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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE MESTRE DE OBRAS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE MESTRE DE OBRAS MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 A VISÃO GERAL DO MESTRE DE OBRAS 1.1 LEITURA DE PROJETOS 1.2 O ORÇAMENTO 1.3 ORGANOGRAMA DE UMA OBRA 1.4 FLUXOGRAMA DE UMA OBRA 1.5 CÓDIGO DE OBRAS E LEGISLAÇÕES 1.6 INSTALAÇÕES 1.6.1 Instalações Elétricas 1.6.2 Instalações Hidrossanitárias 1.6.3 Instalações de Gás 1.6.4 Instalações Especiais MÓDULO II 2 O CANTEIRO DE OBRAS 2.1 IMPLANTAÇÃO 2.2 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO 2.3 GABARITO E LOCAÇÃO 2.4 INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS 2.5 FUNDAÇÕES 2.5.1 Sapatas 2.5.2 Estacas 2.5.3 Radier 2.6 EQUIPAMENTOS AN02FREV001/REV 4.0 4 MÓDULO III 3 ESTRUTURA 3.1 SISTEMA ESTRUTURAL 3.1.1 Pilares 3.1.2 Lajes 3.1.3 Vigas 3.2 CONCRETO ARMADO 3.3 ARMADURA 3.4 FORMAS MÓDULO IV 4 SISTEMA EXECUTIVO 4.1 ALVENARIAS 4.1.1 Cerâmica e Vidro 4.1.2 Concreto Celular 4.1.3 Placas Cimentícias 4.1.4 Sistemas Especiais 4.2 REVESTIMENTOS 4.2.1 Elementos dos Revestimentos de Argamassa de Cimento 4.3 IMPERMEABILIZAÇÕES 4.4 INSTALAÇÕES – MATERIAIS 4.4.1 Elétrica 4.4.2 Hidrossanitárias 4.4.3 Gás 4.4.4 Especiais MÓDULO V 5 ACABAMENTOS 5.1 PISOS AN02FREV001/REV 4.0 5 5.2 PAREDES 5.3 MADEIRA 5.4 REVESTIMENTOS ESPECIAIS 5.5 TINTAS E VERNIZES 5.6 LOUÇAS E METAIS 5.7 ILUMINAÇÃO 5.8 ESQUADRIAS 5.9 PAISAGISMO E URBANIZAÇÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 6 MÓDULO I 1 A VISÃO GERAL DO MESTRE DE OBRAS 1.1 LEITURA DE PROJETOS Para o bom entendimento da leitura e interpretação de projetos, é necessário obter o conhecimento de alguns instrumentos utilizados para a leitura dos desenhos e as noções técnicas relacionadas com os projetos de construção civil. A parte mais importante no que diz respeito aos projetos relacionados à construção civil é a representação gráfica. A representação gráfica é o meio que o projetista utiliza para expressar suas ideias e cálculos. Atualmente, o computador é uma ferramenta indispensável para a realização da representação gráfica de projetos, por meio da utilização de programas específicos, como o AutoCAD. Segundo BRABO (2009), um projeto é um conjunto de passos normativos, voltados para o planejamento formal de uma obra, regulamentado por um conjunto de normas técnicas e por um código de obras. As fases de um projeto são: • Estudo preliminar; • Estudo da viabilidade de um programa e do partido arquitetônico a ser adotado para sua apreciação e aprovação pelo cliente; • Anteprojeto; • Definição dos elementos construtivos, considerando os projetos complementares (estrutura, instalações, etc.). Nesta etapa, o projeto deve receber aprovação final do cliente e dos órgãos oficiais envolvidos e possibilitar a contratação da obra. • Projeto executivo. AN02FREV001/REV 4.0 7 • Apresenta, de forma clara e organizada, com todas as informações necessárias à execução da obra e todos os serviços inerentes. Materiais e Instrumentos Escalímetro É uma espécie de régua graduada em formato triangular, trazendo seis escalas de medição diferentes. No mercado existem vários padrões de escalímetro, variando de acordo com o tipo de escala. O escalímetro traz as escalas de 1:20 (lê-se: "um para vinte"); 1:25; 1:50; 1:75; 1:100 e 1:125 (também pode ser representada da seguinte forma: 1/20; 1/25; 1/50; 1/75; 1/100 e 1/125). Outro tipo existente é o escalímetro de bolso, que possui cinco lâminas, contendo dez escalas de 1:15; 1:20; 1:25; 1:30; 1:33; 1:40; 1:50; 1:100; 1:125 e 1:175, com dimensões de 18,5 x 2,0 cm. FIGURA 1 - FESCALÍMETRO TRADICIONAL E DE BOLSO FONTE: Disponível em: <www.trident.com.br>. Acesso em: 22 de janeiro de 2013. AN02FREV001/REV 4.0 8 Escala Numérica O termo escala pode ser entendido como sendo a relação entre cada medida do desenho e a sua dimensão real no objeto. Ou seja, é uma relação de proporcionalidade encontrada entre ambos, podendo ser de redução ou ampliação. Na construção civil as escalas sempre serão de redução, devido às características das edificações serem de grande porte. Quanto à escala de ampliação, é mais comum nas áreas da mecânica e microeletrônica, em que algumas peças são minúsculas e precisam ser desenhadas de maneira ampla para facilitar a compreensão de seus detalhes. As escalas podem ser classificadas como numérica ou gráfica. A numérica é representada por números. Já a gráfica é a representação da numérica por meio de um gráfico, normalmente utilizada em mapas geográficos. FIGURA 2 - EXEMPLO DE ESCALA GRÁFICA FONTE: (BRABO, 2009). Uma forma de obter a escala (BRABO, 2009), pode ser realizada por fórmula: 1/M = D/R onde: 1/M: módulo da escala D: comprimento de linha no desenho AN02FREV001/REV 4.0 9 R: comprimento de linha no terreno (real) Exemplo de como representar algumas medidas em escala utilizando uma régua comum, por meio da fórmula que corresponde a uma regra de três simples. Um terreno tem 10 m de frente, qual a medida pode representar essa dimensão no papel, na escala de 1:50? Representar em escala uma grandeza de 10 metros na escala 1:50, é desenhar essa medida cinquenta vezes menor do que sua medida real. Estabelecer a seguinte relação: 1/50 = D/R. onde; D= uma medida no desenho a ser calculada. R= a mesma medida feita no terreno (a medida real) = 10 m. 1/M = D/R 1/50 = D/10 D = 10/50 D = 0,2 m Só para lembrar: 1 m = 100 cm, logo; 0,2 m = 20 cm. Conclusão: Um terreno de 10 m de frente vai ser representado na escala de 1:50 no papel, com 20 cm. Observe que a resposta foi dada na mesma unidade de medida da pergunta do problema, em metros. Sendo que para a utilização da régua normal, deve transformar essa unidade para centímetros. Cotas São os números que representam às dimensões do que está sendo representado pelo desenho. Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas significam a verdadeira grandeza das dimensões. AN02FREV001/REV 4.0 10 Regras básicas: As cotas devem ser escritas na posição horizontal, de modo que permita a leitura com o desenho na posição normal e o observador a sua direita; Os algarismos devem ser colocados acima da linha de cota, quando esta for contínua; Todas as cotas de um desenho devem estar na mesma unidade de medida; Uma cota não deve ser cruzada por umalinha do desenho; As linhas de cota são desenhadas paralelas à direção da medida; Passar as linhas de cota de preferência fora da área do desenho; Evitar a repetição de cotas; O valor das cotas prevalece sobre as medidas calculadas, tendo como base o desenho. FIGURA 3 - ILUSTRAÇÃO QUE EXEMPLIFICA ALGUMAS FORMAS DE COTAS FONTE: (MONTENEGRO, 1978) AN02FREV001/REV 4.0 11 Projeção Ortogonal A projeção ortogonal é o meio ou técnica, que possibilita a representação gráfica (ou desenho) dos vários lados de um elemento. No caso da construção, utilizada para representação de fachadas externas de uma edificação. FIGURA 4 - ILUSTRAÇÃO DO REBATIMENTO DAS VISTAS DE UMA CASA NUM PLANO FONTE: (MONTENEGRO, 1978). FIGURA 5 - ILUSTRAÇÃO DAS VISTAS DE UMA CASA FONTE: (MONTENEGRO, 1978). AN02FREV001/REV 4.0 12 O conhecimento das projeções ortogonais auxilia a compreensão do projetista na elaboração dos desenhos, auxiliando-o na construção do projeto. Tipologia de Traços A compreensão de um projeto (ou desenho) está relacionada intimamente aos traços que o compõem. Cada tipo de linha vai passar uma informação ao leitor que o auxilia na correta interpretação do desenho. Saber reconhecer, portanto, cada tipo de linha é uma atividade indispensável ao profissional da construção civil, pois ela trará informações importantes para execução de um projeto. Existe um padrão utilizado pelo desenho técnico em relação às espessuras e os tipos de traços. Esses devem ser: Linha contínua e traço grosso: Devem ser utilizados nas partes interceptadas pelos planos de corte (planta baixa, cortes transversais e longitudinais), nas partes que se encontram mais próximas do observador. Linha contínua e traço mais suave: Nas partes mais distantes do primeiro plano. Nas linhas paralelas e pouco afastadas entre si. Linha tracejada e traço suave: Nas projeções das coberturas, no contorno das paredes quando oculto pela cobertura ou quando o plano representado está acima ou abaixo do plano de corte que deu origem a planta baixa. Linha traço e ponto e traço suave: Na projeção da caixa dágua, quando representada na planta baixa e nas linhas utilizadas como eixos. Linha de ruptura ou zig-zag e traço suave: Secciona parte de um projeto, limitando sua área de representação. Seja para mostrar detalhadamente ou restringir uma área predeterminada. AN02FREV001/REV 4.0 13 FIGURA 6 - ILUSTRAÇÃO DOS TIPOS DE LINHAS UTILIZADOS EM PROJETOS FONTE: (BRABO, 2009). FIGURA 7 - EXEMPLO DE LINHA EM PROJETO FONTE: (BRABO, 2009). O Projeto O projeto pode ser entendido como sendo o elemento de registro gráfico e comunicação das características de uma obra. O projeto deve ser constituído por AN02FREV001/REV 4.0 14 algumas representações gráficas, tais como: planta de situação, planta de locação, planta de cobertura, planta baixa, cortes (transversal e longitudinal), fachadas, detalhes técnicos e perspectivas. Planta de Situação É a representação gráfica do projeto que indica as dimensões do terreno (lote), a quadra, lotes vizinhos, orientação magnética (norte geográfico), ruas de acesso e opcionalmente pontos de referência. Essa representação vai localizar o terreno dentro de um perímetro urbano ou até mesmo rural, facilitando sua identificação junto aos órgãos públicos competentes na regularização e fiscalização da obra. Os dados fornecidos em uma planta de situação devem necessariamente estar em acordo com a escritura pública do terreno, oficializando junto aos órgãos públicos o título de propriedade daquela área. A Planta de Situação abrange uma área relativamente grande, por isso, normalmente é desenhado em escalas pequenas, ex.: 1/500, 1/750, 1/1000, etc. FIGURA 8 - ILUSTRAÇÃO DE UMA PLANTA DE SITUAÇÃO, COM TODOS OS DADOS NECESSÁRIOS A PERFEITA IDENTIFICAÇÃO DO TERRENO FONTE: (BEZERRA, 2010) AN02FREV001/REV 4.0 15 Planta de Locação É a representação gráfica do projeto que indica a posição da construção no terreno. Podendo ser indicado também muros, portões, vegetação existente, orientação magnética (norte geográfico), passeio público e opcionalmente construções vizinhas. Nesse tipo de representação, por se tratar de um tipo de vista superior, o observador identifica em primeiro plano a cobertura, tendo a representação das paredes externas da construção, abaixo da cobertura desenhada com linha tracejada e traço suave (MONTENEGRO, 1978). A Planta de locação é o ponto de partida para o início de uma obra. Porque representa graficamente a sua marcação no terreno. Normalmente é desenhado em escalas médias, ex.: 1/200, 1/250, 1/500. Na planta de locação identificamos as dimensões do terreno conforme o registro de imóveis, os afastamentos da construção em relação aos limites laterais, frontal e de fundos, a presença de calçadas, piscinas etc. FIGURA 9 - ILUSTRAÇÃO DE UMA PLANTA DE LOCAÇÃO FONTE: (MONTENEGRO, 1978) AN02FREV001/REV 4.0 16 Planta Baixa Desenho que representa graficamente a projeção horizontal de uma edificação ou partes dela. Pode-se entender como sendo a seção horizontal resultante da intersecção de um plano de nível acima e paralelo do piso (normalmente a 1,50 m) em uma edificação, representando consigo portas, janelas, peças sanitárias, chuveiro e opcionalmente mobiliário de ambientação interna. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75. Para entender com clareza esta importante representação gráfica, basta imaginar uma superfície plana, cortando uma casa ao meio e retirando a parte superior, nesse plano ficaria desenhado o contorno das paredes, portas e janelas. Estaria representada ali a planta baixa dessa casa. FIGURA 10 - Ilustração do plano cortando uma casa ao meio. FONTE: (MONTENEGRO, 1978) Itens que compõem a planta baixa: Paredes; Janelas; Portas; Cotas; Cotas de nível; Projeções; Indicação dos cortes; Indicação do norte; Escada; Rampas. AN02FREV001/REV 4.0 17 FIGURA 11 - ILUSTRAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO EM PLANTA BAIXA DA CASA, DESTACANDO AS SEÇÕES DAS PAREDES, PORTAS E JANELAS FONTE: (MONTENEGRO, 1978) FIGURA 12 - EXEMPLO DE PLANTA BAIXA DE CASA PARA VENDA FONTE: Disponível em: <www.ricardoregueira.com>. Acesso em: Acesso em: 22 de janeiro de 2013. AN02FREV001/REV 4.0 18 Cortes Desenhos que representam graficamente a projeção de uma seção vertical (ou plano) de uma edificação. Utilizado para representar detalhes que não aparece em planta baixa, indica seu pé-direito, altura de elementos construtivos, vistas de elementos estruturais, altura de portas e janelas, cobertura, bancadas etc. Seu objetivo é esclarecer o observador do projeto por meio de planos de interseção longitudinal e transversal, dando uma terceira dimensão a leitura e interpretação do projeto. Sua indicação vem representada em planta baixa por uma linha do tipo traço e ponto ou tracejada. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75. Recomenda-se que a identificação dos cortes em uma planta, seja feita por letras consecutivas, evitando assim, equívocos que poderiam acontecer em indicações do tipo AA’ e BB’ (MONTENEGRO, 1978). A escolhada seção de corte em uma planta baixa pode ser influenciada por uma série de fatores, dependendo do grau de detalhes que se pretenda demonstrar. Porém, recomenda-se que pelo menos um dos cortes passe pelo banheiro, visualizando o sanitário, lavatório e chuveiro. Existindo pavimento superior, a posição do corte deve passar pela escada, mostrando detalhes dos degraus e as alturas de seus espelhos (face vertical). AN02FREV001/REV 4.0 19 FIGURA 13 - A REPRESENTAÇÃO DE UMA INTERSEÇÃO, CORTANDO UMA CASA NO SENTIDO TRANSVERSAL, DESTACANDO AS SEÇÕES DAS PAREDES, PORTAS E JANELAS FONTE: (MONTENEGRO, 1978). FIGURA 14 - CORTE LONGITUDINAL QUE PASSA PELA ESCADA E BANHEIRO FONTE: (BEZERRA, 2010). AN02FREV001/REV 4.0 20 FIGURA 15 - CORTE LONGITUDINAL QUE PASSA PELA ÁREA DE SERVIÇO E BANHEIROS FONTE: (BEZERRA, 2010). Fachadas Desenho que representa graficamente as faces externas do edifício (frontal e lateral). As fachadas podem ser interpretadas como a representação daquilo que se almeja construir. Em geral, nas fachadas especificam os materiais de revestimentos externos, funcionamento de esquadrias, paginação de cores, indicação de detalhes técnicos, etc. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75. AN02FREV001/REV 4.0 21 FIGURA 16 - ILUSTRAÇÃO DE UMA FACHADA FRONTAL FONTE: (BEZERRA, 2010). FIGURA 17 - FACHADA LATERAL FONTE: (BEZERRA, 2010). Detalhes Técnicos Desenho que representa graficamente detalhes construtivos de um elemento específico ou estrutural do edifício, para detalhe com precisão nas plantas e cortes. AN02FREV001/REV 4.0 22 Pode ser detalhe interno ou externo ao prédio. FIGURA 18 - DETALHE TÉCNICO DA INSTALAÇÃO DE UM APARELHO SANITÁRIO ADAPTADO A PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS FONTE: (BEZERRA, 2010) Convenções e Símbolos No Brasil, a representação gráfica do projeto, corresponde às normas editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), sendo as principais: • NBR 6492 - Representação de projetos; • NBR 10067 - Princípios gerais de representação em desenho técnico. Elementos do Projeto Os elementos do projeto são diferenciados em dois pontos: - O próprio projeto (o objeto representado); - O conjunto de símbolos, signos, cotas e textos que o complementam. As principais categorias do desenho são: as plantas, os cortes, as seções e as elevações. AN02FREV001/REV 4.0 23 Paredes Normalmente as paredes internas são representadas com espessura de 15 cm, mesmo que na realidade a parede tenha 14 cm ou até menos. Nas paredes externas o uso de paredes de 20 cm de espessura é o recomendado, mas não obrigatório. É, no entanto obrigatório o uso de paredes de 20 cm de espessura quando esta se situa entre dois vizinhos (de apartamento, salas comerciais, etc.). Portas Portas de correr FIGURA 19 - EXEMPLO DE REPRESENTAÇÃO DE PORTAS DE CORRER FONTE: (BRABO, 2009). Porta interna - Geralmente a comunicação entre dois ambientes não há diferença de nível, ou seja, estão no mesmo plano, ou ainda, possuem a mesma cota. AN02FREV001/REV 4.0 24 FIGURA 20 - ILUSTRAÇÃO DE PORTAS INTERNAS FONTE: (Autor). Porta externa - A comunicação entre os dois ambientes (externo e interno) possuem cotas diferentes, ou seja, o piso externo é mais baixo. Nos banheiros a água alcança a parte inferior da porta ou passa para o ambiente vizinho; os dois inconvenientes são evitados quando há uma diferença de cota nos pisos de 1 a 2 cm pelo menos. Por essa razão as portas de sanitários desenham-se como as externas. AN02FREV001/REV 4.0 25 FIGURA 21 - ILUSTRAÇÃO DE PORTAS EXTERNAS FONTE: (Autor). Portas de Abrir FIGURA 22 - EXEMPLO DE REPRESENTAÇÃO DE PORTAS DE ABRIR FONTE: (BRABO, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 26 Janelas O plano horizontal da planta corta as janelas com altura do peitoril até 1,50m, sendo estas representadas conforme a figura abaixo, sempre tendo como a primeira dimensão a largura da janela pela sua altura e peitoril correspondente. Para janelas em que o plano horizontal não o corta, a representação é feita com linhas invisíveis. FIGURA 23 - ESQUEMA DE JANELAS FONTE: (Autor). AN02FREV001/REV 4.0 27 FIGURA 24 - ESQUEMA DE JANELA FONTE: (Autor). Representação de janelas acima ou abaixo do plano de corte (h=1,50 m) FIGURA 25 - EXEMPLO DE REPRESENTAÇÃO DE JANELAS ACIMA OU ABAIXO DO PLANO DE CORTE FONTE: (BRABO, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 28 Níveis São cotas altimétricas dos pisos, sempre em relação a uma determinada referência de nível pré-fixada pelo projetista e igual a zero. Regras principais para as cotas altimétricas: • Colocar dos dois lados de uma diferença de nível; • Indicar sempre em metros, na horizontal; • Evitar repetição de níveis próximos em planta e não marcar sucessão de desníveis iguais (escada). FIGURA 26 - EXEMPLO DE COTAS DE NÍVEIS FONTE: (BRABO, 2010). Em planta baixa, os pisos são apenas distintos em comuns ou impermeáveis. Os impermeáveis são representados apenas nas “áreas úmidas”, ou seja, áreas dotadas de equipamentos hidráulicos, sacadas, varandas, etc. O tamanho do reticulado constitui uma simbologia, não tendo a ver necessariamente com o tamanho real das lajotas ou pisos cerâmicos. AN02FREV001/REV 4.0 29 Comum Impermeável Legenda Usada para a informação, indicação e identificação do desenho: Designação da empresa; Projetista; Local; Data; Assinatura; Conteúdo do desenho; Escala; Número do desenho; Símbolo de projeção; Logotipo da empresa; Unidade empregada. FIGURA 27 - EXEMPLO DE LEGENDA DE PROJETO FONTE: (BRABO, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 30 Outras informações do projeto Legenda de Esquadrias: P (portas); J (janelas); Quadro de áreas: legenda que apresenta área do terreno, área construída e áreas de permeabilidade (jardim). Especificações de materiais de acabamento: piso, parede e forro. FIGURA 28 Exemplo de quadro de janelas, portas e àreas do projeto, FONTE: (BRABO, 2009). Escadas As escadas são constituídas por: Degraus: pisos + espelhos; Pisos: pequenos planos horizontais que constituem a escada; Espelhos: planos verticais que unem os pisos; Patamares: pisos de maior largura que sucedem os pisos normais da escada, geralmente ao meio do desnível do pé direito, com o objetivo de facilitar a subida e o repouso temporário do usuário da escada; Lances: sucessão de degraus entre planos a vencer, entre um plano e um patamar, entre um patamar e um plano e entre dois patamares; AN02FREV001/REV 4.0 31 Guarda-corpo e corrimão:proteção em alvenaria, balaústre, grades, cabos de aço etc., na extremidade lateral dos degraus para a proteção das pessoas que utilizam a escada. AN02FREV001/REV 4.0 32 FIGURA 29 - EXEMPLO DE DETALHAMENTO DE ESCADAS EM PROJETO FONTE: (BRABO, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 33 1.2 O ORÇAMENTO Elaborar um orçamento exige um processo ao qual se denomina orçamentação. A técnica orçamentária exige identificação clara do produto e ou serviço, descrição correta, quantificação, análise e valorização de uma série de itens, requerendo técnica, atenção e, principalmente, conhecimento de como se executa uma determinada obra e/ou serviço. O conhecimento detalhado do serviço, a interpretação detalhada dos desenhos, planos e especificações da obra lhes permite a melhor maneira de realizar cada tarefa de uma obra, bem como identificar a dificuldade de cada serviço e consequentemente seus custos. Além dos serviços identificados e extraídos do projeto, existem outros parâmetros que devem ser identificados, como é o caso das chuvas, condições do solo, acesso, dificuldades de abastecimento de materiais, flutuações na produtividade dos operários e despesas indiretas, tais como: água, luz, telefone, refeições, combustíveis, manutenção do canteiro, etc. A elaboração de um orçamento pode determinar o sucesso ou fracasso de uma empresa construtora e/ou construtor, um erro no orçamento acarreta imperfeições, frustrações, falta de credibilidade e prejuízos a curto e médio prazo. O orçamento é à base de fixação do preço de um determinado projeto ou empreendimento, é uma das mais importantes áreas no negócio da construção civil. Executar um orçamento, não pode ser considerado um jogo de adivinhação, deve ser um trabalho bem executado com critérios, normas, regras e utilização de informações confiáveis; para que o verdadeiro custo de um empreendimento se aproxime ao máximo da estimativa de custo realizado, ou seja; nenhum orçamento fixa de antemão o valor exato dos custos, o que um bom orçamento realmente consegue é uma estimativa de custos bem precisa em função da qual a empresa construtora irá atribuir o seu melhor Preço de Venda. Em geral, um orçamento é elaborado considerando-se: • Custos diretos: mão de obra de operários, materiais e equipamentos. AN02FREV001/REV 4.0 34 Aqueles diretamente relacionados com os serviços a serem feitos na obra; • Custos indiretos: equipes de supervisão e apoio, despesas gerais com o canteiro de obras, taxas, etc. Aqueles que não estão diretamente relacionados com os serviços, mas fazem parte da estrutura organizacional da empresa construtora e da administração da obra. Em relação aos custos indiretos, são as despesas reletivas às instalações do escritório, aluguel, condomínio, luz, telefone, etc; despesas com pessoal administrativo (diretor, gerente, contador, secretária e outros), com comercialização (montagem de propostas, visitas a clientes, marketing, brindes, etc.), despesas com apoio técnico de escritório com obras e horas ociosas (pessoal parado por falta de serviço). • Preço de venda: Incluindo custos diretos e indiretos, adicionando-se os impostos e lucro da operação. O preço final de um orçamento em uma planilha de vendas, proposta por uma construtora ou construtor não deve ser tão baixo a ponto de não permitir lucro, e também não deve ser tão alto a ponto de não ser competitivo com outras empresas na disputa da realização de determinado serviço ou empreendimento. Na elaboração de um orçamento, duas empresas construtoras chegarão sempre a orçamentos bem distintos e diferentes para uma determinada concorrência; porque diferentes são os critérios utilizados, a metodologia de levantamento de quantidade, as técnicas e métodos utilizados para a execução de obra, os preços coletados, o BDI (Bonificação de Despesas Indiretas) adotado pelas empresas, dentre outros fatores. Em resumo, pode-se afirmar que o orçamento reflete a ideologia e as premissas de uma construtora, constituindo-se em um produto que define a qualidade e competência da empresa. AN02FREV001/REV 4.0 35 1.3 ORGANOGRAMA DE UMA OBRA Um organograma é um gráfico que representa a estrutura formal de uma obra em um determinado momento, deve ser usado como instrumento de trabalho, tendo os requisitos: • Fácil leitura; • Permitir boa interpretação dos componentes da organização; • Fazer parte de um processo organizacional de representação estrutural; • Ser flexível. O objetivo do organograma é demonstrar a divisão do trabalho, dividindo a organização em frações organizacionais (partes menores), destacando a relação superior-subordinado e a delegação de autoridade e responsabilidade. Também procura evidenciar o trabalho desenvolvido em cada unidade, detalhando: • O tipo de trabalho desenvolvido; • Os cargos existentes; • Os nomes dos titulares; • Quantidade de pessoas por unidade; • A relação funcional além da relação hierárquica; • Facilitar a análise organizacional. Permite detectar: • Funções importantes negligenciadas e funções secundárias com demasiada importância; • Funções duplicadas ou mal distribuídas; • Auxilia a graduar trabalhos e tarefas e uniformizar cargos; • Auxilia a visualizar o todo organizacional, as necessidades de mudanças e o crescimento da empresa. Limitações: • Exibe apenas uma dimensão dos relacionamentos existentes entre indivíduos e as frações organizacionais; AN02FREV001/REV 4.0 36 • Mostra as relações que devem existir e não a realidade existente. Regras gerais: • Deve conter nome da obra, autor, data e número; • Deve ser mostrada a referência de outros gráficos; • Para análise, deve apresentar a estrutura existente. • Cada função pode ser representada por um retângulo: • Os retângulos devem conter os títulos dos cargos; • Se há necessidade do nome do ocupante, este deve aparecer fora do retângulo (ou dentro com letra de tipo diferente); • Se o gráfico mostrar apenas parte da organização, deve haver linhas abertas para demonstrar continuidade. FIGURA 30 - EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO DE ORGANOGRAMA FONTE: (MOTTA, 2009). • Além dos retângulos, podem ser usados círculos e outras simbologias. • Devem ser evitadas siglas e abreviações. • A linha de coordenação não deve ligar unidades diretamente. AN02FREV001/REV 4.0 37 • O uso de nomes dos ocupantes dos cargos exige constante atualização. FIGURA 31 - EXEMPLO TRADICIONAL DE ORGANOGRAMA DE UMA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL FONTE: (Autor). A importância de conhecer o organograma de uma obra está ligada a identificação e descrição do cargo profissional e respectivas responsabilidades de cada interveniente de uma obra, sendo uma ferramenta simples de fácil visualização. Engenheiro Civil Eng.º Gomes Pereira Mestre de Obras José Antônio Almoxarifado Luis Araújo Encarregado Inst. Hidráulicas João Pedro Encarregado Inst. Elétricas Joel Peixoto Pedreiros Luis Mendes César Maia Carlos Leal José Silas Armadores Airton Costa Pedro Sá Carpinteiros José Bento Luis Sousa Azulejistas Sousa Otto Sérgio Sá Cláudio TitoServentes Luis Medeiros João Silva Serventes Pedro Costa Romeu Sales Serventes Luis Silva Carlos Cesar Pedro Silva Serventes Pedro Trofa Carlos Medim Serventes Carlos José Luis Sérgio Serventes Carlos Rojas AN02FREV001/REV 4.0 38 1.4 FLUXOGRAMA DE UMA OBRA O fluxograma representa uma sequência de trabalho qualquer, de forma detalhada (pode ser também sintética), em que as operações ou os responsáveis e os departamentos envolvidos são visualizados no processo. É conhecido também com os nomes de Flow-chart, carta de fluxo do processo, gráfico de sequência, gráfico de processamento entre outros. Principais objetivos: • Padronização na representação dos métodos e nos procedimentos administrativos; • Podem-se descrever com maior rapidez os métodos administrativos; • Pode facilitar a leitura e o entendimento das rotinas administrativas; • Podem-se identificar os pontos mais importantes das atividades visualizadas; • Permite uma maior flexibilização e um melhor grau de análise. O fluxograma visa o melhor entendimento de determinadas rotinas administrativas, por meio da demonstração gráfica. (Existem estudos que comprovam que o ser humano consegue gravar melhor uma mensagem, quando esta é acompanhada de imagens.). “É importante ressaltar que os fluxogramas procuram mostrar o modo pelo qual as coisas são feitas, e não o modo pelo qual o chefe diz aos funcionários que a façam; não a maneira, conforme o chefe pensa que são feitas, mas a forma pela qual o manual de normas e procedimentos manda que sejam feitas.” Eles são, portanto, uma fotografia real de uma situação estudada.” MOTTA (2009). AN02FREV001/REV 4.0 39 FIGURA 32 - ALGUNS SÍMBOLOS BÁSICOS PARA FLUXOGRAMAS FONTE: MOTTA (2009). Obs.: • Estes não são os únicos símbolos existentes; • Você pode criar seus próprios símbolos (usa-se muito em peças de divulgação ou apresentações); • Sempre coloque a legenda com o significado dos símbolos usados (nem todos sabem o que significam); • Você pode identificar com letras ou números os passos no seu fluxograma. Dessa forma há como relacioná-los a uma explicação textual e detalhada de cada passo. AN02FREV001/REV 4.0 40 FIGURA 33 - EXEMPLO DE FLUXOGRAMA AÇO EM BARRAS FONTE: (MOTTA, 2009). FIGURA 34 - EXEMPLO DE FLUXOGRAMA AÇO CORTADO E DOBRADO FONTE: (MOTTA, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 41 FIGURA 35 - EXEMPLO DE CONCRETO USINADO FONTE: (MOTTA, 2009). 1.5 CÓDIGO DE OBRAS E LEGISLAÇÕES A providência inicial para a execução de um projeto de edificação é a consulta junto aos Orgãos Públicos, particularmente junto às Prefeituras Municipais, sobre as exigências a serem observadas para a aprovação de tal projeto. Tais exigências, de uma maneira geral, estão contidas no Código de Obras e legislação específica de cada Município. Esses códigos têm por objetivos, entre outros: • Coordenar o crescimento urbano; • Regular o uso do solo; • Controlar a densidade do ambiente edificado; • Proteger o meio ambiente; • Garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e iluminação naturais adequadas a todos os edifícios; • Eliminar barreiras arquitetônicas que impedem ou limitam a possibilidade de deslocamento de pessoas portadoras de deficiência ou com dificuldade de locomoção. AN02FREV001/REV 4.0 42 Assim, os Códigos de obras definem os seguintes itens: • Tipo de ocupação permitido para um determinado lote; se residencial, comercial, industrial ou de uso misto; • A projeção máxima do edifício sobre o terreno (taxa de ocupação); • Área máxima permitida para a construção (coeficiente de utilização); • Recuos a serem observados com relação às divisas; • Dimensões mínimas e detalhes construtivos de corredores, escadas e rampas. Por exemplo: Alguns dos elementos mais solicitados em nível da legislação brasileira quanto ao código de obras: • Legislação e/ou uso do solo; • Alvarás de construção; • Alvará de Reforma e ampliação; • Alvará de Alteração de um Projeto; • Alteração Parcial de um Projeto; • Certidão de Aprovação de Projetos; • Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras. Legislação e uso do solo Esta legislação está na Lei n.º 10.257, de 10 de Julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, onde estabelecem diretrizes gerais da política urbana em nível da Legislação urbana e uso do solo. VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; AN02FREV001/REV 4.0 43 b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infraestrutura urbana; d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura correspondente; e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; f) a deterioração das áreas urbanizadas. Alvará de Construção Licença expedida pela Prefeitura Municipal (Câmara Municipal de Curitiba, 2012), autorizando a execução de obra de construção. Para construções e determinadas reformas de edificações, é necessário um alvará emitido pela prefeitura da cidade na qual o imóvel está inscrito. Diante de recentes acidentes, alguns com vítimas fatais, tornaram esse procedimento de maior importância, pois os técnicos da Prefeitura devem analisar o projeto proposto e verificar sua conformidade com o código de Edificações e com as boas práticas de Engenharia para só então emitir o alvará de construção ou reforma. A expedição de um alvará é obrigatória para todo e qualquer tipo de construção, já para reformas, existem algumas distinções. Pequenas reformas como pintura, substituições e consertos, reparos em instalações elétricas e hidráulicas não necessitam do alvará, ao contrário de reformas que incluem a alteração da estrutura original do imóvel, como a derrubada de paredes de sustentação da edificação, em que a emissão do alvará se demonstra extremamente importante, e obrigatória. Para obter o alvará de construção o procedimento é simples: • Antes de se iniciar uma construção ou reforma é necessária a criação de um projeto. Com o auxílio de engenheiro ou arquiteto, a fase de análise do que será ou não viável à construção ou reforma já pode ser antecipada, o que garante maior facilidade na emissão do alvará da prefeitura. • Com o projeto pronto, anexar os seguintes documentos: • Cópia do último carnê do IPTU ou Incra (não precisa estar quitado); AN02FREV001/REV 4.0 44 • Cópia de um título de propriedade (escritura, formal de partilha ou contrato particular de compra e venda registrado em cartório); • Duas cópias do projeto; • Duas cópias da carteira que comprove o registro do engenheiro responsável no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA); • Cópia do RG e CPF do proprietário do imóvel; • Comprovante de regularidade da construção existente (caso não possua, é possível conseguir as cópias originais das plantas aprovadas do imóvel com a própria prefeitura). Independente da cidade onde está situada a sua construção ou reforma, os procedimentos burocráticos e documentosexigidos são basicamente os mesmos para o processo de requerimento do alvará. Alvará de Reforma e/ou Ampliação Edificações já existentes onde se pretende realizar reformas ou ampliações (Câmara Municipal de Curitiba, 2012) para os casos em que: • Houver Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras – CVCO (equivale ao habite-se) ou; • As edificações encontram-se averbadas em registro de imóveis anteriores a 1965 ou; • As edificações encontram-se cadastradas no Município em data anterior a 1965. Alvará de Alteração de um Projeto Destina-se a aprovação de alterações em edificação anteriormente licenciadas e que não possuem Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras – CVCO (Câmara Municipal de Curitiba, 2012), observando que: • O responsável técnico deverá ser o mesmo do constante no alvará de construção anteriormente emitido, exceto nos casos em que tenha sido transferida a responsabilidade técnica; • O autor do projeto deverá ser o mesmo do constante no alvará de construção anteriormente emitido, ou deverá apresentar autorização para alteração do projeto. AN02FREV001/REV 4.0 45 Alteração Parcial de um Projeto Destina-se a aprovação de alterações em edificações que possuem vistoria parcial de conclusão de obras, no qual o restante da obra não será executado de acordo com o inicialmente aprovado, bem como, também utilizado no caso de alteração parcial de unidade residencial aprovada em alvará de construção para residência em série (condomínios horizontais) (Câmara Municipal de Curitiba, 2012). Certidão de Aprovação de Projetos Destina-se somente a aprovação de projeto arquitetônico, sem o direito a execução da obra. Geralmente utilizado para os casos em que o proprietário ainda não definiu o responsável técnico pela execução e/ou a firma construtora ou trate-se de obra que dependam de licitação (Câmara Municipal de Curitiba, 2012). Certificado de Vistoria de Conclusão Parcial de Obras - CVCO Parcial Poderá ser concedido, a juízo do órgão competente, Certificado de Vistoria de Conclusão Parcial (Câmara Municipal de Curitiba, 2012) nos seguintes casos: • Quando se tratar de edifício composto de parte comercial e parte residencial e puder, cada uma, ser utilizada independente da outra; • Quando se tratar de apartamentos, caso em que poderá, a juízo do órgão competente, ser concedido o certificado para cada pavimento que estiver completamente concluído e desde que o acesso não sofra interferência dos serviços até a conclusão total da obra; • Quando se tratar de 02 (duas), ou mais, edificações construídas no mesmo lote e desde que o acesso não sofra interferência dos serviços até a conclusão total da obra. Em todos os casos deverão ser atendidas as exigências da legislação específica proporcionalmente à área liberada. AN02FREV001/REV 4.0 46 Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras - CVCO Documento certificando que a edificação anteriormente licenciada pelo Alvará de Construção, Reforma e/ou Ampliação, Reforma Simplificada ou Alteração encontra-se concluída (Câmara Municipal de Curitiba, 2012). Para solicitação do Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras - CVCO a edificação deverá encontrar-se totalmente concluída, em conformidade com o projeto aprovado pelo Alvará de Construção e conforme relação de itens obrigatórios para solicitação do Certificado de Vistoria de Conclusão de Obras – CVCO, bem como, oferecer condições de higiene e habitabilidade. Para tanto é necessário que antes de solicitar a vistoria de conclusão de uma obra, o responsável técnico e o proprietário verifiquem se todos os itens indicados no projeto estão concluídos de acordo com o aprovado e se há o atendimento dos itens mínimos obrigatórios constantes na Declaração para solicitação do CVCO. Observações importantes: Efetuada a vistoria e constatada que a obra não se encontra concluída ou possua itens em desacordo com o projeto aprovado, serão cobradas taxas adicionais referentes às novas vistorias que porventura sejam necessárias para a comprovação da conclusão da obra de acordo com o projeto aprovado (ver valor especificado no requerimento) (Câmara Municipal de Curitiba, 2012). Documentos Necessários: • Requerimento próprio assinado pelo Resp. Técnico e Proprietário do imóvel; • Fotocópia do alvará de construção; • Declaração quanto ao atendimento dos itens mínimos obrigatórios para solicitação do CVCO; • Documentos condicionados na folha do Alvará de Construção. • Posteriormente poderão ser solicitados documentos adicionais que porventura sejam necessários para atendimento à legislação vigente na época da vistoria. AN02FREV001/REV 4.0 47 1.6 INSTALAÇÕES 1.6.1 Instalações Elétricas A energia elétrica consiste do movimento de elétrons (pequenas partículas com carga negativa), no interior de um condutor. Pode ser gerada por meio da energia potencial da água (geração hidroelétrica) ou da energia dos combustíveis (geração termoelétrica). O processo de geração de eletricidade em uma usina hidroelétrica consiste no represamento de rios por meio da construção de barragens, formando um lago com grande volume de água que, mediante uma queda muito forte e por meio de tubulações, faz movimentar turbinas, com aparência semelhante a uma roda d´água. As turbinas em funcionamento movimentam geradores que convertem a força da água em energia elétrica. Outra forma de obter energia elétrica é por meio das usinas nucleares. Nessas usinas o calor gerado pela combustão do carvão, do óleo ou do gás, vaporiza a água em uma caldeira. O vapor aciona uma turbina, à qual está acoplado um gerador que produz a energia elétrica. Para ser utilizada nos diversos locais de consumo, a eletricidade é transportada por linhas de transmissão, cruzando rios, montanhas e cidades, até chegar a determinados pontos, denominados subestações. A partir desse ponto, por meio do sistema de distribuição da concessionária, composto por postes, fios, transformadores, a energia é fornecida nos níveis de tensão (voltagem) adequados à especificação de cada equipamento e ferramenta. Para que a energia elétrica chegue até o ponto de consumo, como uma tomada, em que será ligado um eletrodoméstico. De tal modo é necessário que ela percorra “caminhos”, os quais são denominados circuitos elétricos e cujo elemento principal denomina-se condutor, conhecido por fio. O isolante é o único elemento que protege o homem das partes energizadas contra choques elétricos. AN02FREV001/REV 4.0 48 O Mestre-de-obras deve acompanhar a execução da instalação elétrica seguindo rigorosamente o projeto, que deve estar de acordo com a NBR 5410/97 – Instalações elétricas de baixa tensão, e a norma regulamentadora NR 10 – Instalações e serviços de eletricidade, memórias e especificações técnicas. Segundo estimativas anuais do Corpo de Bombeiros das grandes cidades, as instalações elétricas projetadas e executadas inadequadamente constituem a terceira causa de incêndio. QUADRO RESUMO DE SIMBOLOGIA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS FONTE: (NBR 5444) AN02FREV001/REV 4.0 49 QUADRO RESUMO COMPARATIVO DE SIMBOLOGIA USUAL E NBR FONTE: (Autor) AN02FREV001/REV 4.0 50 No Módulo IV, capítulo 4.4 será apresentado os principais componentes de uma instalação elétrica. Proteção Contra Descarga Atmosférica A proteção contra os raios consiste em dirigir a descarga dos raios para a Terra, em segurançae no menor percurso possível, sem risco de contato com os condutores. Fontes de choque elétrico Choque elétrico é um estímulo rápido e acidental do sistema nervoso do corpo humano, pela passagem de uma corrente elétrica. Atividades musculares, como a respiração e os batimentos cardíacos, são controladas por correntes elétricas muito pequenas, conduzidas pelo sistema nervoso. Se você tocar na carcaça do motor, tomará um choque. Servirá, portanto, de caminho para a corrente de fuga. Essa situação está totalmente fora das previsões, devido ao alto grau de perigo que a envolve; pode, inclusive, ser fatal. São efeitos indiretos de um choque elétrico: • quedas; • ferimentos; • manifestações nervosas. Os efeitos que se chamam indiretos são: • formigamento; • contração muscular; • queimaduras; • parada respiratória; • parada cardíaca. Resistência elétrica do corpo humano Dados experimentais revelam que: • o corpo humano tem uma resistência média de 1300Ω; • uma corrente de 50mA pode ser fatal. AN02FREV001/REV 4.0 51 Tensões de toque e passo Se uma pessoa toca um equipamento aterrado ou o próprio condutor, pode ser que se estabeleça – dependendo das condições de isolamento – uma diferença de potencial entre a mão e os pés. Consequentemente, teremos a passagem de uma corrente pelo braço, tronco e pernas; dependendo da duração e intensidade da corrente, pode ocorrer fibrilação no coração, com graves riscos. Essa é a chamada tensão de toque, e é particularmente perigosa nas regiões externas de uma malha de subestação, principalmente nos cantos. Tensões de passo e toque Caso, mesmo não estando encostando-se a nada, a pessoa estiver colocada lateralmente ao gradiente de potencial, estará sujeita a um diferencial de tensão de uma corrente por meio das duas pernas, que geralmente é de menor valor e não é tão perigosa quanto a tensão de toque, porém ainda pode causar problemas, dependendo do local e da intensidade. AN02FREV001/REV 4.0 52 TABELA DE ACIDENTES COM ELETRICIDADE FONTE: (BERTONCEL, 2008). Regras para o trabalho com energia elétrica: • Todo circuito sob tensão é perigoso; • Use os equipamentos e isolações adequados; • Só utilize ajuste ou repare equipamentos e instalações elétricas, quando autorizado; • Sempre que possível, desligue os circuitos antes do trabalho – use avisos e trancas; • Antes de religar, verifique se outra pessoa não está trabalhando com o mesmo circuito; • Use sinais de advertência e delimite as áreas com a sinalização adequada; • Não improvise na montagem de instalações/ equipamentos; • Observe rigorosamente as instruções para montagem, manutenção ou troca de ligações; AN02FREV001/REV 4.0 53 • Faça inspeção visual antes de usar equipamentos ou instalações; • Não faça reparo temporário de forma incorreta: gatos, quebra-galhos causam acidentes; • Não trabalhe em manutenção de equipamentos/instalações elétricas sob tensão sem conhecimento/supervisão; • Não use escadas metálicas em trabalho com energia; • Use exclusivamente extintores de CO2 ou pó químico, quando houver incêndio em equipamentos ou instalações elétricas; • Fios, barramentos, transformadores devem ficar fora da área de trânsito de pessoas; • Não use anéis, pulseiras ou outros adornos metálicos em serviços com energia; • Não use ferramentas elétricas na presença de gases ou vapores; • Não trabalhe sob tensão em áreas sujeitas à explosão; • Lembre-se de que a corrente elétrica pode ser fatal. Normas A NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas em Baixa Tensão, baseada na norma internacional IEC 60364, é a norma aplicada a todas as instalações cuja tensão nominal é menor ou igual a 1000VCA ou 1500VCC. Outras normas complementares à NBR 5410 são: • NBR 5456 – Eletrotécnica e eletrônica - Eletricidade geral – Terminologia; • NBR 5444 – Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais; • NBR 13570 – Instalações Elétricas em Locais de Afluência de Público; • NBR 13534 – Instalações Elétricas em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. AN02FREV001/REV 4.0 54 1.6.2 Instalações Hidrossanitárias As instalações hidrossanitárias, nomeadamente água e esgoto, têm como finalidade fazer a distribuição da água, em quantidade suficiente e promover o afastamento adequado das águas servidas, criando desta forma, condições favoráveis ao conforto e segurança dos usuários. Normas • NBR 5626/1998 – Instalações Prediais de Água Fria; • NBR 7198/1993 – Instalações Prediais de Água Quente; • NBR 7229/1993 – Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos; • NBR 8160/1983 – Instalações Prediais de Esgotos Sanitários; • NBR 13969/1997 – Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação. Instalações de Água Fria NBR 5626 As instalações de água fria correspondem ao conjunto de tubulações, conexões e acessórios que permitem levar a água da rede pública até os pontos de consumo ou utilização dentro da habitação. A distribuição de água poderá ser feita pelos seguintes sistemas: • Distribuição direta; • Distribuição indireta; • Distribuição mista. Distribuição direta: todos os aparelhos e torneiras são alimentados diretamente pela rede pública. AN02FREV001/REV 4.0 55 Distribuição indireta - todos os aparelhos e torneiras são alimentados por um reservatório superior alimentado diretamente pela rede pública. • Distribuição indireta sem recalque. • A água potável vem diretamente da rede pública, quando houver pressão suficiente até o reservatório superior, que alimenta por gravidade os pontos de água. • Distribuição indireta com recalque. • Quando a pressão da rede pública não for suficiente para alimentar o reservatório superior, utiliza-se outro de cota reduzida, geralmente localizado no pavimento térreo, denominado de reservatório inferior (ou subterrâneo) de onde a água é recalcada, por meio de bombas, para o reservatório superior (ou elevado) e a partir deste é feita a distribuição por gravidade para o interior da edificação. • Distribuição indireta hidropneumática. • Esse processo dispensa o reservatório superior e a distribuição é ascendente, a partir de um reservatório de aço onde a água fria pressurizada. Esses equipamentos requerem manunteção preventiva periódica. • Distribuição mista – associação dos sistemas direto e indireto, parte pela rede pública e parte pelo reservatório superior. Instalações prediais de água quente NBR 7198/82 As instalações de água quente são realizadas pelos seguintes sistemas: Individual O sistema de aquecimento é individual quando alimenta uma única peça de utilização. Ex.: chuveiros, torneiras. Central Privado O sistema de aquecimento é central privado, quando alimenta várias peças de utilização de um único domicílio. Ex.: aquecedor de acumulação e reservatório de água quente. AN02FREV001/REV 4.0 56 Central Coletivo O sistema de aquecimento é central coletivo, quando alimenta peças de utilização de vários domicílios ou várias unidades. Ex.: edifício de apartamentos, hotéis, motéis, hospitais etc. FIGURA 36 - EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO DIRETA FONTE: (CREDER, 1999). FIGURA 37 - EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO INDIRETASEM RECALQUE FONTE: (CREDER, 1999). AN02FREV001/REV 4.0 57 FIGURA 38 - EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO INDIRETA COM RECALQUE FONTE: (CREDER, 1999). FIGURA 39 - EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO INDIRETA HIDROPNEUMÁTICA FONTE: (CREDER, 1999). AN02FREV001/REV 4.0 58 FIGURA 40 - EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO MISTA FONTE: (CREDER, 1999). Instalações prediais de esgoto sanitário NBR 8160/83 O despejo de esgoto sanitário poderá ser feito por meio das seguintes formas: Direto O esgoto é lançado diretamente do coletor predial ao coletor público, quando a profundidade do mesmo não exceder à do coletor público. AN02FREV001/REV 4.0 59 FIGURA 41 - EXEMPLO DE ESGOTO SANITÁRIO DIRETO FONTE: (CREDER, 1999). Indireto O esgoto é recolhido em uma elevatória, quando a profundidade do coletor predial exceder à do coletor público e em seguida é recalcado para o mesmo. FIGURA 42 - EXEMPLO DE ESGOTO SANITÁRIO INDIRETO FONTE: (CREDER, 1999). AN02FREV001/REV 4.0 60 Instalações prediais de Águas Pluviais NBR 611/81 O esgotamento poderá ser direto ou indireto (como o esgoto sanitário) para os coletores públicos de águas pluviais ou sarjetas dos logradouros. O mesmo deverá ser projetado pelo menor percurso e consequentemente ser feito no menor tempo possível. O esgotamento das águas pluviais deverá ser independente do seu esgoto sanitário, eliminando assim a possibilidade de penetração de gases ao interior das edificações. Além da NBR 611/81, as instalações prediais de águas pluviais são regidas também pelos códigos de obras municipais, que normalmente proíbem a queda livre das águas dos telhados das edificações, bem como em terrenos vizinhos. Instalações prediais de prevenção e auxílio ao combate a incêndios NBR 24/65. A distribuição da água para combate a incêndios poderá ser feita por meio de reservatório elevado ou reservatório subterrâneo. No caso do reservatório ser elevado, a adução será por gravidade e quando o reservatório for subterrâneo, por recalque de acionamento automático. 1.6.3 Instalações de Gás Aspectos gerais Características do gás O GLP (Gás Liquefeito do Petróleo) é obtido a partir da destilação do petróleo, sendo formado basicamente pela mistura de propano e butano, em proporções variáveis (BERTONCEL, 2008). Apresenta as seguintes propriedades: AN02FREV001/REV 4.0 61 • Densidade 2 em relação ao ar, na forma de gás 0,55 em relação a água, na {forma líquida; • Facilidade e rapidez de operação; • Não produz resíduos após a queima; • Poder calorífico médio 12 000 Kcal/kg. O emprego do GLP nos domicílios é cada dia maior, visto que poucas cidades no Brasil dispõem de gás combustível canalizado nas ruas, sendo necessária a instalação domiciliar com recipientes que armazenam o GLP. Recipientes As empresas que fazem a distribuição do gás liquefeito de petróleo utilizam recipientes de aço, que podem ser transportáveis (butijões ou cilindros) ou fixos, dependendo de suas capacidades. Há um grande número de normas da ABNT que regulamentam as dimensões, os testes para o controle de qualidade dos recipientes para GLP, bem como as mangueiras flexíveis utilizadas e as válvulas para os recipientes. Os recipientes transportáveis de aço para GLP têm as seguintes capacidades, regulamentadas pelas normas: • kg - NBR 8470/84; • 5kg - NBR 8471/84; • 13 kg - NBR 8462/84; • 45 kg - NBR 8463/84; • 90 kg - NBR 8472/84. Os butijões de 2 e 5 kg são utilizados em lampiões para iluminação, laboratórios, camping, etc., os de 13 e 45 kg são utilizados em casas e prédios residenciais: os cilindros de 90 kg são empregados nas instalações de maior consumo. AN02FREV001/REV 4.0 62 Pressões de utilização O GLP é fornecido em recipientes de aço, no estado líquido, com pressões da ordem de 50 a 150 psi (35 a 105m H2O). Na saída dos recipientes, por meio do regulador de alta ou de 1º estágio, ocorre uma redução para 15 psi (10 m H2O) e, posteriormente, pelo regulador de baixa ou de 2º estágio, a pressão chega a 0,4 psi (0,28 m H20), valor indicado para o consumo nos aparelhos. A figura abaixo ilustra um regulador de 2º estágio. FIGURA 43 - REGULADOR DE PRESSÃO 2º ESTÁGIO FONTE: Disponível em: <http://www.temseguranca.com/2011_03_01_archive.html>. Acesso em: Acesso em: 22 de janeiro de 2013. Exemplos de Utilização do GLP A instalação predial do GLP pode ser individual, onde cada domicílio possui seus recipientes ou por distribuição central, com um medidor de consumo para cada domicílio. Em residências, o recipiente de GLP (botijão ou cilindro de gás) deve ficar localizado em áreas externas, reservadas para este fim, sendo o gás levado aos pontos de consumo por meio de canalizações próprias, às quais denominamos instalações prediais de gás (ou de GLP). No esquema abaixo é indicada as distâncias mínimas a serem observadas para instalar a central de gás. AN02FREV001/REV 4.0 63 FIGURA 44 - ESQUEMA DE INSTALAÇÃO PREDIAL DE GLP FONTE: (BERTONCEL, 2008). 1.6.4 Instalações Especiais Ar-Condicionado São sistemas que visam à obtenção de condições específicas do ar nos diversos tipos de ambientes, de modo a proporcionar conforto térmico aos ocupantes ou proporcionar condições especiais exigidas por equipamentos e/ou processos (ARAÚJO, 2011). Condicionamento de ar, segundo a definição técnica de aplicação, é um processo de tratamento de ar destinado a controlar simultaneamente: temperatura do ar, umidade relativa do ar (obtida pela retirada ou pela colocação de vapor de água no ar), pureza (filtros), distribuição de ar (ventilador, difusor, duto) de um ambiente. AN02FREV001/REV 4.0 64 Durante muito tempo, o homem pensou em maneiras de amenizar os efeitos do calor. Invenções mais antigas, como ventiladores, abanadores e até mesmo o uso do gelo em larga escala faziam parte dos métodos para amenizar a temperatura em um ambiente. Em 1902, o engenheiro Willis Carrier inventou um processo mecânico para condicionar o ar, tornando realidade o almejado controle climático de ambientes fechados. Essa tecnologia teve início, na época, a partir de um problema pelo qual uma empresa de Nova York passava (BERTONCEL, 2008). Ao realizar impressões em papel, o clima muito quente de verão e a grande umidade do ar faziam com que o papel absorvesse essa umidade de forma que as impressões saíam borradas e fora de foco. Ele criou um processo que resfriava o ar, fazendo circular por dutos resfriados artificialmente, o que também era capaz de reduzir a umidade do ar. Este foi o primeiro ar-condicionado contínuo por processo mecânico da história. A partir desta experiência, o sistema foi adotado por muitas indústrias de diversos segmentos, como têxtil, indústrias de papel, farmacêuticos, tabaco e alguns estabelecimentos comerciais. Em 1914, Carrier desenvolveu um aparelho para aplicação residencial, que era muito maior e mais simples do que os ares-condicionados de hoje, e também desenhou o primeiro condicionador de ar para hospitais, que foi desenvolvido com o objetivo de aumentar a umidade de um berçário (para bebês nascidos de forma prematura), no Allegheny Hospital de Pittsburg. Foi a partir da década de 1920 que o ar-condicionadocomeçou a se popularizar nos Estados Unidos, foi colocado em diversos prédios públicos, tais como a Câmara dos Deputados, o Senado Americano, os escritórios da Casa Branca (BERTONCEL, 2009). Além disso, foi de grande utilidade para ajudar a indústria cinematográfica, pois antes de serem instalados os aparelhos de a-condicionado, as salas de cinema ficavam vazias devido ao clima muito quente, nas temporadas de verão americano. Na década de 1930, foi desenvolvido também por Willis Carrier um sistema de condicionadores de ar para arranha-céus com distribuição de ar em alta velocidade, que economizava mais espaço, em relação aos produtos utilizados na AN02FREV001/REV 4.0 65 época. A distribuição do ar em alta velocidade por meio de dutos "Weathermaster", criada em 1939, economizava mais espaço do que os sistemas utilizados na época. Em meados de 1950, os modelos residenciais de ar-condicionado começaram a ser produzidos em massa, ano em que Willis Carrier faleceu. A demanda foi muito grande, acabando com os estoques em apenas duas semanas. Na década seguinte, esses produtos já não eram mais novidade. A partir disso, se inicia um mercado de amplitude mundial em constante expansão, com muito espaço para desenvolvimento tecnológico e novidades em produtos, até os dias de hoje. Função e princípio do equipamento O ar-condicionado é um equipamento destinado a climatizar o ar em um recinto fechado, mantendo sua temperatura e umidade do ar controlada, para deixar os ambientes em temperaturas agradáveis, criando uma sensação de conforto térmico (aquecendo ou refrigerando) ou até mesmo em determinados ambientes em que o seu uso é indispensável como, por exemplo, CPD, Laboratórios, Unidades de Hospitais, Radiologia, No Break e outros. O princípio de funcionamento dos condicionadores de ar, nada mais é do que a troca de temperatura do ar do ambiente, pela passagem do ar pela serpentina do evaporador que, por contato, tem queda ou aumento de temperatura do ar, dependendo do ciclo utilizado, baixando a umidade relativa do ar. O ar do ambiente é sugado por um ventilador e atravessa um evaporador, passando em volta de uma serpentina cheia de R-22, substância refrigeradora à temperatura de 7° C e em estado líquido. Em contato com uma serpentina gelada, o ar se resfria e volta para o ambiente. Ao absorver o calor do ar, o R-22 muda de estado dentro da serpentina e vira gás, entrando depois em um compressor elétrico. Essa peça, que produz o barulho do aparelho, comprime o R-22 até que, sob alta pressão, ele vire um gás quente, a 52° C. Esse gás entra em outra serpentina, do lado de fora do aparelho, chamado condensador. Mais quente que o ambiente externo, o R-22 se resfria um pouco. Com isso, ele vira líquido de novo mesmo antes de chegar aos 7°C, pois está sob alta pressão. Outro ventilador sopra o ar quente que sobrou para a rua. AN02FREV001/REV 4.0 66 O R-22 (em estado líquido por causa da alta pressão) entra em uma válvula de expansão, espécie de orifício onde o líquido perde pressão rapidamente e se esfria até 7° C, transformando-se em estado líquido. A partir daí, o ciclo recomeça novamente. FIGURA 45 - SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DE AR-CONDICIONADO FONTE: Disponível em: <http://www.arbrisaclimatizadores.com.br/pages.php?pageid=3>. Acesso em: Acesso em: 22 de janeiro de 2013. Os Sistemas de condicionamento de ar possuem quatro componentes básicos: • Compressor; • Condensador; • Evaporador; • Motor ventilador. Vantagens do equipamento: • Longevidade dos eletrodomésticos é prolongada; • Uma atmosfera mais confortável; • Utilizados tanto no inverno como no verão. AN02FREV001/REV 4.0 67 Desvantagens do equipamento: Resseca o ar causando irritação aos olhos; Recirculação do ar (não renovação do ar); Alto consumo de energia elétrica; Uso de gases prejudiciais à camada de ozônio e efeito estufa; Manutenção periódica; Interfere na arquitetura de interiores (espaços necessários); O mau uso do ar-condicionado compromete a saúde. O que os mais diversos modelos de ar-condicionado ainda não conseguiram eliminar é um incômodo efeito colateral: o ressecamento do ar. "Em contato com o frio, a umidade do ar se condensa em gotinhas dentro do aparelho, como acontece em uma garrafa fechada e gelada”. Instalações de Incêndio O projeto de proteção contra incêndios deve nascer juntamente com o projeto de arquitetura, levando em conta as distâncias para serem alcançadas as saídas, as escadas (largura, dimensionamento dos degraus, controle de fumaça, corrimãos, resistência ao fogo etc), a combustibilidade e a resistência ao fogo das estruturas e materiais de acabamento, a vedação de aberturas entre pavimentos adjacentes, as barreiras para evitar propagação de um compartimento a outro, o controle da carga incêndio e a localização dos demais sistemas contra incêndios. O primeiro passo a ser dado é a classificação das ocupações. Ele determina os tipos de sistemas e equipamentos a serem executados na edificação; a partir daí devem ser pesquisadas as Normas Técnicas Brasileiras Oficiais para complemento do referido Decreto. É importante, também a consulta à Prefeitura Municipal, pois podem existir exigências locais. Sistema de iluminação de emergência - NBR 10898: AN02FREV001/REV 4.0 68 Iluminação que deve clarear áreas escuras de passagem, horizontais e verticais, incluindo áreas técnicas de controle de restabelecimento de serviços essenciais e normais, na falta de iluminação normal. Este sistema deve: •permitir o controle visual das áreas abandonadas; •manter a segurança patrimonial; •sinalizar as rotas de fuga; •sinalizar o topo do prédio para aviação. Iluminação de ambiente ou aclaramento: FIGURA 46 FONTE: Disponível em: <http://www.equipel.com.br/NoticiaLer.asp?IntCdNoticia=16>. Acesso em: Acesso em: 22 de janeiro de 2013. Iluminação com intensidade suficiente para garantir a saída segura de todas as pessoas do local em caso de emergência. Iluminação de balizamento ou de sinalização: AN02FREV001/REV 4.0 69 FIGURA 47 FONTE: Disponível em: <http://www.technomaster.com.br/ILUMINACAOEMERGENCIA/ILUMINACAO%20DE%20EMERGEN CIA.html>. Acesso em: Acesso em: 22 de janeiro de 2013. Sinalização com símbolos e letras que indicam a rota de saída que pode ser utilizada. A função da “Iluminação de Emergência” é iluminar as áreas escuras de passagens, horizontais e verticais, incluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento de serviços essenciais e normais, na falta de iluminação normal. A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar acidentes e garantir a evacuação das pessoas, levando em conta a possível penetração de fumo nas áreas. Características do Sistema de Iluminação de Emergência: • A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar acidentes e garantir a evacuação das pessoas, levando em conta a possível penetração de fumo nas áreas; • A iluminação deve permitir o controle visual das áreas abandonadas para localizar pessoas impedidas de locomover-se; • Manter a segurança patrimonial para facilitar a localização de estranhos nas áreas de segurança pelo pessoal da intervenção; • Sinalizar inconfundivelmente as rotas de fuga utilizáveis no momento do abandono do local; AN02FREV001/REV 4.0 70 • O tempo de funcionamento do sistemade iluminação de emergência deve garantir a segurança pessoal e patrimonial de todas as pessoas na área, até o restabelecimento da iluminação normal, ou até que outras medidas de segurança sejam tomadas; • No caso do abandono total do edifício, o tempo da iluminação deve incluir além do tempo previsto para a evacuação, o tempo que o pessoal da intervenção e de segurança necessita para localizar pessoas perdidas ou para terminar o resgate em caso de incêndio. Este tempo deve ser apoiado na documentação de segurança do edifício e aprovado pelos órgãos competentes; • Devem ser respeitadas as limitações da visão humana, tendo como base as condições fisiológicas da visão diurna e noturna e o tempo de adaptação para cada estado; Obs.: A central de iluminação de emergência com baterias não pode ser utilizada para alimentar quaisquer outros circuitos ou equipamentos. Esta exigência baseia-se no cálculo de tempo limitado da autonomia da iluminação de emergência definida para abandono do prédio e não para a autonomia definida para outros tipos de serviço. A iluminação de emergência pode ser realizada com um sistema autônomo ou por um sistema centralizado: • Sistema autônomo: Cada bloco autônomo, ponto de luz e placa de saída possuem as suas próprias baterias e os seus próprios carregadores de bateria. Uma das vantagens é o lado prático deste sistema, pois basta fixar e ligar o equipamento à rede elétrica. Uma desvantagem é o custo de manutenção destes equipamentos, pois de cada dois a três anos é necessária à substituição de todas as baterias. Essas possuem uma vida útil e perdem o tempo de autonomia exigido pelas normas, o que geralmente corresponde a 50% do valor do equipamento novo mais a mão de obra. • Sistema centralizado: Neste caso, a utilização de uma central de iluminação de emergência e um banco de baterias que alimenta todos os aparelhos de iluminação e placas de saídas. Cada circuito pode alimentar no máximo 20 aparelhos de iluminação. Este sistema também exige um cuidado especial quanto AN02FREV001/REV 4.0 71 ao cálculo de autonomia e da fiabilidade para utilização e geralmente tem um custo um pouco mais alto do que o sistema autônomo. A vantagem é que ao chegar ao fim da vida útil das baterias, basta substituir as mesmas que ficam localizadas no banco de baterias próxima da central. Sistema de detecção e alarme de incêndio - NBR 9441 Um sistema de detecção e alarme de incêndio é um conjunto de elementos planejadamente dispostos e adequadamente interligados para detectar precocemente princípios de incêndio, fornecer sinalizações audiovisuais e comandar dispositivos de segurança e/ou extinção. Os parâmetros definidos na norma refletem os resultados de testes e ensaios laboratoriais e de campo e visam garantir a detecção precoce de incêndio e a rápida intervenção das forças de extinção. Fatores que estimulam a instalação de detecção: • Necessidade de proteger vidas, patrimônio e garantir a continuidade das atividades; • Exigência de seguradoras; • Exigências dos bombeiros, Prefeituras, etc. Definição: • Fase de projeto – consultar segurança, seguradora, bombeiros, instaladores e manutenção; • Identificar as razões da proteção (vida, propriedade, etc.); • Análise de risco nas áreas a proteger; • Extensão da proteção (parcial ou total); • Avaliar os recursos disponíveis (humanos, financeiros, etc.). Principais normas: • NBR 9441 - Execução de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio; • NBR 11836 - Detectores Automáticos de Fumaça; • NBR 13848 - Acionadores Manuais. FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 72 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE MESTRE DE OBRAS Aluno: EaD - Educação a DistânciaPortal Educação AN02FREV001/REV 4.0 73 CURSO DE MESTRE DE OBRAS MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 74 MÓDULO II 2 O CANTEIRO DE OBRAS 2.1 IMPLANTAÇÃO O canteiro de obras deve conter as instalações necessárias de maneira planejada e organizada, no sentido de ordenar a produção correta dos trabalhos conforme definido no projeto de execução. Sua definição segundo a NR-18 (Norma Regulamentadora) canteiro de obras é a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra. Essa norma tem a função de normatizar procedimentos e foi elaborada em conjunto com construtoras, trabalhadores e governo, para estabelecer diretrizes e exigências diversas, esse inter-relacionamento e fluxo de recursos visa evitar desperdícios de materiais, mão de obra, tempo, defeitos e de equipamentos dadas a sua relação direta com a produtividade e qualidade durante a execução da obra. Além disso, deve ser de forma econômica com flexibilidade de modo a aperfeiçoar o espaço disponível. Na implantação de um canteiro de obras, busca-se em primeiro lugar evitar ao máximo, o deslocamento das instalações durante a execução da obra, evitando gastos de tempo e material para esta operação. Em terrenos com pouca àrea, em geral nas àreas urbanas das cidades, deve-se acondiconar as instalações do canteiro em local o mais protegido possível, sendo necessária em outras fases da obra a mudança das instalações provisórias. A organização do canteiro consiste, no uso racional do terreno não ocupado pela edificação para instalação provisória do canteiro de obras, seguindo um planejamento específico. AN02FREV001/REV 4.0 75 São fatores condicionantes do planejamento e organização do canteiro: • O tipo, natureza e complexidade da obra; • Topografia e condições ambientais; • As características dos materiais empregados; • Os processos e métodos construtivos empregados; • Os tipos de equipamentos empregados; • Os prazos de execução de cada etapa e da obra total; • A quantificação e tipificação da mão de obra a ser utilizada em cada etapa. A fase de implantação divide-se em três etapas: • Inicial; • Intermediária; • Final. A fase inicial compreende os serviços de: • Demolições; • Movimentos de terra; • Obras de contenção; • Obras de drenagem; • Fundações. A fase intermediária, caracterizada pelo grande volume de serviços, compreende: • Estrutura; • Vedação; • Cobertura; • Instalações; • Pavimentos. A fase final, caracterizada pela diversidade de serviços, compreende: • Revestimentos; AN02FREV001/REV 4.0 76 • Esquadrias; • Acabamentos. 2.2 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO Esse levantamento é de suma importância, pois é a partir deste que teremos um retrato do terreno onde a obra será executada. Para informação daremos algumas definições: Topografia: • Deriva das palavras gregas topos e graphen; • Significa: descrição exata e minuciosa de um lugar; • Estudo de parte da superfície terrestre e sua representação gráfica. Descrição minuciosa de uma localidade; topologia. - Arte de representar
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