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Reclamação trabalhista caso 03

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE NATAL/ RN.
SUZANA (SOBRENOME), nacionalidade, estado civil, doméstica, nome da mãe, data de nascimento, portador do RG nº e CPF nº, número e série da CTPS, número do PIS, endereço eletrônico, residente e domiciliada no endereço na rua, bairro, cidade, estado, CEP, vem através de seu advogado infra-assinado (procuração em anexo), na presença de Vossa Excelência propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo rito sumaríssimo, com fulcro no Artigo 852-A da CLT, em face de MORAES (SOBRENOME), nacionalidade, estado civil, profissão, nome da mãe, data de nascimento, portador do RG nº e CPF nº, número e série da CTPS, número do PIS, endereço eletrônico, residente e domiciliada no endereço na rua, bairro, cidade, estado, CEP, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
DA JUSTIÇA GRATUITA
Conforme os princípios constitucionais e o art. 98 do CPC/2015, passa a requerer os benefícios da justiça gratuita por esta não ter condições de arcar com as custas processuais sem que isto venha a lhe causar prejuízos financeiros a sua subsistência e a de sua família.
DA CONCILIAÇÃO PRÉVIA
Conforme declaração do STF de inconstitucionalidade da submissão da lide a Comissão de Conciliação Prévia, o autor recorre diretamente ao judiciário trabalhista.
DOS FATOS
A reclamante foi contratada no dia 15/06/2016 pelo reclamado a título de experiência por 45 dias, para realização de serviços domésticos em seu lar, cumprindo suas atividades de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 16hs, com apenas 30 minutos de intervalo.
O reclamante informou que em determinada ocasião, viajou com a família por 04 (quatro) dias e que nessa ocasião, trabalhou de 8h às 17hs, desfrutando de uma hora de almoço.
Findado o prazo de experiência, como nada foi comunicado, continuou a exercer suas atividades normalmente, porém no dia 15/09/2016 foi dispensada.
Suzana relata que eram descontados de seu salário os seguintes valores: 10% referente ao vale-transporte, além de sua quota parte do INSS e 25% do valor da alimentação consumida no emprego.
Na data de sua dispensa, Suzana recebeu as seguintes verbas: férias proporcionais de 3/12 avos, acrescidas de 1/3 e salário proporcional de 3/12 avos.
DO DIREITO
DA CONVERSÃO DO CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO:
Consta no contrato da reclamante que o período de experiência da mesma seria por 45 dias, contudo, findado o prazo previamente estabelecido, o empregador não rescindiu o contrato, passando a vigorar, por tempo indeterminado, conforme preceitua o Art. 5º, § 2º da Lei Complementar 150/2015.
O reclamado, desconsiderando o fato da indeterminação do contrato de trabalho, realizou o pagamento das verbas rescisórias como se o contrato estivesse vigorando por prazo determinado.
Diante disso, considerando que o reclamado não realizou a prorrogação e tampouco a rescisão do contrato de trabalho dentro do prazo estipulado de 45 dias, requer que o contrato seja considerado por prazo indeterminado e que seja efetuado o pagamento das verbas rescisórias inerentes, conforme Art. 23, § 1º da Lei 150/2015, ou seja, aviso prévio de 30 dias indenizado e seus reflexos nas férias e decimo terceiro salário pagos anteriormente.
DO PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS
A reclamante trabalhava de segunda a sexta-feira, de 7h às 16hs com intervalo de apenas trinta minutos. 
Conforme previsto nos Arts. 2º e 13 da Lei 150/2015, a duração normal do trabalho doméstico não excederá as 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais e a concessão de intervalo para repouso ou alimentação é obrigatória e devendo ser pelo período mínimo de 1(uma) hora e, no máximo 2 (duas) horas. 
Considerando que a reclamante trabalhava efetivamente por trinta minutos extras todos os dias e que não havia regime compensatório de horas acordado entre as partes, esta faz jus ao pagamento de horas extras por dia durante todo o período trabalhado.
DA NÃO CONCESSÃO DE INTERVALO INTRAJORNADA.
Houve violação no direito da reclamada referente ao intervalo intrajornada previsto no Art. 13 da Lei 150/2015, pois conforme informado, o intervalo concedido à empregada era de somente trinta minutos, quando o respectivo direito prevê que o intervalo seja de, no mínimo, uma hora por dia, em uma jornada de oito horas diárias. Diante disso, e conforme Súmula 437 do TST, a reclamada tem direito ao pagamento de uma hora de intervalo intrajornada, acrescido do adicional legal. 
DO ADICIONAL DE 25% DO PERÍODO DE VIAGEM:
A reclamante viajou com a família por 4 (quatro) dias consecutivos, laborando 8h por dia e não recebeu o adicional de 25% sobre seu salário, conforme previsto no Art. 11, §2º da Lei 150/2015.
Desta forma, requer a condenação do reclamado ao pagamento do adicional incidido sobre as 32 horas trabalhadas.
DOS DESCONTOS INDEVIDOS
Era descontado de seu salário o valor de 10% de vale transporte, mais 25% de alimentação, além do INSS. 
O Art. 4º da Lei 7.418/85 prevê que a concessão do vale transporte autoriza o empregador a descontar o equivalente a 6% do salário base do empregado. O Art. 18 da Lei 150/2015 veda expressamente os descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, entre outras coisas. 
Diante disso, a reclamada requer que sejam pagos a títulos indenizatórios, devidamente corrigidos e reflexos, os valores descontados indevidamente, dentre os quais são 4% de vale transporte, mais o valor de 25% do valor da alimentação.
DAS VERBAS RESCISÓRIAS
Em sua rescisão não foram pagos os valores referentes aos 15 dias de saldo de salário, além do não recolhimento de FGTS, conforme previsto expressamente no Art. 21 da Lei 150/2015. 
Diante disso, requer a condenação do reclamado aos pagamentos devidos de saldo de salário e ao pagamento do FGTS.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer de Vossa Excelência:
Ratifico o pedido de deferimento da justiça gratuita;
Que contrato seja considerado por prazo indeterminado e a condenação do reclamado ao pagamento das verbas rescisórias inerentes, isto é, aviso prévio (30 dias) indenizado e seus reflexos nas férias acrescidas do terço constitucional (1/12 avos) e 13º salário (1/12 avos);
Condenação do reclamado ao pagamento de 30 minutos de horas extras diárias durante todo o período trabalhado e seus reflexos;
Condenação do reclamado ao pagamento de uma hora de intervalo intrajornada, acrescido do adicional legal, e seus reflexos;
Condenação do reclamado ao pagamento do adicional de 25% incidido sobre as 32 horas trabalhadas durante o período de viagem;
Devolução dos valores descontados indevidamente, os quais sejam 4% de vale transporte e mais 25% de alimentação, devidamente corrigidos e reflexos;
Condenação do reclamado ao pagamento de saldo de salário, referente a 15 dias;
Condenação do reclamado ao pagamento de FGTS do pacto laboral, por não ter havido seu recolhimento;
Aplicação de juros e correção monetária.
Protesta por todos os tipos de provas admitidas em direito, em especial o depoimento pessoal do reclamante, além das documentais e testemunhais.
Requer a notificação do reclamado para responder no tempo legal previsto, sob pena de revelia e confissão ficta dos fatos elencados.
Dá-se a causa, o valor de R$ ...
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local, data.
Nome e assinatura do Advogado.
OAB nº/UF.

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