responderá pela dívida tributária, nos termos do caput, se a aquisição do 
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, ainda que realizada no processo de falência ou 
recuperação judicial, for por: 
(i) sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido 
ou em recuperação judicial; 
(ii) parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido 
ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou 
(iii) identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar 
a sucessão tributária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada 
permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, 
contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos 
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (art. 133, § 3º do CTN). 
 
8.8. Responsabilidade de Terceiros 
8.8.1. Responsabilidade do Art. 134 do CTN 
 
O art. 134 do CTN prevê responsabilidade solidária a algumas pessoas, nos atos em que intervierem 
ou forem omissas, na impossibilidade de exigir o cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de 
que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter 
moratório. 
Ressalta-se primeiramente, que as pessoas enumeradas nas sete alíneas irão responder pelo 
pagamento das dívidas tributárias na impossibilidade de cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte e somente nos casos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. 
Ao considerar que os créditos tributários devem ser cobrados primeiro do contribuinte para somente 
após a responsabilidade recair sobre as pessoas enumeradas no art. 134 do CTN, tem-se que não se 
trata, na verdade, de uma responsabilidade solidária, vez que essa modalidade não comporta benefício 
de ordem. Seria, então, uma responsabilidade subsidiária, onde primeiro cobra-se de uma pessoa e se 
essa não cumprir a obrigação, cobra-se de outra. 
Ocorre que o art. 134 do CTN tratou como responsabilidade solidária e por essa razão sugere-se que 
em uma prova objetiva o candidato considere como correta a assertiva que transcreva a disposição 
legal. 
Ademais, vale ressaltar que os sócios só respondem pelo pagamento das dívidas tributárias da pessoa 
jurídica no caso de liquidação de sociedade de pessoas, cuja responsabilidade dos sócios é ilimitada. 
No entanto, se for a liquidação de sociedade cuja responsabilidade dos sócios é limitada pelas regras 
do direito privado (sociedade limitada, sociedade anônima), seus sócios somente poderão responder 
com observância dessas limitações e não nos termos do art. 134 do CTN. 
(...) 
2. Quanto à alegação de que teria ocorrido dissolução irregular da sociedade, a ensejar a 
responsabilização dos sócios nos termos do art. 134, VII, do CTN, convém destacar que o aresto 
recorrido afastou a incidência desse dispositivo legal sob o argumento de que a sociedade por quotas 
de responsabilidade limitada não se constitui numa sociedade de pessoas. 
(EDcl no Resp nº 109143, Rel. Min. Castro Meira, DJ 02-05-2005) 
 
 
Nota-se, ainda, que a responsabilidade do artigo acima descrito refere-se tão somente às penalidades 
de caráter moratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 8.8.2. Responsabilidade do Art. 135 do CTN 
 
Nos termos do art. 135 do CTN, respondem pessoalmente pelos créditos tributários correspondentes a 
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração à lei, 
contrato social ou estatuto social: 
 
(i) as pessoas referidas no art. 134 do CTN; 
(ii) os mandatários, prepostos e empregados; 
(iii) os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
Ressalta-se que as pessoas que apresentam responsabilidade pessoal de acordo com o art. 135 do 
CTN são apenas os sócios que tenham poderes de gerência, direção ou representação e não todos os 
sócios indistintamente. Além disso, as pessoas elencadas nesse dispositivo legal só respondem 
pessoalmente pelos créditos tributários que derem causa por excesso de poder, infração à lei ou 
contrato social e estatuto social. 
O mero inadimplemento de tributo por parte da pessoa jurídica não é considerado pelos Tribunais 
Superiores infração à lei e por essa razão não gera responsabilidade para os sócios com poderes de 
gerência. 
Súmula 430 STJ - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, 
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. 
 
A dissolução irregular da sociedade é infração à lei e por essa razão gera responsabilidade tributária 
aos sócios-gerentes, conforme prevê o art. 135, III do CTN. 
 
Súmula 435 STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu 
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da 
execução fiscal para o sócio-gerente. 
 
 
8.9. Responsabilidade Por Infrações – Art. 136 e 137 CTN 
 
Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária 
independe da intençãodo agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos 
do ato. 
Assim, ainda que o contribuinte tenha um motivo nobre para estar inadimplente com o Fisco, o 
descumprimento obrigacional será punível. Da mesma forma, será punível a entrega de declaração de 
imposto em atraso, devidamente justificada. 
O art. 136 do CTN, prevê, todavia, que o legislador poderá considerar aspectos subjetivos excludentes 
ou atenuantes da punibilidade para aplicação das penalidades. 
Cita-se como exemplo o art. 44 da Lei nº 9.430-96 que prevê uma multa de 75% ao sujeito passivo que 
deixar de recolher ou de declarar o imposto de renda, sendo a multa duplicada no caso de agir o 
contribuinte com dolo, fraude ou simulação. 
Nos termos do art. 137 do CTN a responsabilidade por infrações será pessoal. 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas 
no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de 
ordem expressa emitida por quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou 
empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 
A responsabilidade por infrações no direito tributário, relativamente ao descumprimento de obrigações 
principais e acessórias, traduz-se, geralmente, em multas e desconsidera a intenção do agente. 
Será a responsabilidade por infrações pessoal do agente nos casos do art. 137 do CTN, salvo se 
existir prova de que o agente teria agido no “regular exercício da administração” ou ainda, teria 
cumprido ordem expressa por quem de direito. 
O regular exercício da administração ocorre, por exemplo, quando o agente comete o ilícito na 
condição de mero portador da vontade da empresa. 
8.10. Denúncia Espontânea – Art. 138 CTN 
Nos termos do art. 138 do CTN a responsabilidade por infrações será excluída quando o contribuinte 
antes de qualquer procedimento administrativo, promover a denúncia espontânea de forma a pagar o 
tributo acompanhado dos juros. Assim, no caso de denúncia espontânea, o sujeito passivo não terá 
que pagar apenas as multas tributárias. 
Conforme estabelece o parágrafo único do art. 138 do CTN, só será considerada denúncia espontânea 
se o contribuinte fizer o pagamento do tributo antes de qualquer procedimento administrativo. 
 
Art. 138 (...) 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer 
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 
O Superior Tribunal de Justiça mantém o entendimento de que o contribuinte só fará jus ao benefício 
da denúncia espontânea se o pagamento do tributo for à vista. 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PARCELAMENTO. INAPLICABILIDADE. 
ENTENDIMENTO FIRMADO PELA PRIMEIRA SEÇÃO SOB O REGIME PREVISTO NO ART. 543-C 
DO CPC. VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. 
INCIDÊNCIA. 
(...) 
2. Entendimento da Primeira Seção deste Tribunal, firmado por ocasião do julgamento do REsp 
1.102.577/DF, feito submetido ao regime do art. 543-C, do CPC, no sentido de que o instituto da 
denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito 
tributário. (Rel. Min. Castro Meira, DJ de 18/5/2009). 
3. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no Ag nº 1308661, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJ 15-10-2010) 
O entendimento do Superior Tribunal de Justiça quanto aos tributos sujeitos ao lançamento por 
homologação é de que uma vez declarados e pagos a destempo, não fazem jus à denúncia 
espontânea. 
 
Súmula 360 STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a 
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. 
 
Isso porque, segundo a jurisprudência pacífica do STJ, a apresentação, pelo contribuinte, de 
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, ou guia de informação e Apuração do 
ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de formalizar a existência 
do crédito tributário, dispensada, para esse efeito, qualquer outra providência por parte do Fisco. 
Assim, quando o contribuinte entrega, por exemplo, a DCTF e declara que há dívidas de tributos, 
quando for pagá-los posteriormente, fora da data de vencimento, por ter entregue a declaração, não 
poderá se valer do benefício da denúncia espontânea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ademais, ressalta-se que o Judiciário tem afastado o benefício da denúncia espontânea no caso de 
obrigações acessórias, como, por exemplo, a entrega da declaração do imposto de renda 
extemporaneamente. Assim, se houver a entrega da declaração em atraso, mesmo que o contribuinte 
pague o imposto eventualmente devido antes de qualquer procedimento fiscalizatório, será devida a 
multa correspondente. 
 
 9. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
A lei que rege o lançamento é a da data do fato gerador, ainda que posteriormente modificada ou 
revogada. Sempre vale a lei da data do fato, não importa se depois diminuiu ou não tem mais o 
imposto. Não vale a regra do mais benéfico no direito tributário. O lançamento é o ato constitutivo do 
crédito tributário. 
A data do fato gerador é a regra geral para o lançamento. Salvo, artigo 106, CTN, se a lei vier a reduzir 
penalidade ou excluir infração, ou ainda, nos termos do artigo 144, §1º, CTN se a lei vier a dispor sobre 
novos meios de fiscalização. 
 
Natureza jurídica do lançamento: declaratória da obrigação e constitutiva do crédito. 
O Crédito tributário é constituído por meio do Lançamento que pode ser de três modalidades: de ofício, 
por declaração e por homologação. 
 
9.1. Lançamento de Ofício 
 
De ofício é lançamento efetuado pela autoridade administrativa independentemente de qualquer 
atuação ou participação do sujeito passivo. A própria autoridade verifica a ocorrência do fato gerador 
da obrigação, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito 
passivo e, sendo caso, propõe a aplicação da penalidade cabível. 
A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade 
funcional. 
 
Ex: IPTU- quem faz tudo é a autoridade administrativa, IPVA, taxa, contribuições de melhoria. 
 
9.2. Lançamento por declaração 
 
O sujeito passivo, ou um terceiro, declaram à autoridade administrativa a ocorrência de fatos 
em face dos quais seria possível efetuar o lançamento. Depois de ofertada essa declaração, a 
autoridade então efetua o lançamento e notifica o sujeito passivo para pagá-lo ou, se for o caso, 
apresentar impugnação (defesa administrativa). 
 
Ex: ITBI. 
 
9.3. Lançamento por homologação 
 
Por homologação é aquele lançamento no qual todos os atos de apuração, quantificação, 
cálculo etc., relativos à liquidação da obrigação tributária, são efetuados pelo próprio sujeito 
passivo. Depois de calcular o montante do tributo devido, o sujeito passivo submete essa 
apuração à autoridade administrativa, para que esta a homologue. O dever de efetuar o 
pagamento respectivo, entretanto, é antecipado, devendo ser o tributo recolhido antes do 
exame da autoridade e da respectiva homologação. 
 
Ex: imposto de renda, ITR, IPI, ICMS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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