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I UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ CURSO: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO FÍSICA EXPERIMENTAL II Experiência 4: Determinação da densidade de um líquido Professor: Fermin Garcia Velasco Grupo: Cinthia Dias Santana Gabriela Costa Santos Ilhéus (BA), 31 de outubro de 2017 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS Experiência 4: Determinação da densidade de um líquido Professor: Fermin Garcia Velasco CET833- FÍSICA EXPERIMENTAL (Prática- P12)- Eng. De Produção Alunos: 1) Cinthia Dias Santana 2) Gabriela Costa Santos Dia: 31/10/17 1. Introdução Um corpo ou substância submerso à outra substância de caráter distinto do mesmo está sujeito à uma força equivalente à diferença de pressões aplicadas em seus extremos e verticalmente para cima na qual, por sua vez, equivale ao peso do corpo denominada Empuxo (𝐸), responsável pela certificação do Princípio de Arquimedes. Vale ressaltar que, ao emergir-se um corpo em uma determinada substância/ fluido, observa-se que, visualmente, o peso aparente (𝑃′) desse corpo possui menor valor que o seu peso real (𝑃). Sendo assim, tem-se que o valor numérico resultante da força Empuxo é dado por: 𝐸 = 𝑃 − 𝑃′ De acordo com o Princípio de Arquimedes, "um corpo total ou parcialmente imerso em um fluido, recebe do fluido uma força vertical, dirigida para cima, cuja intensidade é igual à do peso do fluido deslocado pelo corpo”. Figura 1: corpo imerso num fluido sujeito à força empuxo Logo, tem-se que 𝐸 = 𝑃 Sabe-se que o peso (𝑃) de um corpo pode ser descrito pelo produto de sua massa (𝑚) pela aceleração da gravidade (𝑔), ou seja, 𝑃 = 𝑚𝑔 Também vale lembrar que a massa de um corpo pode ser descrita por meio do produto de sua densidade (𝜌) por seu volume (𝑉), ou seja, 𝑚 = 𝜌𝑉 Diante das considerações supracitadas, torna-se possível calcular a intensidade do empuxo em newtons por meio da equação descrita abaixo: 𝐸 = 𝜌𝑔𝑉 As unidades de medida de todas as grandezas aqui citadas serão padronizadas de acordo com o Sistema Internacional de Unidades (SI). Além disso, considera-se 𝑔 = (9,81 ± 0,05) 𝑚/𝑠2 1.1. Equações auxiliares Neste tópico, serão descritas algumas equações que serão de grande importância na etapa de Resultados e Discussões. Dada uma lista de N valores xi, com i=1,...,N é possível calcular: (1) (2) (3) (4) (5) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS Média aritmética: �̅� = 1 𝑁 ∑ 𝑥𝑖 𝑁 𝑖=1 Desvio Padrão: 𝜎𝑥 = √ 1 𝑁 − 1 ∑(𝑥𝑖 − �̅�)2 𝑁 𝑖=1 Desvio padrão da média: �̅�𝑥 = 𝜎𝑥 √𝑁 2. Objetivos A prática laboratorial descrita a seguir tem como foco prevalecente a determinação do valor numérico da densidade do fluído nele usado; E, atrelado a isso, a verificação e comprovação do princípio de Arquimedes, que é o responsável pelo objetivo supracitado. Tal prática laboratorial foi auxiliada por medições diretas e indiretas. 3. Procedimento Experimental 3.1. Materiais Necessários: • Paquímetro de precisão 2 X 10-5 m; • Corpo de prova (cilíndrico) graduado com uma escala de 8 marcações; • Dinamômetro de precisão de 0,05 N; • Haste com Suporte vertical metálico; • Béquer contendo fluido (água), onde a densidade da água equivale a aproximadamente 1000 𝑘𝑔/𝑚3. 3.2. Métodos: 1 - O uso do paquímetro foi destinado, prioritariamente, às medições da altura e diâmetro do corpo de prova; 2 - Seguidamente o uso do paquímetro foi designado às medições de altura de cada marcação presente no corpo de prova, finalizando com um total de 8 medições distintas; 3 - O corpo de prova foi, então, acoplado ao dinamômetro para que fosse obtido, por sua vez, o valor do seu Peso Real; 4 - O corpo de prova foi submergido no fluido, de forma gradativa, para que, por fim, fossem obtidos os valores do Peso Aparente, que correspondem a cada uma das marcações presentes na escala. Tal procedimento foi repetido por 3 vezes. 4. Resultados e Discussões Inicialmente, os valores de peso aparente de cada marcação foram dispostos na tabela descrita abaixo: Tabela 1: Medidas de peso aparente em N Nº da marcação Peso aparente (N) 1ª repetição 2ª repetição 3ª repetição 1 0,30 0,30 0,30 2 0,40 0,40 0,45 3 0,50 0,45 0,50 4 0,55 0,55 0,55 5 0,65 0,60 0,65 6 0,75 0,75 0,75 7 0,85 0,85 0,85 8 0,95 0,95 0,90 Em seguida, usando as equações auxiliares presentes na Introdução, foram obtidos os valores de peso aparente médio, desvio padrão e desvio padrão médio para as três repetições em cada marcação. (6) (7) (8) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS Tabela 2: Valores de peso aparente médio, desvio padrão e desvio padrão médio para as oito marcações Nº da marcação Peso aparente médio Desvio padrão Desvio padrão médio 1 0,30 0,00 0,00 2 0,42 0,03 0,02 3 0,48 0,03 0,02 4 0,55 0,00 0,00 5 0,63 0,03 0,02 6 0,75 0,00 0,00 7 0,85 0,00 0,00 8 0,93 0,03 0,02 A partir dos valores de peso aparente médio presentes na tabela 2 e do peso real do cilindro medido no procedimento experimental (P = 1 N), é possível calcular a força empuxo em cada marcação por meio da equação (1). É importante ressaltar que o peso aparente (𝑃′) presente na equação (1) será equivalente ao peso aparente médio (𝑃′̅) em cada marcação. Tabela 3: Valores de empuxo para as oito marcações em N Nº da marcação Empuxo (N) 1 0,70 2 0,58 3 0,52 4 0,45 5 0,37 6 0,25 7 0,15 8 0,07 Para obter a incerteza do empuxo é preciso fazer a propagação de incertezas, dada por: 𝜎𝐸2 = ( 𝜕𝐸 𝜕𝑃 ) 2 𝜎𝑃2 + ( 𝜕𝐸 𝜕𝑃′̅ ) 2 𝜎𝑃′̅2 As derivadas parciais do empuxo em função do peso real e do peso aparente médio são dadas, respectivamente, por: 𝜕𝐸 𝜕𝑃 = 1 𝜕𝐸 𝜕𝑃′̅ = −1 A incerteza do peso real é a precisão do dinamômetro em newtons: 𝜎𝑃 = 0,05 𝑁 A incerteza do peso aparente médio é dada pela fórmula abaixo: 𝜎𝑃′̅ = √�̅�𝑃′̅2 + 𝜎𝑃2 Onde �̅�𝑃′̅ é o desvio padrão médio presente na tabela 2. Tanto para �̅�𝑃′̅ = 0,00 quanto para �̅�𝑃′̅ = 0,02 tem-se que 𝜎𝑃′̅ ≅ 0,05 𝑁. Dessa forma, tem-se a incerteza do empuxo é a mesma para as oito marcações. Logo, 𝜎𝐸 ≅ 0,07 𝑁 Posteriormente, as medições das alturas de cada marcação realizadas no procedimento experimental foram dispostas na tabela mostrada abaixo: Tabela 4: Medições de altura das oito marcações em m Nº da marcação Altura (m) 1 0,05905 2 0,05150 3 0,04440 4 0,03740 5 0,03000 6 0,02185 7 0,01500 8 0,00830 Também foi feita uma medição do diâmetro do cilindro. Considerandoque o corpo cilíndrico é uniforme em toda a sua (9) (10) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS extensão, tem-se que o diâmetro do cilindro é igual a 0,03963 m. A partir dos valores de altura de cada marcação presentes na tabela 4 e do diâmetro do cilindro citado no parágrafo anterior, é possível calcular o volume submerso de cada marcação. Considerando que o corpo em questão é um cilindro, seu volume é dado por: 𝑉 = 1 4 𝜋𝑑2ℎ onde h é a altura de cada marcação e d é o diâmetro do cilindro. Tabela 5: Valores (aproximados) de volume submerso das oito marcações em m3 Nº da marcação Volume (m3) 1 0,000073 2 0,000064 3 0,000055 4 0,000046 5 0,000037 6 0,000027 7 0,000019 8 0,000330 Para obter a incerteza do volume é preciso fazer a propagação de incertezas, dada por: 𝜎𝑉2 = ( 𝜕𝑉 𝜕𝑑 ) 2 𝜎𝑑2 + ( 𝜕𝑉 𝜕ℎ ) 2 𝜎ℎ2 As derivadas parciais do empuxo em função do diâmetro e da altura do cilindro são dadas, respectivamente, por: 𝜕𝑉 𝜕𝑑 = 1 2 𝜋𝑑ℎ 𝜕𝑉 𝜕ℎ = 1 4 𝜋𝑑2 As incertezas do diâmetro e da altura são equivalentes à precisão do paquímetro em metros: 𝜎𝑑 = 𝜎ℎ = 2 × 10−5 𝑚 Levando em consideração que as incertezas do volume são diferentes de acordo com a altura de cada marcação, tem- se a seguinte tabela: Tabela 6: Valores das incertezas (aproximadas) de volume submerso das oito marcações em m3 Nº da marcação σV (m3) 1 0,00000008 2 0,00000007 3 0,00000006 4 0,00000005 5 0,00000004 6 0,00000004 7 0,00000003 8 0,00000003 Obs.: Tendo em vista que os valores das incertezas são extremamente pequenos, foi preciso adotar um número de algarismos significativos maior que o adotado nos valores da tabela 5. Ao passo em que foram calculados os valores de empuxo (tabela 3), volume (tabela 5) e suas respectivas incertezas, foi possível construir um gráfico de pontos que relaciona as duas grandezas: Gráfico 1: Gráfico de pontos (E X V) É possível fazer o ajuste linear dos pontos do gráfico acima através do Método dos Mínimos Quadrados. Dada uma equação linear y = ax + b, pode-se (11) (12) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS compará-la com a equação (5). Daí, 𝐸 = 𝑦, 𝜌𝑔 = 𝑎, 𝑉 = 𝑥 e 0 = 𝑏. O coeficiente angular e o coeficiente linear podem ser calculados, respectivamente, por: 22 xx yxxy a xayb Os erros aleatórios de a e b podem ser calculados, respectivamente, por: 2 22 22 1 a xx yy N a 22 )()( xxab Os erros de exatidão de a e b podem ser calculados, respectivamente, por: 22 X e Y e ae x y a 22 xyb eaee Obs.: Nas equações acima, ΔX e ΔY são as amplitudes dos valores das grandezas x e x, dadas por: minmax XXX minmax YYY Os valores de eX e eY são, respectivamente, os maiores valores das incertezas das grandezas X e Y. Os erros totais de a e b podem ser calculados, respectivamente, por: 22 aaa eE 22 bbb eE Após a aplicação das equações de (13) a (20) obteve-se: 𝑎 ≅ 9902,8 𝑏 ≅ −0,02 𝛿𝑎 ≅ 242,9 𝛿𝑏 ≅ 0,005 𝑒𝑎 ≅ 1094,6 𝑒𝑏 ≅ 0,07 𝐸𝑎 ≅ 1121,2 𝐸𝑏 ≅ 0,07 Após a obtenção dos coeficientes angular e linear, foi possível construir o seguinte gráfico: Gráfico 2: Gráfico E X V com ajuste linear Segundo o Origin 8.0, software usado para a plotagem dos gráficos, o ajuste linear foi realizado com precisão de aproximadamente 99,4%. Sabendo que 𝜌𝑔 = 𝑎, é possível calcular a densidade em função do coeficiente angular e da aceleração da gravidade (𝑔 = (9,81 ± 0,05) 𝑚/𝑠2), ou seja, 𝜌 = 𝑎 𝑔 . Logo, 𝜌 ≅ 1009,5 𝑘𝑔/𝑚3 (13) (14) (15) (16) (17) (18) (19) (20) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS Para obter a incerteza da densidade é preciso fazer a propagação de incertezas, dada por: 𝜎𝜌2 = ( 𝜕𝜌 𝜕𝑎 ) 2 𝜎𝑎2 + ( 𝜕𝜌 𝜕𝑔 ) 2 𝜎𝑔2 As derivadas parciais da densidade em função do coeficiente angular e da aceleração da gravidade são dadas, respectivamente, por: 𝜕𝜌 𝜕𝑎 = 1 𝑔 𝜕𝜌 𝜕𝑔 = − 𝑎 𝑔2 Sabendo que 𝜎𝑎 = 𝐸𝑎 ≅ 1121,2 e 𝜎𝑔 = 0,05, tem-se que 𝜎𝜌 ≅ 114,4 𝑘𝑔/𝑚3 Portanto, a densidade do fluido é 𝜌 = (1009,5 ± 114,4) 𝑘𝑔/𝑚3 Para fins de avaliação, calcula-se o erro relativo e a diferença percentual, dados, respectivamente, por: 𝐸𝑅(𝜌) = 𝜎𝜌 𝜌 × 100 ∆% = |𝜌𝑡 − 𝜌𝑒𝑥𝑝| 𝜌𝑡 × 100 Adotando 𝜌𝑡 ≅ 1000 𝑘𝑔/𝑚 3 e 𝜌𝑒𝑥𝑝 = 1009,5 𝑘𝑔/𝑚3, tem-se que 𝐸𝑅 ≅ 11,3 % e ∆% = 0,95 %. Analogamente, é possível calcular o erro relativo para a e b, ou seja: 𝐸𝑅(𝑎) = 𝐸𝑎 𝑎 × 100 ≅ 11,3 % 𝐸𝑅(𝑏) = 𝐸𝑏 𝑏 × 100 ≅ 304,8 % 5. Conclusão Diante dos resultados obtidos, é possível afirmar que o experimento foi satisfatório e atingiu os objetivos propostos. Por meio da linearização dos valores de empuxo X volume foi comprovada a proporcionalidade entre essas duas grandezas. Tal relação refletiu-se na porcentagem de precisão do ajuste (99,4%), considerada ótima. Outrossim, verificou-se a obtenção de um valor experimental de densidade que possui grande proximidade com o valor teórico adotado, como mostra a diferença percentual de 0,95%. Por conseguinte, percebeu-se a comprovação da validade do Princípio de Arquimedes que, por sua vez, possui grande utilidade no que se refere à determinação da densidade de um fluido a partir do peso aparente do corpo nele submerso. Todavia, é preciso considerar não só os valores absolutos das grandezas, mas também suas incertezas. A começar pela elevada porcentagem de erro relativo do coeficiente linear. Também ressalta-se o fato de o erro relativo da densidade estar fora do intervalo esperado (𝐸𝑅 < 10%). Acredita-se que os desvios elevados supracitados possam ser justificados sobretudo por erros sistemáticos observacionais. Erros na leitura do paquímetro e dinamômetro e no posicionamento das marcações submersas são exemplos de interferências possíveis neste caso. 6. Referências EVANGELISTA, Adão Wagner Pêgo. Propriedades fundamentais dos fluidos. Disponível em:< https://www.agro.ufg.br/up/68/o/1.1.2__Pro (21) (22) (23) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS priedades_dos_fluidos.pdf>. Acesso em: 31 de out 2017. HALLIDAY; RESNICK. Fundamentos da Física, v.2, 8ª ed.,LTC,2008. VEIT, Eliane A.. Princípio de Arquimedes. Disponível em:< http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20022/J eferson/Arquimedes-1.htm>. Acesso em: 31 de out 2017. A figura 1 foi retirada do site Só Física, disponível em: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Mec anica/EstaticaeHidrostatica/empuxo.php.
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