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Direito Tributário - 2º Bimestre 13/04/16 DIREITO TRIBUTÁRIO Mais um galho da árvore jurídica Perspectiva profissional: Tributos: principal fonte de receita pública (receita corrente). Do saque e confisco ao tributo Conceito jurídico de tributo: Tributo é toda prestação pecuniária em moeda ou valor em que nela se possa exprimir, instituída por lei, que não constituía sanção de ato ilícito e cobrada mediante uma atividade administrativa plenamente vinculada. o Toda prestação pecuniária: o Em moeda ou valor que nela possa exprimir: o pagamento sempre será em dinheiro, podendo a cobrança ser feita em índices que podem ser traduzidos em direito. Não pode ser pago em dinheiro. o Instituída por lei: sempre deve ser criada por lei, as vezes lei complementar, as vezes lei ordinária, assim ele é compulsório, não há a faculdade no pagamento. o Que não constitua sanção de ato ilícito: tudo o que for qualquer tipo de multa/penalidade não é tributo. o Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada: existe uma base legislativa e estrutura administrativa que fazem o Estado cobrar e fiscalizar os tributos. Legislação: Arts. 145 a 160 da CF (regras básicas), CTN (Lei Complementar), Lei 6830/80 As espécies de tributo: tributo é um gênero. o Tributos clássicos: impostos, taxas e contribuições de melhorias, cobrados por todas as entidades Federadas. o Empréstimo compulsório: Só a União pode instituir o Contribuições Sociais: Só a União pode instituir, cabendo aos Estados e Municípios para regulamentar os seus servidores. o Contribuição de intervenção no domínio econômico: Somente a União pode instituir. o Contribuições instituídas no interesse de categoria econômica ou profissional: Só a União institui, mas delega a outros órgãos fazer a cobrança o A competência fiscal constitucional 11/03/16 Espécies tributárias Tributo é um gênero, com várias espécies diferentes. Imposto: ele pode ser usado livremente pelo Poder Público pois não há qualquer vinculação de um imposto a uma determinada despesa. Portanto, ele pode ser usado como melhor entender a Adm. Pública. Conceito: Impostos são tributos que todas as entidades federadas instituem e que não têm a sua receita destinada a quaisquer despesas públicas específicas Impostos previstos na CF União: Imposto sobre Exportações – IE – (fato gerador é a saída da mercadoria do território nacional), Imposto sobre Importações – II - (fato gerador é entrada de mercadoria no território nacional), Imposto Territorial Rural – ITR – (o fato gerador é a propriedade rural, importando apenas a terra nua), Imposto de renda – IR – (fato gerador é a aquisição de renda – produto do trabalho ou do capital - ou proventos de qualquer natureza – prêmios, indenizações, qualquer quantia que não se enquadre no conceito de renda), Imposto sobre Operações Financeiras – IOF – (o fato gerador são certas operações financeiras), Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – (o fato gerador é o processamento ou fabricação de mercadoria). Estado: ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, que são apenas as telecomunicações e serviços de transporte intermunicipal de pessoas ou cargas), IPVA (imposto sobre propriedade de veículos automotores), ITCMD (Imposto sobre transmissões causas mortes e doações, o fato gerador ou pode ser sobre a transmissão de herança e sobre doação). Município: ITBI (Imposto sobre transmissões de bens imóveis onerosas (venda e compra de imóveis), IPTU ( Imposto sobre a propriedade de imóvel urbano, não importando se edificado ou não), ISS (Imposto sobre serviços, serviços esses que estão previstos em Lei Complementar Federal 116/04 ) E o imposto sobre grandes fortunas: Embora esteja previsto na CF (art. 153, VII), o imposto necessita de lei complementar, que ainda não foi editada. Novos impostos: a CF prevê a criação de novos impostos, mediante Lei Complementar Federal, mas não podem ter fato gerador e base de cálculo semelhantes a um já existente. Fato gerador: é a situação que faz nascer à obrigação de pagar o imposto. Base de cálculo IEG: imposto extraordinário de guerra: a situação de guerra permite a criação desse imposto por lei ou medida provisória. Esse imposto não tem forma nem limite, podendo repetir fato gerador, base de cálculo, não respeitar o principio da anterioridade. 23/03/16 Espécies Tributárias Taxas: é uma espécie tributária que é cobrada por todos os Entes, cobrada por um serviço que o Estado presta. Esse serviço tem que ser de caráter individual e não coletivo, portanto, deve beneficiar o individuo que paga pela Taxa. Ela também serve para custear serviços de fiscalização. Quem determina se o serviço é individual ou não é o Poder Judiciário. Contribuição de melhoria: é o tributo cobrado quando o Poder Público realiza obra pública que irá valorizar o imóvel do particular. Quaisquer dos entes podem cobrar essa contribuição, mas em regra é apenas cobrado pelo Município. Temos dois limites, um que o valor da contribuição não pode exigir mais do que a valorização atribuída ao imóvel, também não passando do valor total da obra. Empréstimo compulsório: é um tributo instituído por meio de lei complementar, excepcional porque só se justifica em três casos: guerra externa, calamidade pública e para custear obra urgente e de interesse nacional. É um tributo anexado ao preço de alguns bens ou serviços. Como é empréstimo, deve ser devolvido ao contribuinte. Não existe mais o empréstimo compulsório para absorver a moeda. Contribuições sociais: é um tributo que ele é cobrado basicamente pela União, e justamente é para cobrir programas sociais (Assistência, educação, Previdência, Benefícios). Os Estados e Municípios podem instituir contribuições sociais para os servidores. Contribuições de interesse de categoria econômica ou profissional: São as contribuições pagas aos Órgãos de Classe (OAB). Serve para manter a esse Órgão de Classe. Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE): é instituído pela União para custear politicas pública econômica setorial, devido pela empresa. Contribuição de iluminação pública (CIPE): antigamente era cobrada por meio de taxa, mas como não é um serviço particular e sim público. 13/04/16 Princípios do Direito Tributário (princípios constitucionais): esses princípios estão principalmente no art. 150 da CF, servindo como direitos fundamentais contra o poder de tributar do Estado, assim, eles não podem ser retirados por se tratar de cláusula pétrea. Legalidade: e m matéria tributária, ficou estabelecido que para a criação ou majoração de um tributo, é necessário uma lei que autorize tal ato. Medida provisória pode criar ou majorar tributos, mas que só terá validade com a lei que a ratifique, portanto, ela se assemelha a um projeto de lei. Ela só será instantânea quando instituir o Imposto de Guerra (Excepcional). Contudo, quando o Tributo necessitar de Lei Complementar, fica defeso à Medida Provisório, como por exemplo, na instituição de Imposto Sobre Grandes Fortunas. Também depende de lei a previsão de Lei, como os acessórios de um tributo (fato gerador, alíquota, sujeito passivo, etc). o Existem 4 impostos que, por força de lei, podem ter a alteração de alíquota por Decreto: Importação e Exportação, IOF, IPI. Assim, pode o Presidente da República alterar por meio de Decreto a qualquer momento (Impostos Reguladores de Mercado). o A aplicação de correção monetária (inflação) ou adequação tributária, correção de erro material não são considerado como aumento de tributo. Portanto, pode ser estipulado por Decreto. Irretroatividade: O tributo não pode incidir sobre fatos geradores anteriores a vigência da Lei, podendo apenas incidir sobre os posteriores. A Lei queinstitui ou majora um tributo, ou ainda institui uma penalidade só tem incidência sobre eventos futuros. Portanto, não alcançando fatos geradores pretéritos. Essa regra tem uma exceção sobre a penalidade. Estando no art. 106 do CTN, que versa sobre multas tributárias, as multas menos onerosas retroage para beneficiar o contribuinte, desde que essa multa ainda não foi paga. Uma outra exceção é que as leis que ampliam os poderes de fiscalização podem retroagir a fatos anteriores (art. 144, §4º do CTN) Não confisco: confisco é retirada da propriedade pelo Estado sem indenização. Os tributos não podem ser utilizados para efeito de confisco, portanto, os valores cobrados não podem ser “exagerados”(não há definição deste termo). Não há unanimidade ainda sobre a aplicação nas multas. o Os tribunais tem entendido que os impostos estipulados por Decreto não são atingidos pelo Não confisco. Ilimitabilidade de tráfego: Não é permitida a instituição de tributo que limita a circulação de pessoas ou bens. Não confundir os tributos de circulação de mercadorias – ICMS – Art. 150 da CF. Razoabilidade: não está previsto na Constituição Federal, mas significa o “bom senso”, sendo assim, o tributos e as regras tributárias não podem ser, nem excessivamente oneroso ou excessivamente brando. Essa razoabilidade é estabelecida pelo Poder Judiciário. A infringência desse principio deve ser reparada por Mandado de Segurança. Anterioridade: Esse princípio estabelece que a lei que cria um tributo ou que majora ele, só pode produzir efeitos no exercício fiscal seguinte, que no Brasil, é o próximo ano civil. Mas esse principio sofre exceções: o Imposto de Guerra: pode ser instituído e entrar em vigor no mesmo ano de sua publicação/instantaneamente. o Empréstimo Compulsório por situação de guerra ou calamidade: o Contribuições Sociais: o CIDE Combustíveis o Impostos reguladores de mercado: Imposto sobre Exportação, Importação, Produtos Industrializados e Operações Financeiras. Contudo, as Contribuições Sociais, Imposto de Produto Industrializados e o CIDE combustível precisam de uma vacância de 90 dias. Essa situação é chamada de Anterioridade Mitigada ou Nonagesimalidade. o Trimestralidade: Além de aguardar a mudança de exercício para a Lei que majorou ou criou tributo, deve respeitar ao mínimo 90 dias para entrar em vigor. Isso se presta para os tributos que são criados ou majorados no final do ano em exercício. Contudo, essa recomendação não se aplica ao Imposto de Renda, para a fixação da base de cálculo do IPTU e IPVA (base de cálculo é o valor pelo qual será aplicada a alíquota), para o Imposto Extraordinário de Guerra, Empréstimo Compulsório por situação de guerra ou calamidade. 20/04/16 São situações onde o contribuinte não paga suas obrigações tributárias por conveniência do poder público Isenção Fiscal ou Tributária a) Conceito: consiste na ausência de constituição de um crédito tributária por uma conveniência da Fazenda Pública, não sendo um crédito qualquer, mas sim um determinado, sendo prescindível o preenchimento de alguns requisitos. A Fazenda Pública deixa de criar uma dívida de certos contribuintes que estão acobertados por determinada situação. Exemplo: isenção de iptu para imóveis com menos de 100 mts² b) É favor fiscal: Não é uma obrigação do Poder Público, mas sim uma faculdade onde o Poder Público resolve beneficiar. c) Exclui o crédito tributário: O crédito tributário não foi constituído e não foi extinto, assim, o ato de isenção é chamado de Exclusão do Crédito Tributário. Crédito tributário é a obrigação de pagamento do contribuinte. d) Pode ou não ser condicionado: A isenção pode ser geral (sem requisito), como também poderá ser condicionada ao preenchimento de determinados requisitos, impostos pela Fazenda Pública. e) Autonomia federada: O ente federado pode isentar a situação que achar melhor, sendo que outro ente não pode interferir nessa esfera. f) Exemplificação: g) Instituição e revogação, anterioridade: É só a lei que cria a isenção, como lei é quem pode extinguir a isenção. Mas ela não pode valer de plano depois de revogada, sendo que se a condição for empregada por tempo, a revogação só atinge os fatos futuros, uma vez que os que foram concretizados antes da revogação terão a isenção até o termino do tempo determinado, pois a isenção se torna direito adquirido do contribuinte. h) Lei de Responsabilidade Fiscal: Para que seja instituída uma isenção, deve haver um estudo de impacto econômico financeiro, em três anos, para apurar qual o impacto que a isenção irá promover nas finanças do ente. Além disso, deve haver previsão de recomposição do que não será arrecadado com a isenção.. Anistia a) Definição: é o perdão de multa tributária, podendo ser parcial ou total. Ela também pode ser livre ou condicionada a algum requisito. b) Exclusão do crédito tributário: Ela também é uma forma de exclusão do crédito tributário porque assim está determinado no CTN (Art. 175 do CTN). c) Abrange só a penalidade, não os juros: Ela não abrange a correção monetária, como também não os juros do tributo. d) Instituição: Somente por Lei e) LRF: como na Isenção, deve haver um prévio estudo sobre o impacto econômico da Anistia, para que não crie um caos no Poder Público, também devendo ser estipuladas formas de recomposição da receita excluída. Remissão a) O que é: é uma hipótese de extinção do crédito tributário. Consiste no perdão de uma dívida tributária já constituída, podendo ser parcial ou não. b) Instituição por lei: c) Condicionada ou não: d) Total ou parcial: e) LRF: como na Isenção, deve haver um prévio estudo sobre o impacto econômico da Remissão, para que não crie um caos no Poder Público, também devendo ser estipuladas formas de recomposição da receita excluída 27/04/2016 Imunidade Tributária (Fiscal) – Art. 150 do CTN Definição (ordem constitucional): “É a proibição contida na Carta Magna de constituir crédito tributário em determinadas situações, caracterizando não ocorrência presumida de fato gerador”. Assim, não é uma imunidade geral que irá abranger todos os tributos, e sim alguns deles, mais comuns os impostos. Razão de existência política: Politica significa administrar o bem público. Não existe um fundamento além de ser uma situação política, pois ao elaborar as imunidades, levou-se apenas a conveniência/escolha do legislador constituinte. Garantia individual (STF): As hipóteses de imunidades tributarias são consideradas como garantias individuais, assim são determinadas como cláusulas pétreas, vedada a diminuição ou supressão. Imunidade intragovernamental: diz respeito a entidades que integram a administração pública, mas não todas, sendo excluídas as empresas públicas e sociedades de economia mista (art. 173). o Entidades federadas: União, Estados e Municípios, Autarquias e Fundações Governamentais. Assim, não se estende somente as Pessoas de Direito Público, uma vez que as Fundações Governamentais podem ser de Direito Privado. o Só imposto sobre patrimônio, rendas ou serviços: Não existe uma imunidade total, e sim somente sobre os impostos, e nem todos os impostos, sendo imunes apenas sobre impostos sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITR etc), rendas (IR, IOF) e serviços (ISS e ICMS) o Alcance total: Enquanto Ente Federado, qualquer bem, renda ou serviços estão imunes. o Autarquias e fundações governamentais: Possui uma imunidade condicionada as atividades institucionais, ou seja, o bem deve ser utilizado para alguma atividade institucional da Entidade. O uso do bem deve estar direcionado a finalidade da Entidade. Ela também não alcança a atividades comerciais, a imunidade não alcança. Contudo, qualquer utilização do bem adquire imunidade, exemplo, alugar. Templode qualquer culto: eles também são imunes a certos tributos. o O que é templo?: a CF não estipulou o que é templo, mas é um local o O que é qualquer culto?: onde é desenvolvida uma atividade religiosa, independente do direcionamento. Maçonaria: não é considerado como um templo, não tem qualquer cunho religioso, e ainda é uma entidade privada e não pública. o Só impostos: todos os impostos relacionados à atividade religiosa. o Bens, rendas e atividades vinculadas à religiosidade o Templo locado: O imóvel locado a terceiro também é imune. Se a igreja alugar o espaço onde está estabelecido o Templo, a jurisprudência entende que o imposto é direcionado ao dono do imóvel, assim, não terá o imóvel imunidade. 29/04/16 Imunidades Livros, jornais, periódicos e seu papel: não incidem os impostos para facilitar a difusão do conhecimento, liberdade de expressão. A informatização fez com que surgisse esses itens na forma digital, estas que são também incidem. o Qualquer conteúdo: não importa o conteúdo o Só papel destinado às obras e periódicos: o Materiais correlatos: materiais relacionados a produção dos livros, jornais e etc também recebem a imunidade (tinta, maquinário, etc.). O prédio onde está estabelecido a editora, bem como seu lucro não estão na imunidade o Jurisprudência diversa: Partidos Políticos, sindicatos dos trabalhadores, entidades educacionais e assistência sem fins lucrativos. o Mesmo caso das Entidades Governamentais, ou seja, imunidade em relação a imposto sobre patrimônio, rendas e serviços vinculados a sua atividade institucional. o Quanto as Entidades Assistências, além dessas imunidades (art. 195 da CF), elas também tem imunidade a cota patronal das contribuições previdenciárias. As Entidades Educacionais também podem ser, ao mesmo tempo, Entidades Assitenciais, desde que tiver registro Mídias musicais de artistas nacionais, exceto sem industrialização: o Pode ser qualquer obra musical, sendo ou não do artista que canta. Essas mídias são imunes a todos os impostos, exceto o IPI de musicas em CDs ou DVDs 04/05/2016 Obrigação Tributária Conceito: Quando se fala em obrigação, tem-se uma ideia de vinculo jurídico. A obrigação tributária tem como origem a Lei, sendo conceituada como um vinculo de origem legal, que impõem deveres dos administrados para com a Fazenda Pública. Obrigação Principal: É o dever de pagamento para a Fazenda Pública, ou de Tributos ou de uma Multa. Obrigação Acessória: é o dever que o contribuinte tem de cumprir determinadas regras que lhe foram impostas pela Fazenda Pública, para facilitar a administração fiscal. Não envolve o pagamento em dinheiro. Exemplos: Emissão de Nota Fiscal, Cadastros com a Fazenda Pública. Elementos da obrigação tributária principal o Sujeito Ativo: é o Fisco/Fazenda Pública, que é o Ente Federado que tem a prerrogativa constitucional de instituir e cobrar o tributo. É possível que um Ente federado institui um tributo, e por meio Lei Ordinária, delegue a outro Ente Federado para que faça a cobrança e fiscalização. Parafiscalidade: a União institui um tributo e delega a cobrança e fiscalização a um Ente da Administração Indireta o Sujeito Passivo: é aquela pessoa física ou jurídica, que por Lei, tem a obrigação de pagar o Tributo e eventual multa, e cumprir outros deveres impostos pela fazenda pública. A obrigação acessória é imposta para aqueles que inclusive possuem imunidade tributária Contribuinte: categoria de Sujeito Passivo, sendo aquele que tem um vinculo direito com o fato gerador. Responsável: É aquele que, apesar de não vinculo direto com o fato gerador, tem a obrigação de recolher o tributo. É uma mera conveniência para o Poder Público. Independe de capacidade: não importa a capacidade do sujeito passivo (Pessoa Física ou Jurídica), ele sempre será devedor de obrigações tributárias. o Fato gerador: a lei determina certas situações, que se ocorrer em concreto, trás ao sujeito passivo a obrigação de recolher o tributo ou a multa ou ainda ao cumprimento de qualquer obrigação acessória. Quando o tributo é criado, ele determina qual será o seu fato gerador. Para ocorrência do fato gerador, independe a situação de ilegalidade do ato. o Base de cálculo: É uma expressão econômica que supõem o valor de mercado de um bem onde irá incidir o imposto. Exemplo: Valor de mercado de um carro, que servirá de base para incidir o cálculo do IPVA. o As taxas são sobre serviços, que em regra é o preço total do serviço, divido proporcionalmente entre todos os contribuintes. o Alíquota: é a parcela/fração da base cálculo que irá ser pago ao fisco. O valor efetivo de um imposto. Nem sempre a alíquota é visível. Domicílio Fiscal: O domicilio fiscal é o endereço físico do contribuinte, onde será o seu centro de negócios. Quando o contribuinte declara local que não é, a Fazenda Pública pode desconsidera o local eleito e estipular como domicilio fiscal real. Regras Contratuais não se aplicam em oposição ao fisco: Quaisquer regras particulares sobre os tributos não podem mudar as obrigações fiscais dos contribuintes. 06/05/2016 Denúncia espontânea: Se em direito tributário, o contribuinte que confessar qualquer situação irregular que provocou, a ele não será imposta uma multa/penalidade. Exemplo: Empresa que muda de endereço sem informar a Prefeitura, mas informa antes de ser descoberto, a ela não será imposta a multa do ato. Tributos propter rem: Existem muitos tributos que estão ligados a um bem móvel ou imóvel (Propriedade). Nesses casos, os tributos se ligam ao bem, que irão junto com a propriedade quando haver qualquer transmissão dela. O Fisco pode cobrar do antigo dono (dos impostos lançados até o momento em que ainda era dono) ou do novo dono (Tudo). o Aquisição judicial (Leilão): quando adquirido ou bem em hasta pública, o bem fica livre de qualquer tributo anterior a sua propriedade. Herdeiro: nas forças da herança Gerente, diretor, sócio por cotas: só se ele praticou um ato irregular com dolo. Sucessão de empresas: O Contribuinte que vende sua empresa para outrem, vendendo junto com as suas dívidas. Se quem vendeu o estabelecimento, mas nos próximos 6 meses abre outra empresa, ele fica solidário as antigas dívidas. A Empresa que surge de Fusão carrega os tributos das antigas empresas. Solidariedade do sujeito passivo: às vezes temos mais de um obrigado por certo tributo, sendo possível a cobrança do tributo (na integralidade) a todos eles. Isso não se aplica quando um solidário possui isenção de caráter pessoal. 11/05/16 Lançamento tributário É a constituição do crédito tributário por meio de procedimento administrativo. “Lançamento é o procedimento administrativo previsto em lei, por meio do qual a Fazenda Púbica constitui o seu crédito tributário após constatar a ocorrência do fato gerador, identificar o sujeito passivo, aferir a base da cálculo e computar o valor do tributo devido e eventuais acréscimos. Obs: o Lançamento deve ser notificado ao sujeito passivo. Os passos que a Fazenda Pública percorre para constituir uma dívida tributária. Esse procedimento está previsto em Lei, tendo CTN como regra geral e Legislação local como diretriz. Procedimento administrativo: são atos praticados em determinada sequencia lógica, sendo utilizado a legislação da época do fato gerador. Constatação da ocorrência do fato gerador: ocorrência em concreto do fato gerador. A lei estipula uma previsão/evento genérica, e quando ocorrendo, surge a possibilidade de lançamento. O primeiro passo é a constatação de ocorrência do fato gerador. Essa constatação irá depender do tributo. Essa ocorrência pode ser pretérita ou até mesmo futura. Pode haver o lançamento de fato gerador futuro, em caso de não ocorrência, haverá o cancelamentoou compensação. Identificação do sujeito passivo: após a ocorrência do fato gerador, a Fazenda deve identificar o sujeito passivo (responsável tributário), ao qual será lançada a divida. Aferição da base de cálculo: determinar qual será a base de cálculo utilizada. Base de cálculo é a expressão econômica do fato gerador. As vezes é a Fazenda Pública é quem fornece os elementos para o cálculo, as vezes é o contribuinte quem informa os elementos. Cálculo do tributo devido e acréscimos: efetivo cálculo do tributo e eventuais acrescimentos (multas, juros e etc...). Lançamento direto ou de ofício: esse lançamento ocorre sem a ajuda do Sujeito Passivo, a Fazenda Pública é quem faz tudo. Exemplo: lançamento do IPVA, onde o contribuinte não precisa informar o valor do veiculo e etc... A Fazenda possui todos os dados para lançar o tributo. o Inicial: a cobrança original do tributo, a primeira cobrança. o Revisão: revisão de lançamento anterior, correção. O lançamento por declaração ou misto: Neste tipo, o sujeito passivo pratica alguns atos e a Fazenda Pública outros atos. Em regra, o sujeito passivo anuncia o fato gerador, e a Fazenda Pública faz a contabilização do tributo. Exemplo: ingresso no país com mercadoria estrangeira. O lançamento por homologação ou autolançamento: é o contribuinte quem fornece todos os dados para o lançamento do tributo, inclusive o seu pagamento, a Fazenda Pública somente fiscaliza. Se houver algum equívoco, a Fazenda Pública pode, num período de 5 anos, rever o lançamento e lançar a diferença ou pedir o seu pagamento. 13/05/2016 Crédito Tributário: além dos tributos, ele alcança a atualização, penalidades e juros. Por analogia, essas regras também se aplicam a qualquer outro crédito que não seja de origem tributária (receitas não tributárias). Exemplo: multa de transito, ambiental, multa da prefeitura, etc... Suspensão, extinção e exclusão: Suspensão o crédito tributário existe e é valido, mas a Adm. Pública não pode realizar a cobrança por um determinado período, caso ele não seja futuramente extinto. Extinção: o crédito deixa de existir por alguns motivos. Exclusão: nessa, o crédito tributário existe, mas por uma questão de politica fiscal (escolha de prioridade), ele não será cobrado e ele deixará de existir. Numerus clausus do CTN: só o Código Tributário é quem pode determinar essas situações, sob pena de responsabilidade do agente público (art. 141 do CTN). Responsabilidade pessoal: o próprio agente público é responsabilizado por qualquer fuga a lei, contrário a Responsabilidade Subsidiária do Dto. Administrativo. Suspensão – Quando o crédito existe, mas ainda não pode ser objeto de cobrança, ou qualquer outra medida restritiva. o Depósito: pode ser administrativo ou judicial, sempre na integralidade da dívida. O Depósito permite a oposição de Embargos à Execução Fiscal. o Recurso Administrativo: Quando o sujeito passivo apresenta defesa ou recuso tempestivamente. Mesmo que intempestivo, a Fazenda Pública deve receber uma defesa/recurso administrativo, sob o principio da autotutela, mas não tendo efeito suspensivo. o Tutela provisória (judicial): qualquer decisão judicial com caráter liminar, até a decisão final transitada em julgado. o Parcelamento e moratória: Parcelamento é a divisão da divida, mas que a quantidade de parcelas deve estar prevista em lei. Moratória é a modificação do vencimento de uma dívida ou estipulação de uma nova. o Gera direito a certidão positiva com efeito negativo: essa certidão certifica apenas que o contribuinte tem uma dívida suspensa, que serve para autorizar alguns atos administrativos (licitação, atos comerciais e etc...). Ela é possível em três situações: quando não houver tributos vencidos, quando o crédito tributário está suspenso e quando o crédito tributário não está suspenso, mas a Execução Fiscal estiver garantida, seja por depósito ou bem patrimonial. o Caso de suspensão que não está previsto em Lei: Sentença em mandado de segurança que discute a legalidade do crédito tributário, que não tem efeito suspensivo. Outro caso é efeito suspensivo em sede de Embargos à Execução Fiscal. Extinção do crédito tributário: os casos estão previstos no artigo 156 do CTN o Pagamento: o pagamento é a forma primordial de extinção do crédito tributário. Consiste na entrega de dinheiro ou equivalente para quitar uma obrigação. No caso de pagamento em cheque, a extinção acontece somente após a compensação do cheque. o Compensação: quando houver dívidas recíprocas. Pode até elaborado pela Fazenda Pública. Muito elaborada quando o contribuinte possuir precatório. Só será permitida a compensação quando houver lei local que permita (Art. 176 do CTN). o Decisão judicial transitada em julgado: a única decisão que pode extinguir um crédito é a transitada em julgado, desde que procedente ao contribuinte. o Conversão de depósito em renda: é a conversão do depósito que garantia o juízo, em favor do erário. A Fazenda Pública levanta esse depósito judicial e realiza o pagamento do crédito tributário. Não pode ser considerado como pagamento. 20/05/16 Extinção do Crédito Tributário Dação em pagamento: é a entrega de um bem móvel/imóvel em troco da dívida. Essa possibilidade deve ser utilizada desde que este prevista em Lei local. Sem essa lei genérica, a Fazenda Pública deve fazer uma lei específica para a situação. É uma decisão administrativa sobre um ato voluntário do contribuinte, não envolvendo a esfera judicial. o Pode, via judicial, a Fazenda Pública pode pedir a adjudicação do bem pelo valor da avaliação em judicial. Decisão administrativa: Quando a própria Fazenda Pública cancela o crédito fazendário, uma vez que houve qualquer irregularidade no lançamento do tributo. Cada entidade possui um processo administrativo próprio. Decisão judicial com trânsito em julgado: não importa qual o tipo de ação, se ela for procedente ao contribuinte, e ainda transitar em julgado, essa decisão tem o condão de cancelar e extinguir o crédito tributário. Decadência: Excessiva demora em fazer o lançamento do tributo pode ensejar a Decadência, ou seja, a perca do prazo para fazer o lançamento constituía a decadência. Em regra, ocorre a decadência num prazo de 5 anos, estando prevista nos artigos 173 e 150 §4º do CTN. o Esse prazo de 5 anos depende da espécie de lançamento do tributo: Por homologação: a partir do momento em que o contribuinte fez o recolhimento inferior ao correto (lançamento parcial), o prazo para lançar através de um ato de infração é de 5 anos, contados da data em que houve o recolhimento errado. Outros tipos de lançamento (inclusive quando o lançamento for por homologação, mas que o contribuinte não recolheu o tributo). Aqui a decadência começa a operar em 1º de janeiro do ano seguinte a data do fato gerador. Prescrição: é a excessiva demora para o ajuizamento do crédito tributário já lançado, ou seja, a prescrição é a perca do direito de ajuizar a ação de cobrança. A regra geral é de 5 anos (art. 174 do CTN). O termo inicial é dia seguinte ao vencimento sem pagamento da dívida. o Até o dia do vencimento, pode ser oferecida uma defesa administrativa, está que suspende o vencimento do crédito tributário. Aqui, a prescrição começa a correr após o transito em julgado do procedimento administrativo. o A inscrição do crédito na dívida ativa pode ocorrer dentro do prazo da prescrição. A inscrição suspende por seis meses o prazo de prescrição, ou seja, no total, a prescrição nesse caso é alterada para 5 anos e 6 meses. o Prescrição intercorrente: quando a Execução Fiscal ficar por mais de 5 anos parada. É a reconhecida no curso de uma ação judicial. Podem ser cumulados os espaços de suspenção. o Quando a demora for por culpa do cartório,a FESP deve fazer um recurso esclarecendo essa situação ao tribunal. 25/05/16 Garantias e Privilégios do Crédito Tributário Quando se fala em crédito tributário, se fala tanto no tributo, juros e atualização, como também a multa. Engloba os federais Crédito tributário prefere a qualquer outro, exceto as verbas trabalhistas e verbas do acidente de trabalho: Quer dizer que em uma ordem de pagamento, os tributos têm uma preferencia para o seu pagamento. Isso possibilita que se o contribuinte devedor, que é sujeito passivo numa execução fiscal, ele possui um valor a receber de outra ação, pode, o Poder Público intervir neste processo para receber o crédito tributário. Na falência: na falência, os tributos (principal) ficam em terceiro lugar, atrás das dívidas trabalhistas e também dos créditos com garantia real (hipoteca e penhor). o 3º lugar – tributos o Penúltimo – multa: antes a multa tributária não tinha previsão na falência, mas uma nova disposição, ela adquiriu o penúltimo lugar. o Extraconcursais: são os custos que se destinaram a manter a massa falida, sendo esses os primeiros devem ser pagos, antes mesmos de ingressar nos créditos preferenciais. Os créditos tributários que tiveram fato gerador antes da decretação da falência, será adicionado a lista de preferencia, mas se o fato gerador ocorrer após a decretação de falência, eles serão considerados como créditos extraconcursais, devendo ser pegos pontualmente. Cobrança judicial: é a chamada penhora no rosto dos autos, não sendo necessário que o Poder Público se habilite no processo judicial onde o contribuinte tem uma quantia a receber. Esse processo judicial pode ser de qualquer natureza. Inventário e falência: o formal de partilha e o encerramento da falência só ocorrerá se os créditos tributários estivem satisfeitos. Administração Tributária: o principal setor do administração pública e o setor tributário, que possui a função de tributação, arrecadação e funções correlatas. E CTN estabelece uma série de regras: Sigilo: o CTN fala que deve haver sigilo do estado de negócios do sujeito passivo, e para evitar discordância, a Fazenda Pública, Receita Tributária e Delegacia Tributária pregam o sigilo absoluto, mas que o judiciário relativizou um pouco: não haverá sigilo se o crédito tributário foi inscrito, esse sigilo não se aplica. Dívida Ativa: dentro do Direito Tributário existe uma formalidade para que um dívida tributária seja objeto de uma Execução Fiscal, que é a inscrição do débito na dívida ativa. Isso quer dizer que as dívidas não inscritas só podem ser executadas se lançadas como na Dívida Ativa. o Requisição de informações: A Fazenda Pública ela pode requisitar informações de terceiros sobre bens e negócios. Exemplo: Fazenda do Estado quer saber se o contribuinte tem imóvel, pode requisitar ao cartórios de registro de imóveis, bancos, imobiliárias. É vedada a requisição de informações ao sigilo bancário. Certidão negativa: é a certidão que demonstra que o contribuinte não possui créditos tributários. Ela possui uma presunção relativa que espelha somente o momento que ela foi elaborada, uma vez que não demonstra eventual tributo que está em processo do lançamento. o Se o funcionário público elaborar uma certidão falsa, ele fica corresponsável pelo pela dívida existente. o Certidão positiva com efeito negativo: dada no caso em que há um lançamento não vencido ou quando o crédito tributário estiver com sua exigibilidade suspensa (artigo 151 do CTN). Outra situação em que houver a execução fiscal com bem penhorado que garanta totalmente o crédito da fazenda. o O CTN estipula que a certidão pode deixar de ser exigida se houver a impossibilidade de elaborala, e a sua falta importa em perecimento do direito. Mas em algum momento deverá ser apresentada a certidão o Mesmo com uma certidão positiva, pode a Empresa participar de uma licitação, desde que, se escolhida, pague o tributo ou pelo menos o parcele. Consolidação (artigo 212): todo ano, a Fazenda Pública deve editar um consolidação das normas relacionadas a cada um dos tributos.
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