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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR
GRADUAÇÃO EM DIREITO
ALANA MARIA TAVARES GRANGEIRO
PAULA EMILY COSTA MOTA DE ALMEIDA
VIDA PAULA ARAUJO LEONEL
ANÁLISE DE JULGADOS SOBRE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL.
Salvador
2017
UMA BREVE EXPOSIÇÃO SOBRE O INSTITUTO DA UNIÃO ESTÁVEL
O instituto da união estável vem sofrendo diversas transformações ao longo dos anos, começando a ganhar destaque durante a Idade Média, onde havia uma enorme influência da Igreja Católica no que se refere às relações de caráter social e familiar, assim o casamento se tornou um sacramento, configurando um ato solene de cunho religioso, marcado por não poder se dissolver por se tratar de uma união aprovada por Deus. 
O direito canônico condenava o concubinato de uma forma rigorosa, tal como o adultério, o homossexualismo e o incesto e também podia ser visto como “casamento clandestino”. E no Brasil, em 1823 com a Lei Imperial, também continuava apenas aceitando como legítimo o casamento que tivesse sua celebração feita com todas as formalidades exigidas pela igreja. Já na época da proclamação da república, o Decreto de nº 181 de 24 de janeiro de 1890, regulamentou o casamento civil, que foi ratificado pela Constituição Republicana de 24 de fevereiro de 1891 que só aceitava como válidos os casamentos realizados na esfera civil.
O Código Civil de 1916, por meio do ideal moral da época, considerava “família” apenas as que fossem resultantes do casamento, sendo consideradas legítimas e não reconhecia nenhuma outra união que diferisse desta, pois era vista como união ilegítima.
Por meio da promulgação da Carta Magna de 1988, a união estável passou a ser reconhecida e elevada à condição de entidade familiar. Segundo o artigo 226, em seu parágrafo 3º, “para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre homem e mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. Posteriormente, em 1994 a Lei nº 8.971, trouxe direitos aos companheiros, no tocante a sucessão hereditária, meação e alimentos.
Já a Lei nº 9.278 de 10 de maio de 1996, definiu a união estável como uma “convivência duradora, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição da família” e traçou seus requisitos:
Convivência mantida entre uma mulher e um homem;
Essa convivência deverá ser pública, contínua e também de longa duração;
O objetivo dessa união deve ser a de constituir uma família.
Com a chegada da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que corresponde ao Código Civil que vigora até os dias de hoje, a união estável foi regulamentada no seu Livro IV que dispõe sobre o direito de família, em seu Título III, do artigo 1.723 até o 1.727, nos seguintes termos:
‘’Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato. ’’
Vale ressaltar que há uma distinção entre concubina e a companheira. No primeiro caso, seria a “amante”, que se mantinha de forma clandestina pelo homem casado, que não deixava a sua família anteriormente constituída por meio dos requisitos formais. Já no segundo caso, companheira seria aquela com quem se mantém uma relação estável e duradoura.
Apesar de a Constituição Federal ser taxativa, alegando em seu artigo 226, §3º, que se reconhece como uma entidade familiar àquela constituída entre um homem e uma mulher, a sociedade e seus costumes passam por diversas transformações e vem aumentando o número de pessoas do mesmo sexo em convivência como entidade familiar. Dessa forma, ampliou-se o conceito de família, em observância a princípios como igualdade e respeito à dignidade da pessoa humana, bem como uma expressa proibição da discriminação por motivos sexuais e englobando estes na modalidade de união estável regular.
Para se caracterizar a união estável, esta deve se enquadrar dentro do que está disposto no Código Civil, como citado anteriormente. Ou seja, alguns doutrinadores entendem que para que possa ser reconhecida, ela deverá ser contínua, pública e também duradoura. Não se pode constituir um relacionamento clandestino, de duração efêmera e sem compromisso ou objetivo de constituir família. Tais requisitos que são exigidos pelo ordenamento jurídico, servem para que se comprove que a união entre o casal deve ser dotada de estabilidade e uma conexão permanente para os designíos sociais e também essa convivência deverá possuir uma aparência similar a do casamento perante terceiros.
Carlos Roberto Gonçalves denomina essa convivência, similar ao casamento propriamente dito, de “more uxório” e também deve haver a união com finalidade de constituir uma família, que pode ser denominada de “affectio maritalis”, que para ser comprovado constitui um requisito de caráter subjetivo. Devido a esta subjetividade, há uma dificuldade para distinguir um mero namoro de uma união estável de fato, mas um fato distintivo no tocante a essas duas instituições, visto que no namoro as partes mantém essa relação para proporcionar um conhecimento mútuo e, talvez, no futuro, constituir uma família. Já na união estável, o casal deve conviver como uma família. Ou seja, além da vontade de constituí-la, devem viver e se comportar como se já fossem marido e mulher.
Além disso, tal convivência similar a do casamento, deve alcançar notoriedade no meio social a que frequentam, sendo vistos por terceiros como similares aos casados e não como apenas namorados. A união estável deve ser como o próprio matrimônio, mas sem possuir todas as características formais para sua constituição.
Apesar de tênue a linha de distinção entre ambos, as suas consequências jurídicas são extremamente diferentes, pois no namoro não há nenhum amparo jurídico para configurar um status de proteção às partes e a união estável o possui e da sua relação decorrem efeitos jurídicos próprios, como, por exemplo, usufruto de habitação, alimentos, partilha de bens, entre outros aspectos.
Entre as mais diversas relações é importante salientar os deveres e direitos de cada parte que forma este elo, e com o instituto da união estável não poderia ser diferente.
Neste sentido, o art.1724 do Código Civil preleciona os deveres nas relações de união estável. 
‘’Art. 1724: As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. ’’
Note-se que a lealdade, respeito e assistência constituem o rol de deveres e direitos concomitantemente. O dever a fidelidade não é explícito no texto legal, todavia, ele está abarcado no dever de lealdade, bem como, no respeito. Desta forma, não há que se falar em companheirismo desde quando não exista a prática da lealdade entre ambos.
O dever de respeito compreende a observação do outro com suas peculiaridades, a sua intimidade, dignidade, honra, dentre outros direitos da personalidade do individuo. A assistência, assim como no casamento, é um dever de reciprocidade entre o casal de se assistirem moralmente, espiritualmente, inclusive materialmente. 
Ademais, no que concerne ao dever de guarda, podemos entendê-lo também como direito, haja vista, que na existência de separação entre os companheiros, a guarda do infante será atribuída a quem melhor tiver condições, entenda-se condições não apenas no sentido econômico, mas também no aspecto moral, emocional e espiritual. Há também,a obrigação quanto ao sustento e educação dos filhos, nesta direção podemos suscitar que é dever a prestação de orientação moral e educacional, além da formação cultural. 
A entidade familiar formada pela união estável constitui alguns direitos pessoais já elucidados, bem como direito patrimoniais. A respeito destes últimos podemos citar o direito a alimento, meação e herança.
Os alimentos compõem direito mútuo entre os companheiros, tutelado no art. 1.694 do Código Civil. Na circunstância de dissolução da união estável, o companheiro terá direito a alimentos, ressalvando que é imprescindível que comprove a necessidade para isto, bem como que o outro companheiro apresente condições para realizar tal prestação. 
É mister destacar que caso o companheiro beneficiário dos alimentos venha, posteriormente, casar-se, manter nova união estável ou relação de concubinato com o credor, cessa-se tal beneficio. Não obstante, o companheiro que infringir os deveres previstos no art. 1724 do Código Civil não terá direito aos alimentos. Outrossim, quando a situação de necessidade tiver sido gerada por aquele que os solicita, só poderá ser concedido os alimentos indispensáveis para subsistir, conforme esclarece o art. 1694, parágrafo 2 do Código Civil. Ademais, quando além de culposa, a atitude do companheiro for indigna configura-se hipótese de perda do direito de alimentos.
Sobre a meação e o regime de bens, o art. 1725 do CC/02 explana de maneira clara. 
‘’Art.1725: Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens’’.
Em síntese, pertencem aos companheiros os bens adquiridos durante a união estável, desde que a título oneroso, devendo ser partilhados quando houver a dissolução, conforme o regime de comunhão parcial de bens. Tal partilha refere-se também a administração dos bens 
Frise-se que o Supremo Tribunal de Justiça decidiu que assim como no casamento, a união estável com companheiro maior de 70(setenta) anos aplicar-se-á o regime de separação total de bens. 
A sucessão hereditária no instituto da união estável é permeada de peculiaridades. O companheiro sobrevivente só terá direito aos bens que foram constituídos durante a união, além disso, deverá concorrer concomitantemente com descendentes, ascendentes e até mesmo colaterais. 
Portanto, o art. 1790 do CC nos traz a compreensão de que o companheiro sobrevivente só receberá a totalidade dos bens adquiridos na constância da união, desde que não haja nenhum familiar até 4º grau do companheiro falecido, hipótese em que receberá apenas 1/3 da herança. 
O contrato de convivência entre companheiros é um acordo celebrado pelos conviventes que tem o direito de manifestar sua vontade em determinar os efeitos do patrimônio referente à união estável, autorizando que os partícipes se comprometam mais á distribuir a afeto aos outros membros da formação familiar. Esse contrato é constituído por escritura pública ou instrumento particular, que permite aos companheiros determinarem que cada um deles possuam o direito exclusivo do que foi adquirido, sem restrição; ou que a cada um deles, seja reservado o direito correspondente a uma porcentagem diferente em relação aos bens conquistados de forma onerosa; ou, ainda, que alguns bens sejam de propriedade de ambos ou exclusiva de um deles.
Nesse sentido, afirma que o contrato de convivência só terá validade se for formado por uma verdadeira convivência familiar entre os companheiros, afirmando que a união estável é ‘’condicio juris’’ ao contrato. Ele não possui a autoridade de formar a união estável, porém pode ser utilizado como uma prova da convivência da união estável. 
No momento da celebração, o contrato será admitido previamente pela formação da união estável, que só terá validade quando ela for devidamente caracterizada, em qualquer momento da união estável. Os participantes tem a possibilidade de usufruir dos bens conquistados até o momento do contrato de convivência. Destaca-se, que o patrimônio de cada convivente, adquirido antes da formação da união estável, não será capaz de se tornar objeto do contrato de convivência.
Esse contrato consegue incorporar todos os bens, no momento em que o patrimônio for regido especificamente pelas imposições contratuais, como a equidade dos bens e será aplicado o disposto na lei. 
Os elementos imprescindíveis para a celebração desse contrato são formados pelos elementos genéricos pertencentes ao negocio jurídico e pequenos acontecimentos a esse contrato de convivência. Já, os elementos essenciais genéricos referentes a esse contrato, é um ato jurídico que tem a validade como uma condição a presença do agente capaz, como objeto lícito, possível, determinado ou determinável e sua forma tem que ser prescrita ou não defesa para requerer a forma escrita do artigo 1.725 do cc.
Esse contrato é formado por clausulas que são especificas. A primeira garante a possibilidade de estipular partes que são diferenciadas no patrimônio conquistado na união estável. Os bens móveis e imóveis conquistados por um ou por ambos os partícipes com a possibilidade de incumbir a ambos por partes iguais. 
A segunda clausula tem a possibilidade de conceder aos companheiros que determinem preliminarmente os fundamentos para a divisão dos bens conquistados de forma onerosa na possibilidade da dissolução de união estável. Essa clausula impede prováveis conflitos no momento de dissolução da união estável e partilha do patrimônio pertencente a ambos, podendo diminuir possíveis desavenças entre o casal. 
A união estável formada entre um homem e uma mulher gera efeitos pessoais e patrimoniais, que tem uma resistência doutrinária referente a contratação pelos efeitos pessoais, serem indisponíveis. Entretanto, os companheiros não podem determinar condições de fidelidade, lealdade, respeito ou de cuidados com os filhos que sejam compatíveis com a comunhão de vidas e a coabitação íntima e afetiva entre os conviventes. 
O contrato de convivência tem a possibilidade de se opor a terceiros, caso exista um eventual negocio jurídico exercido entre o companheiro contratante e um terceiro, ocasionando prejuízo ao outro companheiro o conflito será solucionado entre os conviventes. Outrossim, o convivente haverá prejudicado direito de ressarcimento por perdas e danos, o que acarretará a descaracterização da união estável.
A conversão da união estável em casamento é um tipo de casamento que não possui a cerimonio ou celebração do casamento normal. Os requerentes tem a possibilidade de aparecer no cartório de registro civil e entrar com os papeis do casamento, podendo escolher o regime de bens, mudar o nome. Para dar entrado no processo de habilitação são necessários os documentos habituais e duas testemunhas.
A diferença desse tipo de casamento para o convencional, é que os noivos não tem a obrigação de ir ao cartório no dia estabelecido com a finalidade de dizer o ¨sim¨ na frente do juiz de paz, ou ate mesmo a inexistência dessa celebração. No prazo de 16 dias, corridos a contar da data que os noivos tiverem dado entrada no casamento do cartório, eles ou troa pessoa autorizada por eles, poderá retirar a certidão de casamento no cartório. 
Esse tipo de conversão tem o objetivo de limitar o acesso a patrimônio na possibilidade de falecimento de um dos cônjuges, já que os companheiros não são herdeiros, podendo ficar fora do testamento, ou seja, o companheiro só pode reivindicar o que foi conquistado no período de relacionamento, mas cada cônjuge tem direito a tudo que o outro conquistou em vida. 
No momento final da união estável, existem ações que são concernentes a esse tipo de formação. A nulidade ou anulação do casamento tem a capacidade de quebrar o vinculo matrimonial, eliminando a sociedade conjugal e autorizando novo casamento dos cônjuges. Alude que não existe impedimento na cumulação de ação anulatória junto com a separação judicial. 
A separação, de fato é aquela que tem o divórcio direto e após2(dois) anos de consumada a união estável. A jurisprudência trouxe um entendimento segundo o qual os bens conquistados na época da separação propriamente dita, não entram para o conjunto dos bens. De todos os deveres, tal separação extingue apenas o dever de coabitação. Já a dos corpos pode ser cautelar, mediante ação preparatória para outra ação de 30 dias e satisfatória, que serve para a separação de fato.
A separação judicial, que antigamente era denominada de disquite, tem a possibilidade de ser requerida por só um dos cônjuges ou por vontade de ambos. De acordo com o artigo 1576 do CC, essa separação estabelece termo aos deveres de coabitação, fidelidade reciproca e ao regime de bens. 
Apenas os cônjuges podem ter a atitude de entrar com a ação, que é exclusiva e intransmissível, sem a intervenção de terceiros. Sendo assim, se ocorrer o falecimento de um deles, a ação mediatamente será extinta. Os filhos do casal, sendo partes na ação de alimentos, não podem recorrer na ação de separação judicial. 
O artigo 447 do CPC traz tentativa de reconciliação, que ocorre com a consumação da audiência de conciliação. No entanto, a lei determina que o juiz deva realizar todos os meios na tentativa de reconciliação entre as partes, ouvindo cada uma separadamente e, por conseguinte juntando-as na sua presença. 
A separação judicial por mutuo consenso é aquela solicitada por ambos os cônjuges e também denominada de amigável ou consensual. Ela é basicamente um acordo celebrado entre os cônjuges, tendo por objetivo a finalidade da sociedade conjugal. Sendo assim, é negócio jurídico bilateral, que necessita de um ato de autoridade, para sua executividade, com homologação derivada de sentença judicial. A vantagem da modalidade é que as partes não necessitam apresentar o motivo da separação.
Na separação consensual, existe a possibilidade do cônjuge decidir livremente pelo uso do sobrenome do companheiro, pois ele possui o direito de continuar a usufruir do nome. Na separação litigiosa, a solução se encontra no art. 1.578, em que o cônjuge manifestado culpado na ação de separação judicial não possui mais o direito de usar o sobrenome do outro, ao menos que o outro cônjuge solicite expressamente.
 Destaca-se, que a utilização do nome do outro cônjuge, não é absoluta. Exemplo, se a mulher, após a separação sair vitoriosa na ação e tendo uma conduta imoral ou desonrosa, ‘’esculhambando’’ com o nome do ex-marido, este terá o direito de ajuizar uma ação ordinária para cancelar o direito dela na superveniente alteração das circunstâncias, já a viúva possui o direito de utilizar do nome de casado, porque apesar de desfeito o vínculo matrimonial, os seus direitos ainda continuam íntegros, como o de resguardar a memória do companheiro. No caso de se envolver em outra união, não tem o mais o direito de manter o nome do primeiro marido.
Por fim, existe a possibilidade dos cônjuges restabelecer o regime conjugal, em qualquer momento e por ato regularizado em juízo. Essa reconciliação não prejudicará o direito de terceiros, estabelecido antes e durante o estado de separado, independente do regime de bens. O requerimento tem que ser criado por qualquer um dos cônjuges, em juízo na separação judicial. Nessa reconciliação os companheiros iram voltar a utilizar o nome que usavam antes da dissolução da sociedade conjugal e o regime de bens também ficará o mesmo.
Para melhor compreensão do instituto, analisaremos 03 (três) julgados que abordam sobre a matéria acima elucidada.
Nº 70057611634 (N° CNJ: 0485790-23.2013.8.21.7000)
O julgado em análise corresponde a um acórdão expedido por meio dos Desembargadores Rui Portanova, Alzir Felippe Schmitz e Luiz Felipe Brasil Santos, integrantes da Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em oito de maio de 2014, que deram provimento parcial ao apelo.
Trata-se de uma apelação cível acerca de uma dissolução de união estável, englobando partilha de bens e alimentos, interposta por “C.F.” em oposição à sentença que julgou procedente a demanda ajuizada por “R.M.S.” O Apelante, inconformado com a sentença, alegou que a casa de alvenaria e o terreno sobre o qual está situada, pertencem ao seu pai e como não houve comprovação por parte da apelada de que o imóvel foi construído com recursos do casal, pede que não sejam incluídos na partilha, bem como aduz que a motocicleta foi proveniente de venda de bem próprio e também não deve constar na partilha e, por fim, solicita que o valor dos alimentos seja redimensionado para o percentual máximo de 25% dos seus rendimentos líquidos.
Em sua decisão, o Relator Alzir Felippe Schmitz, deu parcial provimento ao apelo e manteve a partilha nos exatos termos proferidos em sentença e reduziu os alimentos para 25% do salário do alimentante e manteve o ônus da sucumbência conforme o que estava disposto na sentença.
Para sustentar sua decisão, o Desembargador se utilizou dos seguintes argumentos legais:
Como se trata de união estável reconhecida e incontroversa sem anterior pacto de bens, se aplicará o regime da comunhão parcial, onde devem ser comunicados todos os bens adquiridos na constância da união e como as alegações do apelante não puderam ser comprovadas, a sentença se mantém nos seus termos originais do que tange à partilha dos bens;
No tocante ao percentual dos alimentos, o Desembargador adota a Posição do Ministério Público, alegando que para melhorar a pequena disparidade existente entre os percentuais de 27,5% e 25%, observando as condições limitadas do alimentante, cabe reduzir os alimentos para 25%, que corresponde a um valor equilibrado de pensão alimentícia, em conformidade com o que se estipula em casos similares para o sustento de apenas um filho, com fundamento no artigo 1.694,§1º, do Código Civil. Considera-se que, como a remuneração do Apelante praticamente não superava um salário mínimo em 2009, deve-se colocar em simetria o valor dos alimentos a serem válidos também em hipóteses de desemprego como também de emprego informal, decidindo então pela reforma da sentença nesse aspecto e acatando o pedido de redução do percentual de 25% correspondente ao valor total de um salário mínimo nacional. 
Diante do exposto, através da fundamentação dada pelos Desembargadores, concordamos com a posição tomada, visto que, segundo o regime adotado os bens constituídos no período da união só seriam excluídos da partilha, em casos específicos dispostos em lei e quando ficasse comprovado que apenas uma das partes contribuiu para a aquisição dos mesmos, o que não foi o caso, sendo correto, portanto, manter a sentença nesse aspecto em seus termos originais, bem como reduzir o percentual dos alimentos para se adequar à condição financeira do Apelante.
 Nº 70047952411 2012/CÍVEL
O presente julgado refere-se a uma sentença de uma apelação cível de ação de dissolução de união estável com partilha de bens, tendo como Relatora a Drª Munira Hanna da 7ª Câmara Cível – Regime de Exceção da Comarca de Tapejara, Rio Grande do Sul. Atuou no julgamento, também, a DESª Liselena Schifino Robles Ribeiro (Presidente e Revisora) e a DESª Sandra Brisolara Medeiros. O julgamento ocorreu em 22 de maio de 2013, na cidade de Porto Alegre. 
Esta decisão adveio de recurso de apelação interposto pelo Sr. Ademar A. por não concordar com a decisão proferida em 1º grau pela juíza Lilian Raquel Bozza Pianezzola na Ação de Dissolução de União Estável ajuizada por Dejanira C. R. 
Na decisão proferida pelo juiz a quo além da declaração de existência da união estável entre as partes e, posteriormente, sua dissolução no ano de 2009 foi outorgada a guarda da infante, filha das partes à genitora, o pagamento de pensão alimentícia na importância de 40% do salário mínimo e por fim, a partilha dos bens de forma equitativa, ou seja, 50% para cada um. 
Sucede que o Apelante não se conformou com a decisão no que tange a partilha dos bens. Por isto, alegou que a relação havia chegado ao fim um ano antes do período que fora proclamado em sentença, motivopelo qual o bem (camionete) que o mesmo havia alienado no ano de 2009 não poderia ser objeto de partilha, conquanto as partes já não mais estavam juntas. Suscita ainda que ao fim da união, as partes acordaram entre si que um supermercado que era de propriedade do casal permaneceria com a Apelada, enquanto, o veículo restaria na propriedade do Apelante. 
Ademais, fora apontado outro bem, qual seja uma sala comercial que o Apelante afirma ser de propriedade do genitor deste. Elucidando, assim, que não havia como realizar partilha com referencia a este bem. Posto isto, postulou pelo deferimento do recurso nos termos acima explanados. 
Nos votos foram analisados os argumentos suscitados pelo Apelante. No que concerne à sala comercial, foi comprovado nos autos que a construção fora realizada por dispêndio financeiro da Apelada ou do casal, muito embora, a edificação esteja sobre o terreno do genitor do Apelante. Neste sentido, a Relatora entendeu pela manutenção da partilha do imóvel de forma equitativa entre as partes. 
Sobre o veículo supracitado a alienação ocorreu após o término da união, todavia, foi adquirido na constância dela. Devendo assim, ser partilhado o valor de R$35.000,00 (trinta e cinco mil) pela venda do veículo em 50% para cada parte. 
Desta forma, a Corte pela unanimidade de votos negou provimento ao recurso, mantendo a decisão anterior e as suas respectivas fundamentações jurídicas. 
Os argumentos expostos ao longo do julgado foram baseados no art. 1725 do Código Civil e no julgado da Apelação Cível (Partilha de bens. Imóveis. Dívidas. Empréstimo bancário. Assistência judiciária. Sucumbência Recíproca. Verba Honorária), de nº 70039396809 da Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 13/01/2011.
Por fim, é importante expor que o acórdão fora acertado no que concerne à partilha equitativa no valor do veículo supracitado, pois o mesmo foi adquirido na constância da união e, segundo o art. 1725 do CC, deve-se aplicar à união estável o regime parcial de bens, desde que não haja algum contrato que verse contrariamente. Como no caso concreto, não houve qualquer referencia a contrato prévio, mantem-se a regra do texto legal.
Ocorre que sobre a sala comercial não manifestamos concordância com a decisão da corte, haja vista que a edificação fora realizada em terreno de terceiros. Por isto, na nossa visão a decisão correta seria apenas no que se refere à partilha das benfeitorias realizadas no terreno e não, a simples partilha do imóvel. Nesta direção, o art. 1255 do CC expõe que: "aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização".
Nº 1080576-03.2013.8.26.0100
O julgado em estudo faz referência a um acordão expedido pelos Desembargadores Moreira Viegas e A.C. Mathias Coltro participantes da 5ª Câmara Civil de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, em 3 de fevereiro de 2015, que decidiram por negar provimento ao apelo.
Esse julgado se refere a uma apelação civil sobre dissolução de união estável, abrangendo partilha de bens, interposta por Fabiano Keith Kasuo Nagase em contradição com a sentença que determinou parcial procedente a demanda ajuizada por Sandra Nita. 
O referido apelante, descontente com a decisão, argumentou que a partilha do apartamento não deve ser feita na proporção meio a meio, pelo fato dele ter sido adquirido no tempo em que o casal estava em processo de separação, conquistando através de recursos próprios derivado do seu trabalho e de doação materna, assim como alega também, que a suspensão do relacionamento entre as partes se torna auferível por conta da instauração de uma ligação probatória, assim como, a negação em produzir a prova oral ocasionou um flagrante de coação de defesa, e por fim, pede pela retirada do valor doado por sua genitora a aquisição do imóvel referente ao quinhão da autora. 
No julgamento do relator Moreira Viegas, houve a negação do provimento ao apelo, destacando não existir a coação de defesa, a produção de prova oral não seria suficiente por contrariar\enfraquecer a declaração de vontade das partes constantes, além de não se poder presumir que o apartamento adquirido em maio de 2005 tenha ocorrido em período que as partes não estavam separadas e o documento def.48 não comprova quanto à suposta doação do valor de 30.000,000 pela genitora do apelante pela aquisição do imóvel.
No momento da sustentação referente à sua decisão, o desembargador fez uso do emprego dos seguintes argumentos legais:
A elaboração da prova oral não seria satisfatória para contrariar e enfraquecer a afirmação da vontade manifestada pelas partes em constância com o documento expresso no fls. 21 em que os litigantes mencionam a existência da união estável, sem expressar qualquer impedimento.
A avaliação da presunção de divisão sobre o valor de bens depende da comprovação da união estável e do período que durou esse relacionamento.
Não se pode pressupor que o apartamento adquirido em maio de 2005 e antes da lavratura da declaração, tenha ocorrido no espaço de tempo que as partes se encontravam separadas, contradizendo à própria manifestação de vontade entre as partes. Ainda que tenham passado pelo mencionado período de ruptura, caberia aos litigantes no momento de declararem a união, apontar pelo período de afastamento. Assim, tendo decidido por constar nada, não é certo ir de encontra ao acima declarado, razão pela qual o imóvel adquirido no período da união deve ser objeto de partilha.
O documento de f.148 não é suficiente para comprovar sobre a suposta doação do valor de R$30.000,00 pela genitora do réu para aquisição do imóvel em discussão, não afastando a divisão do bem à proporção de 50% para cada um dos companheiros. Da mesma forma, não há que se falar na devolução de certa quantia à genitora do réu, pelo fato de não ter sido comprovado, tratando-se, ainda, de pessoa estranha ao caso, não podendo seus supostos interesses serem reivindicados pelo réu em nome de terceira pessoa.
Ante o exposto, diante de tudo que foi alegado, concordamos com a posição que foi tomada, uma vez que, a simples produção de prova oral não seria argumento suficiente para que se pudesse enfraquecer a declaração da vontade das partes, além de que não há como se presumir que o apartamento que fora adquirido no ano de 2005, tenha sido comprado em período de separação das partes e com esforços de apenas um lado. Destacando ainda que, o documento anexado nos autos, não é capaz de comprovar acerca da suposta doação do montante de R$ 30.000,00 pela genitora do apelante para que se conseguisse a aquisição do imóvel.
REFERÊNCIAS
A CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO. 
>http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-conversao-da-uniao-estavel-em-casamento,49814.html<
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 
CIELO, PATRICIA FONTES LOPES DONZELE E FORTES, FERNANDA NETTO TARTUCI LORENZI. OS INSTITUTOS DO CASAMENTO, DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CONCUBINATO. <http://jus.com.br/artigos/25867/os-institutos-do-casamento-da-uniao-estavel-e-do-concubinato>
GONÇALVES, CARLOS ROBERTO. DIREITO CIVIL BRASILEIRO. DIREITO DE FAMILIA. 10ª EDIÇÃO, 2013. 
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. (CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO)
RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL: ASPECTOS PROCESSUAIS. > http://www.juridicohightech.com.br/2014/07/reconhecimento-e-dissolucao-da-uniao.html<

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