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ANDREIA CUIMAR ALIMENTOS DEFENSORIA

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ESTADO DO PARÁ
DEFENSORIA PÚBLICA
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DA FAMÍLIA DA COMARCA DE BELÉM– ESTADO DO PARÁ
 
 
 
 PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO: CRIANÇA E ADOLESCENTE
 
 
ALEX CUIMAR DA SILVA, brasileiro, autônomo, solteiro, portador da carteira de identidade nº 7329728, PC/PA, inscrito no CPF sob o nº , telefone: (91) 989108310, e ANDRE CUIMAR DA SILVA, menor púbere, neste ato devidamente assistido por sua genitora, ANDREIA VELOSO CUIMAR, brasileira, solteira, do lar, portadora da carteira de identidade nº 4361229, PC/PA, inscrita no CPF sob o nº 942.662.982-34, telefone: (91) 989108310, residentes e domiciliados na Pass. Santa Terezinha, nº 630, Bairro: Val-de-caes, CEP 66110-280, Belém/PA, sem endereço eletrônico, vêm, respeitosamente, por meio da Defensoria Pública do Estado, em parceria com o NPJ Estácio - FAP, ajuizar AÇÃO DE ALIMENTOS, em desfavor de ADENILSON DOS SANTOS DA SILVA, brasileiro, solteiro, profissão, residente e domiciliado à Pass. Santa Terezinha, 402, Bairro: Val-de-caes, CEP 66110-280, Belém/PA, endereço eletrônico desconhecido, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir.
DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO FEITO
Faz-se mister ressaltar, inicialmente, a prioridade absoluta na tramitação dos feitos em que seja parte criança e adolescente, em observação ao espírito protecionista da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que aponta o dever do Poder Público, com prioridade absoluta, à efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, máxime em seu art. 4º, parágrafo único, b, o qual determina a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública, devendo tal informação constar no rosto dos autos. Corroborando tais argumentos, o Novo Código de Processo Civil dispõe no inciso II e no § 2º do artigo 1048 a respeito da tramitação prioritária dos processos em que são partes crianças e/ou adolescentes.
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente, pleiteiam os benefícios da Justiça Gratuita assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV, Lei Federal 1.060/50, e artigos 98 e 99, § 3º, do CPC/15, por não ter condições de arcar com custas, despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de suas famílias, conforme atestado de hipossuficiência econômica em anexo, indicando a Defensoria Pública do Pará para o patrocínio da causa.
DAS PRERROGATIVAS LEGAIS DA DEFENSORIA PÚBLICA
A DEFENSORIA PÚBLICA possui as prerrogativas legais da dispensa de apresentação de mandato e prazos em dobro, intimação pessoal mediante entrega dos autos com vista, além de outras, (cf. Lei Complementar Federal n.º 80/94; Lei Complementar Estadual n.º 54/2006; Lei n.º 1.060/50; e CPC/15).
DA AUSÊNCIA DE DADOS
		A requerente não possui maior contato com o requerido, portanto, restou impossibilitada de informar sobre dados para complementar a qualificação do mesmo. Neste sentido, a exordial não deve ser emendada e nem ser considerada inepta, pois a dificuldade de prestação das informações por parte da requerente dificultaria demasiadamente o acesso à justiça, não sendo também, impeditivo para que haja a citação do requerido e o desenvolvimento regular do processo, nos termos do art. 319, §§ 2º e 3º, do CPC/2015.
DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil/15, vale afirmar ao Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica. 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
Os Assistidos pleiteiam, com fulcro no art. 319, inciso VII, do Diploma Adjetivo, que seja realizada audiência de autocomposição comprometendo-se a parte Autora a comparecer na referida assentada.
Requerem, ainda, que as intimações para comparecimento à audiência sejam feitas na pessoa da Parte, dada as peculiaridades das atribuições defensoriais, com fulcro no art. 186, §2º, do CPC.
DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
Considerando que o requerido é saudável, está em atividade laboral desconhecida, e diante da necessidade premente dos alimentados, requer a Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 1694, 1695 e 1696 do Código Civil e no art. 4º da Lei 5.478/68 cumulado com o artigo 693 do Código de Processo Civil/15, sejam arbitrados os alimentos provisórios, no valor de 40% (quarenta por cento) do salário mínimo vigente.
Oportunamente, com espeque nos artigos 529 e 531 do CPC requer seja determinada a expedição de citação e intimação ao Réu, no endereço fornecido nesta exordial, para que efetue, a partir do recebimento, o pagamento dos alimentos provisórios ou indique sua fonte pagadora para que os mesmos possam ser descontados em folha de pagamento, efetuando-se os depósitos na conta corrente a ser informada em momento oportuno, sob as penas dos arts. 22 da Lei 5478/1968 e 529, §1º, do Código de Processo Civil.
DOS FATOS
A representante legal do menor púbere conviveu com o requerido por 08 (oito) anos e deste relacionamento nasceram dois filhos, a saber: ALEX CUIMAR DA SILVA, maior, nascido em 12.04.1999 e ANDRE CUIMAR DA SILVA, menor púbere, nascido em 24.12.2000.
O requerido, após a separação, fez um “acordo verbal” em que se comprometeu em dar certa quantia não fixa, aos filhos e o fez por aproximadamente dois anos. Contudo, deixou de contribuir sem dar explicação eximindo-se do dever paterno. 
Cabe ressaltar que a genitora mora na casa dos pais e atualmente está desempregada, não podendo mais arcar sozinha com a manutenção dos filhos, razão pela qual se torna mais relevante ainda que o genitor, ora requerido, preste auxílio aos filhos. 
Faz-se necessário aduzir que o requerido somente auxiliava quando queria, motivo este que faz com que os requerentes ajuízem a presente demanda, pois todas as tentativas de diálogo são infrutíferas, não restando alternativa a não ser procurar o Poder Judiciário para que a pretensão alimentícia seja resguardada. 
 
DAS NECESSIDADES DO ALIMENTANDO
A mãe dos Autores é do lar, assim, não tem a mínima condição de arcar sozinha com todas as despesas para alimentação, vestuário, moradia, saúde, lazer, despesas escolares dos filhos, entre outras.
Portanto, não há como se permitir que a mãe sozinha deva contribuir com o sustento dos filhos, e por isso vem-se requerer que o Réu, pai, seja compelido a arcar com sua parte obrigacional no sustento dos menores.
DO DIREITO
A proteção à família encontra-se albergada na Constituição Federal, em seu art. 226 e 227, caput e 229. Sobre o dever alimentar, dispõe: 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE positiva que: 
Art. 22 – Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes, ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
O CÓDIGO CIVIL, a seu turno, estabelece parâmetro nas necessidades do Alimentante:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
A Lei nº 5.478/68, em seu artigo 2º, embasa a pretensão:
Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor,indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe.
Da mesma forma, o fato do Réu não participar com a manutenção necessária dos Autores, comete o crime de abandono material previsto no artigo 244 do Código Penal:
Artigo 244. Deixar, sem justa causa, de prover à subsistência do cônjuge, ou do filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou valetudinário, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente, gravemente enfermo. 
A mais abalizada doutrina, na voz do mestre Yussef Said Cahali, orienta-nos para o real sentido e alcance da expressão “alimentos”, senão vejamos:
“Alimentos são, pois as prestações devidas, feitas para quem as recebe possa subsistir, isto é, manter sua existência, realizar o direito à vida, tanto física (sustento do corpo) como intelectual e moral (cultivo e educação do espírito, do ser racional”.�
Dessa forma, mostra-se cabido o presente pleito de condenação do Réu ao pagamento de pensão alimentícia para que os Autores possam subsistir com o mínimo de dignidade, suprindo suas necessidades de educação, alimentação, vestimenta, lazer e tudo o mais na medida do binômio necessidade x possibilidade.
Ante o exposto, requer a parte autora:
1. Os benefícios da justiça gratuita, por serem pobres no sentido jurídico do termo;
2. As prerrogativas processuais de seu patrono, enumeradas no art. 128 da Lei Complementar 80/94;
 3. Seja concedida a prioridade de tramitação do feito, recebendo os autos identificação própria, na forma do art. 1048, II e § 2º do Codex, c/c art. 4º, parágrafo único, alínea “b”, da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
 4. Sejam arbitrados os alimentos provisórios no valor e na forma acima requeridos (40% do valor do salário mínimo, sendo 10% para cada Autor), expedindo-se a competente citação e intimação ao Réu, no endereço fornecido nesta exordial, para que efetue, a partir do recebimento, o pagamento dos alimentos provisórios ou indique sua fonte pagadora para que os mesmos possam ser descontados em folha de pagamento, em favor da parte autora, a ser depositado em conta corrente aberta para este fim em nome de sua representante legal, que será informada em momento oportuno;
5. A intimação do Réu para todos os atos processuais, objetivando a realização do seu direito de defesa e comprovação dos fatos, para proteção do melhor interesse dos autores, na condição de crianças e adolescentes, sob pena de nulidade, consoante art. 186, §2º, do Código de Processo Civil/15;
6. A intimação do digno representante do Ministério Público para todos os termos da presente ação;
7. Seja a ação julgada procedente, para determinar em caráter definitivo a prestação alimentícia em valor não inferior ao requerido a título de alimentos provisórios, vale dizer, 40%(quarenta por cento) do salário mínimo, o que perfaz a quantia atual de R$352,00 (trezentos e cinquenta e dois reais) sendo este percentual dividido igualmente em 10% para cada autor, depositando-os na conta que será informada em momento oportuno, de titularidade da mãe dos Demandantes;
8. A total procedência da ação, com a condenação do alimentante em todas as custas e despesas processuais, bem como em honorários advocatícios por sucumbência, a serem arbitrados por esse Juízo, na forma do CPC, os quais deverão ser revestido para o FUNDO ESTADUAL DA DEFENSORIA PÚBLICA-FUNDEP, como dispõe a Lei Estadual n°. 6.717/2005, regulamentada pelo Decreto n°. 2.275/2006, na Conta Corrente n°. 182900-9, Agência 015, Banco do Estado do Pará - BANPARÁ – 037, em nome da DEFENSORIA PUBLICA DO ESTADO DO PARÁ, CNPJ n.º 34.639.526/0001-38.
Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente através da prova documental que segue em apenso e o depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas que serão arroladas no momento oportuno e demais provas que se fizerem necessárias.
Atribui-se a causa o valor de R$ 4.497,00 (quatro mil quatrocentos e noventa e sete reais).
                   Nestes termos, pede deferimento.
                   Belém, 20 de Outubro de 2017.
 
 
DEFENSORA PÚBLICA
 
DOCUMENTOS ANEXOS
Declaração de hipossuficiência;
Cópia da Certidão de nascimento dos Alimentandos;
 Cópia do RG e CPF da genitora dos Alimentandos;
 Comprovante de residência da genitora dos Alimentandos
�
	 CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos, 3ª edição, São Paulo: Revistas dos Tribunais, p. 16.
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Tv. Padre Prudêncio, nº. 154, Belém/PA, 66.019-000. Telefone/Fax: (91)3201-2700
		� HYPERLINK "http://www.defensoria.pa.gov.br/" �www.defensoria.pa.gov.br�

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