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RECURSO ESPECIAL

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RECURSO ESPECIAL 
 
O recurso especial (RESP) é um recurso excepcional de competência 
direcionada exclusivamente para o STJ contra decisões dos tribunais dos Estados e dos 
tribunais regionais federais que violem lei federal infraconstitucional ou que deem à lei 
interpretação divergente. Por isso o RESP visa tornar uniforme a interpretação das leis 
federais no território nacional. 
 
Art. 105, III, CF - Julgar, em recurso especial, as causas decididas, em 
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e territórios, quando a decisão recorrida: 
 
a) contrair tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
(b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei 
federal; 
(c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
 
FINALIDADE 
- Uniformidade interpretativa: A principal finalidade do recurso 
especial é trazer uniformidade interpretativa para evitar as divergências e ou violação 
acerca de um mesmo dispositivo de lei federal, ou seja, põe em prática a função do STJ. 
É por essa razão que o RESP é interposto nos casos previstos no art. 105, III; o objetivo 
deste recurso de previsão constitucional é a manutenção da segurança jurídica e a 
preservação da ordem pública no sentido de assegurar um ordenamento jurídico único. 
Por fim a finalidade do recurso especial é tornar única a interpretação dada às leis 
federais infraconstitucionais. 
 
- Satisfazer o interesse do recorrente: É bem verdade que o recurso 
especial também é utilizado para satisfazer o interesse do recorrente, que quer ver seu 
direito subjetivo tutelado, rogando ao STJ para sanar a divergência. Na verdade o 
recorrente deseja que o acórdão desfavorável a sua vontade, seja modificado pelo STJ. 
CABIMENTO 
Seu cabimento está previsto no art. 105, III, da Constituição Federal 
de 1988. No qual analisaremos logo abaixo: 
 
Art. 105, III, CF - Julgar, em recurso especial, as causas decididas, em 
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e territórios, quando a decisão recorrida: 
 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
 
1. TEM QUE SER ACÓRDÃO: O RESP será interposto contra 
acórdão de tribunal estadual ou regional federal que violem lei federal 
infraconstitucional ou que deem a lei interpretação divergente, não sendo cabível contra 
decisão monocrática. O artigo 105, III, CF. Diz que compete ao STJ julgar em recurso 
especial as decisões proferidas em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e territórios. 
 
2. ÚLTIMA OU ÚNICA OPÇÃO: Destina-se a decisões de única 
ou última instância, o que significa dizer que o RESP só poderá ser interposto quando 
esgotarem-se as possibilidades ou instâncias a recorrer, ou seja, o recorrente não dispõe 
de mais nenhum outro meio a não ser a interposição do RESP não podemos esquecer 
que esse requisito soma-se aos descritos nas alíneas do art. 105, III, CF. 
 
Exemplo: Art. 609, CPP. Os recursos, apelações e embargos serão 
julgados pelos tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a 
competência estabelecida nas leis de organização judiciária. 
 
Parágrafo único: Quando não for unânime a decisão de segunda 
instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que 
poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na 
forma do art. 613, CPP. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos a 
matéria objeto de divergência. 
 
Nesse exemplo podemos ver que havendo negativa de provimento da 
apelação ou embargos o interessado ainda terá a possibilidade de interpor "embargos 
infringentes e de nulidade" assim ainda não lhe possível interpor o Recurso Especial. 
 
3. CONTRARIAR TRATADO OU LEI FEDERAL, OU NEGAR-
LHES VIGÊNCIA: 
 
Dizer que um acórdão contraria uma lei federal ou um tratado 
internacional é dizer que esta decisão está violando tais dispositivos do nosso 
ordenamento. Dizer que um acórdão nega-lhes vigência significa dizer que a decisão 
ignorou esses dispositivos, deixou de aplicá-los. 
Lei Federal são aquelas emanadas do Congresso Nacional conforma 
art. 22, CF/88. Vale ressaltar que o tratado em questão para ser objeto de recurso 
especial deve ter sido ratificado pelo Congresso Nacional, pois apenas tratados 
ratificados são incorporados no nosso ordenamento como lei Federal e serão válidos no 
território nacional. 
Exemplo. 
 
 Se o acórdão de Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e territórios, considerar válida uma perícia realizada por 
apenas um perito não oficial, esta decisão poderá ser atacada por meio do recurso 
especial, já que viola o art. 159, §1º, CPP que é uma lei Federal. 
 
 
Obs. Existe exceção, a lei de tóxicos permite a realização de perícia por apenas um 
perito não oficial. Art. 50, § 1º da lei 11.343/2006. 
4. JULGAR VÁLIDO ATO DE GOVERNO CONTESTADO EM 
FACE DE LEI FEDERAL: 
 
A alínea "b" do art. 105, III, CF, foi alterada pela Emenda 45/2004. O 
texto anterior dizia: 
 
b) julgar válida LEI ou ato de governo local contestado em face de lei federal; 
 
 A modificação atribuiu ao STF a competência para cuidar das questões 
versam sobre julgar LEI de governo local contestada em face de lei federal e ao STJ 
apenas julgar atos de governo local contestado em face de direito federal. 
 
Nesse caso refere-se a um ato proferido por autoridade estadual ou 
municipal que vai de encontro com lei federal. Na esfera criminal um ato de governo 
local versando sobre o assunto já seria incomum, pois conforme estipula a Constituição 
apenas a União tem competência para legislar sobre direito penal e direito processual 
penal. 
 
5. DER A LEI INTERPRETAÇÃO DIVERGENTE DA QUE 
LHE HAJA ATRIBUÍDO OUTRO TRIBUNAL: 
 
Isso ocorre quando sobre uma mesma questão fática os tribunais 
versam de forma diferente, assim a parte sucumbente poderá por meio de recurso 
especial pedir ao STJ que se posicione sobre o assunto e resolva a questão. 
 
Nessa hipótese de cabimento a admissibilidade do recurso dependerá 
da demonstração de divergência de decisões utilizado - se de acórdão paradigma para 
demonstrar que as decisões divergentes versam sobre o mesmo assunto, ou seja, para 
um mesmo problema os tribunais se posicionam de forma diferente. Assim ressalta-se 
que o acórdão paradigma deve ser anterior e divergir do acórdão recorrido. 
 
Acórdão Recorrido = Como o próprio nome sugere este será o acórdão 
atacado por recurso especial, ou seja, um tribunal dos estados ou um tribunal regional 
federal, proferiu uma decisão divergente ao interesse do litigante e este por meio do 
RESP solicita que o STJ modifique a decisão. 
 
Acórdão Paradigma = Serão acórdãos proferidos anteriormente ao 
acórdão recorrido que servirão de modelo, no qual o recorrente deseja demonstrar ao 
STJ que há divergência entre as decisões dos tribunais sobre um mesmo dispositivo 
legal federal infraconstitucional. 
 
Obs. O paradigma tem que ser de outro Tribunal não pode ser acórdão 
proferido pelo tribunal na qual o recorrente está se opondo com o recurso especial. 
 
- Acórdãos do STJ podem servir como paradigma. 
ADMISSIBILIDADE 
 
- Prequestionamento= A matéria discutida já tenha sido anteriormente decidida, deve 
demonstrar que aquela matéria já foi julgada antes. Como dito acima o recurso especial 
é um recurso excepcional e só pode ser interposto em último caso, por isso o 
prequestionamento é indispensável. 
 
Súmula n° 282 - É inadmissível o recurso extraordinário não ventilado na decisão 
recorrida, a questão federal suscitada. 
 
- Interposição pela parte sucumbente = Essa na verdade é uma regra pertinente a 
todos os recursos, só poderá recorrer quem foi prejudicado, ou seja, quem sucumbiu. 
 
- Decisão proferida em única ou última instância = Como já explicado acima o art. 
105, III, CF, estipula que o RESP só poderá ser interposto em último caso quando além 
de se enquadrar nas hipóteses descritas nas alinhas do inciso III, o recorrente não tiver 
outra opção para impugnar a decisão. 
- Tempestividade = Refere-se ao prazo de interposição que os recursos devem 
obedecer do contrário serão considerados intempestivos e não serão conhecidos. O 
RESP deve ser interposto no prazo de 15 dias a contar da publicação do acórdão ou da 
intimação da parte quando necessária. 
EFEITOS 
Via de regra, o RESP é recebido apenas no efeito devolutivo, ou seja, 
a matéria impugnada será reexaminada e a interposição não impedirá a execução do 
acórdão que está sendo recorrido. Para impedir a execução do acórdão é preciso que seu 
recurso tenha efeito suspensivo e no caso do RESP a suspensão só ocorrerá em 
excepcionais; no processo penal, por exemplo, o efeito suspensivo pode ser atribuído 
quando for interposto contra sentença condenatória. Também em caráter excepcional o 
RESP poderá ter efeito regressivo. 
SÚMULAS SOBRE O RECURSO ESPECIAL 
 
Súmula nº 7 STF 
 
A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. 
 
Súmula nº 13 STJ 
 
A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja recurso 
especial. 
 
Súmula nº 83 STJ 
Não se conhece do recurso pela divergência quando a orientação do 
tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida. 
Súmula nº 203 STJ 
Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de 
segundo grau dos juizados especiais. 
Súmula nº 207 STJ 
É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos 
infringentes contra o acórdão proferido no Tribunal de origem. 
Súmula 126 STJ 
É inadmissível Recurso Especial, quando o acórdão recorrido assenta 
em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficientes, por si 
só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.

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