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Trabalho de Consumidor

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O Caso em tela caracteriza vício ou fato/defeito do produto?
A situação apresentada mostra que Flora da Silva, realizou a compra de um eletrodoméstico, e que ao usá-lo pela primeira vez veio a explodir e as peças do eletrodoméstico atingiram seu rosto, causando um profundo corte. Diante disso, Flora foi internada e mesmo após o tratamento seu rosto ficou com cicatrizes. 
Ora, a responsabilidade por vício do produto diz que haverá vício quando o defeito atingir a incolumidade econômica do consumidor, ou seja o dano deve ser apenas patrimonial, atingindo apenas o produto. 
Lado outro, a responsabilidade por fato/defeito do produto será quando houver dano patrimonial referente ao produto, mas também quando esse acidente atingir a incolumidade física/psíquica do consumidor.
Nesse caso, está caracterizado a responsabilidade por fato/defeito do produto. 
2) De quem é a responsabilidade pelo mesmo?
Quando o CDC especificar o sujeito (ou sujeitos), significa que estará atribuindo responsabilidade a pessoas específicas. Nesses casos, somente estas pessoas responderão solidariamente.
É o que ocorre na responsabilidade por fato do produto e do serviço. A solidariedade se dá somente entre as pessoas expressamente elencadas no caput do art. 12 do CDC. Vejamos:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
3) Qual o prazo e sua natureza jurídica para que a reparação seja pleiteada?
É prescricional, pois diz respeito a uma pretensão a ser deduzida em juízo. No caso, o prazo é de 5 (cinco) anos, iniciando-se sua contagem a partir do conhecimento do dano e de sua autoria, consoante disposto no art. 27 do CDC. Vejamos:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA…CÍVEL DA COMARCA DE CARATINGA/MG.
PULAR 5 LINHAS
(AUTOR), brasileiro, Solteiro, profissão, inscrito sob o CPF nº…, portador do RG nº…, endereço eletrônico…, domiciliado e residente em caratinga/MG, vem respeitosamente, por seu bastante procurador (procuração anexa - doc. 01), propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS DECORRENTE DE RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO
com fundamento especialmente nos artigos 318 e 319 do código de processo civil; artigo 927, § únicodo Código Civil e artigo 12, § 1º do Código de Defesa do Consumidor, em face de MONDIAL, sociedade inscrita no CNPJ nº..., com sede em..., com endereço eletrônico..., pelos motivos de fato e de direito que passa a expor
I - DOS FATOS
O Autor reside na cidade de caratinga/MG, onde em 23 de abril, adquiriu nas CASAS BAHIA LTDA um Ventilador da marca MONDIAL, com 5 potências, no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), segundo a nota fiscal de compra anexa (doc. 02).
O produto ao ser ligado à tomada pela primeira vez ocasionou séria explosão, causando diversos danos, demonstrados à fotos que seguem anexas (doc. 03), chegando inclusive a produzir queimaduras no Autor, conforme laudo médico anexo (doc.04).
Procurada a revendedora, demonstrou desinteresse frente à situação, assim, como última alternativa restou ao Autor, ingressar com a presente ação, tendo por base os fundamentos jurídicos que agora expõe.
II - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Primeiramente se caracteriza o autor como CONSUMIDOR por trata-se de pessoa que adquiriu um produto como destinatário final nos termos do art. 2º do CDC, por sua vez a Ré constitui-se como FORNECEDOR, conforme artigo 3º do mesmo instituto enquanto fabricante do ventilador conforme demonstra nota fiscal anexa (doc. 02).
Será aplicado ao presente caso portanto as normas de proteção e defesa ao consumidor previstas à lei nº 8.078/90 (CDC), que, nos termos de seu art. 4º, ressalta a busca pelo o respeito a dignidade do consumidor, a sua saúde e segurança, bem como a garantia de seus interesses econômicos, sendo reconhecida sua vulnerabilidade frente ao FORNECEDOR.
Que deverá ainda, por força da alínea d do mesmo instituto legal garantir a segurança e a qualidade do produto, norma claramente desrespeitada no presente caso, quando se vê a explosão causada já a primeira utilização daquele.
São direitos básicos do CONSUMIDOR (art. 6º, especialmente I e IV do CDC) a proteção à sua saúde e segurança contra riscos decorrentes de defeitos do produto, bem como assegurada a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais por ele sofridos, em decorrência de eventuais violações.
Bem como a responsabilidade objetiva do FORNECEDOR, considerando-se especialmente o art. 8º do CDC “Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores” bem como o art. 12 do mesmo código “O fabricante, (...) respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos”, sendo o seu § 1º aquele que definirá: “O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;”.
Assim, quando o produto adquirido explode, causando danos físicos e materiais ao consumidor, claramente há violação das normas supramencionadas, pois este deixa de oferecer a segurança legitimamente se esperaria, gerando assim a responsabilidade da ré.
dos danos materiais e morais
Expressa ainda o Código Civil em seu artigo 927, caput e § único, que aquele que causa, independentemente de culpa quando a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, implicar risco para os direitos de outrem responde integralmente por sua reparação.
Mesmo espírito expressado ao art. 186 do CC. Assim a substituição do produto defeituoso, por um novo é a ação mínima que se espera da ré.
A totalidade dos danos danos materiais e lucros cessantes contudo compreendem ainda os seguintes gastos:
O valor gasto com medicamentos e tratamento médico, conforme notas anexas, que correspondem a R$...;
Os lucros cessantes, correspondentes ao tempo em que se viu o consumidor impossibilitado exercer suas atividades laborativas que correspondem a R$... Nos termos do art. 949 do CC.
Por fim, deve-se considerar o descaso da empresa, que após causar dano considerável ao CONSUMIDOR, permanece inerte, obrigando-o a ingressar com a presente ação judicial buscando ver respeitar direito expresso, ato que por sí só enseja a indenização a título de danos morais, em valor a ser definido por este douto juízo.
III - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer o Autor a Vossa Excelência que:
Julgue integralmente procedente o presente pedido, condenando a Ré a entrega de novo VENTILADOR DA MARCA MONDEO DE 5 VELOCIDADES, ou subsidiariamente ao pagamento da quantia de R$ 500,00 (quinhentos reais) acrescidos de correção monetária e juros de mora desde 23 de abril deste ano, bem como ao pagamento de indenização por danos materiais e lucros cessantes no valor de R$..., bem como indenização a título de danos morais em valor a ser arbitrado por V. Ex.;
Condene-se a Ré ainda ao pagamento das custas e honorários advocatícios de sucumbência, nos termos dos artigos 82 e 85 do Código de Processo Civil;
Conceda a inversão do ônus da prova prevista no Art. 6º VIII do C. D. C. Em razão de possível necessidade de comprovação de fatos impossível ao autor, na presente lide;
Cite a ré, nos termos do art. 238 e seguintes do CPC, para, querendo, contestar o pedido e comparecer às audiências designadas, sob pena de aplicação dos efeitos derevelia e confissão quanto à matéria de fato e no final pagamento dos valores pleiteados acrescidos de juros de mora e correção monetária;
Em atenção ao art. 319 do CC, em seu inciso VI e VII, informa que provará o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, especialmente por prova documental, e depoimento pessoal, bem como manifesta seu interesse em realização de audiência de conciliação e mediação, sendo o caso de citação da Ré para comparecimento, sob pena de multa, nos termos do artigo 334, § 8º, do CPC.
Informa, por fim, que segue acosta a guia com pagamento das custas iniciais.
Atribui à causa o valor R$...
Termos em que,
pede deferimento.
Rio de Janeiro. Data.
Advogado... OAB nº...

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