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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE ENFERMAGEM
ADENIJA GOES CARDOSO 
JAQUILEIDE DE OLIVEIRA SAOUZA
THAISLAINE SANTANA SANTOS
 A INFLUÊNCIA DO MEIO NA NEUROPLASTICIDADE	
 ARACAJU
2017
ADENIJA GOES CARDOSO 
JAQUILEIDE DE OLIVEIRA SAOUZA
THAISLAINE SANTANA SANTOS
A INFLUÊNCIA DO MEIO NA NEUROPLASTICIDADE
ARACAJU
2017
O que era neuroplasticidade?
A neuroplasticidade tornou-se um chavão na psicologia e círculos científicos, bem como fora deles, prometendo que você pode melhorar o seu cérebro, desde a saúde e bem-estar mental até a qualidade de vida.
Quando fazemos algo novo, pela primeira vez, nosso cérebro começa a criar caminhos neurais para essa atividade e, depois de alguns dias repetindo a mesma coisa, esse caminho fica mais forte, funcionando automaticamente e transformando nossas atividades em hábitos inconscientes, como andar de bicicleta, dirigir um veículo ou fazer gols no caso do Neymar. Da mesma forma, quando deixamos de fazer algo habitual ou mudamos o hábito, tiramos a força desses caminhos neurais, até que eles desapareçam e nos livremos dos maus hábitos, como roer unhas.
A neuroplasticidade é um termo abrangente que se refere à capacidade do seu cérebro de reorganizar-se fisicamente e funcionalmente, ao longo da sua vida, influenciado pelo ambiente, comportamentos, pensamentos e emoções. O conceito de neuroplasticidade não é novo: existem menções sobre o cérebro ser maleável, desde 1800, mas com a ressonância magnética, a ciência confirmou essa capacidade de remodelagem do cérebro.
O conceito de um cérebro remodelável, substitui a crença antiga de que o cérebro depois adulto é um órgão fisiologicamente estático. Embora seja verdade que o seu cérebro é muito mais plástico durante os primeiros anos de vida e conforme a idade avança, passa por um declínio na capacidade de remodelagem, a plasticidade acontece por toda a sua vida.
A neuroplasticidade trabalha nas mesmas condições para o cérebro como o exercício físico para o nosso corpo. Uma única aula de zumba ou uma corrida não vai fazer qualquer diferença. No entanto, as mesmas práticas feitas com coerência e consistência ao longo do tempo, gradualmente têm efeitos visíveis e duradouros sobre o corpo. O mesmo vale para as práticas que moldam o cérebro. Logo, a auto-disciplina, e qualquer outra dificuldade que temos é algo para se treinar consistentemente a fim de melhorarmos nossos hábitos.
Como a neuroplasticidade aparece na sua vida
A neuroplasticidade faz o cérebro ser extremamente resistente e é o processo pelo qual toda a aprendizagem permanente ocorre, desde tocar um instrumento musical até dominar um novo idioma. A neuroplasticidade também permite que as pessoas se recuperem de acidente vascular cerebral, lesões e anomalias congênitas, superar o autismo, dificuldades de aprendizagem e outros déficits cerebrais, sair da depressão, resolver vícios e inverter os padrões obsessivos compulsivos.
A neuroplasticidade tem profundas implicações e possibilidades para quase todos os aspectos da vida e da cultura humana, e os limites ainda não foram atingidos. No entanto, essa mesma característica que torna o cérebro surpreendentemente resistente, também o torna vulnerável, principalmente no chamado inconsciente. Em seu livro “O cérebro que se transforma”, o psiquiatra canadense Norman Doidge combate algumas das idéias da nerociência em relação à regeneração, mutação e adaptação de neurônios e caminhos neurais. O autor procura derrubar a noção de que o cérebro adulto é rígido e imutável. Afinal ele é plástico! Norman conta histórias de cegos que voltam a enxergar, vítimas de derrame que se recuperam, incluindo uma mulher que nasceu com metade do cérebro e vive uma vida normal.
O processo de aprendizagem  consiste em informar o cérebro que determinada informação é importante e precisa ser devidamente armazenada para cumprir uma função em determinado momento de sua vida. Para que esse aprendizado ocorra com qualidade e eficiência, é preciso que o cérebro seja devidamente estimulado de maneira criativa.
A neuroplasticidade diz respeito à capacidade do cérebro se adaptar ao longo das experiências vividas e dos aprendizados. Trata-se de uma característica do sistema nervoso que é fundamental para a realização de qualquer atividade que estimule o cérebro, como prática de atividades físicas, leitura ou qualquer processo de aprendizado.
A neuroplasticidade e a capacidade do seu cérebro de se reinventar
Há apenas duas décadas, os cientistas acreditavam que, assim que atingíssemos a fase adulta, nossos cérebros estariam prontos. Por muito tempo, este foi um dogma quase universalmente aceito no campo das neurociências: uma vez formado e estruturado, o cérebro adulto não fabricava mais neurônios e só mudava devido ao declínio da idade. Não que fôssemos incapazes de aprender algo novo, mas, segundo essa visão, a fase de desenvolvimento do cérebro estaria finalizada. A partir dali, ele serviria basicamente para manter nosso coração batendo e ocasionalmente nos lembrarmos de onde deixamos as chaves.
Mas, graças a enormes avanços na área do diagnóstico por imagens e ressonâncias magnéticas funcionais, entendemos melhor como nosso cérebro funciona e começamos a encontrar coisas muito interessantes. Uma das maiores descobertas recentes é o fato de o cérebro evoluir de maneira contínua e apresentar uma flexibilidade extraordinária. Sim, estou falando da neuroplasticidade.
Você pode pensar no plástico como algo duro e de baixa qualidade, mas a plasticidade biológica refere-se à capacidade dos seres vivos de se moldarem a novas condições. E os nossos cérebros são muito bons nisso. Um dos grandes desafios dos neurocientistas agora tem sido mapear os circuitos cerebrais para que se possa, no futuro, realizar intervenções com precisão cirúrgica e encontrar caminhos para melhorar o cérebro humano.
A cura do cérebro
Bom, você pode se perguntar, o que já podemos fazer? Muita coisa. Olha só essa história:
Formada em Educação e pós-graduada em Psicopedagogia, Adriana Foz tinha 32 anos e levava uma vida de sonho quando passou por um grande susto. Ela havia fundado uma clínica que reunia diversas especialidades (fonoaudiologia, psicologia, terapia familiar e outras) e estava sempre lotada. Casada com um empresário do ramo náutico, levava uma vida social intensa, repleta de festas, competições esportivas e viagens.
No ano 2000, durante uma dessas viagens para a Bahia, Adriana começou a se sentir mal. Voltou a São Paulo e a sensação foi se agravando durante a semana. Em uma terça-feira do mês de fevereiro, ela foi levada às pressas para o hospital e teve a constatação: estava tendo um derrame hemorrágico. Um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
As estatísticas ajudam a esclarecer o cenário e compreender a gravidade da situação. Segundo a Organização Mundial de Saúde, apenas 15% das pessoas sobrevivem aos derrames hemorrágicos. Contrariando as estatísticas, Adriana teve uma recuperação fantástica e atribui isso exatamente a essa capacidade adaptativa do cérebro de que estamos falando até agora.
Mas é verdade que não foi de uma hora para a outra que ela descobriu como usar a neuroplasticidade a seu favor. “Depois do AVC, eu não sabia mais ler, escrever, mal conseguia falar, não lembrava das coisas. Meu lema era: um dia de cada vez”, conta Adriana. A recuperação total levou cerca de 5 anos, e ela conta a história com detalhes em seu livro “A Cura do Cérebro”.
Depois disso, Adriana se especializou em neuropsicologia e hoje é coordenadora gestora do Cuca Legal, projeto vinculado ao Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo que utiliza as potencialidades trazidas com a utilização em potencial do cérebro.
Arborização cerebral
Um exemplo prático de como a plasticidade neurológica funcionou na recuperaçãode Adriana é o que ela chamou de “caminhadas ecológicas”. A partir do momento em que ganhou confiança para voltar a andar, ela pediu ao seu enfermeiro que a levasse para caminhar em uma praça arborizada, perto de casa. Além de poder treinar a coordenação dos movimentos e a capacidade física, ela achou um jeito de treinar a memória utilizando os nomes das árvores.
“Eu intuitivamente tinha essa percepção de que havia quebrado uns atalhos dentro do cérebro. Então eu sabia que as informações das palavras estavam arquivadas em algum lugar, mas precisava dessa ponte para resgatar isso”, diz.
A solução encontrada por ela foi dar um livro de botânica ao seu acompanhante e pedir que ele fosse falando o nome científico de cada árvore que encontrava. Caesalpinia peltrofoides, plumbago, tabebuia velloso… Funcionou! Aos poucos, ela foi se lembrando dos nomes daquelas árvores: sibipiruna, bela-emília, ipê amarelo. “Foi uma das sensações mais incríveis que eu tive”. Adriana explicou que, à medida em que tentamos reaprender as atividades de um jeito novo e significativo, construímos novos caminhos neurológicos que nos conectam àquelas informações. Segundo ela, o processo também pode ser chamado de “arborização cerebral”.

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