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AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE COM ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL CLÁUDIO TEIXEIRA FURTADO

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NPJ	 
ESTADO DO PARÁ
2DEFENSORIA PÚBLICA
 	 
 ESTADO DO PARÁ
 DEFENSORIA PÚBLICA
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 2ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE ANANINDEUA – ESTADO DO PARÁ
PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO: CRIANÇA E ADOLESCENTE
DIEGO VINICIOS, brasileiro, solteiro, desempregado, portador(a) da carteira de identidade n.º 2 PC/PA e do CPF n.º 76, sem endereço eletrônico, residente e domiciliado na Travessa Bom Jesus, n° 09, Bairro Icuí Guajará, Ananindeua, CEP 67125-520, vem por intermédio da Defensoria Pública do Estado, em cooperação com o escritório de prática forense da Faculdade Estácio do Pará - FAP, ajuizar 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL
em face de FABIO VINICIOS, criança/adolescente, representado por sua genitora, MARCILENE LIMA, brasileira, solteira, portadora da carteira de identidade n.º PC/PA e do CPF n.º, sem endereço eletrônico, residente e domiciliada na Rua Joaquim Andrade, nº 57-B, Novo Icuí, bairro Icuí Guajará, Ananinideua, CEP 67125-000, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir.
DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO FEITO
Faz-se mister ressaltar, inicialmente, a prioridade absoluta na tramitação dos feitos em que seja parte criança e adolescente, em observação ao espírito protecionista da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que aponta o dever do Poder Público, com prioridade absoluta, à efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, máxime em seu art. 4º, parágrafo único, b, o qual determina a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública, devendo tal informação constar no rosto dos autos. Corroborando tais argumentos, o Novo Código de Processo Civil dispõe no inciso II e no § 2º do artigo 1048 a respeito da tramitação prioritária dos processos em que são partes crianças e/ou adolescentes.
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV, Lei Federal 1.060/50, e artigos 98 e 99, § 3º, do CPC/15, por não ter condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de suas famílias, conforme atestado de hipossuficiência econômica em anexo.
DA CONTAGEM DE TODOS OS PRAZOS EM DOBRO AOS ESCRITÓRIOS DE PRÁTICAS JURÍDICAS DAS FACULDADES DE DIREITO
Os escritórios de práticas jurídicas das faculdades de direito, à luz do art. 186, § 3º do Código de Processo Civil 2015, possuem prerrogativa legal no que concerne à contagem de todos os prazos em dobro para suas manifestações processuais, assim, requer-se desde já referida observância.
DA INEXISTÊNCIA DE E-MAIL
 O autor não possui endereço eletrônico, bem como não sabe informar o da parte contrária, assim, não há infringência ao inciso II do § 3º do art. 319 do Código de Processo Civil.
DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil/15, vale afirmar ao Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica. 
DOS FATOS
Em ___/___/______, o Requerente reconheceu a paternidade sobre o Requerido, ao registrá-lo no Cartório competente, sem qualquer tipo de prova que comprovasse sua verdadeira paternidade. Apenas com base na presunção pater is est e na confiança em sua relação com sua convivente.
O Requerente sofre profundas inquietações, bem como as dúvidas pairam sobre a sua mente acerca da real paternidade da criança. Importante ressaltar a necessidade da presente demanda para que o direito do Requerido de obter a verdade de sua real filiação seja respeitado por todas as partes envolvidas no caso e, de forma definitiva sanar qualquer dúvida acerca da paternidade.
Destarte, diante do imblóglio, não lhe resta outra saída senão a propositura da presente demanda.
DO DIREITO
Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível, conforme aduz Art. 1.601 do Código Civil. 
 Ao sublinhar a altíssima significância do direito ao reconhecimento do estado de filiação, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/90 dispõe em seu artigo 27, litteris:
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de justiça.
 No mesmo sentido decidiu o STJ:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA.
Tem-se como perfeitamente demonstrado o vício de consentimento a que foi levado a incorrer o suposto pai, quando induzido a erro ao proceder ao registro da criança, acreditando se tratar de filho biológico. A realização do exame pelo método DNA a comprovar cientificamente a inexistência do vínculo genético, confere ao marido a possibilidade de obter, por meio de ação negatória de paternidade, a anulação do registro ocorrido com vício de consentimento.
Não pode prevalecer a verdade fictícia quando maculada pela verdade real e incontestável, calcada em prova de robusta certeza, como o é o exame genético pelo método DNA. E mesmo considerando a prevalência dos interesses da criança que deve nortear a condução do processo em que se discute de um lado o direito do pai de negar a paternidade em razão do estabelecimento da verdade biológica e, de outro, o direito da criança de ter preservado seu estado de filiação, verifica-se que não há prejuízo para esta, porquanto à menor socorre o direito de perseguir a verdade real em ação investigatória de paternidade, para valer-se, aí sim, do direito indisponível de reconhecimento do estado de filiação e das consequências, inclusive materiais, daí advindas. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 878954 / RS RECURSO ESPECIAL 2006/0182349-0, Terceira Turma, RELATORA Ministra NANCY ANDRIGHI.)
 Neste sentido, a jurisprudência tem seguido pelo caminho da desconstituição da paternidade, vejamos:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO NEGATÓRIA DEPATERNIDADE. EXAME DE DNA. AUSÊNCIA DE AFETIVIDADE ENTRE PAI REGISTRAL E FILHO. ANULAÇÃO DE REGISTRO DE NASCIMENTO. POSSIBILIDADE, NA HIPÓTESE. No caso, não há razão para se prestigiar uma paternidade registrada em estado de erro, principalmente quando inexistente paternidade socioafetiva e ausente a paternidade biológica, confirmada por exame de DNA. Recurso desprovido. (Apelação Cível Nº 70026016311, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS.) 
 É válido também, ressaltar a necessidade da presente demanda para que o direito do Requerido de obter a verdade de sua real filiação seja respeitado por todas as partes envolvidas no caso. O Estado já se posiciona no sentido de que não há qualquer benefício para a criança, a manutenção de uma paternidade apenas jurídica, in verbis:
AÇÃO NEGATORIA DE PATERNIDADE. ANULACAO DE REGISTRO DE NASCIMENTO. PRESUNCAO PATER EST. PRINCIPIO DA VERDADE REAL. PREVALENCIA DA PATERNIDADE BIOLOGICA. Apelação Cível. Direito de Família. Ação negatória de paternidade c/c anulação de registro de nascimento. Dois exames de DNA que afastam, em definitivo, a paternidade. Autor que registrou a menor em seu nome, sob o manto da presunção "pater est". Inexiste qualquer benefício para a criança a manutenção de uma paternidade exclusivamente jurídica, permeada por sentimentos de rejeição, traição e mágoa. O autor, embora tenha criado a menor como se fosse sua filha, desde que descobriu a traição, a vê como a materialização do adultério, com todos os sentimentos negativos que a situação envolve. Direito da criança de perseguir a verdade real acerca de sua filiação, através de açãoinvestigatória de paternidade. Prevalência da paternidade biológica sobre a afetiva. Sentença que se mantém, desprovendo-se o recurso. (TJRJ. APELAÇÃO CÍVEL - 2007.001.15172. JULGADO EM 21/08/2007. DECIMA SEGUNDA CÂMARA CIVEL - Unanime. RELATORA: DESEMBARGADORA DENISE LEVY TREDLER).
 Quanto à desconstituição do Registro Público, além de jurídico, o pedido é justo em que pese a necessidade de que os registros públicos reflitam a verdade real, como é a do presente caso.
Ademais, sob outro enfoque, o direito ao conhecimento sobre a verdade de sua origem biológica, de que todo ser humano é titular, configura um direito de personalidade, ligado indissociavelmente à vida (no estágio atual da medicina, a ciência do histórico de saúde de parentes genéticos próximos permite a adoção de uma série de medidas preventivas e terapêuticas), à integridade moral, à imagem e à identidade da pessoa. Como direito de personalidade, de caráter absoluto, apresenta os atributos da indisponibilidade, imprescritibilidade, impenhorabilidade e vitaliciedade.
DOS ELEMENTOS DE PROVA
A demanda de investigação de paternidade possui uma importante peculiaridade quanto ao ônus na prova, não sendo possível a aplicação do art. 333 do CPC, onde caberia ao autor demonstrar o fato constitutivo de seu direito, ou mesmo ao réu comprovar fato impeditivo, extintivo ou modificativo do direito do autor. Tal dificuldade de aplicação do art. 333 do CPC é decorrente da quase impossível tarefa de evidenciar a existência, ou a falta, da relação sexual que ocasionou a concepção da criança. Contudo, atualmente, com a realização do exame de DNA esta dificuldade foi superada. 	 
Afigura-se importante a perícia genética nas ações de investigação de paternidade, entretanto, não se pode erigir a sua realização à condição absoluta para a prolação de sentença de mérito sobre a pretensão filial do Investigante.
Portanto, a formulação de presunção, ante a remota e dificultosa realização do Exame de DNA, frequentemente em consequência da precária situação econômica das partes, que lhes tolhe o acesso aos modernos recursos médico-laboratoriais, o magistrado pode colher os subsídios necessários ao seu convencimento e proferir os provimentos, cautelares ou meritórios, exigidos ao longo e ao final da demanda investigatória de vínculo genético.
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer a parte Autora:
Os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da Lei nº 1.060/50;
A citação do Investigado, devidamente representado por sua genitora, para comparecer em Audiência de Mediação/Conciliação, na forma do art.695 da Lei 13.105/2015 – CPC, oportunidade em que as partes poderão resolver a demanda de forma consensual;
Realização de exame de DNA por perito oficial designado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará, através de seu órgão especial - Resolução n. 016/99 - para fins de investigar a paternidade de LUCAS DA SILVA FURTADO;
Investigada a paternidade e em caso negativo, excluir o nome do requerente da certidão;
Seja dispensada a juntada de instrumento de mandato, bem como seja esta Defensoria intimada pessoalmente de todos os atos do processo, contando-se em dobro todos os prazos, (cf. Lei Complementar Federal n.º 80/94; Lei Complementar Estadual n.º 54/2006; Lei n.º 1.060/50; e CPC/15);
Seja concedida a prioridade de tramitação do feito, recebendo os autos identificação própria, na forma do art. 1048, II e § 2º do Codex, c/c art. 4º, parágrafo único, alínea “b”, da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
A intimação do Ministério Público Estadual para atuar no feito na condição de fiscal da ordem jurídica;
Pretende provar o alegado mediante prova documental, testemunhal e demais meios de prova em Direito admitidos;
Dá-se a causa o valor de R$ 880,00 (Oitocentos e Oitenta Reais).
              
Nestes termos, pede deferimento.
              
Belém, 21 de maio de 2016.
 
DEFENSORIA PÚBLICA
DOCUMENTOS ANEXOS
Declaração de hipossuficiência;
Cópia da Certidão de nascimento do Requerido;
 3.  Cópia do RG e CPF da genitora do Requerido;
 4.  Comprovante de residência da genitora do Requerido;
5. Documentos que comprovam a relação entre os genitores (ex. fotos, mensagens....).
2
Tv. Padre Prudêncio, nº. 154, Belém/PA, 66.019-000. Telefone/Fax: (91)3201-2700
www.defensoria.pa.gov.br
	
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