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trabalho aprendizagem e controle motor

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APRENDIZAGEM E 
CONTROLE MOTOR 
LUCAS PINHEIRO JOSÉ 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
NOVA FRIBURGO 
1. Introdução ao tema 
    O foco principal de estudos na área de Desenvolvimento Motor é o entendimento de como se desenvolve as ações dos seres humanos desde o nascimento, prolongando-se por suas vidas. Barreiros e Krebs (2007), afirmam que a área conhecida hoje como Desenvolvimento Motor, oriunda do campo da Biologia e da Psicologia no final do século XIX, é considerada uma subárea, juntamente com as subáreas da Aprendizagem Motora e do Controle Motor. Estas três subáreas geram uma área de conhecimento em comum, conhecida como Comportamento Motor. Para Malina (2004) o desenvolvimento motor é o processo através do qual a criança adquire padrões de movimentos e habilidades, sendo este um processo contínuo de modificações que envolvem a interação de vários fatores, tais como, maturação neuromuscular, crescimento físico e características do comportamento da criança, tempo de crescimento, maturação biológica e desenvolvimento comportamental, os efeitos residuais de experiências prévias do movimento e as novas experiências de movimento. Segundo Gabbard (1992) o desenvolvimento motor é o estudo do comportamento motor e o processo de mudanças biológicas associada ao movimento humano durante o ciclo de vida, sendo visto como o processo de mudança no comportamento motor resultando da interação da hereditariedade e ambiente. A importância do fator hereditariedade também foi ressaltada por Eckert (1993) na formação do indivíduo aliado a influência do meio ambiente. 
    Embora estes e outros autores sigam o paradigma tradicional do desenvolvimento motor, o qual tinha como enfoque principal a maturação do sistema nervoso central como premissa para o desenvolvimento, esta área vem sendo fortemente influenciada desde a década de 80 por novas teorias e abordagens sistêmicas emergentes. Podemos observar a influencia das abordagens sistêmicas contemporâneas (sistemas dinâmicos e teoria bioecológica), que surgiram no final do século XX, quando, em 2001 os autores Gallahue e Ozmun referem-se ao desenvolvimento motor, em uma nova abordagem, como uma alteração contínua do comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente. Com isto, surge o Modelo da Ampulheta (Gallahue; Ozmun, 2001), um modelo heurístico que conceitua e explana o processo de desenvolvimento motor. 
    O conteúdo proveniente da hereditariedade e ambiente preenche primeiramente a fase reflexiva, até atingir o estágio de inibição dos reflexos e dando início aos movimentos 
voluntários da criança. Contudo, para o melhor entendimento dos movimentos voluntários e as fases/estágios subseqüentes, se faz necessário a compreensão das primeiras formas do movimento humano, os reflexos. Com isto, o objetivo deste estudo é abordar a temática dos movimentos reflexos no contexto do desenvolvimento motor, com enfoque no reflexo da marcha. 
1.	OBJETIVO GERAL DO ESTUDO 
 Embora exista uma divergência quanto ao surgimento e desaparecimento do movimento reflexo, dando espaço ao início dos movimentos voluntários e rudimentares, podemos concluir que por volta dos seis meses a maioria das formas de movimentos que chamamos de reflexo, vão se tornando movimentos voluntários com um baixo grau de controle da criança. O reflexo da marcha tem um valor especial, visto que este reflexo é o movimento que antecede um dos comportamentos mais importante do ser humano, o caminhar. Contudo, não existe um consenso nos aspectos temporais, relacionando o aparecimento e a inibição destes movimentos involuntários. Novos estudos se fazem necessários para tentar desmistificar a duração temporal dos reflexos, determinando com maior exatidão a fronteira entre os reflexos e a inibição destes movimentos visando antecipar um possível diagnóstico da criança a respeito do seu desenvolvimento motor. Nota-se também a carência de instrumentos que viabilizem a mensuração quantitativa dos reflexos, ficando estes vulneráveis a avaliação qualitativa do avaliador e dificultando a padronização. 
2. HISTÓRIA E COMO SURGIU 
 Fases e estágios do desenvolvimento 
    Para o delineamento e contextualização das fases do desenvolvimento motor, serão utilizados como foco da pesquisa os modelos conceituais propostos por Anita Harrow (1983), David L. Gallahue; Ozmun (2005) e Carl Gabbard (1992). É possível identificar semelhanças dentre estas três propostas, tais como a base destes modelos conceituais, a qual trás os movimentos reflexos como alicerces dos movimentos humanos. A diferença entre os modelos está no número de fases/estágios designados por cada autor, nomenclaturas utilizadas e na variação temporal destes estágios de desenvolvimento. Anita Harrow dividiu seu modelo teórico em seis níveis de desenvolvimento motor, partindo dos “Movimentos Reflexos” (menos complexos) até o estágio de “Comunicação não Verbal” (mais complexo). No modelo de Gallahue são propostos quatro estágios, começando por “Movimentos Reflexos” até “Movimentos Especializados” e, Gabbard propôs seis estágios de desenvolvimento, começando com a fase “Reflexiva/Rudimentar” até a fase de “Regressão”. 
 Reflexos 
    No processo de desenvolvimento motor é possível observar desde o nascimento que a criança apresenta algumas pequenas movimentações, denominados movimentos reflexos que, para Malina e Bouchard (2002), geralmente se originam de estímulos diversos provenientes do meio externo, como som, luz, toque ou posição do corpo (GABBARD, 2008). Alguns dos reflexos são bastante simples e mediados ao nível da medula espinhal, outros são mais complexos e exigem a integração dos centros do tronco cerebral, os labirintos, e outros centros nervosos em desenvolvimento. 
    Nos trabalhos de Gallahue; Ozmun (2001), Harrow (1983) e Gabbard (2008), os primeiros movimentos que o feto faz são classificados como reflexos, movimentos involuntários controlados subcorticalmente, ao passo que, possivelmente venham a formar a base para as seguintes fases do desenvolvimento motor. Berns (2002), corroborando com os autores supracitados, classifica os reflexos como reações não aprendidas, inatos e involuntários, de uma parte do corpo a um estímulo externo. Segundo Bornstein e Lamb (2005) os pioneiros do desenvolvimento motor da década de 1930, Myrtle McGraw e Arnold Gesell, consideraram os comportamentos de sucção, o giro da cabeça, contração muscular rápida, preensão e 
caminhada como sendo reflexos da criança. Durante os quatro últimos meses dentro do útero até aproximadamente o quarto mês da vida pós-natal, os reflexos e estereótipos dos bebês são a forma dominante do movimento humano (Payne e Isaacs 1991), o que é também sustentado por Gabbard (1992) que coloca a fase reflexiva iniciando por volta do terceiro mês intra-uterino, prolongando-se aproximadamente até o sexto mês após o nascimento. 
    Embora os pesquisadores da área do desenvolvimento motor não determinem univocamente o fim da fase de reflexo/reflexiva, de fato existe uma tendencia sobre o início e o fim dos movimentos reflexos. Há uma concordância de que a fase reflexiva começa a surgir no período pré-natal e continua aproximadamente até o quarto ou sexto mês de vida da criança. (Harrow 1983; Payne e Isaacs 1991; Berns 2002; Malina 2004; Gallahue; Ozmun, 2005). Berk (1994) discorda, colocando a idade do desaparecimento do reflexo por volta dos dois meses de idade. 
    Embora exista um consenso na literatura que o reflexo desaparece prioritariamente antes do movimento voluntário, Cratty (1979) coloca que a dificuldade em estudar os movimentos reflexos da criança está na variabilidade na qual eles aparecem e desaparecem. A classificação proposta por Harrow (1983) divide os movimentos reflexos em espinhais e supra-segmentais. Os supra-segmentais envolvem a participação do cérebro. Os reflexos espinhais, por sua vez, dividem-se em reflexos segmentais, que ocorrem no percurso do segmentoespinhal, e inter-segmentais, que envolvem mais de um segmento espinhal. Os reflexos dos bebês para (Payne e Isaacs 1991), corroborado por (Gallahue; Ozmun, 2005), são considerados cruciais para o desenvolvimento de movimentos voluntários subseqüentes, servindo como fonte primária de compilação de informações no período neonatal. Há evidencias de que existe conexão entre comportamentos reflexos precoces e movimento voluntário posterior. 
    Até aproximadamente o quarto mês o bebê atravessa o estágio de codificação de informações, (GALLAHUE; OZMUN, 2005), no qual as diversas reações causadas por seus centros cerebrais inferiores servem como meios primários para conhecer seu ambiente, buscar alimentos e procurar proteção. Ao final do quarto mês tem inicio o estágio de decodificação de informações, proposto pelos mesmos autores supracitados. É quando o comando subcortical dos movimentos do bebê começa a ser substituído por atividade motora voluntária gerenciada pelo córtex, agora mais desenvolvido. Isto quer dizer que neste momento o bebe começa a ganhar controle sobre seus movimentos através de sua nova habilidade de processar informações, ao passo que a reação instintiva a estímulos vai sendo paulatinamente superada. 
    Reflexos como o engatinhar, labirinto, apreensão palmar e caminhada são essenciais para a realização normal do engatinhar, posição ereta, apreensão e marcha voluntária respectivamente. Alguns estudos recentes vêm se preocupando com os movimentos reflexos e 
associando-os com desordens no processo de maturação do sistema nervoso central, restrições e evoluções no desenvolvimento motor entre outros problemas neurológicos (Capute et al., 1984; Moraes e Krebs, 2002 ;Guimarães e Tudella 2003; Olhweiler et al. 2005; Krebs, Moraes e Todorov, 2005). Gallahue e Ozmun (2005) observaram em suas pesquisas quatro condições que indicam suspeita para disfunção neurológica: Atraso na inibição de um reflexo, completa ausência de um reflexo, reações reflexas bilaterais desiguais e, por fim, reações demasiadamente fortes ou fracas. Outra consideração dos mesmos autores é a de que a completa ausência de um reflexo é menos significativa que um reflexo que perdure por tempo demasiado. 
    O papel primário de estimular o sistema nervoso central e os músculos também é dos movimentos reflexos. A presença de alguns reflexos oferece ao neonato condições para uma sutil, porém imprescindível, capacidade de buscar alimentos, como ocorre no reflexo de busca, onde a cabeça do neonato volta-se em direção a qualquer contato recebido em seu rosto, como ocorre na amamentação. Outra importante função destes movimentos autômatos é de fornecer certo grau de proteção ao bebê. No reflexo moro, sob uma situação de susto ou insegurança quanto ao seu apoio, os braços e pernas do recém nascido estendem e flexionam vigorosa e repentinamente, bem como suas mãos abrem-se por completo, preparando-se de antemão para uma queda. 
    Os reflexos foram divididos por Gallahue e Ozmun (2005) em Reflexos Primitivos (moro, susto, busca, sucção, palmar-mental, palmar-mandibular, preensão plantar, babisnki, preensão plantar e firmeza do pescoço) e Reflexos Posturais (corretivo labiríntico, corretivo visual, levantamento dos braços, amortecimento e apoio, corretivo do pescoço, corretivo do corpo, engatinhar, nadar e caminhar). Os denominados primitivos estão intimamente associados à obtenção de alimento e à proteção do bebê. Aparecem primeiramente na vida fetal e persistem por todo o primeiro ano de vida. Já os reflexos posturais fazem lembrar e podem ser associados aos movimentos voluntários posteriores. Os reflexos posturais automaticamente fornecem para um indivíduo a manutenção de uma posição ereta em relação ao seu ambiente. Encontrados em todos os bebês normais, nos primeiros anos de vida pós-natal, e podem, em alguns casos, persistir no decorrer do primeiro ano. 
    Para Malina (2002) os reflexos primitivos são bem desenvolvidos entre o nascimento e os primeiros três meses de vida e, após este período há um declínio em sua intensidade, porém os reflexos posturais começam a surgir por volta dos três meses de idade e a intensidade das respostas aumenta no decorrer da primeira infância. Este entendimento sugere que enquanto os reflexos primitivos vão gradativamente desaparecendo, os reflexos posturais vão sendo mais evidenciados. 
    O caminhar é uma tarefa funcional que exige coordenação entre alguns segmentos do corpo e interações complexas. Alguns estudos buscam compreender o andar tentando descrever os movimentos normais e possíveis condições patológicas (BARR e SHERRY, 2003). A marcha independente é talvez um dos comportamentos mais importantes do ser humano, sendo a tarefa mais importante do desenvolvimento nos primeiros dois anos de vida e considerada talvez o marco do desenvolvimento motor (MALINA, 2004). Segundo McGraw (1932) a transição da fase da infância para a meninice no ciclo de crescimento do indivíduo, é convencionalmente marcada pela idade a qual a criança começa a ficar na posição ereta e caminha sozinha. 
    As mudanças que levam ao caminhar são essencialmente uma série de mudanças posturais através da qual a criança ganha o controle motor necessário para primeiro assumir a posição ereta, seguido da fase de manutenção da postura e finalmente assumir a marcha independente (MALINA, 2004). O reflexo da caminhada é um precursor de um importante movimento voluntário, a marcha. Este reflexo é observado quando segura-se o bebê ereto com os pés tocando uma superfície de suporte; a pressão sobre a parte inferior dos pés faz com que as pernas subam e descem. 
    Esta ação da perna geralmente ocorre de forma alternada e consequentemente assemelha-se a uma forma rudimentar de marcha. Embora esse reflexo seja chamado de reflexo da marcha, não existe estabilidade do quadril nem acompanhamento dos movimentos do braço, os quais ocorrem na marcha voluntária (GALLAHUE; OZMUN, 2005). O reflexo da marcha está ligado aos reflexos posturais, os quais fornecem a criança uma habilidade de reagir às forças gravitacionais e mudanças no equilíbrio, sendo estas reações involuntárias que dão suporte a criança para manter a postura. Este reflexo geralmente pode aparecer dentro das primeiras semanas após o nascimento e persiste até o terceiro (Cratty, 1979) quinto ou sexto mês (Payne & Isaacs, 1991) e é uma das respostas involuntárias mais debatidas no repertório motor da criança (Gabbard, 1992). Segundo Cratty (1979) por volta do final da segunda semana de vida, aproximadamente 58% dos bebês irão “caminhar” quando seguradas na posição ereta e com os pés tocando uma superfície horizontal. 
    Gallahue e Ozmun (2005) remetendo aos resultados das pesquisas de Zelazo (1976) e Bower (1976) ressaltam que a idade do caminhar independente pode ser atingida mais cedo em condições de prática precoce e persistente deste reflexo. Entretanto, a afirmação de que a perpetuação de um reflexo através de exercícios acelera o surgimento de um comportamento voluntário não é válida. Aspectos como o fortalecimento dos membros exercitados (Gallahue apud Thelen, 2005), devem ser considerados. Novas pesquisas são necessárias para o esclarecimento destes importantes estudos. 
Relação entre aprendizagem motora e desenvolvimento motor
O desenvolvimento é o conjunto de processos de transformação dos organismos. O desenvolvimento motor consiste numa relação entre a maturação e a aprendizagem, expressa numa motricidade mais elaborada e num melhor ajustamento do comportamento às características circunstanciais do envolvimento. A aprendizagem é simultaneamente causa e efeito do processo de desenvolvimento humano ao longo da vida. A criança aprende pelo movimento, “novos mundos” que lhe vão criar novos desafios que por sua vez a estimulam a continuar a aprender. Conforme a criança cresce, vai organizando as suas capacidades motoras de acordo com a sua maturidade nervosa e com os estímulos do meio que a rodeiam. A organização motora é fundamental para o desenvolvimentodas funções cognitivas, das percepções e dos esquemas sensoriomotores da criança. 
A experiência motora (aprendizagem motora) propicia o amplo desenvolvimento dos diferentes componentes da motricidade, tais como a coordenação, o equilíbrio e o esquema corporal. Esse desenvolvimento é fundamental, particularmente, na infância, para o desenvolvimento das diversas habilidades motoras básicas como andar, correr, saltar, correr e lançar. No entanto, embora o desenvolvimento motor não ocorra de forma linear, é fundamental que se ofereça à criança um ambiente diversificado, de situações novas e que propicie meios diversos de resolução de problemas, uma vez que o movimento se apresenta e se aprimora por meio dessa interação, das mudanças individuais com o ambiente e a tarefa motora, ou seja através da AM. 
Assim o desenvolvimento motor como campo de estudo, debruça-se sobre as modificações ou a evolução do comportamento motor ao longo da vida do indivíduo (Life Span), relacionando-o com os mecanismos neurofisiológicos e biomecânicos do controlo motor e da aprendizagem motora e integrando-as no contexto biopsicossocial de cada sujeito 
Relação entre aprendizagem motora e performance motora
Aprendizagem motora são mudanças em processos internos que determinam à capacidade do individuo de produzir uma ação motora. O nível de aprendizagem motora do individuo melhora com a pratica e é, frequentemente, inferido pela observação de níveis relativamente estáveis da performance motora (PM) da pessoa. Quando uma pessoa corre, caminha, lança uma bola, toca piano, chuta uma bola ou dança, esta está a utilizar uma ou mais habilidades motoras. A aprendizagem inicial é caracterizada por tentativas do individuo de adquirir uma idéia do movimento ou entender o padrão básico de coordenação. 
Aprender exige uma modificação estrutural interna que se observa geralmente através do desempenho numa alteração estável (persistente no tempo) do comportamento do indivíduo como resultado da prática e/ou experiência. A performance ou desempenho motor é um indicador objectivo que traduz o grau de integração e/ou aplicação das aprendizagens realizadas. Centra-se nos resultados – “outcomes” - e não nos processos de aprendizagem. É o indicador objectivo e indireto do grau de aprendizagem. No entanto a performance não reflecte de forma transparente as alterações estruturais correspondentes. Entre as várias causas que limitam a correspondência entre a aprendizagem e a performance estão, por exemplo, o estado emocional/afectivo do indivíduo ou factores de condição do sistema muscular, em dado momento. A principal diferença entre aprendizagem motora e performance motora é que a performance motora é sempre observável e influenciada por muitos fatores. A aprendizagem motora, em contraste, é um processo interno que reflete o nível de capacidade de desempenho do indivíduo, podendo ser avaliado por demonstrações relativamente estáveis. 
O nível da AM aumenta com a prática e é inferida pela observação na PM mas só há AM quando a PM apresenta as seguintes características: 
·	· Aperfeiçoamento (com melhorias) 
·	· Consistência (com uniformidade nos resultados) 
·	· Estabilidade (que se mantém num estado de equilíbrio) 
·	· Persistente (que se mantém apesar de contrariedades ou dificuldades) 
·	· Adaptabilidade (que se adapta às circunstâncias)
Assim se o nível de proficiência da performance do indivíduo for relativamente estável ao longo de várias observações e sob diferentes conjuntos de circunstâncias, o profissional pode assumir que o desempenho é um reflexo preciso do nível de aprendizagem motora desse indivíduo. 
Resumindo podemos definir AM, enfatizando os seguintes aspectos: a) a aprendizagem resulta da prática ou da experiência; b) a aprendizagem não é diretamente observável; c) as mudanças na aprendizagem são observadas nas mudanças na performance; d) a aprendizagem envolve um conjunto de processos no sistema nervoso central; e) a aprendizagem produz uma capacidade adquirida para a performance; f) as mudanças na aprendizagem são relativamente permanentes. A aprendizagem motora, portanto, dá-se por meio de uma combinação complexa de processos cognitivos e motores. 
Factores de influencia das atividades motoras
O estudo da AM ajuda a estabelecer estratégias para terapeutas no desenvolvimento de ações efetivas para o aumento das habilidades motoras e da reabilitação. Este assunto é de grande importância, porque tenta compreender como as pessoas aprendem ou reaprendem habilidades motoras, como elas as desenvolvem e usam tais habilidades em várias situações. A aprendizagem envolve uma modificação no estado interno de uma pessoa, que deve ser inferida a partir da observação do comportamento ou do desempenho daquela pessoa. Para que a aprendizagem seja efetiva deve-se considerar as variáveis que interferem neste processo. 
O indivíduo está constantemente a sofrer influências de suas restrições individuais (características físicas e mentais próprias), das restrições ambientais (características do ambiente físico ou sociocultural) e das restrições da tarefa (metas empreendidas). Qualquer alteração num destes fatores afetará o movimento que surge destas interações, evidenciando o processo dinâmico e sistêmico da aprendizagem motora. Assim os factores de influencia da aprendizagem motora podem ser divididos em: factores relacionados com o indivíduo (o aprendiz, Quem?), factores relacionados com a tarefa (a tarefa, O quê?) e factores relacionados com o contexto (o meio, Onde?). 
Nem todos os autores têm o mesmo conceito de AM. Alguns salientam o aspecto externo da modificação do comportamento, outros a construção pessoal, experiencial; uns dão maior ênfase ao processo da aprendizagem, enquanto outros ao produto desse processo.
3.    (MATERIAS E MÉTODOS ) 
 
  Segundo Payne e Isaacs (1991) é possível identificar a presença ou não de reflexos de diversas maneiras, porém existem poucas maneiras de mensurar sua intensidade. Alguns testes e escalas são encontrados na literatura com o propósito de analisar o desenvolvimento da criança com algum enfoque nos reflexos, porém grande parte desses testes são qualitativos, tais como: Escala de Bayley II (criada em 1953 e atualizada em 1977); Exame Neurológico do Bebê a Termo (1964); Peabody Developmental Motor Scale (Escala PDMS – atualizada em 2000); Avaliação dos Movimentos da Criança (MAI – criado em 1980); Test of Infant Motor Performance (TIMP – criado em 1993); Escala Motora Infantil de Alberta (AIMS – criada em 1994). Com o enfoque quantitativo, podemos destacar o Primitive Reflex Profile (Perfil dos Reflexos Primitivos – PRP) proposto por Capute et al. (1984) como um teste quantitativo que mensura o reflexo primitivo de preensão plantar. 
3.1.2 Procedimentos
• Aprendizagem: centro de toda educação. • Qualquer que seja o objetivo sempre estará ocorrendo interação entre professor e aluno. • Interação depende da forma como o professor estrutura local ou ambiente de aprendizagem.
Daí que para o professor torna-se fundamental compreender:
• Como a pessoa aprende ? • Quais os aspectos do comportamento humano que envolvem a aprendizagem ? • Até que ponto a aprendizagem é semelhante para todos os tipos de comportamento, ou muito diferenciada para cada tipo de comportamento?
Para compreender a pessoa em termos de comportamento humano, a perspectiva desenvolvimentista defende, para fins de análise, a criação de CATEGORIAS DE COMPORTAMENTO (DOMINIOS) para determinar, didaticamente, quais os tipos de aprendizagem podem ocorrer em cada um desses domínios, lembrando que na realidade concreta tudo se relaciona e é inseparável.
Domínios:
COGNITIVO: semelhante a “atividades intelectuais” (Guilford, 1959).
Característica principal: Capacidade do organismo para fazer uso da informação de que dispõe.
Exemplos: • descoberta ou reconhecimento da informação (cognição); • retenção ou armazenamento de informação ( memória); • geração de informações a partir de certos dados; • tomadas de decisão oujulgamentos.
Guilford e Bloom, desenvolveram Taxonomias como base para a compreensão e desenvolvimento operacional de objetivos educacionais. Sua organização envolve um amplo espectro de capacidades que vão além da memorização.
AFETIVO: Trata dos sentimentos e das emoções manifestadas comportamentalmente.
Característica principal: Maior parte deste tipo de comportamentos é aprendido (Berkowitz) na forma de comportamento social.
Krathwhl, Bloom e Masic (1964) elaboraram taxonomias na tentativa de elaborar uma classificação:
Exemplos:
• Receber (prestar atenção).
• Responder.
• Valorizar.
• Organizar ( sistemas de valores)
• Caracterização de um valor ou complexo de valores.
Outros : Motivação, interesse, respeito ao próximo, responsabilidade.
Observação: Quando adequadamente reconhecidos tais comportamentos, devem ser planejados e trabalhados em sala de aula de forma explicita e permanentemente.
MOTOR: Estabelece uma base para identificação do movimento corporal humano.
Este domínio também é denominado Psicomotor, dada a relação racional/mental com a maioria das habilidades motoras.
Habilidades motoras simples e fundamentais incluindo atividades esportivas, industriais, militares (tais como pilotar um avião), encontram-se classificadas neste domínio e envolvem componentes dos outros tipos de comportamento.
A compreensão dos domínios é importante para distinguir as atividades de Educação Física em termos de sua especificidade em relação aos mundos em que se desenvolve esta prática profissional (esporte, lazer, portadores de necessidades especiais e geracional, educação e “fitness”.
CAPACIDADE:
Fleishman (1972): qualidade geral do indivíduo relacionada com a execução de uma variedade de habilidades ou tarefas. Capacidade e um trazo geral ou qualidade de um indivíduo relacionada com o desempenho de uma variedade de habilidades motoras, tais como FORÇA, VELOCIDADE, TEMPO DE REAÇÃO, FLEXIBILIDADE, EQUILIBRIO, etc.
CAPACIDADES MOTORAS GLOBAIS:
Qualidades caracterizadas por envolver a grande musculatura do corpo como base principal do movimento. Precisão não é o mais importante embora coordenação seja essencial ao movimento (ex. Habilidades motoras fundamentais: correr, lançar, saltar, etc.
CAPACIDADES MOTORAS FIANIS:
Qualidades caracterizadas por envolver e controlar musculatura pequena do corpo a fim de garantir execução bem sucedida e elevada em termos de PRECISÃO. Habilidades motoras finais requerem geralmente o envolvimento da coordenação óculo-manual. Ex. Escrever, tocar piano, trabalhar em relógios, etc.
PADRÃO DE MOVIMENTO:
• Grupo amplo ou séries de atos motores desempenhados com graus menores de habilidade que são dirigidos a alguma meta externa. Ex. Arremesso com a mão acima da cabeça.
• Para Gallahue o padrão de movimento envolve elementos básicos de uma certa habilidade motora. ( correr, arremessar, lançar).
• Ação motora completa com utilização da musculatura grande do corpo. • Movimentos que constituem a estrutura básica de certas habilidades motoras especificas.
• Componentes básicos do movimento que podem ser generalizados para as necessidades especificas de uma habilidade motora em particular. Ex. chutar a gol, em queda livre, em movimento ou no chão, uma bola redonda, oval, pequena, grande, etc.
PADRÃO MOTOR = MOTOR PATTERN:
Eqüivale a PADRÃO MOVIEMNTO. Depende das capacidades motoras globais. Ação motora de menor precisão e maior disponibilidade na sua adaptação a várias situações. Movimento global que confere versatilidade ao indivíduo. Ex. Lançar (no handebol, no basquete, o dardo, etc.) Se preocupa mais com o comportamento global do indivíduo
AQUISIÇÃO MOTORA (NOÇÃO) = MOTOR SKILL ( DISTREZA MOTORA)
Eqüivale a habilidade motora fina. Ação motora de grande precisão e controle que visa resultado (objetivo) especifico ( enfiar bola num cesto, escrever, etc.).
GENERALIZAÇÃO MOTORA:
Conjunto ou combinação de padrões de movimento que permitem uma VERSATILIDADE de adaptação à situação problema. – Mecanismo de integração e INCORPORAÇÃO (assimilação de esquemas motores – Piaget-) para realização de movimentos mais globais e complexos.
GENERALIZAÇÕES MOTORAS
EQUILIBRAÇÃO E CONTROLE POSTURAL:
Relacionada com a vigilância e suporte do corpo face a força da gravidade em diferentes situações de movimento ou equilíbrio estático, (deitado, sentado, de pé).
LOCOMOÇÃO:
Conjunto de habilidades motoras através das quais se estabelece contato entre si e os objetos e entre si e o próprio espaço. (reptar, quadrupedia, correr, saltitar, marchar, saltar, trepar).
CONTATO:
Manipulação visando informação dos objetos através dos sentidos:
a) abordagem (apanhar); b) preensão (manipular); c) libertação dos objetos (largar).
Permite a descoberta de atributos e qualidades dos objetos (forma, relações, de figurafundo), dentre outros).
RECEPÇÃO E PROPULSÃO (devolução):
Atividades que visam assimilar o movimento dos objetos (agarrar, puxar, empurrar, lançar e bater). Ligado a percepção egocêntrica dos objetos (ponto de partida e ponto de chegada).
Recepção refere-se a atividades de observação quando objetos se movimenta para o sujeito. Propulsão, atividades de observação quando os objetos são movimentados a partir de si próprio.
CAPACIDADES MOTORAS BÁSICAS: Alicerce da eficácia dos processos psíquicos superiores: 
Ponto de referência do universo individual. Do controle postural depende toda orientação no mundo e qualquer outro movimento.
ATITUDE:
Sinônimo de Postura. Suporte de todos os movimentos humanos. Garantida pela ação dos músculos anti-graviticos.
LATERALIDADE:
CMB que traduz a percepção integrada dos 2 lados do corpo. Elemento fundamental de relação-orientação com o mundo exterior. Noções espaciais com cima-embaixo, anterior e posterior, dependem da noção de lateralidade.
DIRECIONALIDADE:
Capacidade para transferir a lateralidade para as noções de esquerda-direita dos objetos no espaço. Depende principalmente do controle visual.
IMAGEM CORPORAL:
Noção de corpo, conhecimento e utilização em situações de exploração e orientação espaço-tempo.
IDADE PRÉ-ESCOLAR APRENDIZAGEM MOTORA E DESENVOLVIMENTO MOTOR.
De Meinel , Kurt. Motricidade II e Didática do Moviemnto Humano:
GENERALIZAÇÕES:
• Aumento rápido e qualitativo do rendimento.
• Aumento de disponibilidade variável das formas de movimento.
• Aumento da capacidade de aplicação em diferentes tarefas e situações.
HABILIDADES MOTORAS BÁSICAS:
Andar, puxar, empurrar, carregar, andar ou correr combinado, quicar – lançar para cima e pegar ( antecipação) – saltitar – subir – trepar – equilibrar – saltar, etc.
Aperfeiçoamento: 4 a 7 anos – combinação de movimentos.
Progresso: Aumento de normas sociais (ligado a entrada na escola).
Formação esportiva (5 a 7 anos):Técnicas básicas de natação – saltos aquáticos elementares, patinação, futebol, ginástica.
Habilidades motoras: (ligadas a coordenação neuro-motora):
• Diferenças consideráveis de 3 p/ 5 anos;
• Aumento na velocidade de movimento com aprimoramento qualitativo da mecânica de movimento;
• Melhora no equilíbrio estático e dinâmico – segurança
• Melhora da força e da flexibilidade (crianças treinadas);
• Condução do movimento mais rápido, vigoroso e maiores na proporção espacial;
• Ritmo e acoplamento a elasticidade movimento melhora quando constante aprimoramento (condições de ensino dirigido).

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