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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS - ICEX DEPARTAMENTO DE FÍSICA BELO HORIZONTE, MG, BRASIL Física Experimental Básica – Mecânica – PU9A RELATÓRIO N°1 Densidade de líquidos PROFESSOR: Leonardo Teixeira Neves AUTORES: Larissa A. Monteiro de Jesus Thaiara Cristina Pires Ferreira Belo Horizonte 07 de Setembro de 2020 2 Sumário: • 1. Objetivos.......................................................................................3 • 2. Introdução.....................................................................................3 • 3. Métodos.........................................................................................4 • 4. Resultados.....................................................................................5 • 5. Discussão de resultados................................................................9 • 6. Conclusão....................................................................................11 • 7. Contribuições...............................................................................11 • 8. Referências Bibliográficas..........................................................12 3 1. Objetivos: O presente relatório tem como objetivo determinar a densidade de um líquido. 2. Introdução: A força exercida sobre um objeto qualquer quando imerso, total ou parcialmente, em um fluido é denominada força de empuxo. Para exemplificar melhor a atuação dessa força, quando nadamos em uma piscina, pode-se perceber que é mais fácil nadar na superfície do que mergulhar até o fundo. Isso ocorre por que há uma diferença de pressão entre a superfície e o fundo da piscina. Enquanto tentamos chegar ao fundo, a pressão sofrida pelo corpo na parte mais funda da piscina é maior que a sofrida pela parte mais próxima da superfície. Devido a isso, a força para cima feita pela água precisa ser maior que a força para baixo. A grosso modo, é como se a água tentasse empurrar o corpo de volta a superfície. Esta força é denominada empuxo, sempre tem direção vertical e sentido para cima e pode ser calculada a partir do princípio de Arquimedes que diz: “Um corpo total ou parcialmente imerso em um fluido, recebe do fluido uma força vertical, dirigida para cima, cuja intensidade é igual à do peso do fluido deslocado pelo corpo." Representando matematicamente temos: 𝐸 = 𝜌𝑔𝑉 Sendo: 𝜌 = Densidade do fluido 𝑔 = Aceleração da gravidade V= Volume do fluido deslocado pelo objeto A figura 1 abaixo exemplifica a atuação da força de empuxo no caso de um mergulhador: 4 Figura 1 Atuação da força empuxo para um nadador Assim como no caso exemplificado acima, sempre que um corpo é imerso (total ou parcialmente) em um fluido, ele sofre a ação do empuxo, como já dito anteriormente. No experimento realizado em prática, observou-se que à medida que o cilindro era mergulhado no fluido, o dinamômetro apontava um peso diferente do peso real do cilindro, e que esse peso diminuiu gradativamente à medida que o cilindro era mergulhado. Além disso, observou-se também que houve um deslocamento do fluido quando o objeto foi imerso. 3. Métodos: Material utilizado: • Paquímetro com resolução de 0,05mm; • Cilindro de alumínio; • Dinamômetro; • Recipiente transparente com um liquido de densidade desconhecida; • Haste com suporte; • Régua milimetrada. Procedimentos: • Mediu-se o diâmetro e a altura do cilindro com o auxílio do paquímetro, para determinar seu volume; • Pesou-se o cilindro no dinamômetro; 5 • Ainda suspenso pelo dinamômetro, o cilindro foi imerso gradualmente no fluído contido no recipiente transparente e repetiu-se esse processo até que o cilindro ficasse completamente submerso no líquido. 4. Resultados: Os dados obtidos através do experimento fornecem informações para que se atinja o objetivo, a determinação da densidade do líquido. Primeiramente, analisa-se esses dados, faz-se a conversão de unidades (se necessário), e expressa-se as fórmulas que serão utilizadas. A Tabela 1 nos mostra o peso aparente (P’) do cilindro a partir das medições no dinamômetro em função do número de segmentos mergulhados. Número de segmentos mergulhados P’ (±0,005N) 1 0,930 2 0,885 3 0,840 4 0,800 5 0,760 6 0,715 7 0,675 8 0,635 Tabela 1: Peso aparente em função do número de segmentos mergulhados Como pode-se ver, o peso aparente está em função do número de segmentos mergulhados. A partir dos dados dimensionais extraídos do cilindro utilizado, é possível calcular o seu volume total, possibilitando, posteriormente, o conhecimento do volume mergulhado em função do número de segmentos. Dados acerca do cilindro: Diâmetro (d) = (20,20 ± 0,05) mm Raio (r) = (10,10 ± 0,05) mm Altura (h) = (85,00 ± 0,05) mm 6 Peso real (P) = (0,965 ± 0,005) N Sabe-se que o volume de um cilindro pode ser expresso pela equação a seguir: 𝑉𝑐𝑖𝑙 = 𝜋𝑟2ℎ Equação 1 A fim de obter o volume em metros cúbicos (m3), assim como é expresso no Sistema Internacional (SI), devemos converter o raio e a altura para metros. r = 10,10 mm = 1,01x10-2 m; Δr = 5x10-5 m h = 85,00 mm = 8,50x10-2 m; Δh = 5x10-5 m Com isso, pode-se substituir os valores na equação 1, obtendo Vcil: Vcil = 2,72x10-5 m3 Para expressarmos a incerteza do volume, ou seja, a margem de dúvida do valor obtido, propagamos a incerteza das grandezas que o envolvem (altura e raio) utilizando a equação a seguir: ∆𝑉𝑐𝑖𝑙 = 𝑉𝑐𝑖𝑙 √ (∆𝑟)2 (𝑟)2 + (∆ℎ)2 (ℎ)2 Equação 2 Logo, utilizando a equação 2 vê-se que para o 8° segmento mergulhado, ou seja, a incerteza do volume de todo o cilindro é de ΔV= 1,4x10-7 m3. Portanto, podemos expressar V= (272,4 ± 1,4) x10-7 m3. A partir da obtenção do volume total do cilindro em m3, pode-se fazer uma relação do peso aparente com o volume mergulhado. Para isso, basta considerarmos que o cilindro foi dividido em 8 segmentos. Portanto, quando se divide o Vcil em 8, obtém-se o valor do volume de um segmento (equação 3): 𝑉1°𝑠𝑒𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑉𝑐𝑖𝑙 8 Equação 3 7 Como os segmentos são iguais, ou seja, possuem mesmas dimensões, quando se mergulha 2 segmentos, o volume dos dois segmentos juntos será o volume de um segmento multiplicado por dois: 𝑉2°𝑠𝑒𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑉1°𝑠𝑒𝑔𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ∗ 2 Equação 4 O mesmo raciocínio da equação 4 pode ser usado para descobrir o volume dos outros segmentos mergulhados. Além disso, para o cálculo da incerteza de cada um dos segmentos, segue-se a mesma forma explicada acima, basta dividirmos a incerteza (ΔV) do cilindro inteiro por 8 e, logo em seguida, multiplicá-la pelo número de segmentos em questão. Fazendo esse cálculo para todos os segmentos, evolui-se a Tabela 1 para a Tabela 2: Número de segmentos mergulhados Volume mergulhado (x10-7 m3) n * (± 0,18 x 10-7 m3) Peso aparente - P’ (N) (±0,005N) 1 34,10 0,930 2 68,20 0,885 3 102,30 0,840 4 136,40 0,800 5 170,50 0,760 6 204,60 0,715 7 238,70 0,675 8 272,40 0,635 Tabela 2 – Peso aparente em função do volume do cilindro mergulhado Onde n, é o número de segmentos que é multiplicado pela incerteza. Com os dados da Tabela 2, pode-se construir um gráfico para analisar o comportamento de todas as grandezas envolvidas no experimento. São elas: peso real (p), peso aparente (p’), gravidade (g), densidade (ρ), volume (V). O gráfico 1 pode ser visto a seguir: 8 Gráfico 1 – Peso aparente de um cilindro em função do volume mergulhado A equação do gráfico 1, Y= Ax+B, pode ser relacionada com a fórmula do Peso real do experimento: Y= B+Ax P’ = P – ρgV Onde: Y = P’ B = P A= -ρg Pode-se dizer que A é a inclinação da reta (slope) fornecida pelo gráfico. A partirdisso, podemos fazer a seguinte relação: A = - ρg Equação 5 Manipulando a equação 5, conclui-se que: ρ = − 𝑔 𝐴 Equação 6 9 Portanto, podemos descobrir a densidade do líquido que o experimento foi realizado a partir do valor da gravidade e da inclinação da reta. Considera-se os valores a seguir: Gravidade (g) = (9,78 ± 0,05) m/s2 A = (-12335 ± 94) Kg m3 m s-2 / m s2 Substituindo os valores na equação 6, tem-se o seguinte valor: ρ = 1261,25 Kg m-3 Para expressarmos a incerteza da densidade, ou seja, a margem de dúvida do valor obtido, propagamos a incerteza das grandezas que a envolvem (gravidade e A) utilizando a equação a seguir: ∆ρ = ρ √ (∆𝑎)2 (𝑎)2 + (∆𝑔)2 (𝑔)2 Equação 7 Substituindo os valores na equação 7 se obtém o valor da incerteza da ρ: ∆ρ = 12 Kg m-3 Portanto, podemos expressar a densidade da seguinte forma: ρ = (1261 ± 12) Kg m-3 ou ρ = (1,261 ± 0,012) g cm-3 5. Discussão dos resultados: Obteve-se acima o resultado da densidade do líquido utilizado durante o experimento. Como pode ser visto, este foi obtido através da relação do peso aparente de um cilindro em função do seu volume mergulhado. Ao construir uma tabela e, posteriormente, um gráfico, foi possível analisar o comportamento das grandezas e ver que a relação varia de forma linear. A partir da equação da reta, após feita a regressão linear, e a equação que relaciona o peso aparente com a densidade do líquido, pode-se analisar e comparar os parâmetros, o que já foi feito anteriormente. É importante frisarmos e detalharmos essa comparação, visto que essa nos permite compreender melhor o experimento. Portanto, temos que: 10 Y= B+Ax P’= P – ρgV Logo, teremos que o Y da equação geral de uma reta será o nosso peso aparente (P’). A regressão linear do gráfico nos fornece o valor de Y quando X vale 0 (Intercept), ou seja, o peso real do cilindro (momento em que este ainda não foi mergulhado no líquido em questão), onde o P’ será igual ao P. Vê-se que o Intercept = (0,9692 ± 0,0016) N e o peso real do cilindro obtido através do dinamômetro = (0,965 ± 0,005) N, portanto vê-se que os valores são próximos, o que nos permite dizer que o ajuste linear se adequou bem e os resultados são confiáveis. Além disso, vê-se que o B e o A da equação geral de uma reta será o nosso peso real (P) e a densidade multiplicada pela gravidade (ρg), respectivamente. Tais grandezas não variam durante o experimento, portanto são as constantes. A partir da densidade obtida, ρ = (1,261 ± 0,012) g cm-3, pode-se inferir em qual líquido o experimento foi realizado. A Tabela 3 nos permite fazer essa análise: Substância Densidade (g/cm3), 20°C Água 1,00 ± 0,01 Benzeno 0,90 ± 0,01 Etanol 0,80 ± 0,02 Éter 1,49 ± 0,01 Glicerina 1,26 ± 0,01 Mercúrio 13,6 ± 0,1 Tabela 3 – Densidades de alguns líquidos, em g/cm3, à temperatura ambiente (20°C) Portanto, vê-se que o resultado obtido no experimento nos permite dizer que o líquido utilizado foi a glicerina, visto que sua densidade se assemelha ao dado experimental calculado. A partir disso, vê-se a importância e a utilidade de tal experimento, visto que dado um líquido desconhecido, podemos descobri-lo a partir dos procedimentos utilizados e de uma tabela de referência que indica a densidade de líquidos diversos. 11 6. Conclusão: Conclui-se que o experimento Densidade de líquidos nos permitiu calcular a densidade de um líquido a partir do conceito do Princípio de Arquimedes, onde a força empuxo atuou sob os segmentos do cilindro, força esta que é contrária a força peso, fazendo então com que a força resultante seja a subtração entre elas. Esse fenômeno pode ser observado quantitativamente pela diferença do peso mostrado pelo dinamômetro ao decorrer do mergulho de um maior número de segmentos e, qualitativamente, pelo deslocamento de líquido, no qual ocorre um aumento a cada vez que se mergulha um maior número de segmentos. Nesse processo, como o peso aumenta, o empuxo estará subtraindo um número cada vez maior, o que resulta na diminuição do peso aparente. Pode-se dizer, no geral, que a densidade do fluido onde o fenômeno ocorre influencia diretamente no peso aparente obtido, visto que tanto a força peso quanto a força empuxo dependem da densidade. No presente experimento, vimos que a densidade obtida nos permite inferir que o líquido era a glicerina. 7. Contribuições: A produção do relatório baseou-se em três etapas: - Cálculos iniciais: As duas alunas fizeram separadamente os cálculos iniciais acerca dos dados fornecidos, como: volume do cilindro, volume de um segmento e incertezas do volume. Logo em seguida os resultados foram comparados e divergências foram discutidas; - Desenvolvimento do relatório: A aluna Thaiara Cristina ficou responsável pela escrita: Objetivos, Introdução e Métodos. A aluna Larissa Alves ficou responsável pela escrita: Resultados, Discussões dos resultados, Conclusões e formatação. - Conferência e correções: A versão final do relatório foi revisada e conferida por ambas alunas, no qual ocorreu sugestões e correções por parte de ambas. 12 8. Referências Bibliográficas: - Roteiro densidade de um líquido; Departamento de Física – UFMG; Disponível em: < https://www.fisica.ufmg.br/ciclo-basico/disciplinas/feb-mecanica/>. Acesso em 30 de agosto de 2020. - Vídeo densidade de um líquido; Laboratório de Física Experimental Básica - UFMG; Disponível em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=EViIuikeJ7c&feature=emb_logo Acesso em 30 de agosto de 2020. - O que é força de empuxo? Khan Academy; Disponível em: < https://pt.khanacademy.org/science/physics/fluids/buoyant-force-and-archimedes- principle/a/buoyant-force-and-archimedes-principle-article>. Acesso em 30 de agosto de 2020.
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