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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI- UFVJM INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – ICT BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA 20141020061 – Caroline Coelho de Macêdo 20142020015 – Larissa Magalhães de Almeida Melo 20142020079 – Filipe Bruzinga Brant 20142020084 – Igor de Castro Martins 20142020138 – Túlio de Melo Santana 20142020139 – Vitor Justus Leal 20142020143 – Mayara Araújo Ferreira 20152020018 – Marcos Silva Cunha 20162020106 – Marcos Vinicius Barbosa de Oliveira Sa 2012202019 - Vinicius Vasconcelos da Silva ENSAIO DE TRAÇÃO Trabalho apresentado à disciplina de Resistência dos Materiais, Turma B – Grupo 1, ministrada pela Profa. Mariana Vasconcellos. 10 de agosto de 2017 Diamantina – MG 1. Introdução Por meio de ensaios é que verificamos se um material apresenta ou não as propriedades que o tornará adequado para uso. Os ensaios mecânicos dos materiais são procedimentos padronizados que compreendem testes, cálculos, gráficos e consultas a tabelas, tudo isso de acordo com normas técnicas. Realizar um ensaio consiste em submeter um corpo de prova do material que vai ser processado industrialmente a situações que simulam os esforços que eles vão sofrer nas condições reais de uso, chegando a limites extremos de solicitação. Podem ser feitos ensaios de tração, compressão, flexão, cisalhamento, embutimento metalográfico dobramento etc. [1] O ensaio realizado foi o de tração, que é considerado de fácil execução e reprodução. O mesmo consiste em aplicar uma força uniaxial no material, tendendo-o a alongá-lo até o momento de sua fratura. E permite obter o limite de resistência tração (u), limite de escoamento (e), módulo de elasticidade (ε), módulo de resistência , módulo de tenacidade (Ut), ductilidade, coeficiente de encruamento (n) e coeficiente de resistência (k). [3] Máquinas utilizadas no ensaio de tração: 2. Objetivo O ensaio de tração tem como objetivo a observação, caracterização e documentação do comportamento mecânico de um determinado material quando submetido à força de tração. Esse estudo permite a construção de curvas tensão x deformação de engenharia e determinação dos valores de módulo de elasticidade (E), limite de escoamento (σe), limite de resistência à tração (σr), deformação convencional (ε) após a fratura e redução de área ou estricção (Ra) dos materiais ensaiados. 3. Materiais Equipamento – WDW 100EB (capacidade 100kN) Dados do corpo de prova em Anexo 01. 4. Procedimento Identificou-se o material do corpo de prova, fizeram-se as medições iniciais do mesmo, utilizando um paquímetro, e anotaram-se os dados. Colocou-se adequadamente o corpo de prova preso às garras de fixação, ajustando manualmente a altura da barra tracionada, de modo que as garras estivessem alinhadas e que não houvesse nenhuma força atuando na célula de descarga. Definiu-se no software o método no qual foi realizado o ensaio (tração), as dimensões do corpo de prova, velocidade do ensaio e de retorno, os limites de operação do equipamento, a forma de apresentação dos resultados, entre outros. O corpo de prova foi então submetido a um esforço que provocou um alongamento ou estiramento do mesmo, causado pela aplicação de uma carga gradativa. Com a ruptura do material finalizou-se o ensaio, e então, se observou o gráfico, de tensão por deformação, gerado pelo software conforme os valores obtidos do corpo de prova. 5. Resultado e discussão Dados Coletados: Rotina de ensaio: Tração – Retangular – Sem extensometro Formato do Material: Plates Tempo de ensaio: 558.5 s Deslocamento da célula: 46.5616 mm Anexo 02 Gráfico: Força X Alongamento a partir dos dados experimentais Gráfico: Tensão X Deformação a partir dos dados experimentais. (anexo 03) Compare o gráfico Tensão x Deformação de engenharia e real. A tensão de engenharia e definida como: A deformação de engenharia é, portanto uma grandeza adimensional e representa um valor médio específico da deformação tomado sobre a extensão do segmento observado. O valor da tensão de engenharia é prático, porém não é preciso, pois o corpo muda de seção transversal ao ser tracionado. A fórmula da tensão utiliza a área inicial para o cálculo. A deformação real ou verdadeira é definida como: Se o valor da tensão e tomado constante, sobre uma determinada seção transversal, isto é uniformemente distribuída sobre a área da seção, tem-se: A relação entre a tensão de engenharia e a tensão verdadeira e dada por: Logo, podemos dizer que quando analisamos um gráfico de tensão de engenharia, pensamos em um corpo de prova ( ou um corpo qualquer) que não se leva em consideração a variação de sua seção transversal, já no gráfico de tensão real ou tensão verdadeira leva-se em consideração a variação da seção transversal. Escolha quatro pontos da região linear elástica e calcule o módulo de elasticidade para cada ponto. Calcule a média e compare com um material similar tabelado. O módulo de elasticidade é obtido por meio da fórmula 𝜎 = 𝐸 ∗ 𝜖, tal que E = σ ϵ . Utilizando quatro pontos da região elástica para efetuar o calculo, temos E1 = 34,53𝑥106 0,001703 = 20,27598 GPa E2 = 69,05𝑥106 0,003406 = 20,27598 GPa E3 = 120𝑥106 0,0042 = 28,57142 GPa E4 = 207,16𝑥106 0,005677 = 36,491104 GPa A média dos módulos de elasticidade para estes pontos é dada por Emed = 𝐸1+𝐸2+𝐸3+𝐸4 4 = 105,614 4 , tal que Emed = 26,4036 GPa. Como a máquina utilizada durante o experimento encontrava-se descalibrada, não foi possível obter o valor apropriado para o módulo de elasticidade, sendo que o módulo de elasticidade padrão para uma liga de aço A-36 é de 200 GPa. Como pode-se observar, o valor médio obtido por meio do cálculo foi de uma grandeza menor. A partir dos dados experimentais, assinale qual é a região elástica e plástica. Calcule qual foi a deformação elástica máxima e o alongamento elástico. A região assinalada no gráfico ‘Tensão x Deformação’ pela cor vermelha é a região elástica do material, e a região em azul é a região plástica do material. De acordo com os dados coletados, o comprimento inicial da amostra era Li = 246 mm e o comprimento final Lf = 291 mm. Assim, a deformação elástica máxima é dada por 𝜖 = 291−246 246 = 0,18292 mm/mm. O alongamento elástico da amostra é dado por ΔL = 291-246 = 45 mm. Defina a carga de escoamento e limite de escoamento. O limite de escoamento representa a tensão na qual ocorre o fenômeno de escoamento no material. Este pode ser obtido pela expressão a seguir. σe=Pe/A0 Na expressão anterior, σe representa o limite de escoamento, Pe representa a carga de escoamento e A0 representa a área inicial da seção transversal do corpo de prova. A partir dos dados, aproximados, do gráfico obtido pelo ensaio de tração, é possível obter o valor para Pe, e como A0 é um valor conhecido, 40,92 mm 2 , torna-se fácil realizar o cálculo do limite de escoamento. Logo, para uma carga de escoamento, Pe, de aproximadamente 8500 N, temos que: σe=8500 N/40,92 mm 2 σe=207,72 N/ mm 2 Defina a carga máxima e limite de resistência. O limite de resistência é utilizado para especificar os materiais, da mesma forma que a análise química identifica os materiais. O limite de resistência à tração do materialensaiado é calculado pela carga máxima atingida no ensaio e corresponde à tensão máxima. O cálculo pode ser feito dividindo-se a força máxima pela área inicial da secção transversal do corpo de prova, como na equação a seguir. σt=Pm/A0 Na expressão anterior, σt representa o limite de resistência, Pm a carga máxima atingida no ensaio e A0 a área inicial da seção transversal do corpo de prova. Novamente, por meio dos dados aproximados obtidos do gráfico do ensaio de tração, torna-se fácil realizar o cálculo do limite de resistência. Com uma carga máxima atingida de aproximadamente 12200 N, temos que: σt=12200 N/40,92 mm 2 σt=298,14 N/ mm 2 . Defina carga de ruptura e limite de ruptura. É o ponto de resistência máxima de um objeto quando submetida a esforço de tração. É a medida da carga aplicada no momento da ruptura. A escolha de um objeto pode ser feita pela determinação de sua carga de ruptura, o que lhe confere mais ou menos resistência a carga de trabalho, esta sim se refere a segurança do seu uso. Sabemos que tensão é força pela área a carga de ruptura será a força realizada no momento da ruptura assim temos F=A x σ. F=2,9 x (10^8) x 12,18 x (10^-6) F=3166,8 N Defina tensão real de ruptura. Tensão real pode ser calculada através da razão entre a força e a área do material em certo tempo, para fins de precisão conhecemos a área inicial e a final, assim utilizaremos a força final e a área final para efetuar o calculo : σ =F/A σ = 3166,8 / 12,18 x (10^-6) σ =260 MPa. Defina o alongamento percentual. Em ensaios de tração temos que o alongamento percentual de uma peça é obtido através da equação abaixo: %𝐴𝐿 = (𝐿𝑓 − 𝐿𝑖) 𝐿𝑖 × 100 Onde: Lf → Comprimento final Li → Comprimento inicial Assim, através dos dados obtidos no ensaio (Lf = 291 mm, Li = 246 mm) temos: %𝐴𝐿 = (291 − 246) 246 × 100 %𝐴𝐿 = 45 246 × 100 %𝐴𝐿 = 18,293% Assim o corpo de prova alongou-se aproximadamente 18,3% até a ruptura. Faça um esboço mostrando o aspecto da amostra tracionada após a ruptura. (Anexo 04) O que ocorreu após a máxima força até a ruptura do corpo de prova? O fenômeno de estricção, onde a área transversal diminui, fazendo com que, a carga necessária para continuar a deformação também diminua, fazendo com que a tensão convencional também diminua, produzindo uma queda na curva do gráfico de Tensão x Deformação após o ponto de carga máxima, até chegar ao ponto de ruptura. Qual a espessura final do corpo de prova após a ruptura? A menor espessura observada no corpo de prova após a ruptura foi de: 1,4mm. Se o coeficiente de poisson for igual a 0,4 qual seria a deformação na espessura (mm/mm) no limite da região elástica linear? Analisando o gráfico de tensão x deformação, temos que no limite de região elástica linear, temos uma tensão de 2,1 MPa e uma deformação longitudinal de 0,006(mm/mm), e aplicando na fórmula do coeficiente de Poisson temos : v = -( 𝜖 𝑙𝑎𝑡 𝜖 𝑙𝑜𝑛𝑔 ) 𝜖 𝑙𝑎𝑡 = −(𝜖 𝑙𝑜𝑛𝑔 ∗ 𝑉) 𝜖 𝑙𝑎𝑡 = −(0,006 ∗ 0,4) 𝜖 𝑙𝑎𝑡 = −0,0024( 𝑚𝑚 𝑚𝑚 ) , o sinal negativo indica que a espessura diminuiu. 6. Conclusão Por meio do ensaio de tração realizado no corpo de prova, foi possível identificar e conhecer as propriedades mecânicas deste material. O ensaio obteve sucesso em demonstrar de forma objetiva e didática a ruptura de um material quando submetido a uma força de tração. No entanto, foram identificadas possíveis fontes de erros nos dados em virtude da falta de calibração do equipamento, o resultado obtido não condiz com o esperado. Além disso, o ensaio de tração permitiu conhecer o comportamento do material, através de um corpo de prova, durante o ensaio prático, e também foi possível a aplicação de equações para realizar os cálculos das propriedades mecânicas. Apesar da discrepância apresentada entre os valores experimentais dessas propriedades com os valores teóricos. A aula prática foi de grande importância, visto que, a partir da metodologia utilizada no ensaio de tração, conseguiu-se obter um melhor entendimento no que diz respeito a ensaios de tração e análise do comportamento do material por meios de gráficos, conseguindo-se assim, identificar as propriedades mecânicas do aço A-36. Por conseguinte, a diferença nos resultados indica a importância da calibração e manutenção de equipamentos mecânicos, bem como, a importância da utilização das normas e atentar-se aos detalhes práticos. Referências [1] Ensaio de tração. Disponível em : <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/217019/mod_resource/content/1/Ensaio%20d e%20Tra%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Ultimo acesso: 08 de agosto de 2017. [2] CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia Mecânica – Estrutura e Propriedades Processos de Fabricação, vol 1, Ed McGraw-Hill do Brasil,1° edição (1979), São Paulo; [3] HIBBELER, R.C. Resistência dos Materiais, 3.º Ed., Editora Livros Técnicos e Científicos, 2000; [4] BEER, F.P. e JOHNSTON, E.R.. Resistência dos Materiais, 4.º Ed., Makron Books; [5] JR, William D. Callister. Ciências e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. Ed. LTC, 5 ed. [6] Notas de aula.
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