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20/09/2017 1 Neosporose Prof. Ivan Moura Lapera, M.Sc. Medicina Veterinária UNIRP – São José do Rio Preto/SP Introdução Delineamento da aula O Parasita A doença nos animais 20/09/2017 2 O parasita Phylum Apicomplexa Ordem Eucoccidiorida Família Sarcocystidae Histórico Epidemiologia Neospora caninum Bjerkas et al., 1984; Dubey et al., 1988 Hospedeiro definitivo – cão McAllister et al., 1998 Importância econômica Ampla distribuição de ocorrência Uma das principais causas de aborto em bovinos Brasil – até 42,5% de abortos atribuídos à neosporose Frequência de 8 a 87% em bovinos SP – 20% a 35% Prejuízo econômico Califórnia – US$ 35 milhões anuais (bovinos de leite) Austrália - US$ 110 milhões anuais (leite e corte) 20/09/2017 3 Biologia Hospedeiros Definitivos Hospedeiros Intermediários Parasita Heteroxeno e Eurixeno Não é zoonose Formato subesférico 2 esporocisto com 4 esporozoítos Tamanho 12 µm não esporulado esporulado Encontrado em tecido nervoso Parede espessa (4 µm) Tamanho de até 107 µm oocisto Cisto de bradizoítos Morfologia 20/09/2017 4 Formato oval ou “meia-lua” Encontrados em vários tipos celulares Tamanho até 7 µm taquizoítos Morfologia Biologia Horizontal (fecal-oral e carnivorismo) Vertical (transplacentária) Formas de transmissão Fase enteroepitelial ?? (≈ Toxoplasma) Fase sistêmica 20/09/2017 5 Ciclo heteroxeno facultativo Transmissão: fecal – oral, ingestão de cistos tissulares e transplacentária Cistos polizóicos – tecido nervoso Ciclo biológico Patogenia Quadros agudos Disseminação sistêmica Destruição de células - multiplicação de taquizoítos Lesões principalmente em SNC Queda da imunidade –> reativação cistos de bradizoítos Transmissão congênita: - infecção não precisa ser durante a gravidez - abortos recorrentes 20/09/2017 6 Neosporose bovina Transmissão vertical – mais importante Manutenção da infecção por gerações Mais frequente em bovinos de leite Vacas jovens – maior frequência transmissão transplacentária Vacas assintomáticas – aborto a partir do 3º mês de gestação (+ comum no 5º ou 6º mês) 20/09/2017 7 Patogenia Patogenia Consequências nos fetos: - reabsorção, mumificação ou autólise - aborto - natimorto - nasce vivo e sintomático - nasce normal (cronicamente infectado) Fatores: - idade do feto - virulência da cepa - magnitude da infecção 20/09/2017 8 Patogenia - bezerros Sinais clínicos - ataxia, reflexos diminuídos, exoftalmia ou aparência assimétrica dos olhos. Lesões microscópicas - taquizoítos e cistos em SNC e retina - encefalite não supurativa e miocardite em fetos abortados - lesões em outros órgãos Epidemiologia Surtos epidêmicos - altas taxas de aborto em período curto (> 30%) - provavelmente água ou alimentos contaminados Ocorrência endêmica - taxas de aborto anuais elevadas (acima de 5%) - transmissão vertical Transmissão congênita repetida Convívio cães/bovinos aumenta a prevalência de soropositivos para Neospora caninum em ambas as espécies 20/09/2017 9 Neosporose canina Pode atuar como hospedeiro definitivo e intermediário Mais grave em filhotes – via transplacentária Maior prevalência em cães de propriedades rurais Cães podem eliminar oocistos por mais de uma ocasião (≠ Toxoplasma gondii em felinos) Patogenia Paralisia ascendente fatal dos membros posteriores Mais frequente em filhotes (1 a 6 meses) Sinais neuromusculares são os mais comuns Cães adultos - sintomatologia variada quadro neuromuscular, dermatite, miocardite fatal e pneumonia Quadro crônico pode ser longo - eutanásia 20/09/2017 10 Neosporose em outros animais Ovinos e caprinos Também relacionado a abortos Gatos Sintomatologia neurológica (diferenciar de toxoplasmose) Exame de fezes (cão): identificação de oocistos (difícil) Testes sorológicos (RIFI, ELISA) Necrópsia: exame histológico (imunohistoquímica) - confirmatório Diagnóstico 20/09/2017 11 Tratamento Não há tratamento eficaz em bovinos Cães – tratamento longo e prognóstico reservado a desfavorável Sulfa + Trimetropim (15 mg/kg, PO, BID) Clindamicina (11 a 22 mg/kg, PO, BID) Quanto mais cedo iniciar o tratamento melhor o prognóstico Bovinos - proteção de fontes de alimento e água - descarte adequado de fetos e placentas (incineração, enterrar) - evitar presença de cães - descarte de animais soropositivos?? - transferência de embriões Cães - não alimentar com carne crua - não permitir que comam fetos e placentas - descarte adequado das fezes Controle 20/09/2017 12 Toxoplasmose x Neosporose Hospedeiro definitivo Hospedeiros intermediários Transmissão vertical Eliminação de oocistos Outras coccidioses 20/09/2017 13 Esporozoítos Ciclo Biológico Temperatura: 25 a 30°C 70 a 80% umidade Alta oxigenação2 a 3 dias Infecção autolimitante n° definido de esquizogonias para cada espécie* Eimeriose Eimeria spp. Hospedeiros Mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes Parasitas de células do epitélio intestinal Ciclo monoxeno Ciclo biológico: esporulação => esquizogonia => gametogonia 20/09/2017 14 Formato ovalado, elipsóide ou arredondado 4 esporocisto com 2 esporozoítos cada Tamanho variado: 10 a 50 µm Morfologia - oocisto Ciclo direto – monoxeno Transmissão: ingestão de oocisto esporulado (água e alimentos) Esporogonia no ambiente Tipos de ciclo: E. tenella (aves) – 3 esquizogonias E. bovis – 2 esquizogonias (ID e IG) Ciclo biológico 20/09/2017 15 Exame de fezes: observação e quantificação de oocistos nas fezes Esporulação para identificação específica Aves: necrópsia e observação de localização das lesões Diagnóstico Ampla variedade de hospedeiros Animais jovens são mais susceptíveis Destruição de células intestinais, diarreia sanguinolenta, baixa conversão alimentar, infecções bacterianas secundárias Síndrome de má absorção Prejuízos econômicos em animais de produção Alta mortalidade em aves Patogenia 20/09/2017 16 Tratamento Mamíferos Sulfaguanidina, sulfametazina, amprólio, monensina e nitrofurazona Aves Sulfaquinoxalina, sulfadimetoxina, amprólio e outros coccidiostáticos Controle Manejo adequado Boa alimentação e respeito à lotação animal Instalações ventiladas Higiene ambiental Tratamento profilático (aves, suínos e coelhos) 20/09/2017 17 Gêneros Cystoisospora e Isospora Hospedeiros cães (C. canis) gatos (C. felis) suínos (I. suis) aves silvestres – grande número de espécies do gênero Isospora Localização: células do epitélio do intestino delgado e grosso Distribuição: cosmopolita Morfologia oocisto Formato ovalado, elipsóide ou arredondado 2 esporocisto com 4 esporozoítos cada Tamanho variável 25 a 50 µm Oocisto não esporulado (fezes) Oocisto esporulado Desprovidos de micrópilo e capsula polar 20/09/2017 18 Ciclo biológico Cystoisospora - heteroxeno facultativo Isospora - ciclo monoxeno Forma infectiva: oocisto esporulado cistos teciduais (linfonodos e fígado - Cystoisospora) Esporulação exógena Formação de cistos tissulares Diagnóstico Sinais clínicos => suspeita Exame de fezes: identificação e quantificação de oocistos 20/09/2017 19 Patogenia Pouco patogênica e autolimitante em imunocompetentes Diarréias em animais jovens e diminuição no desenvolvimento Suínos – enterite catarral e morte de leitões Zoonose – diarréia, vômito, desidratação Tratamento Sulfonamidas e trimetoprim Toltrazuril (suínos) Controle Manejo adequado Boa alimentação e respeito à lotação Higiene ambiental 20/09/201720 Obrigado pela atenção!
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