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NOÇÕES GERAIS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

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NOÇÕES GERAIS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO (DIREITO DAS GENTES) - Sistema de regras e princípios que regula as relações da sociedade internacional. A convivência entre os membros da comunidade Internacional deve ser pacífica e, para tanto, são criadas as regras e os princípios para reger tais relações. Não são normas cogentes, pois se submeterá a elas aquele que quiser, não serão impostas (diferentemente das regras do direito interno de qualquer país, que é o ordenamento jurídico soberano de um Estado, que se impõe às demais pessoas). Tais regras só serão obrigatórias para aqueles que as aderirem, em razão dos Estados serem soberanos, ou seja, não pode haver uma ordem Internacional se sobrepondo a cada um. Não há obrigatoriedade, não há uma norma Internacional que se sobreponha aos Estados soberanos.
ORIGEM: Antiguidade –> Jeremias Benthan (1780) – antes disso não se falava em Direito Internacional Público, mas, na verdade, ele sempre existiu. Existiam regras e acordos estabelecidos livremente com seus vizinhos para a passagem de caravanas, para entrar no curso de um rio e aportar no porto com mercadorias, etc. Ex.: Egito com o rio Nilo. O Tratado de Tordesilhas é um grande exemplo. Sempre houve Direito Internacional Público, o que não havia era especificação.
 Século XX – as duas grandes guerras mundiais mostraram claramente de que o mundo precisava estabelecer uma convivência pacífica. Quando a 2ª grande Guerra Mundial terminou, significou que o direito humano de todos os povos, participantes ou não da guerra, palco ou não da guerra, havia sido desrespeitado (direito à vida, à liberdade de diversas espécies, etc.) 
O Direito Internacional Público, definitivamente, se tornou uma realidade à partir da 2ª Guerra Mundial. Foi por isso que a ONU surgiu à partir da 2ª GM, pois não houve nenhum país que, de alguma forma, não foi atingido; houve a necessidade de então buscar uma convivência pacífica no âmbito Internacional.
 Atualidade
 FINALIDADE - Convivência pacífica entre pares
 FUNDAMENTOS – CORRENTES: a) Voluntarista ou Positivista: os Estados, voluntariamente, aderem aos Tratados e às regras Internacionais, é um ato de vontade, eles não são obrigados. Depende da vontade soberana do Estado. É importante que o Estado tenha um meio de se desvincular, se desejar.
b) Objetivista ou Naturalista: se baseia no direito natural. Os Estados são soberanos mesmo, mas eles admitem a existência de um direito acima deles, baseado naquele senso do que é bom, justo, certo. Apesar do Estado não tratar internamente do assunto, ele aceita o Tratado, porque é um direito natural (o homem já nasce com ele), ele não precisa ser positivado. 
c) Objetivista Temperada – art. 26/Convenção de Viena: é a corrente mais aceita. Ela absorve o direito natural, mas também diz que, quem assinou um Tratado deve cumpri-lo de boa-fé, porque entende que o Tratado está apenas positivando um direito natural. 
SUJEITOS E ATORES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Concepção tradicional Estados + Organizações Internacionais são sujeitos. ONGs + pessoas são atores (jamais são sujeitos, porque não são detentores de personalidade jurídica Internacional) 
Concepção moderna -> são todos os que são titulares de direitos e obrigações na esfera internacional – Estados + ONGS + indivíduos (Tribunal Penal Internacional). Consideram uma mera circunstância ser ou não ser pessoa jurídica de Dir. Público. Obs.: o Direito Internacional Público não está pronto e jamais estará, pois a sociedade evolui e ele sempre precisará se atualizar.
PRINCÍPIOS INFORMADORES: Igualdade Soberana: todos os Estados são iguais do ponto de vista de soberania, ou seja, não existe um Estado mais soberano que outro Estado. Existe Estado mais numeroso, mais poderoso economicamente, mas não existe um Estado mais soberano que o outro.
Boa Fé: os Estados que se tornaram signatários de um Tratado Internacional, porque quiseram, voluntariamente, devem pensar que aquela regra Internacional será superior. E que ele, ao constatar que há um conflito entre a regra Internacional e seu ordenamento jurídico, procurará um meio de aplicar a regra Internacional. Significa que o Estado voluntariamente aderiu a um Tratado Internacional deverá ter a vontade de sobrepor a ordem Internacional ao seu ordenamento jurídico, ou seja, acredita-se que ele esteja de boa-fé, pois ele conhece o Tratado antes, ou seja, ele sabe que poderá haver conflito entre a ordem Internacional e seu ordenamento jurídico, ou seja, espera-se que ele esteja de boa-fé para sobrepor a regra Internacional.
 Pacta Sunt Servanda: o que está pactuado deve ser cumprido.
Autonomia e Não Ingerência: não se pode ferir a autonomia e interferir na conduta de outro Estado, a menos que seja para defender os direitos humanos (como os Estados Unidos fizeram no Iraque). – Art. 4º, CF (independência nacional, prevalência dos direitos humanos, primazia da norma mais favorável ao ser humano).
Consuetudo Est Servanda: quer dizer que se não houver um Tratado Internacional, um acordo Internacional, e aparecer um conflito entre Estados (internacionalmente falando), aplica-se o costume Internacional. Ou seja, o costume pode ser utilizado quando não houve um Tratado para estabelecer como manter a paz e a convivência pacífica entre os Estados. 
Solução Pacífica das Controvérsias: Primazia da Norma Mais Favorável ao Ser Humano
FONTES Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça
PRIMÁRIAS: Tratados internacionais - não importa o nome.
Costumes internacionais – quando foram colocados como fontes não havia sua inserção em Tratado Internacional, pois os costumes não precisam estar escritos em lugar nenhum; o costume poderia ser aplicado mesmo que o Estado não tivesse pacto com nenhum Tratado. Muitas vezes, aquele que assina um Tratado, está concordando que se lhe aplique um costume Internacional.
Princípios gerais – também são aplicados dentro de um Tratado Internacional.
Obs.: não há hierarquia – qualquer fonte primária tem o mesmo valor. O que tem ocorrido é que os Tratados é que tem sido mais usados como fonte do Direito Internacional, por esta razão, é que costumes e princípios gerais do Direito passaram a constar quando da elaboração de Tratados; contudo, não há necessidade de primeiro se procurar um Tratado para solução. Apenas o Tratado gera menos divergência, pois o signatário conhece o Tratado que ele mesmo pactuou e, segundo o princípio da boa-fé, não poderia afirmar que desconhece seu conteúdo.
SECUNDÁRIAS: Também chamadas de auxiliares. Precisam ter sido constituídas em âmbito Internacional, ou seja, deverá ser firmada no consenso dos Estados, e não somente naqueles dois que estão em conflito no momento. Ex.: decisões de Organizações Internacionais.
Doutrina internacional 
Jurisprudência internacional 
EXCEPCIONAL: Na falta de qualquer outra fonte e desde que as partes concordem que seja aplicada para a solução da divergência (sempre visando a convivência pacífica), ou seja, será utilizada quando esgotarem-se todos os meios. O princípio da ex aequo et bono / equidade só é aplicado na ausência de qualquer outro meio e com a concordância das partes.
Modernamente são consideradas FONTES: Não estão incluídas no art. 38. 
ATOS UNILATERAIS DO ESTADO: se um Estado assume uma responsabilidade Internacional e amanhã vem a desrespeitá-la, o ato unilateral praticado será igualado a um Tratado desrespeitado. ex.: França, quando assumiu a responsabilidade internacionalmente de não mais realizar as experiências no Pacífico.
DECISÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: se aplicada a um determinado Estado, a respeito de determinada situação, aplica-se ao outro Estado a mesma decisão aplicada anteriormente em situação semelhante. Ex.: FMI.
SOFT LAW / DIREITO FLEXÍVEL: Ex.: Agenda 21 – não é impositiva, mesmo para aqueles que se tornaram signatários dela, contudo, se se tornou signatário, sabendo que ela trata-se de uma carta de intenções, visando proteger o meio ambiente, esta carta de intenção pode ser usada deuma forma flexível, para que haja continuidade na promessa de redução da poluição que pode prejudicar o planeta. 
TRATADOS INTERNACIONAIS Acordo formal (escrito) firmado entre sujeitos de Direito Internacional Público (Estados e Organizações Internacionais) 
ELEMENTOS ESSENCIAIS: VONTADE SOBERANA: o acordo deve ser proveniente da vontade soberana ou do Estado ou da Organização Internacional, porque eles são dotados de personalidade jurídica de Direito Público Internacional.
ACORDO NEGOCIADO: é uma questão de política Internacional.
REGIDO PELO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: por isso é possível que tenha princípios gerais do Direito, costumes Internacionais, não levando em conta o Direito dos Estados signatários.
CARACTERÍSTICAS: CONSENSUAL: obviamente deve haver concordância para ser signatário. 
NÃO HIERARQUIZADO 
SEM NOMENCLATURA ESPECÍFICA: pode ser usado qualquer nome.
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO: 
1) NÚMERO DE PARTES: a) BILATERAL: tem que ter pelo menos duas vontades soberanas; se, pelo menos uma das partes, resolver renunciar ao Tratado, este será extinto.
b) MULTILATERAL: mesmo que uma ou mais das partes denuncie o Tratado para se retirar, é preciso que haja uma verificação e cumprimento de prazos para, depois, ver se será aceita sua denúncia e, no período em que aguardar essa aceitação, continua obrigado a respeitar o Tratado.
Obs.: denúncia é a manifestação do Estado-parte de se afastar de um Tratado.
2) PROCEDIMENTO: a) UNIFÁSICO: após a assinatura do representante do Estado, este já estará Internacionalmente comprometido com aquele Tratado, ou seja, isso quer dizer que ele agregará aquele Tratado em seu ordenamento jurídico e o cumprirá com base no princípio da boa-fé. 
b) BIFÁSICO: significa que é necessária a assinatura do representante do Estado, mas, em segunda fase, precisa da ratificação também. Cada Estado adota critério próprio de ratificação de Tratado Internacional. Este tipo de Tratado, só passará a ser exigido quando as duas fases estiverem completas. 
3) POSSIBILIDADE DE ADESÃO: a) ABERTO: em qualquer tempo, algum Estado ou Organização Internacional, mesmo que não tenha participado de nenhuma fase, mesmo que já tiverem decorrido diversos anos, poderá tornar-se signatário.
b) FECHADO: em regra, se estabelece um prazo Internacional para que os Estados ou Organizações Internacionais se tornem signatários daquele Tratado Internacional.
4) EXECUÇÃO NO TEMPO: a) ESTÁTICO: normalmente, se refere ao Tratado que se destina a estabelecer limites de fronteira ou áreas de fronteira neutras. Ele deve ser rápido, pois, isso significa que está havendo um conflito, a possibilidade de um conflito, ou há a necessidade de se estabelecer uma zona neutra, ou seja, se estabelece um Tratado entre os fronteiriços.
b) DINÂMICO: vai se perpetuando enquanto houver interesse.
5) QUALIDADE DAS PARTES: a) entre Estados; b) entre Organizações Internacionais; c) entre Estados e Organizações Internacionais (mistos)
Obs.: aqueles que não são considerados sujeitos pela corrente tradicional (atores) não celebram Tratados Internacionais. Para os modernosos eles participam como sujeito, com tudo, não lhes é concedido o mesmo que aos sujeitos. 
TRATADOS INTERNACIONAIS
ESTRUTURA FORMAL: TÍTULO: diz respeito ao tema, à matéria que motivou aquele tratado Internacional.
PREÂMBULO: deve conter os sujeitos de Direito Internacional que estarão envolvidos ali (só Estados, Estados e Organizações Internacionais, só Organizações Internacionais e seus nomes). Serão colocados os “considerados”, é como se fosse a justificativa.
DISPOSITIVO/ARTICULADO: contém, em artigos diversos, tudo o que está sendo acordado naquele tratado Internacional. Ele estará disposto como uma lei, como uma Constituição de direito interno, por meio de artigos, alíneas, incisos, etc. Obs.: nesta parte constará se o tratado é solene ou não, também estará estabelecido se é admissível ou não a reserva ou ressalva, se este tratado é aberto ou fechado.
FECHO: conterá a data de celebração, o local de celebração, o idioma adotado para sua celebração. 
ASSINATURAS: dos Estados que estão dizendo que farão parte daquele tratado Internacional. Se o tratado for unifico, basta esta assinatura para que esteja vigorando, contudo, se for bifásico ou solene, ela não basta, neste caso, funcionaria como uma carta de intenções, um pré-contrato, um compromisso.
LACRE: é um selo que estabelece a origem correta daquele tratado, para dar validade àquele tratado após as assinaturas.
ANEXOS: são optativos e fazem parte do tratado, mas são colocados à parte. Por exemplo: condições especiais para transporte de produtos químicos, neste caso, no anexo constaria quais são estes produtos químicos; condições em que se deve transportar o milho para que o mesmo mantenha a qualidade, com quais ingredientes se faria a embalagem.
Se faz um tratado Internacional quando a situação Internacional pede uma regulação para determinada situação, e esta regulação exige uma farta negociação. Este início de regulação, tem sido, nos últimos tempos, promovido por Organizações Internacionais e por ONGs, onde, os Estados, são convidados a participar desta negociação. Neste caso, o presidente da República ou o Primeiro Ministro (em caso de Monarquia), enviarão os representantes (diplomatas), pois as discussões são prolongadas. Obs.: a assinatura do tratado não será a mesma dos diplomatas que participarão das negociações, mas serão indicadas pelos líderes que assinaram – a assinatura não será do Presidente, por exemplo, se este assim o determinar.
2) FASES PARA FORMAÇÃO: 
NEGOCIAÇÃO: é delongada. Obs.: nesta fase será determinado se é fechado ou aberto, se precisa de ratificação ou não, etc.
ENGAJAMENTO DOS SUJEITOS: chama-se novamente estes e outros que não participaram da fase de negociação. 
DEPÓSITO ‣ REGISTRO ‣ PUBLICAÇÃO: O depósito ocorre em um órgão competente, é uma espécie de protocolo, que dará um registro a este tratado. Depois, o órgão competente da ONU publica o tratado, para que os signatários não aleguem ignorância e para que, aqueles Estados que futuramente desejem fazer parte deste (se for aberto), tenham ciência para que não se alterem os termos do tratado Internacional.
 3) EXTINÇÃO PODE OCORRER: EXECUÇÃO INTEGRAL: foi feito um tratado Internacional para um objeto específico, então, considera-se que quando, o que foi motivo do tratado se executou na íntegra, ele é findo, se extingue naturalmente (não por exclusão das partes).
AB-ROGAÇÃO: é quando as partes resolvem encerrar o tratado Internacional. Isto é muito comum em tratado bilateral, quando ambos partícipes resolvem extinguir o tratado.
TERMO FINAL: é um tempo pré-determinado, ao fim do qual, o tratado encerra-se automaticamente. Ex.: suponha que determinados sujeitos celebraram tratado combinando por quanto tempo iriam compartilhar a administração de tal coisa, ao fim daquele tempo, encerra-se.
CONFLITO ARMADO ENTRE SUJEITOS DO TRATADO: são evitados, pois, os tratados existem, justamente, para que eles não ocorram. Se, apesar disso, os partícipes passem a se agredir de forma armada, isso ocasionará a extinção do tratado e a busca de uma solução pacífica de outro modo, até com a celebração de outros tratados.
DENÚNCIA UNILATERAL: os signatários, em algum momento, podem não querer mais fazer parte daquele tratado Internacional, e, então, poderá efetuar a denúncia, desde que esteja autorizado no dispositivo (articulado) e, desde que, pela forma formal (se celebrado formalmente) e, igualmente ser comunicada oficialmente para todos os partícipes daquele tratado. Existe um tempo para que o denunciante unilateral aguarde para realmente deixar de fazer parte do tratado, o simples “aviso” não o exclui do tratado. Se, no articulado, não estiver previsto o prazo, os juristas internacionais têm entendido que, após 3 meses, o denunciante não fará mais parte do tratado, contudo, se estiver disposto no articulado, isto irá se sobrepor. Obs.: é uma espécie de “aviso prévio” e, enquanto o denunciante estiverdentro deste prazo, deverá respeitar ao tratado que soberanamente aderiu até que este se encerre, findando suas obrigações.
4) RESERVA OU RESSALVA AO TEXTO: Declaração unilateral de Estado que quer excluir, no âmbito interno, determinada obrigação. – Para que isto ocorra, deve estar autorizado no dispositivo (articulado).
5) RATIFICAÇÃO: É o ato formal pelo qual o sujeito confirma estar submetido ao tratado e se compromete a cumprir. Ocorre com tratados bifásicos (solenes), e cada Estado estabelece como fará a ratificação de determinado tratado. 
6) RATIFICAÇÃO NO SISTEMA BRASILEIRO: Art. 84, VIII + 49, I, CF
A Constituição do Brasil, apesar de não ser analítica, não disse claramente como o Brasil deve ratificar um tratado Internacional. Obs.: a palavra “privativamente” utilizada no art. 84 quer dizer que a atribuição é do Presidente da República, mas que ele pode passar a outra pessoa (indicar) e que pode haver mais. Sujeitos a referendos no Congresso Nacional quer dizer que é necessária a confirmação deste, ou seja, o Congresso deve confirmar que tal tratado foi celebrado.
 art. 49 trata da competência exclusiva do Congresso Nacional, apontando que este decide definitivamente sobre tratados ou acordos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao país. 
 PROCEDIMENTO NO CONGRESSO NACIONAL: Presidente da República envia mensagens, que conterá o tratado Internacional, que já foi registrado, à Câmara dos Deputados. A Câmara, por sua vez, analisará este tratado (inclusive na comissão de justiça) e, se aprovar, enviará o tratado com sua mensagem de aprovação, de acordo com o regimento interno da casa, ao Senado. Por fim, o Senado analisará novamente o tratado que, se aprová-lo, promulga e publica o Decreto Legislativo (art. 59, VI, CF – comprometimento Internacional). 
Obs.: cumprimento do tratado Internacional no âmbito Internacional e no âmbito interno também. 
Obs.1: Decreto Legislativo é o meio do Brasil se comprometer internacionalmente com aquele tratado.
INCORPORAÇÃO NO DIREITO INTERNO/ORDENAMENTO PÁTRIO: Decreto Executivo pelo Presidente da República (dará cumprimento interno). É pacífico que qualquer tratado Internacional que não diga respeito a Direito Humanos será equiparado, no Brasil, a uma lei ordinária. Caso seja um tratado Internacional que se refira a Direito Humanos (posterior à EC 45), terá a hierarquia equivalente a uma Emenda Constitucional. Obs.: é um ato complexo. 
 Relações entre o Direito Internacional Público e o Direito Interno Brasileiro - A teoria monista admite a existência de apenas uma ordem jurídica coordenada no contexto de uma unidade normativa, logo, o Direito Internacional aplica-se diretamente na ordem jurídica dos Estados, independentemente de qualquer transformação. De acordo com essa teoria, as normas internacionais podem ter eficácia condicionada a harmonia de seu teor com o direito interno. Da mesma forma, as aplicações das normas nacionais não podem contrariar os preceitos do Direito Internacional aos quais o Estado encontra-se vinculado. Segundo Hidelbrando Accioly, a doutrina monista não parte do princípio da vontade dos estados, mas sim da norma superior, pois o direito é um só, quer se apresente nas relações de um estado, quer nas relações internacionais. No caso de conflito entre normas de direito interno e internacional, duas subespécies dentro do monismo foram desenvolvidas, para decidir qual norma será aplicada, quais sejam: monismo nacionalista e monismo internacionalista. O monismo nacionalista provém da doutrina constitucionalista nacionalista baseada em Hegel, defensor da soberania absoluta do Estado, que é irrestrita e absoluta. De acordo com essa teoria, havendo um conflito, deverá prevalecer a ordem jurídica nacional de cada Estado. Já o monismo internacionalista teve como maior precursor Hans Kelsen, formulando a conhecida imagem da pirâmide das normas, sendo que no vértice deveria encontrar-se a norma fundamental, que vem a ser o direito internacional. Para essa teoria, o direito interno e o direito internacional, embora tratem de assuntos diferentes, fazem parte de um todo harmônico e, portanto, devem conviver desta maneira, porém, em caso de conflitos de normas internacionais e as do ordenamento jurídico interno de cada Estado, aquelas se sobrepõem a estas, surgindo então a superioridade hierárquica do direito internacional em face do direito interno.

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