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EMBARGOS INFIGENTES

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Plano de Aula 13: Embargos infringentes e de nulidade 
 
1. Embargos Infringentes e de nulidade 
1.1 Conceito: Embargos infringentes e de nulidade tratam-se de recurso previsto 
no artigo 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal, que deve ser manejado 
exclusivamente pela defesa quando não for unânime a decisão de segunda 
instância, desfavorável ao réu. Se o desacordo for parcial, os embargos serão 
restritos à matéria objeto de divergência. 
1.2 Cabimento: quando não for unânime a decisão de segunda instância, 
desfavorável ao réu. No entanto, se o desacordo for parcial, os embargos serão 
restritos à matéria objeto de divergência. 
1.3 Pressupostos dos referidos recursos: 
a) Decisão de um tribunal. 
b) Decisão não unânime em recurso de apelação, em recurso em sentido estrito ou 
em agravo em execução. 
Obs.: Não são cabíveis embargos infringentes e de nulidade no 
julgamento de habeas corpus, revisão criminal e julgamento originário. 
 c) Recurso exclusivo da defesa. 
Obs.: há entendimento doutrinário no sentido de que o Ministério Público 
pode opor embargos infringentes e de nulidade desde que em benefício do 
acusado. 
Perceba que são dois recursos diferentes: 
 embargos infringentes - versam sobre o direito material e 
 embargos de nulidade – versam sobre o direito processual. 
1.4 Prazo: Poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de 
acórdão, na forma do art. 613 do CPP. 
 
 
Caso: Antônio Banderas da Silva, com 21 anos de idade, dirigia seu automóvel em São 
Paulo, Capital, quando parou para abastecer o seu veículo. Dois adolescentes, que 
estavam nas proximidades, começaram a importuná-lo, proferindo palavras ofensivas e 
desrespeitosas. Antônio, pegando no porta-luvas do carro seu revólver devidamente 
registrado, com a concessão do porte inclusive, deu um tiro para cima, com a intenção 
de assustar os adolescentes. Contudo, o projétil, chocando-se com o poste, ricocheteou, 
e veio a atingir um dos menores, matando-o. Antônio foi denunciado e processado 
perante a 1.ª Vara do Júri da Capital, por homicídio simples art. 121,caput, do Código 
Penal. O magistrado proferiu sentença desclassificatória, decidindo que o homicídio 
ocorreu na forma culposa, por imprudência, e não na forma dolosa. O Ministério 
Público recorreu em sentido estrito, e a 1.ª Câmara do Tribunal competente reformou a 
decisão por maioria de votos, entendendo que o crime deveria ser capitulado conforme a 
denúncia, devendo Antônio ser enviado ao Tribunal do Povo. O voto vencido seguiu o 
entendimento da r. sentença de 1.º grau, ou seja, homicídio culposo. O V. acórdão foi 
publicado há sete dias. 
 Peça: Embargos infringentes e de nulidade. 
 Recurso oponível contra decisão não unânime de segunda instância, desde que desfavorável ao 
réu. 
 O prazo para oposição dos embargos é de 10 dias, a CONTAR DA PUBLICAÇÃO DO 
ACÓRDÃO, sendo desnecessária a intimação pessoal. 
 Só podem ser opostos no caso de Recurso em sentido estrito e Apelação. O recolhimento do réu 
á prisão é desnecessário para opor os embargos. 
 Embargos infringentes e de nulidade não são interpostos, como ocorre nos demais recursos, 
mas sim opostos. 
 A denominação do recurso depende do assunto a ser tratado. Em se tratando de matéria de 
mérito, serão opostos embargos infringentes; recorrendo-se de matéria exclusivamente 
processual, serão opostos embargos de nulidade. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO N. ____, DA 
____ CÂMARA ESPECIAL CRIMINAL DO ÉGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO 
PAULO. 
Obs.: Em caso de competência da Justiça Federal, o endereçamento correto da petição de interposição 
será: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO N. ____, 
DA ____ TURMA DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ___ REGIÃO. 
 
Processo nº 
Recorrente: Antônio Banderas 
 
 
 
ANTONIO BANDERAS DA SILVA, já qualificado nos autos de recurso em sentido estrito de nº. ____, por 
seu advogado ao final firmado, não se conformando com o venerando acórdão que, por decisão não 
unânime manteve a acusação por homicídio doloso, julgando procedente o recurso em sentido estrito do 
Ministério Público, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, dentro do prazo legal, opor 
 EMBARGOS INFRINGENTES, 
Com fulcro no artigo 609, parágrafo único do Código de Processo Penal. 
Requer seja recebido e processado o presente recurso com as inclusas razões de inconformismo. 
Obs.: As razões recursais devem seguir inclusas, pois não haverá abertura de vista para tal finalidade. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
São Paulo, data. 
Advogado 
OAB nº. ____ 
 
RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES 
 
EMBARGANTE: 
EMBARGADO: 
RECURSO EM SENTITO ESTRITO N. ____. 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça, 
 
Obs.: Em se tratando de competência da Justiça Federal, o endereçamento será: 
 
Egrégio Tribunal Regional Federal, 
Colenda Turma, 
Douto Procurador da República, 
 
 
Em que pese o notório conhecimento jurídico da Colenda Câmara Criminal desse Egrégio Tribunal de 
Justiça, a reforma do venerando acórdão é medida que se impõe pelas razões de fato e de direito a 
seguir expendidas: 
 
I DOS FATOS: 
 
ANTONIO BANDERAS DA SILVA, ora Embargante, foi denunciado como incurso nas penas do art. 121, 
caput, do Código Penal, porque, irritado com a conduta de dois adolescentes, efetuou um disparo de 
arma de fogo para o alto, assim agindo no sentido de assustar aqueles que julgou portarem-se de 
maneira inconveniente. Efetuado o disparo, o projétil, após chocar-se com um poste, ricocheteou e atingiu 
um dos jovens, sendo a lesão causa eficiente de sua morte. 
O magistrado proferiu sentença desclassificatória, por entender tratar-se de homicídio culposo. O 
Ministério Público recorreu em sentido estrito, requerendo fosse o ora Embargante processado nos exatos 
termos da exordial acusatória. 
A 1ª Câmara deste Tribunal, por decisão não unânime, reformou a decisão recorrida, sendo certo que o 
voto divergente entendeu que o Embargante deve ser processado por homicídio culposo. 
 
Obs.: Não deixe de falar nesse ponto sobre o voto divergente. Saliente-se que será este o ÚNICO tema 
debatido no presente recurso. 
 
II DO DIREITO: 
 
Analisando o conteúdo dos autos, verifica-se a olhos nus assistir razão ao Douto Desembargador que 
proferiu o voto vencido. 
Pela dinâmica dos fatos, vê-se que o agente não agiu com a vontade direta e consciente de produzir o 
resultado morte, diante do que não se pode falar em dolo direto. Não há que se falar também em dolo 
eventual, vez que o Embargante não agiu assumindo o risco de produzir o resultado lesivo. 
De acordo com a situação fática já explanada, extraímos terem sido preenchidos todos os requisitos da 
culpa, haja vista a existência de conduta [ação voluntária] com inobservância ao dever de cuidado [sem a 
devida cautela, cuidado que o Embargante deveria ter tido]. Houve também o resultado lesivo, qual seja, 
a morte da vítima, guardando este último nexo de causalidade com a conduta imprudente. Em todo este 
contexto, existia também a possibilidade de o agente, por suas condições pessoais, prever o resultado de 
sua conduta, culminando esta em um fato típico. Vejamos: 
O crime culposo é a conduta voluntária [ação ou omissão] que produz resultado antijurídico não querido, 
mas previsível, excepcionalmente previsto, que podia com a devida atenção ser evitado. Ao efetuar 
disparo de arma de fogo, ANTONIO deixou de tomar as cautelas necessárias para que o projétil não 
ricocheteasse em nenhum objeto, vindo a atingir terceiros que estivessem próximos ao local dosfatos, de 
forma que agiu de modo imprudente. 
A culpa, na modalidade da imprudência, consiste em proceder o agente sem a necessária cautela, 
deixando de empregar as precauções indicadas pela experiência como capazes de prevenir possíveis 
resultados lesivos. 
No palco dos acontecimentos, evidente o cometimento de crime culposo, em razão do que inexistem 
motivos para que seja o Embargante processado, e talvez até condenado por conduta mais grave que 
aquela supostamente praticada, eis que a pretensão punitiva não pode servir de escusa para a prática de 
abusos. 
 
III DO PEDIDO: 
 
Em razão do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, acolhendo-se o voto vencido 
com o fim de manter-se a desclassificação para que seja o Embargante processado pela suposta prática 
de homicídio em sua forma culposa. 
 
Obs.: O pedido será sempre de que seja acolhido o voto vencido, explicando-se as finalidades a serem 
atingidas conforme p caso. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
São Paulo, data. 
 
Obs. O prazo, nos termos do artigo 609, parágrafo único, será de dez dias. Em que pese o fato de a 
prova trazer o dado de que a publicação se deu há sete dias, mas não citou a suposta data em que a 
questão é lida. Entretanto, se na prova for citada data da mesma forma, deve-se considerar como 
referência a data de aplicação de prova para efeitos de contagem. 
Outro ponto a ser salientado é que, neste recurso, a data de oposição coincide com a de apresentação 
das razões recursais. 
 
Advogado 
OAB nº.

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