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Vol 30 Educação sexual e transversalidade

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Prévia do material em texto

Presidente da República Federativa do Brasil
Luis Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário Executivo
José Henrique Paim Fernandes
Secretário de Educação Básica
Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva 
Diretora de Política da Educação Infantil e Ensino Fundamental
Jeanete Beauchamp
Coordenação Geral de Política de Formação de Professores (REDE)
Roberta de Oliveira
Universidade Federal do Pará
Reitor
Alex Bolonha Fiúza de Mello
Vice-Reitora
Regina Fátima Feio Barroso
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Roberto Dall’ Agnol
Pró-Reitor de Extensão
Ney Cristina Monteiro de Oliveira 
Coordenação do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Científica
Terezinha Valim Oliver Gonçalves
Coordenação Geral do Programa EDUCIMAT
Terezinha Valim Oliver Gonçalves
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
NúCLEO DE PESqUISA E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAçãO MATEMÁTICA E CIENTíFICA
CENTRO DE PESqUISA E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAçãO MATEMÁTICA E CIENTíFICA
EDUCIMAT: Formação, Tecnologia e Prestação de Serviços em Educação em Ciências e Matemáticas
Curso de Formação Continuada de Professores das Séries Iniciais
Volume 30
Educação Sexual e Transversalidade 
Ana Claudia Baía Lopes 
Gleiciane de Sousa Alves 
Neivaldo Oliveira Silva 
 
 Educimat 13 Editora da UFPA
Belém - Pará - 2008
Conselho Editorial 
Adilson Oliveira do Espírito Santo – UFPA
Adriano Sales dos Santos Silva – UFPA
Ana Cristina Cristo Vizeu Lima - UFPA
Ariadne da Costa Peres – UFPA
Arthur Gonçalves Machado Júnior – PPGECM
Eugenio Pacelli Leal Bittencout - UFPA
Flávio Leonel Abreu da Silveira - UFPA
Gleiciane de Souza Alves - PPGECM 
Isabel Cristina Rodrigues Lucena - UFPA
Jane Felipe Beltrão - UFPA
José Fernando Pina Assis – UFPA
Mara Rubia Ribeiro Diniz Silveira - PPGECM
Marcio Couto Henrique – UFPA
Maria Isaura de Albuquerque Chave UFPA
Maria Lúcia Harada - UFPA 
Natanael Freitas Cabral - UNAMA
Neivaldo Oliveira Silva - UEPA 
Renato Borges Guerra – UFPA
Sheila Costa Vilhena Pinheiro – PPGECM
Tadeu Oliver Gonçalves - UFPA
Tânia Regina dos Santos – UEPA
Terezinha Valim Oliver Gonçalves - UFPA
Valéria Risuenho Marques - SEMEC
Dados Internacional de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca Setorial do NPADC, UFPA
 Lopes, Ana Claudia Baía
L864e Educação sexual e transversalidade / Ana Claudia Baía Lopes ... [et 
al.] — Belém: EdUFPA, 2008.
 (Obras completas EDUCIMAT; v.30)
 ISBN 85-247-0292-3
 ISBN 85-247-0309-1 
 1. SEXUALIDADE (Educação).2.EDUCAçãO SEXUAL. 
I. Alves, Gleiciane de Sousa. II. Silva, Neivaldo Oliveira. III. 
Universidade Federal do Pará. Núcleo Pedagógico de Apoio ao 
Desenvolvimento Científico. IV. Título.V.Série.
CDD 19.ed. 370..151
SUMÁRIO
UNIDADE 1 11
Introdução 11
1. TRANSVERSALIDADE NO ENSINO 12
2. Resumo da Unidade 20
Referências 20
UNIDADE 2 21
Introdução 21
1. EDUCAçãO SEXUAL E TRANSVERSALIDADE 22
1.1. Sexualidade, Família e Escola 22
1.2. Sexualidade e preconceito 24
1.3. A ação do(a) professor(a) em sala de aula 26
2. Resumo da Unidade 30
Referências 30
UNIDADE 3 31
Introdução 31
1. ADOLESCÊNCIA E SEXUALIDADE 32
1.1. Puberdade 33
1.2. Homossexualidade 37
3.3. Orgasmo 38
3.4. Masturbação 39
2. REPRODUçãO HUMANA 40
2.1. Sistema Reprodutor Masculino 40
2.2. Ejaculação 42
2.3. Sistema Reprodutor Feminino 42
2.4. Ciclo Menstrual 47
2.5. Ato Sexual e Fecundação 50
2.5.1. Outros processos de Fecundação 52
2.6. O processo de Desenvolvimento Embrionário 57
3. DOENçAS SEXUALMENTE TRANSMISSíVEIS 62
3.1. DST: Sintomas, Tratamento e Prevenção 62
3.2. Aspectos Psicossociais das DST 69
3.3. Gravidez na Adolescência 73
4. Resumo da Unidade 80
Referências 81
Apresentação
Prezado(a) professor(a),
O trabalho neste módulo “Educação Sexual e Transversalidade” envolverá 
a temática Sexualidade e Educação, tendo como parâmetro a sua sala de aula. Será outra 
parada para refletir sobre sua prática pedagógica e mais uma etapa do seu Curso de Formação 
Continuada de Professores em Ciências e Matemáticas (Séries Iniciais). 
Os objetivos nessa nova etapa do seu processo de formação continuada 
relacionam-se à compreensão da sexualidade enquanto processo construído a partir de aspectos 
individuais e das inter-relações sociais, envolvendo principalmente família e escola, o que 
deverá ser o parâmetro de sua ação no processo ensino-aprendizagem em ciências e matemática, 
cuja temática deverá atravessar os conteúdos curriculares dessas áreas. Além disso, espera-se 
dar indicativos de uma ação pedagógica que venha a possibilitar aos alunos o entendimento e a 
compreensão do corpo e intervir no processo, como forma de possibilitar o auto-conhecimento 
e sua aceitação como indivíduo.
Esperamos com o trabalho nesse módulo propiciar a você a aquisição de subsídios 
teóricos e práticos relativos ao uso da temática Educação Sexual, atravessando os conteúdos 
de Ciências e Matemática, permitindo que você conheça, discuta e aplique atividades, tendo a 
Educação Sexual como tema que atravessa o trabalho de Ensino, de modo a concorrer para seu 
aprimoramento profissional.
O presente módulo está organizado em três unidades, com apresentação específica 
em cada uma delas. O mapa das unidades apresentado a seguir permite perceber a forma de 
organização, assim como os objetivos que se pretende alcançar em cada uma delas.
O PROGRAMA EDUCIMAT: Formação, Tecnologias e Prestação de Serviços em 
Educação em Ciências e Matemáticas
 O Programa EDUCIMAT é coordenado e desenvolvido pelo NúCLEO PEDAGÓGICO 
DE APOIO AO DESENVOLIMENTO CIENTíFICO (NPADC) da Universidade Federal do 
Pará, que integra a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica 
(MEC/SEB), na qualidade de Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática 
e Científica. 
 O Programa visa à formação continuada de professores para a Educação Matemática e 
Científica, no âmbito da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Como estratégia de trabalho, 
prevê a formação/fortalecimento de grupos de professores tutores dos Centros Pedagógicos 
de Apoio ao Desenvolvimento Científico (CPADC) e municipais, por meio da constituição 
dos Grupos Pedagógicos de Apoio ao Desenvolvimento Científico (GPADCs) em nível de 
especialização lato sensu. Nessa perspectiva, colocam-se como princípios de formação, dentre 
outros: a reflexão sobre a própria prática, a formação da cidadania e a pesquisa no ensino, 
adotando-se como transversalidade a educação inclusiva, a educação ambiental e a educação 
indígena. 
 O Programa está proposto para quatro anos, iniciando-se no Estado do Pará, com 
possibilidades de expansão para outros estados, especialmente das regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste. Parcerias poderão ser estabelecidas para otimizar o potencial da região no que diz 
respeito à institucionalização da formação continuada de professores no âmbito da Educação 
Infantil, Séries Iniciais, Ciências e Matemáticas. 
 O Programa EDUCIMAT situa-se no Núcleo Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento 
Científico (NPADC/UFPA), no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências 
e Matemáticas, assim como o Mestrado. O NPADC é unidade acadêmica dedicada à pesquisa, 
à pós-graduação e a educação continuada de professores de Ciências e Matemáticas, desde a 
educação infantil e séries iniciais até a pós-graduação lato e stricto sensu. Conta com a parceria 
da Secretaria Executiva de Estado de Educação, por meio do Convênio 024/98 e de Instituições 
de Ensino Superior integrantes do Protocolo das Universidades da Amazônia: Universidade 
da Amazônia (UNAMA), Centro de Estudos Superiores do Estado do Pará (CESUPA) e a 
Universidade do Estado doPará (UEPA).
Objetivos do Programa EDUCIMAT
Contribuir para a melhoria do ensino e da aprendizagem 
de Ciências e de Matemática no Estado do Pará e em 
outras regiões do país;
Formar professores especialistas na área de Ensino 
de Ciências e Matemáticas, para constituir Grupos 
Pedagógicos Municipais na área de Educação Matemática 
e Científica;
Formar e certificar professores de Ciências e Matemáticas 
da Educação Infantil e Fundamental nos Estados e 
Municípios, por meio da Educação a Distância;
Fortalecer os municípios, instituindo os GPADC como 
organismos municipais capazes de assegurar a tutoria da 
formação continuada de professores em cada município;
Buscar a parceria dos governos municipais, estaduais e de 
outras instituições, garantindo a produção e reprodução 
de materiais didáticos específicos. 
Linhas de Ação do EDUCIMAT
1. Desenvolvimento de programas e cursos de formação 
continuada, em rede, e de professores da Educação 
Infantil e Fundamental, de natureza semi-presencial 
e a distância nos municípios, incluindo elaboração de 
materiais didáticos, tais como módulos, livros, softwares 
e vídeos;
2. Realização de programa de formação de tutores, em nível 
de pós-graduação lato sensu, para o desenvolvimento 
de programas e cursos de formação continuada de 
professores e lideranças acadêmicas locais;
3. Desenvolvimento de tecnologias educacionais (software, 
kits, cd-rom) para o ensino infantil e fundamental, 
no âmbito dos municípios e unidades educacionais 
públicas;
4. Associação a outras instituições de ensino superior 
e outras organizações para a oferta de programas de 
formação continuada, formação de grupos de estudos e 
pesquisas e implantação de redes e novas tecnologias 
educacionais.
Estratégias para o desenvolvimento do Programa
Formação de Pólos para o desenvolvimento do Programa 
EDUCIMAT, por meio de momentos presenciais e a 
distância;
Realização de Seminários e Encontros com a participação 
da equipe coordenadora do programa, professores, 
prefeituras e associações para firmar compromissos e 
acordos com o Programa;
Participação de estudantes, tutores e professores 
na produção de materiais didáticos e/ou produção 
intelectual;
Tutorias presenciais e a distância para formação de 
professores nas áreas de educação infantil, séries iniciais, 
ciências e matemática.
Desenvolvimento de cursos presenciais, semi-presenciais 
e a distância. 
Cursos de Especialização a Distância para Formação de 
Tutores e Cursos de Formação Continuada de Professores
Educação Matemática e Científica ênfase em Educação 
Infantil;
Educação Matemática e Científica ênfase em Séries 
Iniciais;
Educação em Ciências ênfase em Ensino Fundamental;
Educação Matemática ênfase em Ensino Fundamental.
Metas do Programa EDUCIMAT
Formar, em 4 anos, 1920 (um mil, novecentos e vinte) 
tutores;
Formar, com tutoria local, cerca de 20.500 (vinte mil 
e quinhentos) professores para educação infantil, séries 
iniciais, ciências e matemática;
Produzir kits de material instrucional para o ensino de 
Ciências e de Matemática;
Produzir 88 (oitenta e oito) produtos, nas quatro linhas 
de ação, em quatro anos;
Reproduzir, por meio de acordos com prefeituras e outras 
instituições, produtos de ensino e de formação, para uso 
da rede pública de ensino.
Comitê Geral do Programa EDUCIMAT
Profª. Dra. Terezinha Valim Oliver Gonçalves UFPA
Profª. Ms. Andrela Garibaldi Loureiro Parente UFPA
Prof. Ms. Adriano Sales dos S. Silva UFPA/Castanhal 
Profª. Ms. Larissa Sato Dias CESUPA
Coordenação de Áreas:
Ciências
Maria Lúcia Harada UFPA
Educação Indígena
Jane Felipe Beltrão UFPA
Matemática
Tadeu Oliver Gonçalves UFPA
Educação Infantil
Tânia Regina Lobato dos Santos UEPA
Educação Inclusiva
Maria Joaquina Nogueira da Silva CESUPA
Séries Iniciais
Neivaldo Oliveira Silva SEDUC
Educação Ambiental
Ariadne da Costa Peres UFPA
Secretária
Lourdes Maria Trindade Gomes
MAPA DAS UNIDADES
UNIDADE 1
Educação Sexual e Transversalidade no Ensino
Objetivos específicos
	 Relacionar a transversalidade ao processo de unificação do conhecimento, em termos de 
ensino. 
	 Identificar meios de inclusão da transversalidade no Ensino de Ciências e Matemática.
Conteúdo
	 Transversalidade no Ensino.
UNIDADE 2 
Sexualidade, Família e Escola
Objetivos específicos
	 Compreender as relações existentes entre indivíduo, família e escola e suas implicações 
na compreensão da sexualidade;
	 Perceber o papel do(a) professor(a), no sentido de trabalhar uma visão não preconceituosa 
da sexualidade;
	 Definir ações que possibilitem uma visão não preconceituosa da sexualidade;
	 Desenvolver, discutir e aplicar estratégias de ensino de Ciências e Matemática para as 
Séries Iniciais do Ensino Fundamental, tendo a Educação Sexual atravessando os conteúdos 
disciplinares.
Conteúdos
	 Sexualidade, Família e Escola;
	 Sexualidade e preconceito;
	A ação do professor em sala de aula;
	 A Educação Sexual como tema transversal em atividades no Ensino de Ciências e 
Matemática. 
UNIDADE 3
Educação Sexual 
Objetivos específicos
	 Entender a compreensão do corpo, pelo jovem, e intervir no processo, como forma de 
possibilitar o auto-conhecimento, a definição de opções conscientes e a aceitação dos 
jovens como indivíduos;
	 Desenvolver, discutir e aplicar estratégias de ensino de Ciências e Matemática para as 
Séries Iniciais do Ensino Fundamental, tendo a Educação Sexual atravessando os conteúdos 
disciplinares.
Conteúdo
	 Adolescência e Sexualidade;
	 Gravidez na Adolescência;
	 Homossexualidade;
	 Doenças sexualmente transmissíveis;
	 A Educação Sexual como tema transversal em atividades no Ensino de Ciências e 
Matemática. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
NúCLEO DE PESqUISA E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAçãO MATEMÁTICA E CIENTíFICA – NPADC
11
EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
UNIDADE 1
EDUCAçãO SExUAL E 
TRANSVERSALIDADE NO ENSINO 
Introdução
Na presente unidade, discutiremos com você o sentido da transversalidade no ensino, nas 
Séries Iniciais. A discussão abordará aspectos históricos, com a intenção de que a compreensão 
dessa transversalidade esteja relacionada a uma tentativa de dar unidade aos conhecimentos que 
foram fragmentados, quando da instituição da Ciência. 
A discussão também abordará aspectos teóricos, de modo que você possa relacionar 
transversalidade com interdisciplinaridade e, nesse sentido, apontamos os passos dados, na busca 
da unidade que se pretende dar em termos de ensino.
Depois disso, a discussão envolverá aspectos específicos relacionados às disciplinas 
Matemática e Ciências, uma vez que a idéia é pensar a transversalidade no ensino, tendo você 
como perspectiva, que é professor(a) dessas disciplinas e, finalmente, apenas como forma de 
dar início a uma discussão, indicamos algumas formas de como essa prática pode se tornar uma 
realidade na sua sala de aula. 
Temos como objetivos, nessa unidade: Relacionar a transversalidade ao processo de 
unificação do conhecimento, em termos de ensino e identificar meios de inclusão da transversalidade 
no Ensino de Ciências e Matemáticas.
 Inicie, então, o seu estudo e bom trabalho!
PROGRAMA EDUCIMAT: FORMAçãO, TECNOLOGIAS E PRESTAçãO DE SERVIçOS EM EDUCAçãO 
EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICAS
12
EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
1. TRANSVERSALIDADE NO ENSINO 
Nos primórdios da existência humana, a produção do conhecimento era resultante das 
práticas sociais, que eram extremamente relacionadas às necessidades vitais do homem. Na 
medida em que esse homem vivia e vislumbrava formas de melhorar suas condições de vida, o 
conhecimento era produzido. A necessidade de caçar, pescar e estocar alimentos, assimcomo a 
necessidade de abrigo e de comunicação, possivelmente foram fontes geradoras de produção de 
conhecimento.
Muitas civilizações participaram da produção do conhecimento que hoje temos, mas uma 
civilização que contribuiu enormemente foi a grega. Os gregos organizaram e sistematizaram o 
conhecimento produzido pelas diferentes civilizações que os antecederam. 
A sistematização do conhecimento foi, talvez, o fator responsável pelo seu distanciamento 
da realidade, tornando obscura sua relação com o homem e o mundo, visto ele ter assumido um 
caráter abstrato, reduzindo os fenômenos a estruturas formais.
Posteriormente, com o advento da Ciência, ocorre a fragmentação do conhecimento e 
o seu distanciamento ainda maior do homem e do mundo. A organização disciplinar no ensino é 
reflexo dessa fragmentação e acaba por resultar em um aprendizado que denota o distanciamento 
observado. O conhecimento aprendido na escola apresenta-se sem significado e distante da 
realidade. 
As discussões sobre os efeitos negativos da fragmentação do conhecimento em relação 
ao seu ensino fazem com que se comece a buscar um “caminho de volta”, uma possibilidade 
de construir na escola, um conhecimento não fragmentado, com uma forte vinculação com o 
homem, que possibilite uma educação permanente e a oportunidade de compreender e modificar 
o mundo. 
É importante você compreender que as preocupações relativas às relações desejáveis 
entre as várias disciplinas trouxeram diferentes nomenclaturas e práticas, algumas pouco precisas 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
NúCLEO DE PESqUISA E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAçãO MATEMÁTICA E CIENTíFICA – NPADC
13
EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
e que, às vezes geram incompreensões. Trataremos dessa diversidade, mas não pretendemos que 
você domine essa variedade, que nem é tão importante. O fundamental é perceber que tudo é parte 
de um processo que vem se transformando com o tempo.
Multi Pluri Inter Trans
Compreenda que a busca do caminho de volta mencionado não levou a uma resposta 
definitiva. Muitas tentativas foram feitas, cada uma com um maior grau de aproximação entre 
os fragmentos de conhecimento, ou seja, entre as diferentes disciplinas presentes nos currículos 
escolares. O primeiro passo foi a multidisciplinaridade, uma forma de integração curricular 
que dispunha conteúdos disciplinares próximos, na medida das necessidades de cada uma das 
disciplinas. A tentativa aqui, era perceber que contribuições outras disciplinas poderiam trazer para 
o melhor entendimento de um conteúdo tratado em uma determinada disciplina. Evidentemente, 
essa não era a forma de acabar com a fragmentação do conhecimento, pois a relação ocorria de 
forma isolada apenas em alguns momentos.
A seguir, com a pluridisciplinaridade e a partir de temas geradores, tenta-se fazer a 
integração. A idéia do tema gerador era abordar determinado tema nas diferentes disciplinas, dando 
ênfase a aspectos relacionados à disciplina que estivesse em pauta no momento. Ao(à) professor(a) 
de matemática, caberia abordar os aspectos matemáticos daquele tema. O(a) professor(a) de 
Ciências exploraria aspectos científicos intrínsecos ao tema, e assim por diante. A proposta era 
estudar um objeto, sob a ótica de uma disciplina, através de outras disciplinas, o que enriquecia o 
objeto estudado. Mas, na medida em que o tema era tratado abordando-se aspectos específicos sem 
vínculo com o todo, os fragmentos permaneciam.
A pluridisciplinaridade pode ser entendida como uma simples associação de disciplinas 
que concorrem para uma realização comum, mas sem que cada disciplina tenha que modificar a 
sua própria visão das coisas e os seus métodos. É possível afirmar que toda realização teórica que 
coloca em prática saberes diversos, é uma ação pluridisciplinar. 
Após isso, como forma de aprimorar ainda mais essa integração, surge a 
interdisciplinaridade, que é o que se busca viver hoje. Com a interdisciplinaridade, começou-
se a vislumbrar uma real unidade, na medida em que a idéia era fazer uma real integração entre 
professores e as temáticas seriam abordadas de modo global, sob a forma de projeto. Esses aspectos 
podem ser visualizados nas duas conceituações apresentadas a seguir: 
“É a unificação do conhecimento e suas implicações sobre ensino e pesquisa”. 
(Ivani Catarina)
PROGRAMA EDUCIMAT: FORMAçãO, TECNOLOGIAS E PRESTAçãO DE SERVIçOS EM EDUCAçãO 
EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICAS
14
EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
“Interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas 
e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa”. 
(Hilton Japiassú)
Caberia aos professores dar contribuições que respondessem às questões levantadas 
no desenvolvimento desse projeto e, esses professores, independentemente da disciplina que 
estivessem tratando, poderiam fazer incursões em outras áreas de conhecimento.
Entenda que, com a interdisciplinaridade, diferentemente das demais aqui tratadas, 
pretende-se alcançar objetivos mais ambiciosos. O objetivo permitiria exprimir, numa linguagem 
única, os conceitos, as preocupações e as contribuições de um número maior ou menor de disciplinas 
que, de outro modo, permaneceriam fechadas em suas linguagens especializadas. A compreensão 
recíproca resultante é um dos fatores essenciais de uma melhor integração dos saberes. A história das 
ciências nos faz lembrar que as relações, quando puderam ser realizadas, entre domínios distantes 
de conhecimento, foram sempre fontes de progressos científicos ou técnicos importantes.
Há defensores de que a linguagem interdisciplinar ideal seria a matemática. De nossa 
parte, podemos dizer que as diferentes matemáticas podem ser enquadradas nessa idéia, na 
medida em que os aspectos relacionados a quantidades, formas e localização, dentre outras, que 
caracterizam o conhecimento matemático, permeiam os mais diferentes fenômenos. Esta idéia é 
reforçada quando se constata que a matemática, que é apresentada como universal, se configura em 
um corpo de conhecimentos unificado e coordenado, apresentando assim, os caracteres essenciais 
de um bom instrumento de síntese. O uso cada vez maior das matemáticas nas disciplinas mais 
variadas reforça esta convicção.
A interdisciplinaridade, no entanto, não parece ser o último passo desse caminhar gerado 
pela necessidade de se retomar a unidade perdida. É possível vislumbrar que na medida em que 
a integração faça desaparecer os limites disciplinares, tenhamos a transdisciplinaridade ou 
nova transdisciplinaridade qual ponto de chegada a uma nova macro-disciplina. Há autores que 
defendem que isto seria uma nova forma de fragmentação, não mais disciplinar e sim temática.
A transdisciplinaridade seria, portanto, uma antecipação da forma de se configurar o 
ensino no futuro e, nos parece, que esta maneira de ensinar está sendo preparada ou antecipada 
com os temas transversais, que atravessariam as diversas disciplinas. Tais temas nos parecem ser 
um modo de dar significado aos conteúdos que integram o programa, visto que esses conteúdos 
são tratados de modo a que se perceba sua relação com questões sempre presentes na vida dos 
alunos, o que lhes dá um sentido de utilidade.
O caminho possível apontado hoje, em termos de diretriz de trabalho é, portanto, a 
interdisciplinaridade. O que nos faz acreditar que esta seja uma alternativa de aproximação entre 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
NúCLEO DE PESqUISA E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAçãO MATEMÁTICA E CIENTíFICA – NPADC
15
EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
conhecimento escolar e a realidade é a oportunidade que um ensino que tem como ponto de partida 
a realidade pode propiciar à formação de uma visão de mundo unificada e vinculada ao homem e 
ao aluno, portanto. 
Em termos de ensino, pode-se dizer que é possível construir uma práticainterdisciplinar 
a partir de situações problemas. Porém, a discussão da situação não pode ficar restrita aos aspectos 
específicos de uma disciplina. É necessário perceber que essa situação sofre a interferência de 
múltiplos aspectos que a determinam, situando-se em um tempo, em um espaço, que essa situação 
envolve o próprio homem e, portanto, está relacionada a questões econômicas, sócio-culturais e 
políticas. A situação, então, estará imersa em uma realidade global e deverá servir para que os 
alunos entendam como ela está inserida nas suas realidades. 
Um modo de fazer com que os temas transversais se façam presentes no ensino é buscar 
criar situações e tratar as situações criadas englobando múltiplos aspectos que as determinam, 
situando-as em um tempo, em um espaço, envolvendo o próprio homem, levando em conta práticas 
de determinados grupos e, portanto, estabelecendo conexões com questões econômicas, culturais e 
políticas relativas a esses grupos, deixando essas situações imersas em uma realidade global. 
Se essa forma de discussão for efetivada em sala de aula, no sentido de identificar temas 
e, a partir deles explorar os diversos aspectos que envolvem o contexto local, isso pode servir para 
que os alunos entendam essa realidade. É fundamental, no entanto, que a discussão, tendo partido 
desse contexto local, seja ampliada no sentido de alcançar a globalidade. 
Existem questões que estão sendo intensamente vividas pela sociedade, pelas comunidades, 
pelas famílias e pelos alunos, com as quais estes se confrontam diariamente nos seus cotidianos. 
Essas questões têm sido debatidas em diferentes espaços sociais, em busca de soluções e de 
alternativas, confrontando posicionamentos diversos, tanto em relação à intervenção no âmbito 
social mais amplo, quanto à atuação pessoal. 
Em razão disso e da urgência do tratamento dessas questões que interrogam sobre a vida 
humana, a realidade construída, demandando transformações macrossociais e de atitudes pessoais, 
exigindo ensino e aprendizagem de conteúdos relativos a essas duas dimensões, é que os Parâmetros 
incorporaram aos currículos das diferentes áreas, os Temas Transversais, cujo estudo exige uma 
abordagem particularmente ampla, diversificada e envolvem questões relativas à ética, saúde, 
meio ambiente, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo. Esses temas deverão 
permear a concepção das diferentes áreas, seus objetivos, conteúdos e orientações didáticas, com 
a intenção de intervir na realidade para transformá-la, além de possibilitar a construção de uma 
prática que tenha como perspectiva uma formação integral. 
A transversalidade nos parece ser a forma mais adequada para o tratamento destes temas. 
Eles não constituem uma disciplina, mas devem estar inseridos na prática de sala de aula, nos 
PROGRAMA EDUCIMAT: FORMAçãO, TECNOLOGIAS E PRESTAçãO DE SERVIçOS EM EDUCAçãO 
EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICAS
16
EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
conteúdos disciplinares e em diferentes momentos do trabalho com cada uma das disciplinas. São 
trabalhados em uma e em outra, de diferentes modos. 
Essa transversalidade pressupõe um tratamento integrado das áreas e um compromisso 
com as relações interpessoais. Os Temas existem em função de sua complexidade que faz com 
que as diferentes áreas, isoladamente, não sejam suficientes para explicá-los. Por exemplo, a Área 
de Ciências inclui a comparação entre os órgãos e funções do aparelho reprodutor masculino 
e feminino, relacionando seu amadurecimento às mudanças no corpo e no comportamento de 
meninas e meninos durante a puberdade e respeitando as diferenças individuais. No entanto, o 
estudo do corpo humano não se restringe à dimensão biológica. É preciso que haja a compreensão 
das diferenças de gênero (Orientação Sexual) e respeito às diferenças (Ética). É importante, 
então, que os professores trabalhem essas relações ao tratar as temáticas específicas. Desta feita, a 
proposta é buscar uma compreensão abrangente dos diferentes objetos do conhecimento, além da 
implicação do sujeito do conhecimento na sua produção e relação.
A idéia não é que você interrompa seu trabalho com um determinado conteúdo de 
Matemática, por exemplo, para ensinar questões relativas à sexualidade, mas fazer uma análise 
do conteúdo de matemática abordando aspectos que tenham relação com a educação sexual. 
O enfoque é que permitiria traçar um paralelo entre o conteúdo que está sendo trabalhado e as 
questões relacionadas ao tema transversal. 
Podemos exemplificar dizendo que, ao tratar de divisão e multiplicação, é possível fazer 
uma relação muito natural entre esses processos e a divisão celular e a duplicação da quantidade total 
de células de um embrião. Como essa duplicação é um processo que ocorre no desenvolvimento 
embrionário e, portanto, é parte do processo de reprodução, a temática transversal pode aparecer 
naturalmente.
Se você não olhar para o trabalho que irá desenvolver ao longo de um período letivo, é 
possível que não consiga, com muita naturalidade, tratar das temáticas transversais, e particularmente 
da Educação Sexual, pois não basta ter criatividade em apenas alguns momentos, é necessário criar 
uma prática nesse sentido e a programação dessa prática é uma necessidade.
Como desenvolver o trabalho com os temas transversais seja talvez a principal pergunta a 
ser respondida, é nesse sentido que nossa discussão acontecerá. Antes que isso ocorra, no entanto, 
é importante mencionar que as idéias que serão tratadas possuem profunda relação com a idéia dos 
centros de interesse, defendidos por Decroly, que iriam substituir os conteúdos disciplinares - (a) a 
criança e a família; b) a criança e a escola; c) a criança e o mundo animal; d) a criança e o mundo 
vegetal; e) a criança e o mundo geográfico; f) a criança e o universo. Também tem relação com 
o Método de Projetos de Kilpatrick, que seria o desenvolvimento de uma atividade intencional 
pelos próprios alunos, ou ainda, o Método dos complexos de Blonsky, Pinkevich e Kupskaia, 
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EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
que considerava a escola como uma comunidade de vida e de trabalho, substituindo os planos e 
programas de estudo por temas globalizados de trabalho docente.
Finalmente, queremos deixar claro para você, que a interdisciplinaridade e a 
transversalidade são modos de se trabalhar o conhecimento, na perspectiva de reintegrar aspectos 
diversos que foram tratados, durante muito tempo, de forma completamente isolada dos outros 
pelo tratamento disciplinar. E mais do que isso, a intenção principal é buscar ao ensinar, uma visão 
mais ampla e adequada da realidade que é unitária, mas tem sido apresentada por nós aos alunos, 
de modo fragmentado, considerando que somos professores dessa ou daquela disciplina e damos 
um tratamento a ela de modo essencialmente isolado. 
 Atividade 1 – Viva a diferença! 
As relações existentes no pensamento da criança são expressões do seu conhecimento 
lógico-matemático, que aos poucos, começa a se manifestar. A criança faz essas relações, desde 
muito cedo, mas é nas séries iniciais (normalmente na 1ª série) que ela começa a classificar, separar 
ou agrupar objetos por suas semelhanças ou diferenças, considerando tamanho, forma e cor, entre 
outras, mas sempre em presença do objeto concreto. 
O trabalho com atividades de classificação envolvendo Ciências e Matemática deve 
ser, portanto, incentivado em sala de aula. Mas é possível, aqui, estabelecer relação e trazer a 
Educação Sexual atravessando a discussão. Nesse sentido, o principal ponto a ser abordado é o 
respeito às diferenças, sendo esse o objetivo maior com a atividade. 
Orientações:
Não há nenhuma restrição, em termos de nível, para o trabalho com essa atividade. 
O queexiste é a diferença de condução, na medida em que as crianças poderão ou não ter certas 
habilidades, como registrar sob a forma escrita ou forma de desenhos aquilo que lhes for solicitado. 
É sempre interessante que as crianças sejam incentivadas a trabalhar em grupos, mas isso é uma 
decisão do(a) professor(a). 
O comando básico é a solicitação para que as crianças relacionem coisas que são diferentes. 
Elas farão isso da forma que acharem conveniente. Depois, indicarão qual/quais a(s) diferença(s). 
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Você, então, discutirá com elas essas diferenças existentes. Mas, é importante 
que o termo diferença seja trabalhado, tendo em vista seu significado. Nesse momento, um dos 
significados que deve aparecer é aquele que está relacionado à Matemática, pois diferença é o 
resultado de uma subtração (conta de menos). Você deve discutir o conceito de subtração, de modo 
a chegar aos seus termos, de preferência utilizando exemplos relacionados à realidade. 
O outro sentido, o de não semelhança, deverá ser o que dará continuidade à discussão 
e isso deverá ser feito de acordo com o que surgir na turma. 
Comentários
Professor(a), é difícil imaginar as diferenças que serão apontadas por suas crianças, 
mas muito provavelmente algumas das diferenças apontadas terão relação com pessoas. As 
diferenças entre magro e gordo, alto e baixo, negro, índio e branco, homem e mulher, novo e velho, 
talvez até entre homossexual e heterossexual, são algumas das muitas possibilidades que existem. 
A intenção é que essas diferenças sejam mencionadas para que serem trabalhadas. 
 Um fato importante a ser destacado é que as diferenças, em termos humanos, são 
principalmente biológicas. As diferenças entre homem e mulher devem possibilitar a discussão 
sobre sexo e as diferenças que nestes jazem. Você deve deixar as crianças contarem sobre a forma 
como vêem essas diferenças. Deixe-as falar sobre seus corpos e aproveite para ensinar sobre 
anatomia humana, higiene, mas fazer com que entendam isso como algo muito natural e bonito. 
É necessário que as características biológicas sejam olhadas com respeito, por serem 
naturais ou geradas por situações circunstanciais, mas é preciso que as crianças entendam que estas 
não determinam maior ou menor importância ao ser humano, nem capacidade ou incapacidade. 
As diferenças sociais, por sua vez, devem ser encaradas também como naturais, 
pois são resultantes de opções individuais, pois as pessoas têm preferências diferentes. A sociedade 
é que tem tentado impor certa padronização, mas não consegue, pois a beleza do ser humano é 
exatamente a diferença. Todos somos bonitos! E somos bonitos porque somos diferentes! 
Seria muito interessante que o aspecto central da sua discussão com as crianças 
estivesse relacionado ao objetivo principal da atividade que é o respeito às diferenças. É muito 
importante que as crianças abandonem preconceitos e que você também abandone os seus, para 
que o respeito seja verdadeiro e não apenas retórica.
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Relate, aqui, os resultados da aplicação da atividade. 
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EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
2. Resumo da Unidade
Você discutiu a idéia da transversalidade no ensino e compreendeu que isto é uma tentativa 
de superação das dificuldades observadas no aprendizado dos alunos, em razão da fragmentação 
do ensino e por causa da complexidade do próprio conhecimento, que faz com que o tratamento 
isolado não seja suficiente para explicá-lo. Percebeu que o surgimento dos temas transversais tem 
uma forte relação com a tentativa de reaproximação entre as disciplinas que vem sendo feita no 
ensino e conheceu diferentes terminologias, mas entendeu que o objetivo é sempre o mesmo.
Você também entendeu que os temas transversais são uma forma de dar significado 
aos conteúdos, na medida em que são tratados fazendo relação com a vida dos alunos e que a 
orientação que nos é trazida nos Parâmetros Curriculares é que, no seu trabalho em sala de aula, 
você procure criar situações que englobem os múltiplos aspectos que se apresentam, situando-as 
em um contexto (onde e quando) que esteja relacionado com o mundo do aluno.
Para que seja possível você fazer isso em sala de aula, algumas possibilidades foram 
apontadas. Agora cabe a você procurar colocar em prática as discussões levadas a efeito! 
REFERêNCIAS
FAZENDA, Ivani e Japiassu, 4. - Integração e Interdisciplinaridade no Ensino Brasileiro. São 
Paulo, Loyola, 1979.
GARCIA, Lenise A. M. Transversalidade, Belo Horizonte: Presença Pedagógica, v.8, n.45, 
2002.
NICOLESCU, Basarab. O manifesto da transdisciplinaridade. Tradução: Lúcia Pereira de 
Souza. São Paulo: Triom, 1999.
www.inclusao.com.br/projeto_textos.Inter-transdisciplinaridade e transversalidade. Instituto 
Paulo Freire/Programa de Educação Continuada 
Parâmetros Curriculares Nacionais – MEC, 1999.
www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/mathesis/delattreInvestigaçõesinterdisciplinares. Objetivos 
e dificuldades.Pierre Delattre.
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EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
UNIDADE 2
SExUALIDADE, FAMÍLIA E ESCOLA
Introdução 
A presente unidade consta de um texto no qual discutimos questões relacionadas à 
Ciência, seu surgimento, suas transformações e sua relação com o senso comum, buscando fazê-
lo compreender a forma como se dá sua inserção no contexto educacional e como o Ensino de 
Ciências poderá ser encarado como um meio de se buscar alcançar a formação do(a) cidadão/
cidadã autônomo(a). Discutimos também a questão da transversalidade no Ensino de Ciências, na 
tentativa de buscar a compreensão da necessidade de sua inclusão no ensino e as possíveis formas 
de operacionalização de um trabalho em sala de aula, que garanta essa inclusão.
O seu estudo deverá ser feito a partir da leitura do texto, seguida da análise deste. As 
atividades de reflexão que foram inseridas no corpo do texto deverão ajudar você nessa análise e 
devem ser respondidas imediatamente após a leitura. Também inserimos um exemplo de atividade 
a ser desenvolvida em sala de aula e posteriormente relatada por você.
Os objetivos que pretendemos alcançar, com esta unidade estão relacionados à identificação 
das relações existentes entre Ciência e senso comum; à compreensão da Educação e do Ensino de 
Ciências como possibilidade de vivenciar a autonomia e uma forma de alcance da cidadania, bem 
como à identificação de meios de inclusão da transversalidade no Ensino de Ciências. A tarefa 
agora é sua. Vá em frente e bom estudo! 
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1. EDUCACAO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
1.1. Sexualidade, Família e Escola
A sexualidade representa um conjunto de formas de expressão ou comportamentos do 
ser humanos ligados aos processos somáticos, psicológicos e sociais do sexo. Em outras palavras, 
representa a forma como nos comportamos sexualmente. É possível dizer que a sexualidade está nos 
indivíduos desde o nascimento e mesmo a criança muito pequena tem essa energia que chamamos 
de sexualidade, estando esta diretamente relacionada com a vida e a saúde desses indivíduos. 
A sexualidade se expressa de forma diferente em cada indivíduo e, por esse motivo, não 
se pode definir um comportamento como sendo correto ou errado, normal ou anormal. No entanto, 
considerando-se que cada sociedade possui uma cultura e define para si, determinadas formas de 
comportamento que passa a ver como padrão, inclusive comportamento sexual, a sexualidade 
pode ser entendida como uma expressão cultural e está relacionada às diferentes formas de 
comportamento, de expressão e de liberação da energia sexual, na busca do prazer. 
Se é algo que surge com o nascimento, necessariamente é uma temática que deve estar 
presente em discussões no seio da família. É, portanto, dos pais o importante papel de orientar, 
discutir e esclarecer questões referentes à educação sexual das crianças e jovens. Nesse sentido, 
seria interessante que a sexualidade não fosse para a família um verdadeiro tabu. As discussões 
sobre questões relativas ao comportamento sexual das crianças e jovens deveriam, necessariamente, 
fazer parte do cotidiano do lar.
Porém, não podemos perder de vista que essa temática é muito recente em relação às 
discussões em aberto, uma vez que nossa sociedade possui os mais diferentes tipos de família estas 
abordam ou deixam de abordar o tema, de acordo com suas crenças e concepções, gerando falta de 
informação ou informações carregadas de preconceitos. 
A orientação sexual vem sendo, aliás, uma reivindicação cada vez maior de pais à escola, 
por entenderem a importância da discussão da temática, considerando o incentivo ao despertar da 
sexualidade que é feito através da mídia e por admitirem a dificuldade de tratar abertamente sobre 
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EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
o assunto. Sendo assim, a sociedade tem deixado às escolas a importante função de esclarecimento 
ou aprofundamento dessas questões. 
Cabe então à escola, informar e formar os indivíduos para a compreensão de seu 
papel social, de seus direitos e do respeito às diferentes opções sexuais, de modo a olhar para o 
homossexualismo como uma opção individual de vida e de felicidade, e que, portanto, os indivíduos 
não devem ser constrangidos ou discriminados por essa opção; de compreender as funções e reações 
orgânicas das crianças e jovens no que se refere aos seus impulsos e desejos; de como se prevenir 
das doenças sexualmente transmissíveis, apontando as várias formas de prevenção para que se 
tenha uma vida saudável, bem como fazer as crianças e jovens compreenderem a responsabilidade, 
para consigo e com o outro, no sentido de preservação da saúde e da vida; compreender os riscos e 
conseqüências de uma gravidez prematura, uma vez que a gravidez na adolescência é uma realidade 
em nossa sociedade, além de outras questões que trataremos no decorrer dessa unidade. 
A seguir, você tem duas questões, para reflexão:
 Como você reagiria se um aluno ou uma aluna demonstrasse 
excitação e isso ficasse visível a todos na sala de aula?
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O que você diria a uma criança que demonstrasse interesse ou 
curiosidade sobre a sua vida sexual? 
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Comentários:
1. Se você compreendeu a idéia de que a sexualidade é algo extremamente natural e presente 
em todos os indivíduos desde o nascimento, é possível que sua resposta à primeira questão, 
após suas reflexões, seria tomar uma atitude coerente, tratando a situação como algo natural. 
É evidente, entretanto, que um diálogo com esse aluno ou aluna, seria interessante, no sentido 
de ajudá-lo(a) a compreender o fato e evitar demonstrar publicamente algo que é estritamente 
pessoal e individual.
2. A segunda questão deve ter sido respondida por você, de modo similar à primeira, pois é 
muito natural o interesse dos alunos por qualquer coisa que esteja relacionado ao professor 
ou à professora, tendo em vista a referência que somos para eles. Entretanto, é importante 
que eles percebam que essa é uma questão pessoal e, se você se sentir à vontade, pode dar 
alguma informação, mas desde que seja sem nenhum constrangimento. Se você não se sentir 
à vontade, isso deve ser dito a eles, também sem constrangimentos.1.2. Sexualidade e preconceito
A sociedade, com suas regras, concepções e valores, é sempre o fio condutor para se 
estabelecer as relações entre os indivíduos. Em nossa sociedade, os papéis de homens e mulheres 
são claramente definidos em função de toda uma concepção histórica e cultural. quem já não 
ouviu quando criança, frases do tipo: “Menina, pára de jogar bola, isso não é brincadeira para 
você!”; “Você tá chorando? Mas homem não chora!”; ou ainda “Menino brinca de bola e carrinho 
e menina brinca de boneca.” Essas frases demonstram claramente a concepção de homem e mulher 
que se tem, e tudo àquilo que foge aos padrões pré-estabelecidos de “normalidade” é visto como 
“anormal”. 
O que fazer, então, com as meninas que demonstram um comportamento mais agressivo; 
que gostam de jogar peteca, bola e empinar pipa? O que fazer com os meninos que gostam 
de cozinhar, de fazer roupas para bonecas, ou que se mostram mais sensíveis e emotivos? O 
que tem se visto (isso é respaldado em nossas vivências enquanto educadores) é uma enorme 
discriminação, por parte de uma maioria considerável das pessoas, que age com desdém ou faz 
piadas de comportamentos “diferentes” como esses.
E o que dizer para jovens, meninas ou meninos, que iniciaram ou desejam iniciar suas 
vidas sexuais? Discursar sobre o erro de tomar esse tipo de decisão tem sido a prática mais comum. 
Na família, na maioria das vezes, existem cobranças, como se os pais estivessem sendo traídos ou 
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ultrajados por uma atitude que está relacionada ao uso do corpo que deveria ser uma propriedade 
individual. Os pais, independentemente de posição social, sentem-se abalados pelo engravidamento 
de filhas ou pelos jovens meninos terem engravidado uma menina e fazem grandes cobranças para 
esses jovens, os quais, quase sempre, não haviam sido preparados ou educados para enfrentar ou 
evitar tal situação, ou ainda, fazer uma opção de forma consciente. 
Talvez os valores religiosos, que foram disseminados em nossa sociedade cristã, aliados 
aos valores sociais que temos, acabam conduzindo nossas ações e comportamentos. No entanto, 
esses valores deveriam ser humanísticos, pois a opção por uma identidade sexual não deveria ser 
parâmetro para avaliar um ser humano, assim como as prioridades que nos são impostas, como 
estudar, formar-se, estabelecer-se profissionalmente, para só então, vivermos nossa vida sexual 
em sua plenitude, não deveriam ser os únicos parâmetros para julgar a atitude de um jovem. A 
consciência das implicações de uma opção para o indivíduo e para o grupo do qual ele faz parte, 
ao contrário, nos parece ser uma direção mais humana para determinar essa opção. 
Despirmo-nos de nossas crenças e valores, como foi dito anteriormente, não é uma tarefa 
fácil, mas, se pensarmos em como nossas crianças e jovens se sentirão ao serem confrontados com 
uma identidade sexual que não é socialmente aceita; se pensarmos que também somos responsáveis 
pela opção e pela aceitação ou não, por parte de uma criança ou jovem de sua opção sexual e se 
olharmos para eles como seres humanos, ajudando-os a compreenderem suas manifestações de 
desejos e opções, estaremos dando um importante passo na humanização da nossa sociedade; 
de modo que a sociedade olhe para essas crianças e jovens não como aberrações da natureza, 
mas como indivíduos que optaram por uma forma de felicidade, o que não os torna inferiores ou 
diferentes dos demais indivíduos. 
Nesse sentido, qual deve ser o seu papel, professor(a)?
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1. 3. A ação do(a) professor(a) em sala de aula
O que você faria se em sua sala de aula houvesse um menino ou uma menina com 
“características” homossexuais? 
É muito comum, hoje, entrarmos em salas de aula e identificar, com certa facilidade, 
senão a tendência, mas o comportamento sexual de nossos alunos. Com a liberação sexual na 
década de 60 ou 70, os jovens aprenderam a mostrar seus gostos e preferências com relação a 
sexo. Embora isso seja verdadeiro, ainda achamos difícil compreender e aceitar comportamentos 
sexuais que sejam diferentes daqueles usualmente aceitos pela sociedade, talvez devido aos nossos 
padrões sócio-culturais e à nossa formação moral e religiosa e, por vezes, acabamos por reforçar, 
mesmo sem intenção, o preconceito existente. 
É certo que, enquanto indivíduos, temos os nossos padrões e dirigimos nossas vidas 
de acordo com eles. Entretanto, como professores(as) que somos, não podemos perder de vista 
que nossa função é ajudar nossos alunos a se compreenderem e isso só pode ser feito na medida 
em que, na relação com eles, procurarmos nos desprender dos nossos padrões, aproximarmo-nos 
do universo deles, de modo a melhor entendê-los, respeitá-los e assim, atuar na direção de uma 
Educação que objetiva a aceitação das diferentes opções sexuais. 
Essas são algumas das questões que colocamos para sua reflexão, porque você, professor(a), 
precisa ter a clareza de que, como indivíduo, professa crenças e valores, e serão estes os fios 
condutores de toda a sua ação educativa. É necessário se ter em mente que, como educadores, é 
fundamental, mesmo sendo muito difícil, que nos desliguemos de nossas crenças e valores para 
olharmos com certa isenção para situações dessa natureza, pois a criança ou o(a) jovem que nos 
procura com suas dúvidas e incertezas, espera buscar em nós a compreensão necessária para o que 
o(a) incomoda ou aflige.
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 Atividade 2 – Modelando com massinha 
O trabalho com formas é algo que necessariamente deve ocorrer no ensino de Matemática, 
mas em Ciências também existe essa necessidade e, considerando que a direção aqui é as séries 
iniciais, esse trabalho precisa ser exploratório. 
Se os alunos conhecem as diferentes formas tratadas em Matemática e aprenderam sobre 
temáticas como animais, vegetais, meio ambiente, entre outros, eles podem deixar a criatividade 
funcionar e imaginar diversas formas.
No entanto, como a discussão será aprofundada e envolverá a Educação Sexual, é 
necessário considerar que discutir a sexualidade com alunos das séries iniciais é sempre uma 
questão delicada, muitas vezes em virtude de concepções pré-estabelecidas oriundas da orientação 
familiar. Nesse sentido, ao propormos esta atividade, buscamos tornar o assunto o mais natural 
possível, o que ajudará a despertar o interesse deles pelo assunto, com respeito e sem causar 
constrangimento aos alunos, além de desmistificar concepções que possam ter sido trabalhadas de 
maneira equivocada.
Orientações:
Essa atividade tem característica de fixação de conhecimentos aprendidos e deverá 
ser desenvolvida com alunos de 3ª ou 4ª série, envolvendo formas de coisas do meio ambiente 
(animais, vegetais...), formas geométricas, que podem estarinseridas nas primeiras e Sistema 
Reprodutor Masculino e Feminino (interno e externo - órgãos sexuais). O objetivo, com a 
atividade é, principalmente, perceber como os alunos enxergam o seu meio, as coisas que dele 
fazem parte e seus corpos, na medida em que fazem parte desse meio, além de como lidam e se 
posicionam quando o assunto relaciona-se com Educação Sexual, especialmente com os órgãos 
sexuais masculino e feminino.
A classe deverá ser dividida em 4 grupos. Essa sugestão de divisão é feita para que cada 
grupo discuta a forma dos órgãos sexuais internos e externos, tanto masculino quanto feminino. 
Deverá ser dada a cada grupo uma caixa de massa de modelar, para que eles, de maneira livre, 
façam formas diversas de coisas do seu meio. É necessário lembra-los que fazem parte do seu meio 
e que assim sendo, eles próprios podem ser modelados, assim como partes de seus corpos. 
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É possível que os próprios alunos tomem a iniciativa de fazerem modelos representativos 
dos órgãos sexuais, mas se isso não for feito, cabe a você sugerir que o façam. Após esse momento, 
é importante que cada grupo exponha aos demais, as suas produções, contando sobre o que 
fizeram.
Comentários
Professor(a), essa atividade pode ser trabalhada em qualquer período, tendo em vista as 
temáticas envolvidas em termos de Ciências e Matemática. Porém, em termos da temática órgãos 
sexuais masculino e feminino, isso também pode ser feito antes de iniciar o assunto proposto, para 
se identificar que conhecimentos os alunos possuem sobre o tema e após, trabalhar o conteúdo. Ao 
se fazer isso, você oportunizará aos alunos construir seus conhecimentos, no sentido de comparar o 
que fizeram antes do estudo do conteúdo, possibilitando a eles identificar o que falta nos modelos 
iniciais e o que precisa ser completado. 
É importante também possibilitar aos alunos que levantem questões relativas às suas 
dúvidas e que possam discutir inicialmente entre eles, para que depois haja sua intervenção, no 
sentido de sanar as dúvidas ou levantar outras questões.
É possível, caso você não tenha massa de modelar, que os alunos possam fabricar essa 
massa com trigo, óleo, água e corante, ou ainda, que façam desenhos coloridos em folhas de papel, 
sendo que cabe a você intermediar o processo, sempre levantando questões e dando sugestões. 
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Relate aqui os resultados da aplicação da atividade .
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EDUCAçãO SExUAL E TRANSVERSALIDADE
2. Resumo da Unidade
Ao terminar o estudo da segunda unidade, você certamente aprendeu sobre o sentido da 
sexualidade e sua presença nos diferentes indivíduos. Percebeu que sexualidade pode ser entendida 
como uma expressão cultural e compreendeu que as discussões sobre questões relativas a essa 
temática aproximam indivíduo, família e escola na compreensão da sexualidade e, apesar de ser 
também responsabilidade da família, a escola está, cada vez mais, sendo chamada pela sociedade, 
a cumprir com esse importante papel de caráter educativo.
A seguir, o estudo lhe permitiu perceber a carga de preconceito existente quando a temática 
sexualidade é tratada, que isso é resultante da incorporação de comportamentos padronizados, em 
razão de uma cultura imposta socialmente, mas que no trabalho educativo, há necessidade de nos 
despirmos de nossos padrões e crenças, de modo a possibilitar que os jovens se compreendam, se 
aceitem e vivam as suas opções sem que isso venha a lhes trazer infelicidade.
E para finalizar o estudo da unidade, você fez uma parada para reflexão sobre a 
sexualidade e opções sexuais, assim como sobre sua ação em sala de aula, tendo como referência 
a atual realidade, a liberalidade existente e a dificuldade de nós professores lidarmos com nossos 
próprios preconceitos. Novamente, você deve ter compreendido que para educar, é necessário 
respeitar o outro, compreendê-lo e atuar no sentido de aprender a conviver com as diferentes 
opções sexuais. 
REFERêNCIAS
Parâmetros Curriculares Nacionais (1 a 4 série), Pluralidade Cultural e orientação Sexual, 
Ministério da Educação e Cultura – MEC, Secretaria de Educação Fundamental – SEF, Brasília, 
1997. 
SILVA, Neivaldo O. Matemática nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Módulo de Curso 
de Formação de Tutores em nível de especialização. Programa EDUCIMAT. NPADC/UFPA. 
Belém-Pa, 2005.
PARENTE, Andrela G. L. e SILVA, Neivaldo O. Metodologia do Ensino de Ciências e Matemática 
nas Séries Iniciais. Módulo de Curso de Formação de Tutores em nível de especialização. Programa 
EDUCIMAT. NPADC/UFPA. Belém-Pa, 2005.
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UNIDADE 3
EDUCAçãO SExUAL
IntroduçãoVocê está chegando à terceira Unidade. Nas duas anteriores, discutiu a idéia da 
transversalidade no ensino, relacionada à interdisciplinaridade e conheceu possibilidades de 
inclusão dessa dimensão no seu trabalho de sala de aula. A seguir, você estudou sobre sexualidade 
envolvendo a relação família, escola e tendo como perspectiva sua prática. Discutiu também sobre 
homossexualidade e preconceito.
Nesta unidade, você estudará aspectos específicos sobre Educação Sexual, tendo como 
parâmetro uma discussão relacionada ao jovem e seu corpo. A discussão envolverá puberdade, 
homossexualidade, orgasmo e masturbação. Depois disso, você aprenderá aspectos relacionados à 
Reprodução Humana, quando irá conhecer os Sistemas Reprodutores masculino e feminino, discutir 
sobre ejaculação e ciclo menstrual. A seguir, os temas tratados serão Ato Sexual e Fecundação 
para, finalmente, aprender um pouco mais sobre DSTs, tudo isso tendo como perspectiva o seu 
trabalho de sala de aula. Paralelamente à discussão, apresentaremos exemplos de atividades a serem 
desenvolvidas em sala de aula por você. Estas trazem a Educação Sexual como transversalidade 
no ensino.
O objetivo com a presente unidade é discutir um processo de ensino que possibilite 
o entendimento e a compreensão do corpo pelo jovem, como forma de possibilitar o auto-
conhecimento, a definição de opções conscientes e a sua aceitação como indivíduo, além de 
desenvolver, discutir e aplicar estratégias de ensino de Ciências e Matemática para as Séries Iniciais 
do Ensino Fundamental, tendo a Educação Sexual atravessando os conteúdos disciplinares.
As atividades, em princípio, estão relacionadas às temáticas de Ciências e/ou Matemática, 
mas têm como perspectiva o envolvimento da educação sexual como tema transversal. A principal 
preocupação, aqui, é que essa aproximação seja feita do modo mais natural possível, como 
decorrência da discussão inicial.
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São atividades direcionadas às séries iniciais que podem ser dirigidas a uma ou mais 
dessas séries, mas que podem ser adaptadas para abranger outras. É importante lembrar que as 
questões sociais devem ser o principal fim do trabalho didático e isso é algo que depende da forma 
como você conduzirá as discussões em sala de aula.
1. ADOLESCêNCIA E SExUALIDADE
O primeiro conceito de adolescência foi criado em 1904 pelo psicólogo americano 
Staney Hall. Antes a mudança da infância para idade adulta era marcada por ritos de passagem 
(Revista Veja, 2001). Nas mais diferentes sociedades, esses rituais são formas de iniciar o/a jovem 
em um outro estágio de sua vida. Em algumas sociedades indígenas, por exemplo, as jovens índias, 
quando estão prestes a fazer 15 anos, passam por um período de reclusão, para só então serem 
apresentadas à sociedade. No Brasil, é muito comum o baile de debutantes, onde a jovem, nessa 
noite de festa, é oficialmente apresentada à sociedade e pela primeira vez deverá dançar uma valsa 
em companhia de alguém do sexo oposto. Em geral, a primeira dança é realizada pelo pai. 
Com os meninos, os rituais são completamente diferentes. Há algum tempo, a introdução 
do homem à adolescência era feita com a primeira relação sexual. Na maioria das vezes, o pai 
levava o jovem para ter sua primeira relação com uma “garota de programa” (termo usado para 
designar aquela que dá prazer sexual a alguém em troca de dinheiro). Muitos jovens foram iniciados 
dessa maneira, o que hoje é considerado um equívoco, pois muitos meninos se sentem inseguros 
e pouco à vontade, preferindo ter sua primeira relação com a namorada. No entanto, essa ainda é 
uma prática incentivada por muitos pais. 
É necessário compreender que a adolescência é uma fase importante na vida de um 
indivíduo, pois é a fase dos conflitos internos, do jovem com ele mesmo, das mudanças físicas 
(nascimento dos pêlos pubianos, primeira menstruação, mudança da voz, desenvolvimento dos 
seios...), da incerteza sobre qual o papel do jovem na família e na sociedade, uma vez que ele não 
é mais tão criança para ter determinadas atitudes, mas também ainda não é adulto o suficiente para 
decidir sobre os próprios caminhos. 
O papel da escola e, por conseguinte, o papel do(a) professor(a) é de extrema importância 
para que esse indivíduo possa desenvolver-se de forma plena e satisfatória, amenizando os conflitos 
existentes e fazendo-o aceitar-se e compreender-se, extraindo o que essa fase tem de melhor, pois 
é ela que vai determinar os caminhos a serem trilhados pelo futuro adulto. Nesse momento, o(a) 
professor(a) precisa mostrar-se como alguém que está para ouvir, e não para julgar, alguém que 
está para ajudar e não para condenar, sendo próximo e amigo, fazendo o jovem enxergar-se como 
um indivíduo com necessidades, opiniões, conceitos e que necessita compreendê-los para melhor 
viver. 
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1.1. Puberdade
O primeiro sinal de puberdade na menina é muito discreto. Às vezes, nem mesmo a mãe 
nota. Aparecem inicialmente os brotos mamários, de um ou dos dois lados e a região torna-se mais 
sensível. A idade do aparecimento deste broto mamário é muito variável: entre 8 e 13 anos de 
idade. quase simultaneamente, a menina entra no seu “estirão” de crescimento e os pêlos púbicos 
aparecem, alguns meses depois dos pêlos axilares. Junto com os pêlos, glândulas de suor começam 
a produzir uma secreção de cheiro acentuado. Nesse período, a adolescente deve ter um cuidado 
maior com a sua higiene pessoal. 
A primeira menstruação ou “menarca” acontece cerca de 2 anos depois do aparecimento 
do broto mamário. Esta primeira menstruação significa que a menina atingiu a maturação sexual, 
podendo procriar, isto é, ter filhos. Nesta altura, o seu corpo quase atingiu a estatura adulta e terá 
a configuração feminina. Em outras palavras, a menina tornou-se “mulher”. O instinto sexual 
também será despertado.
Inicialmente, o ciclo da jovem não é muito regular, pois os hormônios precisam de um 
tempo para funcionar em equilíbrio. Começa também a produção de um muco na época da ovulação 
que provoca um suave corrimento, sem odor e esbranquiçado. As cólicas podem acontecer, mas 
devem ser toleráveis, em caso contrário o médico ginecologista deve ser consultado. 
O primeiro sinal da puberdade nos meninos é o crescimento dos testículos. Como eles 
estão escondidos na bolsa escrotal, não se percebe com facilidade este início que varia entre os 9 
e 14 anos de idade. Apenas alguns meses depois haverá crescimento do pênis e aparecimento dos 
pêlos pubianos, axilares e na face. Também haverá mudança da voz nos meninos, que se tornará 
mais grave. Isto advém do crescimento da laringe e das cordas vocais. Durante a puberdade, é 
possível que a mama dos meninos também cresça, sendo chamado de ginecomastia puberal. Isto é 
normal e ocorre em mais da metade dos meninos, mas na medida em que se desenrola a puberdade, 
há regressão deste crescimento. 
À semelhança da menina, entre 2 e 5 anos após o início da puberdade, o menino vai 
adquirir o seu corpo de homem. O estirão do crescimento ocorrerá mais no fim da puberdade, 
em contraste com a menina que tem o seu estirão bem no início. Isto explica o por quê de, apesar 
de terem a mesma idade (entre 10 e 14 anos), muitas vezes as meninas são mais altas do que os 
meninos e, ao atingirem os 16 anos ou mais, os meninos tornam-se mais altos do que as meninas. 
Enquanto há menarca nas meninas, nos meninos há a semenarca ou ejaculação de sêmen que 
contém espermatozóides, o que torna o menino biologicamente capaz de ser pai. As poluções 
noturnas que ocorrem durante o sono são ejaculações involuntáriascontendo esperma. 
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Outro aspecto a considerar é que os adolescentes se encontram em uma fase na qual 
‘independência’, ‘liberdade’, e ‘vida social’ são palavras chaves. Os horários ocupados e a 
busca pela independência fazem com que se alimentem muito fora de casa e sem horários pré-
estabelecidos. Para piorar, além de comerem rápido demais, consomem a primeira coisa que vêem 
pela frente, não selecionando os alimentos. 
É importante que você, professor(a), entenda que o processo de puberdade não transforma 
o jovem em um adulto, pois a maturação biológica que ocorre não traz o amadurecimento necessário 
para que esses jovens possam assumir todas as responsabilidades decorrentes de seus atos e é por 
esse motivo que a ação educativa é extremamente necessária.
Nesta fase, você e os pais em casa devem sempre estar lhes lembrando que é de extrema 
necessidade a ingestão de frutas, vegetais e hortaliças frescas, para complementar os alimentos 
super energéticos e protéicos, que eles estão acostumados a consumir. Porém, quando a taxa de 
crescimento diminui, deve-se estar atento para o consumo de grandes quantidades de alimentos ricos 
em energia, pois poderá haver o desenvolvimento de obesidade e/ou outras doenças debilitantes. 
Nas meninas, principalmente, o excesso de preocupação com a aparência pode provocar sérios 
problemas.
Em muitos casos, quando o adolescente tenta por si só emagrecer, termina por desenvolver 
distúrbios alimentares ou visão distorcida de si mesmo, o que pode afetar sua vida social. 
 Atividade 3 – Espelho Mágico ou Espelho do Futuro (fases da vida do ser 
humano)
É importante o aluno saber identificar as fases por quais um dia passará ou passou, e 
vivenciar de forma lúdica as mesmas. Desse modo, certamente entenderá certos conceitos, atitudes 
e mudanças, relativas a uma das fases. 
A atividade poderá ser aplicada com turmas de 3ª ou 4ª série e, com ela, serão trabalhadas 
as características das fases da vida de um ser humano. 
Para o desenvolvimento da atividade você deverá formar duplas e, logo em seguida, 
sortear para cada dupla, uma fase da vida. Após o sorteio, as duplas deverão competir entre si. 
O segredo desta atividade está nas duplas manterem sigilo sobre a fase da vida que foi sorteada, 
para que seja apresentada através de mímica para as demais duplas. As duplas terão um tempo 
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estipulado por você, para desenhar e anotar as características da fase apresentada por mímicas, 
tentando identificá-las.
Após o desenvolvimento da atividade, é o momento de discutir com a turma, as diversas 
fases que foram trabalhadas. Nesse momento, seria interessante orientar os alunos a fazerem 
uma linha do tempo, tendo como referência as suas histórias. O uso de fotos pode ser uma boa 
alternativa.
O trabalho com medidas de tempo surge como conteúdo específico de Matemática. 
Porém, esse conteúdo aparece apenas como forma de permitir a identificação das diferentes fases 
da vida.
O processo de desenvolvimento humano é outro conteúdo que estará presente. Nesse 
momento, as transformações que ocorrem com as crianças, principalmente em relação aos seus 
órgãos sexuais, dentre outras, devem ser trabalhadas. 
Comentários
Os conteúdos trabalhados na atividade são, basicamente, medidas de tempo e 
desenvolvimento humano, tendo as transformações por que passa o corpo das crianças, como 
temática transversal.
É importante que a característica de competição seja minimizada na atividade. Uma boa 
alternativa é não premiar os vencedores. Outra alternativa é que as equipes que identificarem as 
fases apresentadas através de mímica auxiliem as demais a também identificarem, dando dicas.
 Nessa atividade, pode ser substituído o desenho por recortes de figuras de revistas e, ao 
lado, listar suas características em forma de cartaz.
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Relate aqui os resultados da aplicação da atividade. 
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1.2. Homossexualidade
Podemos definir homossexualidade como a atração sexual por indivíduos do mesmo 
sexo. Não é, portanto, algo que aconteça especificamente com homens ou com mulheres, mas 
com ambos e isso não depende de idade, cor, crença ou posição social. Há exemplos, inclusive 
de homossexualidade entre animais, o que dá indicativos que essa é uma questão essencialmente 
biológica, mas que pode, evidentemente, ter influências sociais. 
O padrão estabelecido pela maioria das sociedades é o relacionamento entre um homem 
e uma mulher. Há alguns grupos sociais que aceitam o relacionamento de um

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