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03/12/2012 10:19:55 HIDRÁULICA GERAL PRÁTICA N° 05 1- TEMA: Escoamento de fluidos em encanamentos; PERDA DE CARGA. 2- OBJETIVOS: Determinação experimental da perda de carga ao longo da canalização; Utilização do diagrama de ROUSE para determinação da rugosidade relativa e absoluta. 3- FUNDAMENTOS: Dentre as expressões usadas para a determinação da perda de carga que ocorre no escoamento de fluidos ao longo de tubulações de seções circulares destaca-se a chamada FÓRMULA UNIVERSAL também conhecida como fórmula de Darcy- Weisbach, que assim se expressa: Onde: h f perda de carga (m) f coeficiente de atrito (adimensional) L comprimento da canalização (m) V velocidade média do escoamento (m/s) D diâmetro da canalização (m) g aceleração da gravidade (m/s²) A FÓRMULA DE HAZEN-WILLIANS TAMBÉM QUANTIFICA A PREDA DE CARGA: J = 10,643 . Q 85,1 . C 85,1 . D 87,4 ou V = 0,355 . C. D 63,0 . J 54,0 C DEPENDE DO MATERIAL E DO ESTADO DE USO (C=140 PVC/PLÁSTICOS) O quociente L h J f é denominado PERDA DE CARGA UNITÁRIA, e representa o consumo de energia por metro de canalização. Então: gD V f L h J f 2 . 2 também chamada de perda de carga unitária. De uso largamente difundido Darcy-Weibach se aplica ao escoamento de qualquer tubulação de seção circular. Seu surgimento ocorreu de pesquisas através da h f = f gD VL 2 . 2 03/12/2012 10:19:55 aplicação de análise dimensional ao movimento dos fluidos em encanamentos. Tem sido testada com excelentes resultados em diversas experiências, e com restrições, também se aplica a fluidos aeriformes. O coeficiente f é função do Re e da rugosidade relativa, definida como a relação entre a dimensão da aspereza do tubo, simbolizada por K , para seu diâmetro D. Nicuradse, em 1933, utilizando tubos de vários diâmetros neles produziu a mesma rugosidade relativa cimentando grãos de areia de tamanhos uniformes, proporcionais aos seus diâmetros. Verificou então que para o mesmo Re , o coeficiente f era idêntico em todos os casos. Pode-se pois assegurar que: );( D K Rf e . Experiências mais apuradas procedidas em Illinois nos EUA com tubos de rugosidade artificial (tipo rosca) comprovaram ser f função do tamanho, forma e arranjo das asperezas. No caso do ESCOAMENTO LAMINAR, a fórmula de Poiseuille – abaixo, também estabelece a perda de carga nesse regime. gD QL h f .. ...128 4 (1) Igualando-se (1) a Darcy-Weisbach vem: Dg VL f gD QL ..2 . .. ...128 2 4 donde se tem: 24 . ..2 * .. ...128 VL Dg gD QL f Como 4 . . 2D VQ vem: VD f . .64 eR f 64 (2) Neste caso, f depende exclusivamente de Re Conclusão 1: Regime Laminar f )( eR e INDEPENDE da rugosidade Para o regime TURBULENTO o comportamento dos tubos lisos é diferente dos tubos rugosos no que se refere aos valores de f . Assim no TUBO LISO assume-se que 0 D K , e , Theodore Von Karman (1930) apresentou a seguinte fórmula para o cálculo de f : 8,0]log[2 1 fR f e (3) Neste caso, f )( eR a TURBULÊNCIA DO ESCOAMENTO. 03/12/2012 10:19:55 No caso de TUBO RUGOSO as experiências mostram que existem DOIS tipos de comportamento do escoamento em relação à f , a saber: No PRIMEIRO CASO f é função apenas da rugosidade relativa, são os chamados casos de TURBULÊNCIA COMPLETA, que ocorrem para baixos valores de Re e altos valores de K (baixos valores de D/K). Este caso (turbulência completa) ocorre também para altos valores de Re e altos/médios valores de K (baixos e médios de D/K). Para esses casos, Nicuradse propôs a seguinte fórmula para o cálculo de f : ] 2 log[274,1 1 K D f (4) A região de Turbulência Completa situa-se no Diagrama de Rouse aproximadamente para Re 14.000 e f > 0,014. Neste caso, o coeficiente de atrito f depende exclusivamente de K. No diagrama de Rouse esses casos, quando representados usando-se o mesmo sistema de eixos, correspondem a pontos contidos na ÁREA DE FORMA TRIANGULAR situada acima da linha tracejada. Nessa região do diagrama os valores de K D aparecem como uma família de retas paralelas, conhecida como “harpa de Nicuradse”. No SEGUNDO CASO corresponde aos pontos da área inferior do diagrama de Rouse (aquela de forma aproximadamente retangular, situada abaixo da linha tracejada e acima da linha de Theodore Von Karman), as retas que compõem a “harpa” tornam-se curvas quando f passa a ser função simultânea da rugosidade relativa e de Re . Para essa região Colebrook propôs, em 1938, a equação semi-empírica: ] 51,2 7,3 log[2 1 fRD K f e (5) Assim, f depende de Re e D/K. A equação (5) tende para Theodore Von Karman quando K torna-se muito pequeno e tende para Nicuradse quando Re torna-se muito grande. O diagrama de Rouse representa a função eR f 64 em papel loglog com eixos coordenados ortogonais respectivamente representado nas ordenadas valores de f e nas abscissas valores de Re. ATENÇÃO: OS PONTOS correspondentes ao coeficiente de atrito SÃO O RESULTADO DA INTERSEÇÃO DA LINHA HORIZONTAL OBTIDA PELA ORDENADA COM A OBTIDA PELA ABCISSA E PARALELAMENTE A UMA CURVA do número de Reynolds, Re, PRÉ ESTABELECIDA. A mesma função eR f 64 pode ser colocada sob a forma: 03/12/2012 10:19:55 fR f R ff ee 6464 ou 64 1 fR f e e representa em papel monolog com eixos ortogonais respectivamente simbolizando, nas ordenadas, f 1 , e nas abscissas f Re . O grande alcance do trabalho de Rouse foi condensar num único diagrama as diversas funções (Poiseuille, Theodore Von Karman, Nicuradse e Collebrook), relacionando f , Re e K em um único sistema de eixos cartesianos. Além do diagrama de Rouse existem outros que se destinam ao mesmo fim, como o de Moody. OBSERVAÇÃO: COMO SE DEFINE TUBO LISO E TUBO RUGOSO? Segundo Prandtl, existe, junto às paredes da tubulação e independente do tipo de escoamento, uma camada de fluido que escoa em REGIME LAMINAR. Esta camada tem espessura variável ( ), função do diâmetro da tubulação (D), regime de escoamento (Re ) e coeficiente de atrito ( f ), dada pela fórmula fR D e 8,32 . Assim observe que: quanto MAIOR o Número de Reynolds(turbulência) MENOR a espessura da camada limite, e vice-versa. A definição de TUBO LISO E RUGOSO está associada à espessura da camada limite , como segue ( K é a rugosidade absoluta): 1- K < /3 Tubo LISO 2- /3 < K < 8 Tubo RUGOSO (Regime de transição – Collebrook) 3- K > 8 Tubo ROGOSO (Turbulência Completa – Nicuradse) CONCLUSÃO: O TUBO PODE SER CONSIDERADO LISO PARA UM FLUIDO E RUGOSO PARA OUTRO; LISO PARA UMA VELOCIDADE (ou Q) E RUGOSO PARA OUTRA. 4 – BIBLIOGRAFIA: Azevedo Neto, 7a edição, 1° volume, págs. 194 à 204. Victor Streeter, 7 a edição, págs. 245 à 255. 03/12/2012 10:19:55 5 – PRÁTICA:colocar os tubos liso e rugoso em carga com a mesma vazão (valores iguais de h ). a) Observar que a perda de carga que pode ser representada pela diferença de pressão entre os pontos de tomada a montante e a jusante de cada tubo, liso e rugoso, expressas respectivamente por )(HgLh e )(HgRh , revelam uma maior perda de carga para o tubo com maior rugosidade, quando todas as outras condições são mantidas, inclusive a vazão. b) Determinar, tanto para o TUBO LISO quanto para o TUBO RUGOSO, a perda de carga entre os dois pontos de tomada de pressão estática, de cada um dos tubos em m.c.a. c) Determinar J (perda de carga unitária), para cada um dos tubos. d) Determinar o valor de f para cada um dos tubos LISO E RUGOSO, referente a experiência realizada. e) Demonstrar, utilizando elementos fornecidos nessa aula que a distinção entre perda de carga no tubo RUGOSO e a no tubo LISO é unicamente devido a distinção de rugosidade dos dois tubos. f) Determinar, utilizando o Diagrama de Rouse, a rugosidade relativa e absoluta de cada tubo. g) Comparar a rugosidade absoluta obtida do tubo LISO com os valores apresentados na tabela 15.1 do Manual de Hidráulica. h) Comparar a rugosidade absoluta obtida para o tubo RUGOSO, com a medição direta. Justificar possíveis discrepâncias. i) Calcular usando o modelo de Hazen-Willians, o valor de C para os tubos LISO e RUGOSO. Compará-los com o valor da literatura. 03/12/2012 10:19:55 m = 0,45 ddiafrag.= 25,4 mm Dtubo = 38 mm .)(2 diafragS = 0,000511 m² 1S = 0,001134 m² L = 2,245 m Ktubo rugoso (medida direta) = 0,5 mm água = Kgf/m³ água = m²/s Hg =13600 Kgf/m³ T = °C Volume Tempo Vazão Diafragma do TUBO LISO Manômetro n° Diafragma do TUBO RUGOSO Manômetro n° DV Re . D Q Re 4 Cq 12 1 2 2 hgSCQ q 1S Q V (m³) (s) (m³/s) hs hi ∆h hs hi ∆h (adim.) (m³/s) (m/s) 0,05 0,05 0,05 0,05 )( 12 hp Diferença de pressão entre dois pontos de tomada estática do TUBO LISO Manômetro n° Perda de carga do TUBO LISO em m.c.a. Diferença de pressão entre dois pontos de tomada estática do TUBO RUGOSO Manômetro n° Perda de carga do TUBO RUGOSO em m.c.a. Coeficiente de atrito do TUBO LISO 2. 2 VL gdh f LL Coeficiente de atrito do TUBO RUGOSO 2. 2 VL gdh f RR Tubo Liso LK D Tubo Rugoso RK D Tubo Liso LK Tubo Rugoso RK hs hi ∆h ∆pliso 1/LL ph hs hi ∆h ∆prug. 1/RR ph 03/12/2012 10:19:55 Diagrama de Rouse. Fonte: Macintyre
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