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ESCLEROSE SISTÊMICA - Doença inflamatório crônica idiopática, do TC, caracterizada pelo acometimento endotelial dos vasos, principalmente de pequeno e médio calibre, que evolui para uma endarterite proliferativa isquêmica. Esta isquemia progressiva leva a um distúrbio intrínseco do fibroblasto que resulta em progressiva cutâneo visceral, funcionalmente limitante. - doença sistêmica autoimune que se caracteriza por inflamação e hiper-reatividade vascular da micro e macro circulação associadas a deposição excessiva de colágeno nos tecidos, com consequente fibrose dos mesmos, incluindo pele e órgãos internos. - causa o espessamento da pele e danos nos órgãos internos do corpo. - predomina sexo feminino (3-8:1), manifestando-se entre 3ª e 6ª década de vida. - associação ao HLA-A1, B8 e DR3. - autoanticorpos anti-Scl-70 e anti-RNP U3 estão associados a doença mais severa. - sintomas iniciais tipicamente são inespecíficos e incluem FR, fadiga e sintomas musculoesqueléticos. Esses sintomas podem persistir por semanas e meses até o aparecimento de outros sinais. O primeiro sinal clinico que sugere o diagnóstico de ES na pele é o edema dos quirodáctilos ou da mão. Os demais acometimentos são variáveis e podem ser pulmonar, cardíaco, GI e renal. • Etiopatogenia: Desenvolvimento insidioso de fibrose nos tecidos e órgãos afetados. Disfunção vascular de pequenas artérias e microvasos. No desenvolvimento da fibrose, ocorrem ativação anormal do sistema imune por estimulo não identificado, ativação de linf T e B autorreativos, liberação de citocinas e quimiotaxia das células inflamatórias, como macrófagos. Essas células inflamatórias, em conjunto com as plaquetas ativadas e o endotélio, liberam fatores de crescimento, capazes de atrair e ativar os fibroblastos, levando a deposição excessiva de colágeno (I, III e IV). Alterações vasculares explicadas pela produção excessiva de fatores vasoconstritores (endotelina-1) e menos quantidade de substancias vasodilatadoras (oxido nítrico e prostaciclina), ativação plaquetaria, com formação de microagregadores de plaquetas nos capilares e nas vênulas, e liberação de tromboxano A2 (vasoconstritores). Esse desequilíbrio a favor de uma vasoconstrição persistente provoca episódios repetidos de isquemia e hipoperfusão tecidual, acarretando injuria celular, sendo o estimulo principal para o acumulo dos fibroblastos ativados e a formação de fibrose. - Doença poligênica complexa que se manifesta em indivíduos geneticamente predispostos com exposição a fator ambiental ou precipitante. Seu desenvolvimento depende da interação entre processos imunológicos, vasculares e fibroticos, modulados por endoteliócitos e fibroblastos, que ativados passam a ser as células efetoras da doença. - Principais citocinas envolvidas na patogênese da ES: TGF-beta, PDGF, TNF, IGF, BFGF, IL1, IL4, IL6, IL8, IL17, IFN-gama, proteínas quimiotaticas de monócitos 1 e 3 e fator de crescimento do TC. - Fibroblasto são as células efetoras e responsáveis pela fibrose na ES. Estes passam a ter a sobrevida aumentada devido diminuição da apoptose, e com isso passam a produzir colágeno tipo I e III e proteínas da matriz extracelular. Estando eles em estado de hipóxia estado de fibrose cutâneo-visceral. - Autoanticorpos: FAN (positivo em 90%); Antitoposoimerase I [antiScl70] (20 a 45%); Anticentromero (12-44%); Antifibrilina-1 [anti-U3-RNP]; anti-RNApolimerase; antiPM-Scl; antifibrilina-1 [anti-U3-RNP]; e anti-RNA II ou III (20%). • Classificação de acordo com a extensão do envolvimento cutâneo: ESl (limitada): envolvimento cutâneo restrito as extremidades (até cotovelos e joelhos, além da face), ritmo lento de acometimento cutâneo, presença frequente de calcinoses, incidência tardia de manif viscerais. Pode cursar com Ac anticentromero. ESd (difusa): envolvimento cutâneo generalizado, afeta tronco, face e membros, e apresentando tendência a rápida progressão das alterações cutâneas, contraturas articulares, crepitação tendinea e comprometimento visceral precoce (fibrose pulmonar, miocardioesclerose e crise renal). Pode cursar com Ac antiScl 70 e Ac anti-RNA polimerase III. • Quadro clínico: Pele: - espessamento pele, principal diagnostico. Fases de envolvimento cutâneo: Fase edematosa: edema difuso, depressível, inicialmente em mãos e pés, progressão centrípeta; representa queixa inespecífica. Fase indurativa: regressão do edema, começa ocorrer endurecimento progressivo da pele, iniciando-se nas extremidades. Fase atrófica: acentuação do espessamento cutâneo, levando a retrações tendineas, evoluindo para contraturas em flexão; nas mãos ocorre garra esclerodérmica; na face, microstomia, afilamento do nariz, perda dos sulcos perilabiais e ausência de rugas. Ocorre acometimento cutâneo típico: pele espessada, endurecida, aderida a planos profundos, não depressível e não pregueavel. Método de Rodnan modificado: escore cutâneo para avaliação periódica da graduação do espessamento cutâneo nos pacientes com ES. Calcinose: devido acumulo de cristais de cálcio ou hidroxiapatita em locais de uso excessivo ou trauma e naqueles afetados pelo fenômeno de Raynaud. Mais frequente na forma clinica limitada. Telangiectasias: dilatações saculares de vasos sanguíneos superficiais, que colapsam a pressão digital, mais frequente na forma limitada, acomete: face, lábios, língua, dedos das mãos e áreas periungueais. Anormalidades de pigmentação: leucomelanodermia, hiper e hipopigmentação em áreas de esclerose. Prurido intenso: nos primeiros 2 anos de ES difusa, acomete braços e antebraços. Vascular: Microangiopatia obliterante em função de espessamento progressivo da intima (endarterite proliferativa). Fenômeno de Raynaud é a mais frequente manifestação vascular da ES. Caracterizado por isquemia digital episódica provocada pelo frio ou pela emoção. Com a progressão da doença, é comum aparecimento de microulceraçoes isquêmicas de polpas digitais. Musculoesquelético: Poliartralgia de ritmo inflamatório, poliartrite e tenossinovites. Com evolução, pode ocorrer contraturas em flexão dos dedos da mão. Crepitação tendinea, comum na forma difusa, é fator de mau prognostico Reabsorção óssea das extremidades. Fraqueza e atrofia da musculatura esquelética. Trato gastrointestinal: Disfagia por acometimento da musc lisa nos terços médio e distal do esôfago. RX contrastado: hipoperistaltismo, ectasia esofágica, hérnia hiatal e esofagite de refluxo. Incoordenação da peristalse e o relaxamento do EEI agravam a esofagite por refluxo, facilitando metaplasia de Barret e o risco de adenocarcinoma. Queixas: epigastralgia em queimação e lentidão na digestão, devido retardo no esvaziamento e dilatação gástrica. Síndrome de má absorção, devido dilatação e atonia intestinais, com consequente supercrescimento bacteriano, cursando com diarreia e podendo evoluir para caquexia. Constipação intestinal Incontinência anal, devido incompetência do esfíncter. Pulmões: Pnemopatia intersticial e HÁ pulmonar Inicialmente maioria dos paciente com fibrose intersticial é assintomática, evoluindo com dispneia progressiva aos esforços, tosse seca e dor pleurítica. Exame físico: estertor crepitante em base pulmonar. Lesões geralmente bilaterais Pode-se ter opacificaçoes reticulares subpleurais ou septais, imagens em vidro fosco, imagens em favo de mel, bronquiectasias, nódulos e cistos. Espirometria cursa com padrão restritivo. Coração: Acometimento cardíaco sintomático, fator de mau prognostico Pode manifestar-se como pericardite, miocardite e arritmia cardíaca. Rim: HÁ grave de inicio súbito acompanha-se de insuficiência renal rapidamente progressiva. Sistema nervoso: SNS: psicose ou arterite cerebral. SNP: neuropatia periférica, neuropatia trigeminal e mononurite múltipla. Associação com neoplasia: Adenocarcinoma de esôfago; carcinoma broncoalveolar; neoplasias linfoproliferativas e o adenocarcinoma mamário. • Alterações laboratoriais: Inespecíficas e ligadas a intensidade do envolvimento visceral. Alteraçõeshematológicas: anemia leve, pancitopenia e aplasia de medula. Provas de ativ inflam, como VHS, mucoproteina e PCR estão elevadas nas fases ativas da doença (difusa). Positividade FAN pontilhado ou nucleolar. Ac anticentromero (ES limitada, calcinose, telangiectasias e baixa incidência de doença pulmonar restritiva. Ac antiScl 70 associado ao acometimento cutâneo mais extenso, crepitação tendinea, contraturas articulares e a doença pulmonar restritiva. Anti-RNA polimerase III: ES difusa e espessamento cutâneo extenso, contraturas articulares e crise renal. Anti-Th/To RNP: ES limitada e hipertensão e fibrose pulmonar Anti-U3-RNP: miosite, crepitação tendinea, envolvimento cardíaco e hipertensão pulmonar. antiPM-Scl: síndrome de superposição com polimiosite ou dermatomiosite. • Prognostico: • Tratamento: Fenômeno de Raynaud: Medidas não farmacológicas: evitar exposição ao frio e a mudanças abruptas de temperatura, minimizar estresse emocional, para de fumar e evitar drogas simpaticomiméticas. Uso de drogas vasoativas: - bloqueadores de canais de Ca (reduz frequência e intensidade dos ataques).
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