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XXI SUSPENSÃO, EXCLUSÃO E EXTINÇÃO DO CREDITO TRIBUTÁRIO 1 Suspensão: O Crédito Tributário regularmente formalizado, somente se modifica, extingue ou tem sua exigibilidade suspensa quando houver permissão legal para tanto. Para que ocorra suspensão do Crédito Tributário, segundo o artigo 151 do Código Tributário Nacional, faz-se necessário o surgimento de uma das modalidades enumeradas nos incisos do referido artigo que, a seguir, analizaremos. Entretanto, embora o Código Tributário Nacional, trate do assunto como suspensão do crédito, o correto é dizer que, ocorrendo aquelas hipóteses, há a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Assim, Suspensão do Crédito Tributário é a paralisação de sua exigibilidade por determinado período de tempo. Durante o período de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, o fisco não poderá promover-lhe a cobrança. Essas modalidades são taxativas, numerus clausus, conclusão extraída à luz da combinação do disposto entre os artigos 141 do Código Tributário Nacional com aquele supra mencionado. MORATÓRIA: É a dilação do tempo para satisfação da obrigação. Sua previsão pode ser de caráter geral ou individual, (artigo 152 do Código Tributário Nacional). É a prorrogação ou adiamento do prazo legalmente fixado para pagamento do tributo, concedida pelo credor.. Pode ser concedida em caráter geral e em caráter individual. Todo o Sistema Tributário Nacional é informado pelo princípio da competência: só o ente competente poderá instituir ou modificar o tributo a ele outorgado pela Constituição Federal. Assim, o nascimento, a extinção, a suspensão e a exclusão do crédito tributário somente poderão ser regulados por leis emanadas desse ente tributante. observado o disposto em lei complementar federal. A União Federal, no caso especialíssimo da concessão de moratória a todas as obrigações em geral, poderá conceder moratória, também quanto a créditos de Estados e Municípios. A referência a "obrigações em geral" abarca todos os débitos vencíveis no período da moratória, como as contas de luz, duplicatas, mensalidades escolares, IPTU, ICMS, IR, etc. Exemplo disso fora o plano Collor, que resultara no fechamento dos bancos e moratória das obrigações em geral. Somente nesse caso pode ser concedida, quanto a tributos que não sejam da competência da União Federal. Em caráter individual, a moratória é conhecida como parcelamento de débitos fiscais. Nesse caso, não gera direito adquirido, pois pode ser revogada de ofício pela autoridade concedente, sempre que cessadas as causas para sua concessão, ou nocaso em que o beneficiado deixe de atender às condições exigidas, como deixar de efetuar o pagamento das prestações. A moratória, assim como a anistia (modalidade de exclusão do crédito tributário. Diz respeito tão somente a penalidades, não incluindo os tributos), diz respeito ao passado, ou seja, os tributos já lançados ou em processo de lançamento. Os fatos geradores ocorridos após a concessão do benefício não serão abrangidos pelo mesmo. Assim como todas as formas de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário, a moratória, especialmente na modalidade de parcelamento, somente poderá ser concedida nos termos que a lei determinar. Esta poderá conceder à autoridade administrativa poder discricionário quanto a determinados aspectos, como o número de parcelas. Poderá fixar o número máximo em que poderá decompor o favor fiscal, ficando a critério da autoridade o estabelecimento do número adequado de parcelas no caso concreto. A moratória não gera direito adquirido. Sempre que se verificar que o contribuinte não satisfaz as condições pelas quais a mesma fora concedida, será ela revogada. Exemplo clássico é a rescisão de parcelamento: quando o contribuinte obtém a moratória em caráter individual - parcelamento, e deixa de pagar as parcelas, a autoridade fiscal irá revogá-lo, acabando com a suspensão do crédito. A lei que estabelece a moratória deverá especificar o tributo, o prazo, o vencimento, e assim sucessivamente. O artigo 154 especifica que somente pode haver a moratória quanto aos débitos definitivamente constituídos. A concessão da moratória não gera direito adquirido e pode ser revogado de ofício caso o beneficiário deixe de cumprir os requisitos estabelecidos. A moratória concedida sem a observação das exigências normativas enseja a invalidação do artigo. No caso, também, do sujeito passivo descumprir quaisquer condições para a continuação dos benefícios da moratória ensejará a cassação da moratória. DEPÓSITO DE MONTANTE INTEGRAL DO CRÉDITO: O depósito do crédito pode se dar em fase administrativa e judicial. No caso de depósito na esfera administrativa, tem efeito de sustar a atualização monetária. Na esfera judicial o agente fica impedido de ajuizar a ação competente. É o depósito realizado à disposição da autoridade julgadora da coisa litigiosa para que esta a entregue ao vitorioso na discussão. Ocorre quando o sujeito passivo pretende discutir o crédito tributário na esfera administrativa ou judicial. O contribuinte, desejoso de discutir um lançamento com o qual não concorda, procede ao depósito do total do crédito discutivo. Se vencer, as quantias ser-lhe-ão devolvidas; perdendo, será o depósito convertido em renda e o crédito tributário extinto. Ressalta-se que o depósito não é condição necessária para que se possa discutir na esfera administrativa (isso porque o simples recurso administrativo já suspende a exigibilidade do crédito) ao contrário judicial, onde o depósito é necessário para a suspensão do crédito. Por outro lado, a realização de depósito parcial não obstaculiza a exigência do crédito por parte da Fazenda Pública. AS RECLAMAÇÕES E OS RECURSOS NOS TERMOS DAS LEIS REGULADORAS DO PROCESSO TRIBUTÁRIO ADMINISTRATIVO: Na pendência de reclamação a administração não pode inscrever o crédito na dívida ativa; só após o esgotamento da fase administrativa. Concluído o lançamento na forma do artigo 142 do Código Tributário Nacional, há a presunção de legitimidade e exigibilidade. Caso o sujeito passivo da relação jurídica não se conforme com o mesmo poderá apresentar impugnação. Essas impugnações sustam a exigibilidade do crédito, até manifestação da última instância administrativa. A simples impugnação - reclamação ou defesa do contribuinte -desde que realizada no prazo certo, é medida suficiente para que o débito não seja exigido enquanto a mesma pender de julgamento. Também os recursos voluntários ou de ofício suspendem a exigibilidade do crédito tributário. No processo administrativo federal temos a reclamação dirigida ao Delegado da Receita Federal e, posteriormente, o recurso administrativo ao Conselho de contribuintes respectivo. Tanto no primeiro quanto no segundo casos haverá a suspensão da exigibilidade do crédito tributário enquanto penderem de julgamento. A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA: Serve-se o Mandado de Segurança para garantia de direito líquido e certo (artigo 5°, inciso LXIX da Constituição Federal), não amparado por habeas corpus ou habeas data. O mandado de segurança é a ação de que dispõe o contribuinte em defesa do direito liquido e certo, comprovado de plano, ferido ou ameaçado por ilegalidade ou abuso de poder em ato de autoridade pública. Não basta a impetração do mandado (não confundir mandado -ordem, com mandato - procuração). É preciso que o juiz conceda a liminar para a suspensão do crédito tributário enquanto o mesmo estiver pendente de julgamento. Não concedendo a liminar, poderá o Juiz facultar o depósito do montante integral que, se realizado, suspenderá a exigibilidade do crédito.A data do vencimento do tributo será sempre prevista na lei de regência. Entretanto, se ela a omitir, considerar-se-á vencido o tributo trinta dias após a notificação, ao contribuinte, do lançamento contra ele feito. Quando o contribuinte não pagar o seu débito no vencimento, será ele acrescido de juros e de correção monetária, sem prejuízo da cobrança judicial do mesmo. Por outro lado, a antecipação de pagamento poderá ser bonificada com um desconto. O processo administrativo disciplina o parágrafo 2°. Tendo dúvida quanto a determinada matéria, poderá o contribuinte realizar consulta à administração tributária a que estiver jurisdicionado quanto ao procedimento adequado que deve adotar. Respondida a consulta, terá um prazo de quinze dias para adequar-se, durante o qual não fluirão juros de mora. O artigo 162 disciplina as formas de extinção do crédito tributário pelo pagamento. Na atualidade, o dispositivo de maior utilidade prática é o relativo ao cheque: o crédito tributário somente é considerado extinto após a compensação do mesmo pelo banco sacado. Os selos e estampilhas foram muito utilizados como meio de pagamento de tributos. Os contribuinte trocavam dinheiro por selos e os utilizavam para pagar os tributos devidos. Observação: 1 IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO: havendo vários débitos, relativos a um mesmo contribuinte, a autoridade administrativa receberá o pagamento segundo a ordem determinada em lei, não podendo o contribuinte realizar o pagamento na ordem que preferir. No direito civil, ao contrário do direito tributário, a escolha pode ser feita pelo devedor, indicando o débito a ser quitado em primeiro lugar (artigo 163 Código Tributário Nacional). Em Direito Tributário, a ordem é determinada por lei através da sequência enumerada no artigo 163 do Código Tributário Nacional. Dessa forma, o devedor quitará, em primeiro lugar, todos aqueles em que figurar como contribuinte, ou seja, aqueles por obrigação própria, para, em seguida, pagar aqueles de responsabilidade, ou seja, onde figurar como responsável. Em cada um dos grupos, a ordem a ser seguida será a seguinte: a- primeiramente as contribuições de melhoria, depois as taxas e por fim os impostos; b- havendo dois tributos de mesma natureza, pagar-se-á primeiro o vencido há mais tempo, ou seja, o que irá prescrever primeiro; c- havendo dois tributos de mesma natureza e vencidos na mesma data, primeiramente o de maior valor. Após a quitação dos débitos por obrigação própria, passa-se ao pagamento, na mesma ordem, daqueles decorrentes de responsabilidade. 2 POSSIBILIDADE DE DEVOLUÇÃO DE PAGAMENTO INDEVIDO: se o sujeito passivo pagar uma quantia indevida a título de tributo, seja espontaneamente, seja por erro do órgão arrecadador, terá ele o direito de pedir de volta o que pagou a maior, através do que se denomina em Direito "repetição de indébito", que o Código Tributário Nacional consagra sob o título de "pagamento indevido", matéria regulada nos arts. 165 a 169. Em se tratando de tributos diretos, não há dificuldade quanto à restituição. A carga é suportada pelo próprio contribuinte, e o pagamento indevido é ilegal, portanto, passível de devolução. "A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro, somente será feita a quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la (artigo 166 Código Tributário Nacional)," Poderá ocorrer que o contribuinte tenha pago indevidamente não apenas o tributo, mas igualmente multa, juros e correção monetária. Nesse caso, poderá pleitear a restituição de tudo o que pagou a maior. Ressalva o código a multa referente a infrações de caráter formal, que, não prejudicadas, não serão restituídas. No caso retro, tomemos como exemplo um contribuinte que emite uma nota fiscal, destaca um valor a maior de IPI, rasura esse valor para retificá-lo, mas o setor de sua empresa encarregado pelo recolhimento do IPI não entende a rasura e promove o recolhimento tal como lançado - a maior. O valor recolhido a maior será restituído, mas a multa pela rasura eventualmente aplicada não será restituída. A data, a partir da qual é contada a prescrição da ação de repetição de indébito, é a do efetivo pagamento do tributo indevido. É a data impressa na guia de recolhimento bancário por ocasião da autenticação mecôanica. Se o contribuinte, na esfera administrativa, dentro do prazo de cinco anos, requer a restituição e esta lhe é indeferida, poderá demandar em juízo a anulação dessa decisão denegatôria de restituição. O prazo para o ajuizamento da ação será de dois anos, contados da data da decisão administrativa definitiva que a houver denegado. Proposta a ação anulatôria, interrompida estará a prescrição, recomeçando a contar novamente pelo prazo de um ano. COMPENSAÇÃO: É instituto regulado pelo Direito Civil, e aceito em Direito Tributário. No Direito Tributário, porém, a compensação deve ser prevista em lei, cabendo à autoridade administrativa autorizar a compensação sempre que o pedido formulado pelo contribuinte se enquadre no permissivo legal. No âmbito da legislação federal, somente podem ser compensados tributos de mesma natureza. Dá-se quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações se extinguir até onde se compensarem. São Requisitos: Liquidez das dívidas; Exigibilidade; Reprocidade das obrigações; Fungibilidade da coisa devida. Diferente do Direito Privado, no campo do Direito Tributário, para que ocorra compensação é necessário previsão legal para que ela se opere (artigo 170 do Código Tributário Nacional). Dessa forma, podemos concluir que o agente público não pode dispor sobre a compensação sem previsão legal, sob pena de responsabilidade funcional. Isso entretanto, não ocorre com o Direito Privado porque a compensação dá-se de plano, pois, se "A" for ao mesmo tempo credor e devedor de "B", poderá compensar o débito com o crédito correspondente. Se,"A", por exemplo, tiver direito a restituição do ISS porque pagou a maior, não poderá compensar com o valor pago a maior por outro débito do ISS, se não houver previsão legal. TRANSAÇÃO: Credor e devedor, por concessões mútuas põem fim ao litígio, extinguindo a relação jurídica (artigo 171 do Código Tributário Nacional). Na lição do professor Washington de Barros Monteiro. O Código Civil, em seu artigo 1.025 preceitua que é lícito aos interessados previnirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas. Já no nosso âmbito, Direito Tributário, artigo 171 há o preceito de que a lei, e somente esta pode facultar, nas condições que estabelece, dos sujeitos ativos e passivo da obrigação tributária celebrar transação mediante concessões mútuas. Na esfera civil a transação pode prevenir ou terminar um conflito de interesses, o que não acontece na esfera do Direito Tributário, pois só admite transação com previsão legal. No Direito Tributário, assim como todas as demais formas de extinção, de suspensão e de exclusão do crédito tributário, a transação deverá ser prevista em lei. Ocorre quando os sujeitos passivo e ativo se concedem vantagens recíprocas com o objetivo de extinguir o crédito tributário. No caso do IPTU, por exemplo, que normalmente vence em doze parcelas mensais, a lei poderá oferecer uma vantagem ao sujeito passivo para que este pague de uma só vez. No caso, o sujeito ativo oferece uma vantagem, desconto, ao sujeito passivo, e este, em contrapartida, oferece uma outra, pagando imediatamente em cota única. A parte paga fora extinta pelo pagamento,enquanto a descontada pela transação. A lei poderá autorizar à Fazenda Pública, em casos de disputas judiciais relativas a pequenos valores, que promova a transação com o objetivo de findar o litígio e desonerar a Administração, seja poupando o seu aparelho estatal chamado a resolvê-lo, seja recebendo imediatamente a parcela incontroversa. REMISSÃO: Só a lei pode remir; perdoar. Trata-se a remissão do perdão do tributo, e para isso a lei deverá observar os requisitos embutidos no artigo 172 do Código Tributário Nacional que são: a situação econômica do contribuinte; erro ou ignorância escusáveis do contribuinte, quanto a matéria de fato; pequeno valor do tributo; considerações de equidade; condições peculiares a determinada região do territôrio de entidade tributante. A remissão pode se dar antes ou após o lançamento, com ela desaparece o direito subjetivo de exigir a prestação e o dever jurídico atribuído ao contribuinte. A remissão poderá abarcar tanto o tributo quanto a penalidade, somente o tributo ou somente a penalidade. É sempre concedida por ato da autoridade administrativa, nos termos da lei. No caso de remissão de dívidas de pequeno valor, esta poderá ser feita diretamente pela lei autorizadora de remissão. Muitas vezes uma empresa, por razões estranhas à sua orientação, pode quedar-se inadimplente junto ao fisco e a sua recuperação representar um valor social maior que o tributo a ser recebido. A exemplo, uma grande, mas única empresa, de pequena cidade, em face de sucessivos planos econômicos, tornou-se inadimplente ante o fisco estadual. Fechar a empresa significaria, igualmente, fechar a cidade. Nesses casos, observada a lei, poderá mostrar-se mais conveniente conceder a remissão dos tributos e eventuais penalidades. A equidade não pode ser utilizada para dispensa de tributo previsto em lei, mas poderá ser invocada para deixar de aplicar penalidade no caso concreto quanto o bom senso assim o determinar em face das circunstâncias materiais verificadas. Artigo 172 (...) V - a condições peculiares a determinada região do territôrio da entidade tributante. (...) Frequentemente, em face de conjuntura excepcional, uma parcela do territôrio do ente tributante queda em situação ensejadora de remissão de tributos para os contribuintes nela estabelecidos. Em todos esses casos, pode haver liberação graciosa total ou parcial da dívida, mas não gera direito adquirido, podendo ser cassada a qualquer tempo pela autoridade concedente, tendo sido conseguida mediante fraude ou simulação. Sob outro aspecto, vale lembrar a distinção entre remissão, isenção e anistia. A primeira é modalidade de extinção do crédito tributário e pode abranger tanto o tributo quanto a penalidade; as últimas são modalidades de exclusão; a Segunda só se reporta ao tributo e a terceira somente à penalidade. A remissão é concedida por despacho fundamentado, nos termos da lei; a anistia é concedida diretamente em lei. Tanto a remissão quanto a anistia dizem respeito a fatos passados, já lançados ou em processo de lançamento, enauqnto a isenção abrange apenas os fatos geradores futuros. DECADÊNCIA: É a perda do direito (artigo 173 do Código Tributário Nacional). Consiste na perda do direito, por parte do sujeito ativo, no sentido de efetuar o lançamento, em virtude de sua inércia. É o desaparecimento do próprio direito pelo simples fato de o credor não o exercer no prazo legal. Assim como a prescrição, é o instituto de ordem pública utilizado pelo Direito Tributário e tem como fator determinante da extinção do crédito tributário o decurso de prazo por inação do credor, que é o Estado. Corre no período subsequente ao fato gerador e antecedente ao lançamento, após a qual correrá a prescrição. A decadência é a extinção de direito subjetivo em face do não cumprimento pelo seu titular, de formalidade exigida em lei em determinado prazo: atinge o fundo do direito. No direito tributário, decadência é a extinção do crédito tributário com a perda do direito de proceder ao lançamento. O prazo decadencial para a realização do lançamento é de cinco anos, contados: da data da ocorrência do fato gerador, quanto aos tributos lançados por homologação e na inexistência de dolo, fraude ou simulação; do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia Ter sido feito, quanto aos demais tributos. Prescricão é a extinção do direito à exigibilidade de determinada prestação em face do não exercício desse direito em determinado prazo estabelecido em lei. No direito tributário é a extinção da exigibilidade do crédito tributário após cinco anos, contados de sua constituição definitiva. A decadência é insuscetível de interrupção e de suspensão. É irrenunciável, o contribuinte não pode abrir mão dela e quitar o seu débito, seja houver ocorrido a decadência. Isso ocorre porque, na decadência, o que morre é o fundo do direito. Não havendo direito ao próprio crédito, a Fazenda Pública poerde o direito ao recebimento, e. se o contribuinte espontaneamente promover o pagamento, poderá formular pedido de restituição. Havendo execução fiscal de débito decaído, incumbe ao embargante alegar, em preliminar, a decadência. Se o sujeito passivo não o fizer, o juiz poderá fazê-lo, pois a decadência inadmite renúncia do devedor. O artigo 173 do Código Tributário Nacional, enumera três termos iniciais de diferentes situações para a decadência que são: 1 O primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado; (antes da ação fiscal). Ocorrido o fato gerador, nasce a obrigação tributária e, dela, surge o crédito tributário o qual tem o sujeito ativo o direito de constituir pelo lançamento. Assim, deve-se verificar em que exercício esse lançamento poderia ser feito, para, então, contar- se o prazo decadencial para fazê-lo a partir do primeiro dia do exercício seguinte. 2A data em que torna definitiva a decisão que por vício formal tenha anulado o lançamento anteriormente efetuado; (antes da ação fiscal). O pagamento antecipado por parte do contribuinte ficará no aguardar da homologação pelo fisco até cinco anos contados do fato gerador. Esse prazo é decadência!. Não havendo ação fiscal no prazo de cinco anos mencionado ocorrerá o lançamento tácito e eventuais diferenças estarão decaídas, salvo em caso de dolo, fraude ou simulação. Se o contribuinte calcula o tributo devido e antecipa o pagamento do imposto, após cinco anos contados do fato gerador o seu procedimento estará homologado, ainda que tenha ocorrido em erro, salvo se doloso. Havendo dolo, a regra decadência! a ser aplicada é aquela mencionada no inciso I do artigo 173. 3 A data de realização de qualquer medida preparatôria de lançamento. Enquanto não decaído o direito de o fisco fazer o lançamento, poderá iniciar a ação fiscal tendente a fazê-lo. Nesse caso, a decadência será contada do seguinte modo: Da data em que o fisco tiver notificado ao sujeito passivo de qualquer medida preparatôria para a constituição do crédito tributário. O fisco inicia ação fiscal através da lavratura do Termo de Início de Ação Fiscal, instrumento que utiliza para colocar o sujeito passivo sob fiscalização. Esse é o primeiro ato preparatôrio para o lançamento, pois é através dele que o fiscal irá solicitar livros e papéis fiscais que lhe possibilitem calcular os tributos devidos. Dessa data, é contado o prazo decadencial de cinco anos para que o funcionário respectivo faça o lançamento. Da data em que for anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente feito. Realizado o lançamento, o funcionário poderá Ter cometido um erro de procedimento que ocasione suaanulação. Nesse caso, o prazo decadencial, para a feitura de um novo, será contado da data em que ficar definitiva a decisão que o houver anulado. Ressalte-se que o prazo decadencial não é contado da data da decisão, mas da data em que se tornar definitiva, quando não mais puder ser objeto de recurso administrativo OBSERVAÇÃO: Observe-se que a decadência não se interrompe ou é suspensa, apenas tem marcos iniciais distintos, a partir dos quais é contada. PRESCRIÇÃO: É a perda do direito de ação (artigo 174 do Código Tributário Nacional). A partir da notificação do lançamento conta-se o prazo prescricional que poderá ser interrompido desde que ocorra quaisquer circunstâncias elencadas no artigo 174 do Código Tributário Nacional que são: citação pessoal do contribuinte; protesto judicial; constituição em mora do devedor; qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do débito pelo devedor. Toda vez que ocorrer uma das causas interruptivas, despreza-se a parcela de tempo que já foi vencida, contando-se, assim, mais cinco anos. Por outro lado, as situações previstas no artigo 151 do Código Tributário Nacional, suspendem a exigibilidade do crédito tributário, assim, recomeça-se a contar o prazo prescricional. OBSERVAÇÃO: Corre após o lançamento, pois, constituído o crédito tributário, surge para o sujeito ativo o direito de ação (a ação adequada para a cobrança de créditos fiscais é a Ação de Execução Fiscal prevista na lei 6830/80) para a sua cobrança. Esse direito, não exercido no prazo de cinco anos contados da constituição definitiva (assim entendido o lançamento contra o qual não possa ser intentado nenhuma espécie de recurso), na mais poderá ser exercido, pois estará prescrito. O prazo prescricional de cinco anos será contado não da data em que o lançamento é feito, mas da data em que se torna definitivo. Feito o lançamento, este poderá ser objeto de recurso; havendo recurso, este deverá ser examinado. Somente quanto o lançamento não mais puder ser atacado com qualquer recurso administrativo, quando não mais houver recurso pendente de julgamento, é que estará definitivo, contando-se desta data o lustro (quinquênio) prescricional. Diferentemente da decadência, que não pode ser interrompida ou suspensa, a prescrição é suspensa quando suspenso o crédito tributário, e tem seu prazo interrompido nos seguintes casos: a) a citação pessoal feita ao devedor; b) protesto judicial; c) qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; d) qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Ressalte-se que a interrupção da prescrição contra um devedor solidário prejudica ou beneficia todos os demais. A prescrição é renunciável, o contribuinte pode abrir mão dela e quitar o seu débito, mesmo prescrito, se o desejar. Isso ocorre porque, na prescrição, o que não morre não é o fundo do direito, mas o direito da Fazenda Pública em promover a cobrança. Não podendo cobrar, a Fazenda Pública não perde o direito ao recebimento, se o contribuinte espontaneamente promover o pagamento. Dessa forma, o pagamento de débito prescrito não enseja pedido de restituição. Havendo execução fiscal de débito prescrito, incumbe ao embargante alegar, em preliminar, a prescrição. Se o sujeito passivo não o fizer, o juiz continuará a execução, pois a prescrição admite renúncia do devedor. CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA: Para discutir o crédito o sujeito passivo deposita o valor integral do débito. Vencido, o contribuinte, o depósito converte-se em renda, extinguindo-se, via de consequência o dever jurídico do sujeito passivo e o direito subjetivo do sujeito credor. Assim, a conversão do depósito em renda ocorre quando o sujeito passivo, para discutir o crédito tributário, deposita o seu valor integral e sai, posteriormente, derrotado na discussão. Durante processo judicial ou administrativo, a conversão do depósito em renda extingue o crédito tributário. Poderá ocorrer em duas hipóteses: quando o contribuinte desistir da ação ou do recurso ou quando a decisão lhe for desfavorável e transitar em julgado (não mais poderá ser atacada por recurso). PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO: O contribuinte efetua o cálculo do tributo devido e recolhe antecipadamente. É o caso do ICMS e IPI, onde o sujeito passivo tem em mãos todos os elementos para efetuar o pagamento. Esse pagamento extingue a relação jurídica. Assim, o pagamento antecipado e a homologação do lançamento, nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o contribuinte calcula o montante do tributo devido e o recolhe antecipadamente aos cofres públicos. Sobre a importância paga, ocorre a extinção do créditos tributário mediante condição resolutôria de ulterior homologação pela fisco. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (artigo 164): Julgada a ação procedente, converte-se o valor depositado em renda. No caso da ação ser julgada improcedente o sujeito ativo cobrará o débito com todos os acréscimos pertinentes. Assim, consignação em pagamento é o depósito em juízo (na consignação em pagamento o devedor faz o depósito e pede a citação do credor, ou supostos credores, para vir receber. Deve e que pagar, ao contrário do depósito do montante integral em processo de discussão do crédito tributário, onde o contribuinte não concorda com o mesmo e deseja discuti-lo) para liberar o devedor da sujeição ao credor, nas hipóteses de injusta recusa de recebimento pelo mesmo, como no caso de uma greve. Também será cabível quando mais de uma pessoa de direito público interno se arvorar em sujeito ativo quanto à mesma obrigação, como no caso de uma residência situada na divisa de dois municípios situados em região metropolitana: o contribuinte poderá receber dois lançamentos de IPTU. Ainda: o sujeito passivo poderá consignar a importância correspondente ao crédito tributário na indevida subordinação recebimento deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade ou ao cumprimento de exigência administrativa sem fundamento legal. Julgada procedente a ação de consignação, extingue-se o crédito tributário. Improcedente, total ou parcialmente, o valor consignado será cobrado acrescido de juros de mora, correção monetária e demais penalidades cabíveis. DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL: Quando o órgão administrativo, em última instância, acolhendo o direito do contribuinte não caiba mais recurso. A decisão administrativa irreformável é aquela que, favorável ao contribuinte, não mais possa ser objeto de recurso na ôrbita administrativa. Decidindo a própria Fazenda Pública pela anulação do crédito tributário, não poderá ela intentar ação judicial para reverter sua decisão, motivo pelo qual a decisão administrativa favorável ao contribuinte extingue, em definitivo, o crédito tributário. DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO: Coisa julgada, ou decisão passada em julgado, é a decisão imutável e indiscutível, contra a qual não seja possível qualquer recurso na esfera do Poder Judiciário. Favorável ao contribuinte, extingue o crédito tributário. 3 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: Dispõe o artigo 175 do Código Tributário Nacional que excluem o crédito tributário: A isenção; A anistia. Para o professor Paulo de Barros Carvalho, exclusão quer significar extinção tributária, porque se retirarmos qualquer dos componentes do vínculo entre sujeitos- e o crédito é um deles - o liame se esfacelará, desintegrando-se como entidade do universo do direito. Para Eduardo do Aamaral Ferreira Jardim, o título adotado pelo legislador, não tem razão de ser, porque a expressão exclusão significaexpulsão, afastamento, eliminação. Portanto, considerando a isenção e a anistia como formas de exclusão do crédito tributário, não é menos absurdo do que seria qualificá-las como fôrmulas expulsivas ou eliminatôrias do crédito tributário. OBSERVAÇÃO: A distinção entre remissão, isenção e anistia. A primeira é modalidade de extinção do crédito tributário e pode abranger tanto o tributo quanto a penalidade; as últimas são modalidades de exclusão; a segunda só se reporta ao tributo e a terceira somente à penalidade. A remissão é concedida por despacho fundamentado, nos termos da lei; a anistia é concedida diretamente em lei. Tanto a remissão quanto a anistia dizem respeito a fatos passados, já lançados ou em processo de lançamento, enquanto a isenção abrange apenas os fatos geradores futuros. Por outro lado, a isenção e a não incidência, mesmo a imunidade, não dispensam o cumprimento de obrigações acessórias, ou impedem a ação fiscalizadora do fisco para a sua verificação. Ainda, sendo as modalidades de exclusão do crédito tributário favores fiscais, dependem de lei específica emanada do ente competente para a sua concessão. Exclusão do Crédito Tributário é a sua não exigibilidade por parte do Estado, nos termos previstos em lei. Tratam do assunto os arts. 175 a 182 do Código Tributário Nacional, havendo duas modalidades possíveis: ISENÇÃO: A doutrina atribui ao instituto da isenção várias acepções. A doutrina clássica entende a isenção como favor legal. Alfredo Augusto Becker, diz que a regra isentante incide para que a tributação não possa incidir. José Souto Maior Borges, entende que a regra isentante é uma hipótese de não - incidência legalmente qualificada. Outras correntes vêm a isenção como uma delimitação negativa da hipótese de incidência tributária, limitação ao poder de tributo ou como fato impeditivo. No entanto, a feição da regra de isenção está para o fato de uma possuir um caráter supressor da área de abrangência de qualquer dos critérios da hipótese ou da regra matriz. Essa é a lição do professor Paulo de Barros Carvalho. E a dispensa do pagamento do Crédito Tributário por dispositivo expresso de lei. E o benefício fiscal que dispensa o sujeito passivo do pagamento do tributo. É editado sempre pelo legislador ordinário, salvo quanto a tributos para os quais a Constituição exija lei complementar, cuja isenção igualmente demandará lei complementar. A definição da natureza jurídica da isenção guarda controvérsias. Alguns autores a classificam como modalidade de incidência, outros como sendo de não incidência. Estudemos a questão. O Código Tributário Nacional - defendido pela primeira corrente - classifica a isenção como sendo uma modalidade de incidem 1:1, pois se constitui em um benefício fiscal. A lei estabelecedoni d;i regra-matriz - hipótese de incidência - abrange, por ocasião da definição da situação tributável, um bem que, nos termos da política econômica adotada pelo ente tributante, não seria conveniente tributar. Outro dispositivo de lei, então, concede a exclusão do crédito tributário decorrente da tributação daquele bem em face da hipótese de incidência. Em resumo: pela primeira teoria, o bem isentado, estando dentro do campo da incidência, por ocasião da ocorrência em concreto da figura prevista em lei como sendo o fato gerador, é tributado: ocorre o fato gerador, nasce a obrigação tributária, dela decorre o crédito tributário, mas o Estado, generosamente, o dispensa, excluindo-o com a isenção. A Segunda corrente, por outro lado, entende que, na isenção, o que ocorre é a determinação legal da exclusão do crédito tributário não pela sua dispensa, mas pela exclusão da situação isentada da situação tributável, deslocando-a para o campo da não incidência legalmente qualificada. A isenção poderá se concedida mediante contrato, nos termos de lei concessora da isenção. Essa modalidade é frequentemente utilizada na instalação de distritos industriais, em que a indústria assina, com o município, um contrato, que deverá observar os requisitos do artigo 176 do Código Tributário Nacional para a obtenção da isenção. Pode ser estendida a taxas e contribuições de melhoria, desde que haja lei cuidando do assunto. Na omissão legal, reputam-se por não concedidas. A isenção pode ser revogada a qualquer tempo, desde que não tenha sido concedida por prazo certo e mediante condição, caso em que, tendo o contribuinte cumprido a condição, será irrevogável. A revogação de isenção não está sujeita ao princípio constitucional da anterioridade. A revogação de isenção relativa a impostos sobre o patrimônio ou a renda somente vigerá no primeiro dia do exercício seguinte à publicação da lei. Quanto à revocabilidade da isenção é preciso retornar à definição da sua natureza jurídica. Para a primeira corrente, segundo a qual a isenção se insere no campo da incidência entende pela sua não submissão ao princípio da anterioridade ao argumento de que a situação isenta sempre foi tributada, o fato gerador já estava definido em lei, a obrigação e o crédito igualmente. Por ocasião da extinção da isenção não ocorreria aumento de tributo, mas a eliminação de um favor fiscal. Em resumo: na isenção ocorre o fato gerador, nasce a obrigação, dela decorre o crédito e este é dispensado pelo Estado; com a revogação ocorre o fato gerador, nasce a obrigação, dela decorre o crédito e este não mais é dispensado. Nessa esteira de entendimento o Supremo Tribunal Federal entendeu que a revogação de isenção do ICMS não está sujeira ao princípio da anterioridade. Há dois tipos de isenções: as objetivas e as subjetivas. As objetivas consideram apenas o objeto tributável com total abstração da pessoa do contribuinte. É concedida para estimular o progresso de determinadas regiões ou atividades. Subjetivas são outorgadas a certas pessoas, de acordo com a sua condição especial, como, por exemplo, a LBA, que goza de isenção de alguns tributos para os quais não tem imunidade. Podem ainda ser condicionais, como a isenção de IPTU a indústria que se instale em determinado município e incondicionais, como a concedida aos industriais instalados na Zona Franca de Manaus. Podem ser restritas a determinada região, como a Zona l'i ;im a di-Manaus supra, ou amplas, como a isenção de IR aos rcndimuilns mensais de até mil UFIR. Sempre conforme o territôrio qnr pretendam atingir. Não se confunde com a imunidade ou com a não-incidência. A imunidade é de ordem constitucional e dirige-se ao legislador tributário, impedindo-o de instituir tributos, geralmente impostos, nos casos expressos. A imunidade é a não incidência constitucionalmente qualificada, a não incidência por falta de vontade do legislador em tributar é a não incidência simples; a isenção, nos termos da Segunda corrente estudada, por exclusão legal à hipótese de incidência, denomina-se não incidência legalmente qualificada. Por outro lado, ressalte-se que os Atos da Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT estabeleceram que os benefícios fiscais não confirmados no prazo de dois anos contados da promulgação da Constituição - 05/10/88 - tornar-se-iam ineficazes. Na lição do citado professor "a regra de isenção pode inibir a funcionalidade da regra- matriz tributária, comprometendo-a para certos casos, de oito maneiras distintas: quatro pela hipótese e quatro pelo consequente: PELA HIPÓTESE: atingindo-lhe o critério material pela desqualificação do verbo; atingindo-lhe o critério material, pela subtração do complemento; atingindo-lhe o critério espacial; atingindo-lhe o critério temporal; PELO CONSEQUENTE: atingindo-lhe o critério pessoal, pelo sujeito ativo;atingindo-lhe o critério pessoal, pelo sujeito passivo; atingindo-lhe o critério qualitativo, pela base de cálculo; atingindo-lhe o critério quantitativo pela alíquota. CARACTERÍSTICAS DA ISENÇÃO; 1 - só pode ser veiculada por lei; 2 - pode se restringir a determinada região; 3 - pode ser revogada parcialmente; 4 - não alcança os tributos posteriores à sua criação 5 - pode ser de caráter incondicional 6 - pode ser de caráter condicional, a sua concessão será efetivada por despacho da autoridade administrativa. ANISTIA: É o perdão da penalidade de índole tributária. Isso não quer significar o perdão do débito tributário, mas da multa que recai sobre o sujeito passivo inadimplente da relação jurídica. Entretanto, não se aplica aos atos qualificados como crimes ou contravenções. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede. Resumindo: anistia no direito tributário, é a exclusão de penalidade pecuniária e se alcança as infrações cometidas, não implicando dispensa de pagamento de tributo, nem da correção monetária. Mesmo que a lei concessiva da anistia seja omissa a respeito, se a penalidade fora aplicada em decorrência de ilícito relativo a dolo, fraude ou simulação, a mesma não é alcançada pelo benefício. A anistia. como a isenção, incumbe ao legislador ordinário, que, assim, como tem o poder de tributar, tem também a possibilidade de renunciar ao recebimento da penalidade, excluindo o crédito contra o sujeito passivo. Reporta-se ao passado e aplica-se aos créditos lançados ou em processo de lançamento. Em caráter geral - quando concedida incondicionalmente. Não há necessidade do sujeito passivo requerê-la; limitadamente -quando concedida quanto à multa aplicada em conjunto com determinado tributo, até determinado montante, ou a determinadas regiões territoriais; condicionalmente - quando o contribuinte tiver que cumprir determinada condição, como pagar o tributo respectivo. ESPÉCIES DE ANISTIA; incondicional: o sujeito não deve preencher qualquer requisito; individual: o sujeito deve requerer os benefícios comprometendo-se a preencher os requisitos necessários. Podemos, assim, concluir, na lição do mestre Paulo Barros Carvalho que "as normas jurídicas que prevêm a anistia fiscal são extintas da relação jurídica sancionatária. Dispensando o dever jurídico de prestar o valor da penalidade pecuniária, desaparece o direito subjetivo correlato, esfacelando-se o vínculo. Tal efeito extintivo, porém, deixa intacta a relação jurídica tributária, propriamente dita, remanescendo o crédito do tributo e seu correspondente débito. Entendida dessa maneira, a anistia é uma modalidade de exclusão de dívida por penalidades tributárias, e, por ser excludente de um nexo fundamental à subsistência da obrigação, esta se extingue." OBSERVAÇÃO: Vale lembrar, a diferença entre Remissão e Anistia: Na remissão, que é uma das causas dê extmçao da relação jurídica há o perdão do débito o que não acontece com a anistia onde o perdão recai sobre o ato da infração ou sobre a penalidade Tanto a remissão quanto a anistia, abrangem fatos concretos- ou seja, liames já constituídos, só que na remissão o vínculo se reveste de natureza tributária e a anistia em liames de índole sancionaria.
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