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Trabalho Sirlei

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL - UNICSUL 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIVILIZAÇÃO, PROGRESSO, POSITIVISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sirlei Cristina Gomes da Silva RGM: 1686439-5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2016 
 
 
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL - UNICSUL 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
CIVILIZAÇÃO, PROGRESSO, POSITIVISMO 
 
 
 
 
 
 
Sirlei Cristina Gomes da Silva RGM: 1686439-5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Trabalho da turma da faculdade de serviço social referente 
à disciplina de formação da sociedade brasileira. 
 
 
 
 
São Paulo 
2016 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO...............................................................................................3 
1. O POSITIVISMO DE AUGUSTO COMTE, CONCEITO E ORIGEM 
........................................................................................................................5 
2. ORDEM, PROGRESSO, SOCIALISMO E UM ESTUDO DE CULTURA 
POLÍTICA.......................................................................................................8 
CONCLUSÃO...............................................................................................10 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................11 
REFERÊNCIAS DA INTERNET...................................................................12 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
No presente trabalho se verificado que a realidade brasileira, influenciou 
para que os cafeicultores (oligarcas rurais) alcançassem a hegemonia própria 
acima do Estado. 
Em que pese o Império mantivesse uma unidade nacional, com fulcro 
ideológico das doutrinas políticas do francês Benjamin Constant, ele 
considerava que a vontade popular era superior aos interesses da monarquia, 
porém rechaçava a autoridade absoluta e sem limites do povo. Ele defendia 
que os Ministros de Estado constituíam o Pode Executivo, sendo responsáveis 
perante o rei, que possui um pode neutro (poder moderador) para a defesa do 
equilíbrio governamental. 
O romantismo foi o responsável pelas alterações de uma sociedade em 
que novos fatores surgiam e velhos fatores mudavam de sentido e força. Os 
intelectuais, que pertenciam à aristocracia dominante), misturavam literatura e 
política. Na realidade, negligenciavam o real, caracterizando-se por uma 
atividade criadora do espírito, numa reação contra a razão iluminista, 
expandindo todo o pensamento europeu e brasileiro. 
No final do século XIX, essa visão fica abalada pelo naturalismo 
cientificista, bem como, todas as instituições seguidoras desse pensamento. 
Em 1850, o Brasil sofre drasticamente com uma crise econômica, em 
decorrência da restrição das importações, o que gerou um aumento nos itens 
de primeira necessidade. E essa situação se estende até 1864. Além disso, a 
mão de obra era essa em virtude das epidemias que flagelavam as províncias. 
“No ambiente político, alternavam-se no poder o Partido Liberal e o 
Conservador, face ao sistema de governo criado pela constituição imperial 
de 1824. Tanto um como outro não tinham nenhuma significação ideológica, 
caracterizando-se pela ausência de fixações doutrinárias. O conservador 
defendia a ordem constitucional vigente, o liberal a abolição do poder 
pessoal e a descentralização, mas aceitavam ambos a concepção liberal do 
Estado, cujo princípio axiomático era: o mínimo de governo e o máximo de 
iniciativa.”.
1
 
 
1
 http://www.coladaweb.com/filosofia/a-visao-de-sociedade-e-o-positivismo. 
 
4 
 
 
O pensamento conservador transformava todos os problemas políticos 
em questões administrativas, serando um monopólio em matéria de decisão. 
Juntamente com a realidade política econômica e social, o ecletismo passa a 
dominar o pensamento teórico e, ao explicar a realidade empolga o povo no 
segundo reinado. Ademais, as ideias de Cousin admitiam concepções 
sensíveis e racionais. Sendo que, o sensualismo, o idealismo, ceticismo e o 
misticismo, acolheu o que era útil. Assim, os conservadores buscaram no 
ecletismo o equilíbrio para a estabilização do Império. 
No entanto, havia outras correntes, como o Krausismo e o neotomismo, 
que correspondiam aos anseios de uma elite espiritualista que rechaçava a 
cultura oficial empirista e oficial, de um espiritualismo racionalista indiferente ao 
cristianismo. 
Finalmente, nas décadas de 1868 à 1878 o romantismo perde força e 
surge a ilustração brasileira que ataca Victor Cousin, baseando-se no 
positivismo, que será apresentado ao longo deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. O POSITIVISMO DE AUGUSTO COMTE, CONCEITO E ORIGEM 
Com efeito, o fundador do positivismo foi Isidore Auguste Marie François 
Xavier Comte (1789-1857), que recebeu a influência de diversos estudiosos, 
como: Sadi Carnot, Lagrange, Pierre Simon Laplace, entre outros. 
Contudo, foi se debruçando sobre a obra “Esboço de um Quadro 
Histórico dos Progressos do Espírito Humano”, de Condorcet (1743 - 1794) que 
Comte desenvolveu a “Lei dos Três Estados”, na qual ele analisa o progresso 
da humanidade razão dos constantes descobrimentos e invenções da 
tecnologia e da ciência, fazendo com que o Homem se organize social e 
politicamente, o que é chamado por Comte de “produto das luzes da razão”. 
Segundo a “Lei dos Três Estados”, há o desenvolvimento do espírito 
humano e de todas as Ciências, “assim no indivíduo como na espécie”, através 
de três fases diferentes, quais sejam: teologia (estágio preparatório), metafísica 
(fase transitória) e positiva (fase definitiva da razão humana)2. 
Assim, Segundo Comte a evolução intelectual da humanidade passa por 
três estados teórico, quais sejam: teleológico ou fictício, metafísico ou abstrato 
e científico ou positivo. 
No primeiro estágio de desenvolvimento do Homem, a imaginação e o 
sobrenatural explicam os fatos, uma vez que pela sua diversidade, há coisas 
que o Homem só consegue explicar com a crença em deuses e espíritos. 
Sendo que, essa fase teleológica possui suas subdivisões em fetichismo, 
politeísmo e monoteísmo. 
No segundo estágio, metafísico, embora ainda encontram-se vestígios 
do sobrenatural há a presença de ideias naturais, fala-se em “força física”, 
“força vital” e “natureza”, pois: “As especulações dominantes conservaram no 
estado metafísico o mesmo caráter essencial de tendência ordinária para os 
conhecimentos absolutos: apenas a solução sofreu nele notável transformação, 
própria a tornar mais fácil o surto das concepções positivas”3. Além disso, é 
 
2
 COMTE, Auguste. O Espírito Positivo. Porto: RES-Editora, s/d. 
3
 http://www.portalconscienciapolitica.com.br/filosofia-politica/filosofia 
contempor%C3%A2nea/auguste-comte. Acessado em 08/10/2016 Às 14h30 
 
6 
 
nessa fase que origina a ontologia que e que há a substituição de forças 
sobrenaturais por concepções abstratas, conforme afirma Lacerda4 a afirmar 
que “[...] a metafísica surge da decomposição da teologia: são as mesmas 
preocupações, ao pesquisar os temas absolutos, e o mesmo método de 
raciocinar: apenas se substituem os deuses pelas abstrações.”. 
Por fim, no terceiro estágio, fase científica ou positiva, na qual teve a sua 
gênese com a filosofia positiva de Bacon, Galileu e Descartes, há um elementoque não é observado nos estágios anteriores que é a previsibilidade. Por essa 
razão, o positivismo coloca a ciência como investigadora do real, do útil, do 
indubitável, pesquisando suas leis, que são definidas como relações 
constantes entre fenômenos que podem ser observados. 
Esse estágio possui quatro características, quais sejam: a) subordina a 
imaginação à observação; b) relativismo; c) previsão racional e que d) as leis 
naturais são invariáveis. 
Assim, a primeira característica afirma que para que haja é necessário 
que haja a conformidade das ideias com os fatos observados que, 
parafraseando Comte5 diz que: “A pura imaginação perde então de modo 
irrevogável a sua antiga supremacia mental e subordina-se necessariamente à 
observação, de maneira a constituir um estado lógico plenamente normal [...]”. 
A segunda característica nega um conhecimento absoluto porque o 
Homem só adquire o conhecimento através da observação, porém a 
imperfeição dos sentidos humanos não permite conhecer a todas as 
existências reais porque todas as especulações humanas dependem da 
existência individual de cada indivíduo que também estão subordinadas a um 
conjunto de progressão social. 
Por último, a terceira e quarta características dizem que o positivismo 
não é mero empirismo uma vez que, embora os fatos postos possam servi de 
base para o conhecimento humano, a ciência genuína não é formada pela 
 
4
 LACERDA, Gustavo B. Augusto Comte e o “positivismo” redescobertos. Revista de Sociologia 
e Política, vol. 17, n. 34, p. 65. 
5
 COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva; Discurso sobre o espírito positivo; Discurso 
preliminar sobre o conjunto do positivismo; Catecismo positivista. Traduções de José Arthur 
Giannotti e Miguel Lemos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. 
 
7 
 
simples observação, mas inclui também uma previsão racional porque as leis 
da natureza são constantes e por essa razão podem ser conhecidas em 
qualquer lugar ou época, conforme afirma Comte6 ao dizer que: “[...] o genuíno 
espírito positivo consiste em ver para prever, em estudar o que é, a fim de 
concluir o que será, segundo o dogma geral da invariabilidade das leis 
naturais”. 
Segundo Comte, a palavra “positivismo” pode assumir diversos 
significados que definem a filosofia positivista. Vejamos: 
“Considerada, em primeiro lugar, em sua acepção mais antiga e mais 
comum, a palavra positivo designa o real em oposição ao quimérico: neste 
sentido, convém plenamente ao novo espírito filosófico, que fica assim 
caracterizado pela sua constante consagração às indagações 
verdadeiramente acessíveis à nossa inteligência, com a exclusão efetiva 
dos impenetráveis mistérios com que se ocupava sobretudo a sua infância.”. 
Com essa definição de positivismo do positivista francês Augusto Comte 
para uma breve comparação com um estudo de cultura politica feito por Mônica 
Sol Glik, no qual ela faz uma análise da história política dos países latino-
americanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
 COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva; Discurso sobre o espírito positivo; Discurso 
preliminar sobre o conjunto do positivismo; Catecismo positivista. Traduções de José Arthur 
Giannotti e Miguel Lemos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. 
 
8 
 
2. ORDEM, PROGRESSO, SOCIALISMO E UM ESTUDO DE CULTURA 
POLÍTICA 
 
Partindo-se do estudo comparativo de Sérgio Buarque de Holanda 
(1995), entre os modelos de colonização portuguesa (no caso do Brasil) e 
espanhola (no caso da Argentina), verificou-se que alguns países Latino-
Americanos escolheram governos “populares”, como por exemplo: o presidente 
Evo Morales (Bolívia), Hugo Chávez (Venezuela), Lula (Brasil), Nestor Kirchner 
e Tabaré Vázquez. Sendo que, a Argentina, o Brasil e o Uruguai estão no 
grupo de países com “populismo” moderado, enquanto que Bolívia e Venezuela 
possuem um “populismo” radical. 
Francisco Weffort define o populismo como sendo um “fenômeno de 
massas, típico das regiões atingidas pela intensificação do processo de 
urbanização, pautado por uma relação entre os indivíduos e um poder político 
exercido por um líder carismático e paternalista, em contato direto com os 
indivíduos reunidos na massa”7. 
Weffort afirma que esse líder carismático seria uma expressão política 
de interesses de classes. Sendo assim, verifica-se uma ambiguidade no 
conceito de “populismo” porque os grupos dominantes (as elites) exercem uma 
manipulação das “massas”, fazendo com que as massas façam pressão de 
suas reinvindicações, exercendo simplesmente um papel passivo. 
Contudo, segundo Mônica Sol Glik8 há problemas nessa perspectiva 
sociológica, pois “encerra o problema dentro de uma dimensão apenas 
econômica”, excluindo-se da análise dos problemas sociais da diversas nações 
manifestações simbólicas presentes. 
Portanto, a ideias de passividade das “massas” dá a falsa impressão de 
que as classes populares não tem se mostrado útil para o avanço das 
discussões políticas. 
 
7
 WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. 
8
 GLIK, Mônica Sol. Ordem e progresso, civilização e barbárie. Perón, Vargas e positivismo. 
(argentina-brasil, 1930-1955). 
 
9 
 
Na procura por perspectivas teóricas novas, indaga-se a necessidade de 
uma “cultura política” como alternativa para a História Política Brasileira. 
Dessa forma, se faz necessário, o abandono dessa ideia de “povo” como 
massa homogênea e facilmente manipulável pelas classes dominantes, 
havendo a necessidade de diferenciar individualidades e ambientes culturais. 
Conclui-se que, com a globalização e com a industrialização, que 
acelerou o processo de urbanização, e a formação de novos mercados 
regionais geraram discussões da necessidade dessas questões serem tratadas 
não apenas sob o prisma econômico, mas também cultual para o progresso e 
civilização de uma nação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
CONCLUSÃO 
 
O positivismo alimentou as ideologias das classes médias, onde se 
percebia um maior descontentamento com os regimes autoritários e, tinha por 
objetivo a libertação do país para nivelá-lo ao século, deixando latente a 
contradição entre os modelos ideais e as formas reais de organização social 
que extraiu o conceito de democracia liberal que também concretizava os 
ideais das classes dominantes (elites dirigentes), tudo dentro de uma lógica de 
evolução liberal-democrática. 
O positivismo e o evolucionismo brasileiro são, além de um gosto pelas 
ideias europeias, mas uma tentativa de fazer uma adaptação dessas ideias ao 
pensamento racional socialista, opondo-se ao romantismo, ao idealismo e ao 
ecletismo, que têm de sustentáculo o império. 
Assim, verificam-se duas consequências, quais sejam: além de 
representarem a renovação do sistema dando amparo aos intelectuais na 
formulação da ideologia, em sentido contrário, nada contribuíram para o 
progresso que propagavam, uma vez que não tinha apoio popular e 
“enfeudamento” oligárquico cafeeiro, que mantinha o poder, o prestígio, e 
consequentemente, a manutenção do sistema político. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
COMTE, Auguste. Curso de filosofia positiva; Discurso sobre o espírito positivo; 
Discurso preliminar sobre o conjunto do positivismo; Catecismo positivista. 
Traduções de José Arthur Giannotti e Miguel Lemos. São Paulo: Abril Cultural, 
1978. 
COMTE, Auguste. O EspíritoPositivo. Porto: RES-Editora, s/d. 
GLIK, Mônica Sol. Ordem e progresso, civilização e barbárie. Perón, Vargas e 
positivismo. (argentina-brasil, 1930-1955). 
LACERDA, Gustavo B. Augusto Comte e o “positivismo” redescobertos. 
Revista de Sociologia e Política, vol. 17. 
WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e 
Terra, 1978. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
REFERÊNCIAS DA INTERNET 
 
http://www.coladaweb.com/filosofia/a-visao-de-sociedade-e-o-positivismo. 
http://www.portalconscienciapolitica.com.br/filosofia-politica/filosofia 
contempor%C3%A2nea/auguste-comte.

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