Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Licenciatura em Pedagogia PROJETOS E PRÁTICAS DE AÇÃO PEDAGOGICA EM SUPERVISAO E ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL. TEMA: A INDISCIPLINA ESCOLAR NOME: Eliana Soares Vieira Motta RA: 1511525 POLO: Alta Floresta – MT ANO: 2017 JUSTIFICATIVA: A questão da indisciplina escolar vem sendo motivo de discussão e preocupação na escola. O tema em questão vem crescendo e é fruto de uma sociedade na qual os valores humanos vem sendo ignorados. A indisciplina escolar sempre me chamou atenção. Continuamente questiono-me sobre como lidar com estes impasses que fazem parte do cotidiano escolar, e que, na maioria das vezes, dificulta o aprendizado, não só do educando indisciplinado, mas de todos os que se encontram na sala de aula, portanto, através deste projeto pretendo compreender melhor quais as razões que fazem com que os alunos sejam indisciplinados, que fatores contribuem, além de buscar entender quais são os diversos conceitos que envolvem os termos (in) disciplina. Este projeto tem como objetivo geral analisar o problema da indisciplina escolar em uma escola pública municipal Tancredo de Almeida Neves de Paranaíta MT. Neste contexto, surge a necessidade de questionar indisciplina escolar através das seguintes perguntas de partida: Até que ponto a intolerância de uma gestão pode proporcionar a indisciplina? Os professores tem se utilizado de procedimentos didáticos que ajudem a combater a indisciplina no ambiente escolar? Em que medida a insatisfação dos alunos com as aulas e outros processos da escola é responsável pela indisciplina? Para Aquino (1996, p. 40) embora o fenômeno da indisciplina seja um velho conhecido de todos, sua relevância teórica não é tão nítida. Surge então a necessidade de esclarecer e compreender a questão da indisciplina dentro do âmbito escolar e respectivamente os diferentes fatores que compõem sua origem e o que caracterizam sua complexidade. Ainda segundo Aquino (1996, p. 09) há muito os distúrbios disciplinares deixaram de ser um evento esporádico e particular no cotidiano das escolas brasileiras, para se tornarem, talvez, um dos maiores obstáculos pedagógicos dos dias atuais. As queixas e preocupações mais frequentes no âmbito escolar vão de encontro o pensamento de Aquino; nota-se que a indisciplina passou a serem um dos maiores problemas pedagógicos enfrentados pelos educadores na atualidade. OBJETIVOS. Analisar as causas e efeitos da indisciplina na sala de aula. Analisar o problema da indisciplina escolar em uma escola pública municipal PARANAÍTA-MT. Procurar as causas do comportamento infantil de maneira objetiva e racional, ao invés de reprimir o aluno ou forçá-lo a mudanças para as quais não está preparado; METODOLOGIA/ ESTRATÉGIAS. Optei por conduzir a investigação sobre as concepções dos alunos a respeito do que eles acreditam ser disciplina por meio de uma entrevista. Os sujeitos entrevistados foram alunos de uma escola Municipal Tancredo de Almeida Neves situada em Paranaíta Mato Grosso. A pesquisa realizada com os alunos consistia em eles entendesse os direitos e respeito do conhecimento que eles possuíam sobre a palavra disciplina, na chegada à sala de aula, apenas informações básicas foram dadas aos alunos (como meu nome, o que estava fazendo lá e que precisaria da ajuda deles para tentar descobrir o que significava uma palavra ou o que essa representava para eles). O resultado da sua análise foi bem surpreendente, já que a maioria dos alunos observou que disciplina nada mais é do que ter respeito, o falar, por favor, o cumprimento de uma ordem que lhes foi dada, enfim, questões que talvez caracterizem uma criança dócil e respeitadora. Talvez muitos dos alunos tenham esse pensamento por questões aqui já analisadas, como a questão da disciplina que lembra muito os quartéis ou os presídios, ou talvez pela forma com que a disciplina seja imposta a ele pelos pais ou até mesmo pela escola. E o outro caso foi do aluno que desenhou a escola como sendo um lugar que ele considera disciplinador. Portanto, podemos definir que a maioria dos alunos não sabe bem o que é disciplina, mas intui que ela deve ser caracterizada por ter boas atitudes de conduta e o cumprimento das ordens que lhes são dadas, o que nos faz lembrar muito o modelo militar e o cumprimento de ordens independentemente de nossa vontade. Dessa forma, pode-se fazer uma análise, mesmo que parcial, de que a disciplina na escola deve ser mais trabalhada e dialogada com todos os segmentos da escola, famílias e comunidade em geral, no sentido de um entendimento e do comprometimento dos sujeitos do processo educacional. A base pode estar em ações preventivas e na construção de propostas participativas das regras e das orientações em que todos possam ser responsabilizados, para que, assim, se tornem agentes de transformação da escola como um espaço de convivência social. A coordenação escolar tem como direito e dever por limites e criar obrigações no âmbito escolar, mas isso não significa que a escola pode conceder medidas abusivas e ilegais. A gestão escolar tem que trabalhar em conjunto com os docentes e conscientizar acerca de sua prática em sala de aula. O professor precisa refletir se os indícios de indisciplina não são decorrentes de uma didática pobre e desinteressante, de uma postura (autoritária ou permissiva) ou ainda a ausência de uma boa dinâmica na classe. Todos esses fatores têm que ser analisados junto com a gestão e corpo docente da escola a fim de melhorar o desempenho do educando e “controlar” a indisciplina em sala de aula. AVALIAÇÃO: A indisciplina na escola é um assunto que faz parte do cotidiano, pois vem crescendo a cada dia mais. A Orientação Educacional está inserida num mundo cercado de grandes mudanças e onde a educação faz parte dela e as situações vivenciadas na escola no dia a dia incluem o desinteresse, descompromisso e a indisciplina do aluno. Este trabalho tem por objetivo geral verificar o papel do Orientador Educacional na escola, diante da indisciplina escolar. E como objetivos específicos: revisitar a trajetória da orientação educação à luz da legislação e identificar as causas da indisciplina escolar. Para a pesquisa foi realizada uma abordagem metodológica de cunho qualitativo e como técnica de coleta de dados foi utilizada a pesquisa bibliográfica. Os alunos-problema podem e devem ser vistos como o resultado e causa dos problemas sociais, portanto, problema de todos nós nos grandes desafios que surgem na formação do aluno e cidadão de hoje. O Orientador Educacional tem a função de trabalhar com a divisão de tarefas atribuindo as responsabilidades da educação como um todo e a educação formal à escola. CONSIDERAÇÕES FINAIS. A indisciplina na sala de aula tem se apresentado como um dos maiores entraves para a efetivação do processo de ensino e aprendizagem de qualidade e agradável, sendo esse um dos maiores desafios para as instituições de ensino na atualidade e que, através deste estudo, busquei melhor compreendê-lo. Na luta por mudanças, cabe à gestão escolar se esforçar para inovar o sistema de autoridade, administrando melhor a distribuição do trabalho no seu interior e criando mecanismos de mudanças com medidas preventivas para a indisciplina. O ponto de partida para a superação da indisciplina na sala de aula é substituir o modelo autoritário, individualista e centralizado por meios efetivos de participação que permitam encontrar soluções mais adequadas às necessidades e aspirações da comunidade escolar e do próprio aluno, tentando observar os mecanismos em que estes se desenvolvam melhor, tendo em vista uma mudança qualitativa na educação e um ensino mais libertador. Como vimos no trabalho acima, aescola tem suas contradições internas e está inserida num contexto histórico social igualmente contraditório e é por ele influenciada. Dessa forma, o fenômeno da indisciplina não pode ser visto apenas como produto de fatores internos à escola, mas como um reflexo de experiências vividas no seio das famílias e da sociedade como um todo, pois, como vimos na análise dos desenhos, muitos alunos ainda associam a palavra disciplina ao ditado de ordens e aos sentimentos de impotência e aprisionamento. Após ter visto que um aluno considera disciplina a escola e que umas séries de outros alunos vêm essas mesmas palavras como cumprimento de ordens e aprisionamento, tem cada vez mais certeza de que está na hora de a direção, o supervisor e o orientador trabalharem juntos para mudar as realidades existentes na escola, pois só assim conseguiremos mudar a visão dos alunos. Apenas trabalhando nessa direção, junto à comunidade escolar e aos alunos, é que vai ser possível traçar novas técnicas que visem a entrelaçar as práticas pedagógicas e, principalmente, a realidade escolar, construindo, assim, quem sabe, uma escola mais confortante e um aprendizado mais prazeroso. Não acreditamos em uma saída milagrosa capaz de fazer com que os casos de indisciplina cessem de uma hora para outra, mas talvez a construção de uma escola mais humana, fundamentada através de uma ação pedagógica libertadora, comece a ser a resposta para uma nova escola e uma sociedade mais voltada para a arte, o conhecimento e com mais justiça, já que, como vimos ordens e sentimentos reprimidos (como vimos em muitos desenhos) não podem transformar a nossa sociedade em nada melhor. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. RANGEL, Mary (Org.). Supervisão pedagógica: princípios e práticas. Campinas: Papirus, 2002. SILVA, Edina, Antônia Da. Supervisão escolar. Porto Alegre: AGE, 2002. OLIVEIRA, Maria Isete de. Indisciplina escolar: Determinantes, consequências e ações. Brasília: Líber Livro, 2005. PARANÁ. Deliberação n. 014/99. Curitiba: CEE, 1999.. NUNES, Alberto. Indisciplina na sala de aula – Uma reflexão a partir da realidade, set. 2006. Disponível em: Acesso em: 4 set. 2008. AQUINO, Júlio Groppa (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. 3ª Edição, São Paulo: Summus, 1996. CHAGAS, K.M., Indisciplina na Escola: de quem é a culpa? Monografia do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Qualidade na Educação, GuarapuavaPR,200148p.,http://virtual.facinter.br/monos/indisciplina_na_escola.pdf, acesso em setembro/2010. CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991. DE LA TAILLE, Yves J.J.M.R. (1994) Prefácio à edição brasileira. In Jean Piaget. O juízo moral na criança. São Paulo: Summus. Yves. Limites: Três dimensões educacionais. São Paulo: Ática, 1998 FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GADOTTI, M.. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione, 1999. OLIVEIRA, Maria Izete. A indisciplina escolar: determinações, consequências e ações. Brasília: líber livro, 2005. PARRAT-DAYAN, S. Como enfrentar a indisciplina na escola. São Paulo: Contexto, 2008. POLATO, Amanda. Sem culpar o outro. São Paulo: Revista Nova Escola, Ano XXIV, n. 225, set/2009. ROCHA, E. A. C. A pesquisa em educação infantil no Brasil: trajetória recente eperspectiva de consolidação de uma pedagogia. Florianópolis: UFSC: Centro de Ciências da Educação: Núcleo de Publicações - NUP, 1996. TRIVINOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. VIANNA, I.de Almeida. A indisciplina participativa na escola: Um desafio a todos os brasileiros. São Paulo: EPU. 2007
Compartilhar