Questões de Ciência Política (1)

Prévia do material em texto

Questões de Ciência Política 
 
 
 
 
 
1- O que se entende por sociedade? O que é comunidade? Quais as principais 
diferenças entre os conceitos de sociedade e comunidade? 
Resposta: A sociedade estabelece normas mínimas de conduta num sistema 
organizado juridicamente, e a comunidade estabelece relações de ordens 
éticas, sociais e linguísticas. Uma grande diferença entre os dois conceitos, é 
que na comunidade os membros estão interligados à tradição, religião, 
consenso e respeito mútuo; já na sociedade não há uma preocupação com o 
outro indivíduo, sendo fundamental que haja um aparato de leis e normas para 
regular a conduta dos indivíduos, aparato esse, personificado na figura do 
Estado, que além de mantenedor da paz social, é gerente da coisa pública. 
 
 
 
 
 
2- Cite e explique 5 (cinco) principais teorias sobre a origem do Estado. 
Resposta: 1 – Teoria da origem natural: essa teoria entende que não há 
coincidências entre as diversas formações dos Estados. Na verdade, é a 
associação da família, da sociedade e de outras características que originariam 
o Estado. Nessa teoria, é impossível afirmar que o Estado nasça apenas de 
família ou de propriedade; 
2 – Teoria da origem familiar: essa teoria tem como principais pensadores 
Aristóteles e São Tomás de Aquino, para eles, a família seria a célula-mãe do 
Estado. Várias famílias formariam um município, vários municípios formariam 
uma província, e várias províncias formariam um estado; 
3 – Teoria da origem patrimonial: tem sua raiz na filosofia de Platão, onde o 
Estado tem sua origem na união de profissões econômicas. Um exemplo é o 
Estado feudal que consistia em um sistema de organização econômica, política 
e social. Nesse sistema, o poder estava concentrado nas mãos daqueles que 
tinham propriedades; 
4 – Teoria de origem contratual: são os nomes dessa teoria John Locke, 
Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau, que dizem que o Estado nasce de 
um Contrato Social que estabelece um acordo onde ocorre a substituição da 
liberdade plena pela liberdade civil obediente à lei; 
5 – Teoria da força: segundo a qual o Estado surgiu quando “os mais fortes 
dominaram os mais fracos e os submeteram ao trabalho”. 
 
 
 
 
 
 
 
3- Conceitue: Direito como Norma; Direito Positivo; Direito Natural; Direito 
Estatal e Não-Estatal; Direito Faculdade e Direito Poder; Direito Justo; Direito 
Ciência; Direito como Fato Social. 
Resposta: Direito como Norma, são as regras de conduta sociais e 
obrigatórias que quando positivas que se configuram em leis. Direito Positivo, 
são um conjunto de normas positivadas dentro da sociedade que regem a vida 
dos componentes desta e regula o uso da força. Direito Natural, são as normas 
costumeiras aceitas pela sociedade, são os valores dessa sociedade. Direito 
Estatal, são as normas jurídicas elaboradas pelo Estado, regulando a vida 
através de códigos. Direito Não-Estatal, são as normas elaboradas por grupos 
diferentes presentes numa mesma sociedade. Direito Faculdade e Direito 
Poder, são as designações acerca do poder que um indivíduo tem em relação 
a uma determinada coisa, é a liberdade de agir ou não agir e a diferença da 
norma convertida em lei. Direito Justo, é aquele que traz consigo o conceito de 
justiça, sancionando objetivamente designações para que cada um tenha o seu 
direito garantido. Direito Ciência, é aquele que remete a construção do 
conhecimento jurídico. Direito como Fato Social, é o que tem relação 
aproximada com o sentido sociológico onde toda a coletividade é vista como 
um conjunto de fatos sociais. 
 
 
 
 
 
5- Que correntes de pensamento explicam a vocação do Homem para viver em 
sociedade? Quais os principais filósofos, ao longo da História, partidários da 
corrente de pensamento naturalista? Quais os principais filósofos, ao longo da 
História, partidários da corrente de pensamento contratualista? 
Resposta: As duas principais correntes que explicam a vocação do homem 
para viver em sociedade são a contratualista e a naturalista. O maior precursor 
da teoria naturalista foi Aristóteles, seguido por Cícero, Santo Agostinho e 
Oreste Ranelletti. A teoria naturalista diz que é da cooperação entre pessoas 
que a sociedade surge isso porque, o homem tem o desejo de conservar e 
melhorar a si mesmo, buscando a finalidade de sua existência, e 
desenvolvendo todo o seu potencial de aperfeiçoamento no campo intelectual, 
moral e técnico. Os pensadores da teoria contratualista são Jean-Jacques 
Rousseau, Thomas Hobbes, John Locke e Mostesquieu. Essa teoria diz que 
não há impulso natural, mas, sim única e exclusivamente a vontade do homem 
em se associar e estabelecem um Contrato Social, que limita o Estado, 
respeitam as liberdades humanas, o povo exerce um papel importante na 
tomada de decisões políticas e o Estado só existe em função da manifestação 
intensa dos indivíduos. 
 
 
 
 
 
 
7- Qual a relação entre Direito e Estado? Quais as principais teorias acerca da 
relação entre Estado e Direito citem e expliquem? 
Resposta: As relações entre Estado e Direito podem ser vistas de diversas 
maneiras. Maneiras essas que se personificam em três teorias. A primeira dela 
é a monística, defendida por Hans Kelsen, também conhecida como Estatismo 
Jurídico onde Direito e Estado são duas realidades sinônimas, ou seja, os dois 
conceitos se confundem. Para os monistas, o Direito Estatal é o único 
existente, não admitindo outras fontes que não sejam oriundas do Estado. A 
segunda delas é a dualística, também conhecida como pluralística, diz que 
Direito e Estado são duas realidades distintas e inconfundíveis. Para os 
dualistas, o Direito é um fato social, sob esse aspecto, ele está em 
metamorfose constante, que se influenciará pelas questões éticas, biológicas, 
psicológicas, sociológicas e econômicas. A terceira delas é a do paralelismo 
que diz que Direito e Estado são realidades distintas, entretanto, 
interdependentes. Essa teoria reconhece a existência de um Direito não 
estatal, ou seja, existem outros centros de determinação jurídica que não o 
Estado, embora este seja o principal centro de irradiação do Direito Positivo. 
 
 
 
 
 
8- Quais as principais correntes naturalistas, classificadas quanto à causa 
original da formação do Estado? 
Resposta: As principais correntes naturalistas são a familiar, a teoria da força, 
a teoria econômica e do desenvolvimento interno da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
9- Conceitue o termo ‘Estado’. Quais são os elementos e as suas 
características essenciais? Cite e explique cada um deles. 
Resposta: Uma definição abrangente de Estado seria “uma instituição 
organizada política, social e juridicamente, ocupa um território definido e, 
na maioria das vezes, sua lei maior é uma Constituição escrita. É 
dirigido por um governo soberano reconhecido interna e externamente, 
sendo responsável pela organização e pelo controle social, pois detém 
o monopólio legítimo do uso da f orça e da coerção”. As características do 
Estado são: soberania, nacionalidade e finalidade. Soberania é a 
autodeterminação de seu governo, sem depender de potências estrangeiras, 
quer no campo político, econômico ou cultural. Soberano é o Estado cujo 
governo faz suas próprias leis, administra segundo as necessidades da 
população e julga conforme a justiça. Nacionalidade é a característica que 
define um povo. A finalidade é atingir o bem comum, que consiste no conjunto 
de condições para que as pessoas, individualmente ou associadas em grupos, 
possam atingir seus objetivos livremente e sem prejuízo dos demais. 
 
 
 
11- O que é nacionalidade? De que espécies pode ser a nacionalidade? Quais 
as formas de aquisição de nacionalidade primária? 
Resposta: É a característica que define o povo. A nacionalidade pode ser 
primária ou secundária. Os critérios primários consideram seus detentores 
cidadãosnatos daquele Estado. O jus soli estabelece a nacionalidade a partir 
do local de nascimento do indivíduo. O jus sanguinis utiliza como parâmetro 
para a nacionalidade a descendência do indivíduo ou consanguinidade. 
 
 
 
 
 
12- Em que consiste a cidadania? Qual a diferença entre nacionalidade e 
cidadania? De que formas podem ser exercidas a cidadania? 
Resposta: Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e 
sociais estabelecidos na constituição. Exercer a cidadania é ter consciência de 
seus direitos e obrigações e lutar para que sejam colocados em prática. 
Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições 
constitucionais. São deveres do cidadão: votar para escolher os governantes, 
cumprir as leis, educar e proteger seus semelhantes, proteger a natureza, 
proteger o patrimônio público e social do País. São direitos do cidadão: direito à 
saúde, educação, moradia, trabalho, previdência social, lazer, entre outros. O 
cidadão é livre para escrever e dizer o que pensa, mas precisa assinar o que 
disse e escreveu; todos são respeitados na sua fé, no seu pensamento e 
na sua ação na cidade; o cidadão é livre para praticar qualquer trabalho, ofício 
ou profissão, mas a lei pode pedir estudo e diploma para isso; Só o autor de 
uma obra tem o direito de usá-la, publicá-la e tirar cópia, e esse direito passa 
para os seus herdeiros; Os bens de uma pessoa, quando ela morrer, passam 
para seus herdeiros; Em tempo de paz, qualquer pessoa pode ir de uma cidade 
para outra, ficar ou sair do país, obedecendo à lei feita para isso. 
 
 
 
 
 
 
13- Em que consiste a soberania do Estado? O que significa dizer que um 
Estado é soberano? Quais os elementos característicos da soberania? 
Explique. 
Resposta: Soberania é a autodeterminação de seu governo, sem depender de 
potências estrangeiras, quer no campo político, econômico ou cultural. 
Soberano é o Estado cujo governo faz suas próprias leis, administra segundo 
as necessidades da população e julga conforme a justiça. As características 
segundo Miguel Reale são que a soberania é una, indivisível, inalienável 
e imprescritível. Una porque não pode existir mais de um soberano no 
Estado; indivisível, porque não admite soberania partilha do Poder; inalienável, 
porque é intransferível, e, finalmente, imprescritível, porque tem como objetivo 
jamais acabar no tempo. 
 
 
14- O que é sufrágio? O que é Voto? Esses dois termos são sinônimos? Quais 
são suas características? O que é voto direto? O que é voto indireto? Qual o 
tipo de voto existente no Brasil? 
Resposta: É um direito público subjetivo de natureza política, que tem o 
cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade 
do poder. O direito do poder emanar do povo nada mais é que o sufrágio. O 
voto é o exercício do sufrágio na seara eleitoral. É a prática efetiva de um 
direito, é o instrumento de manifestação da escolha do eleitor. Os termos não 
são sinônimos. O sufrágio pode ser universal ou restrito, o Brasil adota o 
sufrágio universal, onde o eleitorado detém o poder de decisão, não há fatores 
discriminatórios para a determinação do direito. Além disso, o sufrágio é igual, 
o meu voto, vale o mesmo que o do presidente. O voto é secreto, quando não 
há publicidade do candidato em quem se está votando; é obrigatório; é igual, o 
meu vale o mesmo que o do outro; direto, você escolhe diretamente seus 
candidatos; e é periódico, de quatro em quatro anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
16- Quais as formas de governo, segundo Aristóteles? Cite e explique. 
Ainda, como considera Aristóteles que essas formas de governo se 
degeneram? 
Resposta: As formas de governos segundo Aristóteles são aquelas que visam 
beneficiar os governados e não apenas o governante. São aquelas que visam o 
bem comum. E elas se classificam como boas ou desvirtuosas. As boas são as 
que visam como objetivo final o bem como, e são elas: a monarquia, a 
aristocracia e a monarquia, se torna tirania; a aristocracia se torna oligarquia; e 
a democracia se torna demagogia. Para Aristóteles, o governo se degenera a 
partir do momento que se deixa de seguir a ética e a moral que devem pautar 
todos os atos e assim alcançar a justiça e o bem comum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18- Conceitue Confederação e Federação. Quais são suas característica? 
Descreva o processo histórico do surgimento da primeira Federação. Cite e 
explique os dois processos de formação de uma Federação. 
Resposta: A Confederação consiste na junção de dois ou mais Estados, 
mediante um tratado, pacto ou convenção, visando à realização de grandes 
empreendimentos de interesse comum, ou ainda o fortalecimento de sua 
defesa contra agressões externas. A Federação consiste em uma união 
perpétua e indissolúvel de Estados autônomos, mas não soberanos, sob 
a égide de uma Constituição e que, dessa forma passam a constituir uma 
pessoa de direito publico internacional. É o caso do Brasil. O caminho 
adotado para a celebração do pacto federativo e consequente formação 
do Estado soberano federativo pode ser centrípeto ou centrífugo. 
No movimento centrípeto de formação de uma federação, uma série 
de Estados decide se unir para providenciar defesa e colaboração mútua e 
constituem um único Estado soberano. Os Estados Unidos e a Suíça são 
exemplos do movimento centrípeto. No movimento centrífugo, por outro lado, 
há descentralização do governo para haver maior dispersão do Poder. O Brasil 
é um exemplo de formação centrífuga da federação: as competências de um 
governo centralizador foram divididas entre União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. É possível diferenciar as federações também no que tange à órbita 
de competências do órgão central da federação em contraposição aos demais 
entes federados. Nos Estados Unidos, os entes federados têm amplo poder e 
autonomia irrestrita. Já no Brasil, pretende-se simetria entre cada um dos entes 
federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). 
 
 
 
 
 
19 - O que caracteriza o Estado centralizado? O que caracteriza o Estado 
descentralizado? 
Resposta: O Estado centralizado caracteriza-se pela simplicidade de 
sua estrutura: nele há uma só ordem jurídica, política 
e administrativa. O Estado descentralizado caracteriza-se pela 
descentralização administrativa e política. Há desconcentração quando se 
transferem para diversos órgãos, dentro de uma mesma pessoa jurídica, 
competências decisórias e de serviços, mantendo tais órgãos relações 
hierarquias e de subordinação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21-Qual a diferença entre oligarquia e aristocracia? Qual a diferença entre 
Monarquia e Tirania? Qual a diferença entre Democracia e Demagogia? 
Resposta: Oligarquia é o governo que se encontra em mãos de poucas 
pessoas, uma classe ou de uma família. Aristocracia designa o regime político 
cujo governo ou autoridade está nas mãos de uma classe, constituída 
por pessoas que se consideram como formando uma casta ou elite, em razão 
de sua nobreza, de sua fortuna, de sua bravura ou talento. A monarquia é uma 
constituição, enquanto que a tirania é um desvio da monarquia, algo 
como uma anomalia grave. Como o objetivo do monarca é o bem-estar dos 
súditos e o objetivo do tirano é o seu próprio bem-estar, existe a maior 
diferença entre eles, ou o maior desvio que existe se dá na passagem da 
monarquia para a tirania, o que faz com que sejam respectivamente, segundo o 
Aristóteles, a melhor constituição e o pior desvio. Democracia significa “poder 
do povo”, ou seja, governo feito pelo povo. Demagogia é a arte de conduzir o 
povo a uma falsa situação. Em ambas as definições, o povo é a essência 
das situações. Vejamos bem a grande diferença dentre os termos, onde um o 
povo tem o poder de decidir e noutro é apenas conduzido. Mas, qual o porquê 
destacomparação? Simples. Vivemos num período onde a política preza pela 
democracia, mas age pela demagogia, empregada de uma forma pejorativa. ·. 
 
 
 
 
 
 
 
 
22- O que é monarquia? Quais as principais características da monarquia? Cite 
e explique. Quais as principais características da república? Cite e explique. 
Resposta: Monarquia é a mais antiga forma de governo ainda em vigor. A 
primeira delas é a vitaliciedade, ou seja, o mandato de um monarca não tem 
prazo, é definido pelo tempo de vida, ou até quando sua saúde 
permitir; hereditariedade, que consiste em transmitir o poder ao herdeiro do 
monarca, seguindo a linha sucessória da realeza; irresponsabilidade, é a 
desnecessidade de o monarca justificar ou fundamentar os atos do governo e 
as orientações políticas perante a sociedade. As características da república 
são: temporalidade, o chefe de governo é investido de um mandato com 
prazo de duração; eletividade, não é admitida a sucessão hereditária na 
República, o chefe de governo é eleito pelo povo; responsabilidade, o chefe de 
governo é politicamente responsável devendo prestar contas e justificar suas 
orientações políticas. ·. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23-O que é partido político? Qual a natureza jurídica dos partidos políticos? 
Quais os sistemas partidários existentes? 
Resposta: É uma associação de cidadãos, chamados “membros do partido”, 
que se reúnem em torno de um mesmo ideal na condução do governo 
ou doutrina, visando alcançá-lo por meio de um plano de ação governamental 
ou programa, mediante o apoio da população. Podemos dizer que a natureza 
dos partidos políticos é tão antiga quanto o Estado. A natureza jurídica dos 
partidos políticos está descrita no art. 17 da CF. Destacando princípios como: 
liberdade, autonomia ou democracia, e fidelidade ou disciplina partidária. Os 
sistemas partidários se dividem em uni partidarismo, o bipartidarismo, e o 
pluripartidarismo. No uni partidarismo, só é admitido um partido como 
representante da população inteira. Ex: China e Cuba. O bipartidarismo admite 
apenas dois partidos políticos que dividem o poder sucedendo-se em vitórias 
eleitorais na qual um deles ganha o governo do país e o outro ganha o papel 
oficial de oposição. Ex: Estados Unidos. O pluripartidarismo pressupõe a 
existência de várias agremiações político-partidárias. Ex: Brasil 
 
 
24- Considerando a Constituição Federal do Brasil de 1988; considerando 
ainda a Democracia Representativa, considerando também o exercício da 
soberania popular por intermédio do voto. Cite e explique quais os 4 (quatro) 
instrumentos que permitem a participação popular no Poder, além, logicamente 
do voto. 
Resposta: A participação popular se dá de quatro maneiras diferentes, além do 
voto. A primeira delas é o plesbicito, que é uma consulta feita aos eleitores, 
antes da elaboração da lei. A segunda delas é o referendo, que é uma consulta 
feita aos eleitores, após a elaboração da lei. A terceira delas é a iniciativa 
popular, onde os cidadãos apresentam um projeto de lei. E a quarta maneira é 
a ação popular, um remédio constitucional, que visa combater atos lesivos ao 
patrimônio público, a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural. 
 
 
25- Em que consiste a "separação de poderes"? Em que consiste o chamado 
"sistema de freios e contrapesos"? 
Resposta: O conceito da separação dos poderes. A essência desta teoria se 
firma nos três poderes que formam o Estado 
(legislativo, executivo e judiciário) atuem de jeito separado, independente e 
harmônico, sendo suas características (uno, indivisível, indelegável). O objetivo 
dessa separação é evitar que o poder concentre-se nas mãos de uma única 
pessoa, para que não haja abuso, como o ocorrido no Estado Absolutista, por 
exemplo, em que todo o poder concentrava-se na mão de um único 
governante. A passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal 
caracterizou-se justamente pela separação de Poderes, denominado 
Tripartição dos Poderes Políticos. O sistema de freios e contrapesos é o que 
consiste na contenção do poder pelo poder, ou seja, cada poder deve ser 
autônomo e exercer determinada função, porém o exercício desta função deve 
ser controlado pelos outros poderes. Assim, pode-se dizer que os poderes são 
independentes, porém harmônicos entre si. 
 
 
 
 
26-Historicamente, como surgiu o Sistema de Governo Parlamentarista e o 
Presidencialista? Sistematicamente, quais são suas características? 
Resposta: O Parlamentarismo surgiu na Inglaterra, com o João sem Terra na 
Carta Magna em 1215. Limitou o poder dos monarcas e instituiu deveres dos 
reis para com seus súditos. Criou a Câmara dos 
Lordes (grandes barões feudais grupo de nobres que cercavam o Rei) 
e Câmara dos Comuns (associação da burguesia ascendente com a pequena e 
média nobreza rural). O Presidencialismo surgiu nos Estados Unidos da 
América em 1776, com a independência das 13 colônias. Criou um Estado 
Liberal e instituiu que o chefe de Estado e o governo estão concentrados em 
uma única pessoa. O sistema parlamentarista tem como principais 
características: a divisão orgânica dos Poderes; a repartição de funções de 
chefia de Estado e de governo; a interdependência entre os Poderes 
Executivo e Legislativo, em especial porque o gabinete espelha a maioria 
parlamentar; o gabinete é dirigido pelo Primeiro-Ministro, a quem, é atribuído 
as funções inerentes à chefia de governo; a queda do gabinete por moção de 
desconfiança do parlamento e a dissolução do parlamento, com convocação de 
eleições gerais por injunção da chefia de Estado. As 
características do Presidencialismo são: chefia de governo e de Estado 
concentrados em uma única pessoa, o Presidente da Republica é eleito para 
mandato determinado, não respondendo ordinariamente, perante o Poder 
Legislativo; o Presidente da República possui ampla liberdade para formar seus 
ministérios; o Parlamento não pode ser dissolvido por convocação de eleições 
gerais pelo Poder Executivo; é compatível apenas com a República sendo 
inviável em uma monarquia. 
 
 
 
27- Quais foram as principais mudanças políticas provocadas pelo pensamento 
de Stuart Mill na Inglaterra? Explique o novo liberalismo contido na obra de 
Stuart Mill. Ainda sobre o mesmo tema, explique também as perspectivas 
descendentes e a ascendente. Explique a posição de Stuart Mill quanto ao 
indivíduo e a liberdade, de acordo com a concepção utilitarista (premissa do 
bem estar máximo). 
Resposta: O pensamento de Stuart Mill conseguiu analisar a voz da oposição 
e proporcionou a institucionalização de procedimentos capazes de darem voz à 
insatisfação popular. As principais mudanças políticas foram: canalizar a voz da 
oposição e a institucionalização de procedimentos capazes de dar voz a 
insatisfação popular. O novo liberalismo consistia na valorização da livre 
iniciativa. A sociedade interage de acordo com seus interesses num cálculo de 
utilidade. Isso indica a acepção de que o individual produz o social e não 
o contrário, sendo a ação humana um algo que possui 
valor em si mesmo, conduzindo a teoria liberal 
da perspectiva descendente (príncipe) para a ascendente ( povo), o que seria 
a institucionalização de uma participação ampliada. Quanto ao 
indivíduo e liberdade, Mill, afirma que o homem é um maximizador do 
prazer e um minimizador do sofrimento. E a grande dificuldade é se 
tomar a felicidade como algo passível de mensuração quantitativa sem 
dispensar avaliação qualitativa.