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Resumo de civil np2 - Héder Raia- unip

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Incapacidade Relativa 
São relativamente incapazes: 
I- Os maiores de 16 e menores de 18
II-Os ébrios habituais (É a pessoa que consome bebida alcoólica de forma imoderada, por hábito ou vício de beber, havendo necessidade de um processo de interdição, cuja sentença deve apontar quais os atos podem ser ou não praticados) ou viciados em tóxicos.
III- aqueles que por causa transitória ou permanente (doentes mentais/enfermo e deficiente) não puderem exprimir suas vontades (dipsômano-não bebe compulsivamente mas quando o faz exagera-, ébrio eventual, usuário eventual. Eles devem ser acompanhados por um curador, sendo ao atos anuláveis se realizados sozinho) 
IV- Os pródigos (É a pessoa que gasta imoderadamente seu dinheiro e seus bens, comprometendo o seu patrimônio. "a interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, adotar, alterar o nome, casar sem escolher regime matrimoniais de bens, decidir sobre tratamento de risco, praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração→ pagamento de aluguel, de contas ...") 
Paragrafo único: a capacidade dos indígenas será tratada em lei especial. 13.146/2015. 
A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
OBS: Doentes mentais/enfermos e deficientes mentais que conseguem exprimir sua vontade não são considerados relativamente incapazes. 
Definição 
Doentes mentais: possuem todos os instrumentos intelectuais necessário, porem, em razão da doença mental, tem sua capacidade de praticar atos civis comprometida → Alzheimer, síndrome do pânico, transtorno bipolar crônico, depressão crônica, psicopatias. 
Deficientes mentais: não possuem todos os instrumentos intelectuais necessários, o que compromete sua capacidade de praticar atos civis. → síndrome de down e autismo. 
Exprimir a vontade é: a capacidade de compreender o ato em manifesta sua vontade de forma correta e de acordo com a compreensão adquirida, ainda que com discernimento reduzido.
Integração dos índios, lei 6001/73
 A legislação especial dispõe que os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam sujeitos ao regime tutelar da União que será exercido por meio da Fundação Nacional do Índio – FUNAI. Ele é considerado SUI GENERIS. 
Nos termos do Estatuto, para que o índio seja considerado capaz de praticar normalmente os atos da vida civil (capacidade de fato), poderá requerer ao Juízo competente a sua liberação do regime tutelar após preenchidos os requisitos legais, quais sejam: ter idade mínima de 21 anos; conhecimento da língua portuguesa; habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional; e razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.
Ele deve pegar um advogado, entrar na justiça federal e conseguir uma sentença do juiz. Então a FUNAI fara um processo administrativo de integração, depois de finalizado leva para justiça federal e se o juiz aceitar ocorre a homologação. 
Atos praticados antes da interdição em intervalos lúcidos. 
Se o incapaz praticar atos sem ser assistido, para que tais atos sejam anulados é necessário que a família prove que o indivíduo era incapaz e que o negociante agiu de má fé e mostrar os prejuízos acarretados. → ação anulatória. 
O negociante tem que recorrer alegando boa fé (ele não tinha conhecimento da incapacidade) e mostrar que não houve prejuízo para o incapaz. Se ele conseguir provar isso para o juiz o negócio vais ser válido e a ação improcedente, mas se o juiz acatar os argumentos da família o negocio vai ser valido e a ação procedente. 
Depois da interdição
Depois que ocorre a sentença da interdição do incapaz não adianta recorrer, ou seja, a ação anulatória sempre vai ser procedente e o ato anulável, uma vez que o incapaz agiu sem ser assistido. 
Aquisição da capacidade de fato
Através da:
- maioridade
- levantamento da interdição 
Maioridade: com 18 anos, em regra, o individuo é considerado plenamente capaz. 
- a aquisição da maioridade, em regra, implica na aquisição da capacidade plena. Salvo se o maior for relativamente incapaz. 
- é considerado o primeiro instante depois do aniversario. 
- se o ano for bissexto, considera se o dia seguinte. 
Levantamento da interdição: se cessar a causa da incapacidade vai ocorrer o levantamento da interdição, os órgãos responsáveis serão acionados e o individuo ira adquirir a capacidade. 
Emancipação
O processo de emancipação de menores é, em termos jurídicos, a antecipação da capacidade civil plena, e é aplicado aos maiores de 16 e menores de 18 anos. 
O jovem tem que ter mais de 16 anos. 
Antecipa a capacidade plena, mas não a maioridade. 
É irretratável, irrevogável, mas pode ser invalidada( anulável/ nula) 
1- Voluntaria 
Quando os pais concedem esse direito naturalmente ao filho, sem discordância entre a vontade de ambos. Caso todas as partes estejam de acordo, não é necessária a interferência judicial, e todo o processo pode ser feito por uma escritura pública, firmada em cartório. Em caso de divorcio precisa da opinião de ambos genitores, mas não quando um dos responsáveis perdeu o poder familiar. Se um dos pais não for presente → alvará, corregedoria tj-sp. 
2- Judicial
- se caso haja divergência entre os pais (um quer emancipar e o outro não), o caso deverá ser levado ao Poder Judiciário para ser julgado.
- se há pedido do tutor(só poderá ocorrer judicialmente), ocorrera através de uma sentença. 
3- Legal 
A emancipação legal se dá de forma automática, quando as situações previstas na lei civil são alcançadas.
São 4 as formas de emancipação legal:
I) Pelo casamento
Como já tratamos no artigo sobre o casamento civil, toda pessoa poderá contrair casamento a partir dos 16 anos, desde que autorizados pelos pais ou tutores. A partir do momento que o pai autoriza seu filho menor a se casar, tacitamente está autorizando a sua emancipação, para que tenha capacidade plena para iniciar uma nova família. Ilógico seria o contrário, permanecendo o vínculo parental mesmo após o matrimônio.
Importante destacar que essa regra, por objetiva previsão legal, só se aplica ao casamento, isto é, não se aplica à união estável.
II) Pelo exercício de emprego público efetivo
Esta hipótese de emancipação legal, com o advento do Código Civil de 2002, tornou-se peso morto, visto que atualmente é raro a lei permitir o provimento de emprego público efetivo antes dos 18 anos (quando a capacidade civil plena é alcançada).
III) Pela colação de grau em curso de ensino superior
Novamente esta espécie de emancipação legal ocorrerá muito raramente, considerando a extensão do ensino fundamental e médio do sistema educacional brasileiro. Caso um superdotado venha a colar grau antes dos 18 anos, estará emancipado.
IV) Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Neste caso, adquire a emancipação o menor de 16 anos que se estabelecer como comerciante ou que tenha relação empregatícia nos moldes da CLT, desde que, para esses dois casos, adquira economia própria, isto é, tenha meios financeiros próprios para se sustentar, não precisando dos pais.
Emancipação é ato irrevogável
Cumpre destacar ainda que o ato de emancipação é irrevogável. Por exemplo, se um jovem com 16 anos se casa e após um ano esse enlace é dissolvido pelo divórcio, separação judicial ou pela morte, ele não retorna para o status de incapaz.
Nome
Sinal de identificação de uma pessoa e de sua procedência familiar. 
O nome é composto de:
Prenome+sobrenome ou patronimio 
O Prenome é o nome próprio de cada pessoa e tem como função a distinção de membros da própria família, podendo ser simples ou composto. 
O Sobrenome, também conhecido como apelido de família, cognome ou patronímico, é o sinal que define e identifica a origem da pessoa. Pode ser do pai da mãe ou de ambos, e é direito do filho. 
Obs: o infante exposto (recémnascido abandonado) é registrado só com o prenome. 
Agnome: é o sinal acrescentado ao final do nome para distinguir membros da família. → filho, junior, neto, primeiro...
Cognome: é o apelido pelo qual a pessoa é conhecida. 
Princípio da imutabilidade do nome
Somente havendo razoes plausíveis o nome poderá ser modificado:
- erro de grafia/registro
- vitima ou testemunha ameaçada, assim como seus familiares, companheiro ou dependentes da vitima, podem alterar o nome. 
- é permitido acrescentar ou suprir prenome ou sobrenome. 
- é permitido alterar o prenome pelo nome que é conhecida. 
Mudança de nome no casamento e na união estável.
- No casamento não há obrigação de acréscimo de nome, pode manter o original como pode acrescer o do outro. 
- Em união estável o STJ está permitindo o acréscimo de sobrenome do companheiro. 
- Nos acréscimos de sobrenome, pode ser antes ou depois do original, nunca podendo retirar este.
- Há casos, em que é permitido manter ou retirar o sobrenome original após o casamento ou união estável.
Para casamento: separação e divórcio. 
Para união estável: dissolução da mesma.
Para ambos: viuvez. 
- é permitido mudar o nome em reconhecimento de filho e de adoção.
- Em casos de invalidação (casamento entre irmãos) do casamento ou união estável, necessariamente é retirado o sobrenome, salvo em casos de boa fé. 
Nome vocatório
É aquele pelo qual o indivíduo é comumente conhecido ou chamado com a abreviação de seu nome completo, podendo ter sido escolhido por ele mesmo ou por terceiro.
Pseudônimo 
Falso nome, podendo ser registrado.
Hipocorístico
Diminutivo do nome.
Domicilio
Residência: critério objetivo, local onde se fixa a moradia. 
Quanto à natureza, um domicílio pode ser classificado de duas maneiras:
O classificado como Voluntário(subjetivo) decorre do ato de livre vontade do sujeito, que fixa residência em um determinado local, com ânimo definitivo; o classificado como Legal/Necessário decorre da lei, em atenção à condição especial de determinadas pessoas.
Pluralidade de domicílios
Nos tempos atuais, é comum que as pessoas naturais possuam diversas residências. A pergunta a ser feita é: qual delas é considerada domicílio natural?
O Artigo 71 do Código Civil estabelece normas sobre tal situação:
“Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.”
Devemos tomar cuidado com casos de múltiplas residências, pois como o artigo determina, a pessoa natural deve viver alternadamente nas diversas residências. Se, por exemplo, um indivíduo residiu em uma por um tempo, e depois se mudou para outra, a última residência que será seu domicílio natural.
Para que ambas possam ser consideradas domicílio, a pessoa natural deve viver frequentemente alternando entre suas diversas residências. 
Ou seja, é possível ter pluralidade de residência mas só um domicilio. Mas também é possível ter pluralidade de domicilio. 
Morada: é o pouso eventual.
Domicílio profissional
Esse tipo de domicílio é limitado para as relações profissionais que dizem respeito a aquele lugar, ou seja, é apenas especifico para as questões da profissão do indivíduo, diferente do domicílio natural, que serve para todas as obrigações da pessoa.
Domicílio aparente ou ocasional
Existem também casos em que pessoas que vivem em constante passagem por vários locais, sem uma residência habitual, como por exemplo, circenses, pessoas desprovidas de moradia, ambulantes, mendigos. Para esse caso “Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.”
Domicílio de pessoa jurídica
Assim como as pessoas naturais, as pessoas jurídicas também possuem domicílio, o Artigo 75 é claro: “Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I – da União, o Distrito Federal; II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III – do Município, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
Se a pessoa jurídica tiver diversos estabelecimentos, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados, conceito semelhante ao de diversos domicílios profissionais.
No caso de pessoa jurídica filial o domicilio é o local da administração da filial.
Para pessoa jurídica estrangeira o domicilio é o local de administração da filial no Brasil. 
Domicílio necessário
Em hipóteses que não cabe a pessoa escolher seu domicilio. 
a) O domicílio dos absolutamente e relativamente incapazes (arts. 3º e 4º do CC)é o mesmo dos seus representantes
b) O domicílio do servidor público ou funcionário público é o local em que exercer, com caráter permanente, as suas funções;
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A posição que prevalece dita que, independe se o servidor realiza atos privados ou públicos, seu domicilio necessário será, o local onde ele permanece, e presta seus serviços. 
c) O domicílio do militar é o do quartel onde servir ou do comando a que se encontrar subordinado (sendo da Marinha ou da Aeronáutica);
d) O domicílio do marítimo ou marinheiro é o local em que o navio estiver matriculado
e) O domicílio do preso é o local em que cumpre a sua pena.
↓
Se o preso está em prisão cautelar ele não tem o domicilio necessário nesse local, mas se ele estiver em pena definitiva ele o terá. 
f) O domicilio contratual ou de eleição: o foro de eleição deve ser escrito para um contrato especifico e de forma temporário. 
↓
Ex: Voce faz 10 tipos de contrato, e em cada um deles deve ser especificado o foro. 
E não é porque uma vez o foro foi uma cidade que sempre será a mesma. 
Foro =  lugar onde se discutem os assuntos públicos.

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