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28/02/2013 1 INCONTINÊNCIA URINÁRIA TRATO URINÁRIO Trato urinário superior: rins ureteres Trato urinário inferior: bexiga uretra assoalho pélvico* próstata* * não faz parte do sistema urinário, mas participa da continência urinária BEXIGA é um órgão muscular oco, formado por 3 camadas: camada externa (serosa) camada média: constituída de um músculo liso denominado detrusor camada interna (mucosa) Funções: contenção e armazenamento de urina: continência (relaxamento) esvaziamento: micção (contração) URETRA é um tubo muscular, forrado por membrana mucosa; nas mulheres a uretra é curta, aproximadamente 3 a 4 cm, e está localizada entre o clitóris e a vagina esfíncter interno da uretra: musculatura lisa da bexiga esfíncter externo: musculatura estriada esquelética URETRA nos homens a uretra possui cerca de 18 a 20 cm, e se prolonga do colo vesical até a glande do pênis. Divide-se em 3 partes: prostática bulbar (membranosa) peniana (cavernosa) PRÓSTATA estrutura glandular, localizada imediatamente inferior à bexiga pesa cerca de 20 g e é sustentada pelo diafragma urogenital 28/02/2013 2 ASSOALHO PÉLVICO é a região anatômica de forma losangular delimitada anteriormente pela borda inferior da sínfise púbica, lateralmente pelas tuberosidades isquiáticas e posteriormente pelo cóccix ASSOALHO PÉLVICO inclui músculos esqueléticos sob controle voluntário, que respondem às mesmas técnicas de treinamento dos outros músculos esqueléticos do corpo. As fibras musculares componentes do assoalho pélvico são 70% de fibras de contração lenta (tipo I) e 30% são fibras de contração rápida (tipo II). ASSOALHO PÉLVICO Possui 5 camadas de fáscia e músculos, tendo funções de sustentação: manutenção das vísceras pélvicas em suas posições (principalmente fibras tipo I) esfincteriana (principalmente fibras tipo II) sexual ISC ILC PPD PR PV PC A) peritônio parietal (forra as paredes abdominal e pélvica); B) diafragma pélvico: - m isquicoccígeo (ISC) - m levantador do ânus: - m pubococcígeo (PC): m pubococcígeo propria// dito (PPD), m puborretal (PR) e m pubovaginal (PV) - m iliococcígeo(ILP) Assoalho Pélvico DIAFRAGMA PÉLVICO ISC ILC PC PERÍNEO Espaço corporal localizado abaixo do diafragma pélvico, cuja musculatura não é visível. Com os membros inferiores abduzidos, visualiza-se como uma área em forma de losango – região ou trígono urogenital e região ou trígono anal 28/02/2013 3 TRÍGONO UROGENITAL m bulbocavernoso, m ísquiocavernoso e m transverso superficial do períneo resistência ao assoalho pélvico ponto de apoio núcleo fibroso (tendão central) TRÍGONO ANAL NEUROFISIOLOGIA DA MICÇÃO Fases da micção: armazenamento esvaziamento ARMAZENAMENTO bexiga consegue acumular quantidades crescentes de urina em seu interior sem variações significativas de pressão (acomodação vesical ou complacência vesical) m detrusor em repouso (relaxado) esfíncter urinário contraído mm do assoalho pélvico contraídos • uma vez que a bexiga atinja uma capacidade próxima da máxima, os receptores do interior do músculo detrusor emitem sinais aos centros corticais do cérebro para se iniciar a fase de esvaziamento ESVAZIAMENTO contração do detrusor + relaxamento esfíncter externo e dos mm do assoalho pélvico a bexiga libera seu conteúdo sob controle voluntário dependendo diretamente de uma atividade coordenada da uretra e do músculo NÍVEIS DE CONTROLE DA MICÇÃO Córtex cerebral – controle voluntário da micção Substância reticular do mesencéfalo – coordena os estímulos aferentes e eferentes trato urinário durante o enchimento vesical Núcleos da base – esvaziamento vesical Sistema límbico – situações de estresse Cerebelo – coordenação muscular Medula sacral – arco reflexo entre músculo detrusor e sistema esficteriano uretral (controle medular – S2 e S4, alojado nos corpos vertebrais T12 e L1) 28/02/2013 4 CIRCUITOS NEUROLÓGICOS DA MICÇÃO o sistema nervoso autônomo tem importante papel no controle da micção parede da bexiga: densa inervação simpática e parassimpática, ambas atuantes sobre o músculo detrusor CIRCUITOS NEUROLÓGICOS DA MICÇÃO o fenômeno de enchimento gradativo da bexiga é mediado pelo sistema simpático; o enchimento vai estirando a parede, e termina por ativar os mecanorreceptores ; arco reflexo envolve o nervo vago e seus núcleos no tronco encefálico; retornam pelo mesmo nervo vago comandos que resultam na contração da musculatura da bexiga e no relaxamento do esfíncter interno (fenômeno mediado pelo sistema parassimpático) CIRCUITOS NEUROLÓGICOS DA MICÇÃO a micção fica contida apenas pela contração do esfíncter externo, constituído de fibras musculares estriadas sob o comando voluntário exercido por neurônios da ponte (núcleo de Barrington) e motoneurônios da medula sacra ; o núcleo de Barrington recebe informação sensorial sobre o enchimento da bexiga, bem como comandos do prosencéfalo relativo às condições socialmente adequadas para o relaxamento do esfíncter externo. CIRCUITOS NEUROLÓGICOS DA MICÇÃO o controle da micção é feito pela ação da medula espinhal, da ponte e do córtex INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA Até 1998 – sintoma Após 1998 – passou a ser classificada como DOENÇA. 28/02/2013 5 CONTINÊNCIA é a capacidade normal de uma pessoa acumular urina e fezes, com controle consciente sobre o tempo e lugar para urinar ou defecar a capacidade média da bexiga está entre 350 a 500 ml CONTINÊNCIA A continência urinária depende de alguns fatores: a bexiga e a uretra devem ser estruturalmente normais e sadias (uma infecção pode afetar o funcionamento) o suprimento nervoso à bexiga, uretra, esfíncteres e períneo deve estar intacto o tamanho da bexiga - e, portanto sua capacidade - deve ser normal os músculos do assoalho pélvico devem ter tônus e trofismo adequados Pressão uretral > Pressão vesical Repouso e Esforço INCONTINÊNCIA URINÁRIA (IU) perda involuntária de urina, podendo causar problemas sociais e de higiene. (Sociedade Internacional de Continência - S.I.C.) pode ser causada por doenças do trato urinário, do sistema nervoso e também por uma gama de fatores externos Pressão vesical > Pressão uretral TIPOS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA IU de esforço ou de estresse IU de urgência ou urge-incontinência IU mista INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO (ESTRESSE) vazamento de uma pequena quantidade de urina durante os períodos com elevação da pressão intra-abdominal, como tossir, rir, espirrar e levantar objetos o fator determinante da IU de esforço é a alteração do gradiente de pressão entre a bexiga e a uretra; essa mudança ocorre por falha no mecanismo esfincteriano intrínseco ou extrínseco da uretra assim, pode ser decorrente de hipermobilidade do colo vesical e/ou insuficiência esfincteriana externa é o tipo mais comum de IU. INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO (ESTRESSE) 28/02/2013 6 IU DE URGÊNCIA OU URGE-INCONTINÊNCIA) vazamento de urina associado a uma grande necessidade de urinar, sendo acompanhado de contrações inadequadasdo detrusor (instabilidade do detrusor) IU MISTA combinação dos sintomas da IU de estresse e de urgência IU – FATORES PREDISPONENTES Parto vaginal - por trauma neuromuscular ao assoalho pélvico e/ou descolamento da fáscia pubocervical, por estiramento ou compressão mecânica dos nervos pélvicos - lesões causadas mais frequentemente durante a segunda fase do trabalho de parto Obesidade A obesidade piora a condição de incontinência por aumentar a pressão sobre o assoalho pélvico IU – FATORES PREDISPONENTES Deficiência estrogênica - o trato urinário inferior é rico em receptores de estrogênio, que levam a um aumento do fluxo sanguíneo do plexo artério-venoso, melhorando assim a coaptação da mucosa uretral e aumentando sua pressão, promovendo a continência - a deficiência de estrogênio pode ser um fator que contribui para a incontinência urinária em mulheres na menopausa, intensificada pela diminuição das fibras de e musculares. - Menopausa - ↑ IU IU – FATORES PREDISPONENTES Tabagismo O tabagismo pode agravar a incontinência por vários fatores: danos às sustentações uretrais e vaginais pela tosse crônica; alterações na síntese e na qualidade de colágeno; contrações do detrusor induzidas pela nicotina do cigarro; efeitos anti-estrogênicos que diminuem a atividade dos receptores adrenérgicos no esfíncter uretral interno BEXIGA NEUROGÊNICA alterações vesicais decorrentes de neuropatia hiperatividade detrusora (bexiga neurogênica reflexa e bexiga neurogênica não inibida) hipoatividade detrusora e/ou arreflexia detrusora (bexiga neurogênica autônoma; paralítico sensitivo; paralitico motora) lesões supra-pontinas do SNC: AVE, Parkinson, TCE, PC lesões infra-pontinas do SNC: TRM, hérnia de disco, mielomeningocele lesões do SNP: esclerose múltipla, neuropatia diabética. 28/02/2013 7 HIPERTROFIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB) aumento benigno do tamanho da próstata, que atinge homens na 5ª ou 6ª década de vida. O diagnóstico é feito pela história clínica, exame digital da próstata, dosagem sérica de PSA (antígeno prostático específico) e exame de urina. HIPERTROFIA PROSTÁTICA BENIGNA - SINTOMAS Vontade frequente de urinar, especialmente à noite Urgência de urinar Dificuldade para começar a urinar Dor ou queimação durante a micção Sensação de que a bexiga nunca se esvazia por completo Gotejo ou vazamento de urina Fluxo de urina fraco CÂNCER DE PRÓSTATA O tratamento mais utilizado é a prostatectomia radical. O esfíncter urinário proximal é quase que integralmente ressecado, bem como as porções proximais do esfíncter urinário distal. A incisão mais comum é feita abaixo do umbigo até acima do osso púbico. Também pode ser feita uma incisão curva, entre o ânus e a base do escroto CÂNCER DE PRÓSTATA É colocada uma sonda uretral, que permanece por cerca de 7 dias. Contrações involuntárias ou complacência diminuída podem gerar pressões intravesicais que excedam os mecanismos esfincterianos existentes e determinar incontinência. INCONTINÊNCIA URINÁRIA - DIAGNÓSTICO Anamnese Inspeção Diário miccional Pad-test Estudo urodinâmico Avaliação funcional do assoalho pélvico (AFA) ANAMNESE Dados gerais da saúde do indivíduo Hábitos alimentares, miccionais, fecais, sexuais.... Relato de algias pélvica ou perineais durante, antes ou depois da micção, defecação ou relação sexual. Histórico de cirurgias, gestação, parto... Dados de exames específicos Avaliação do Assoalho Pélvico Avaliação postural, com ênfase no equilíbrio pélvico Modelo de avaliação fisioterapêutica. (anexo) 28/02/2013 8 INSPEÇÃO Observar trofismo e sinergismo da musculatura perineal. Coloração da pele, presença de cicatrizes ou ferida, eritema, distopia genital, secreções... DIÁRIO MICCIONAL consiste na anotação pela paciente de suas micções, sintomas e situações de perda urinária; pode ajudar muito na avaliação da intensidade e da frequência objetiva desses sintomas deve ser realizado por no mínimo 3 dias - Valores de normalidade: - Débito de urina (24h – 1.500 a 2.500 ml) - Eliminado – 250 ml - Capacidade funcional – 400 a 600 ml e 7 a 8 micções por dia DIÁRIO FUNCIONAL DE MICÇÃO E EVACUAÇÃO Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Fisioterapia do Assoalho Pélvico 1º Dia 2º Dia 3º Dia Nome: Data: Bebeu líquido Xixi no banheiro Perdeu xixi Urgência Cocô PAD-TEST Colocação de protetor (absorvente) na paciente, com seu peso previamente aferido. A seguir, solicita-se que a paciente realize algumas manobras de esforço. Após a realização retira-se o protetor e seu peso é registrado. permite uma medida quantitativa da perda urinária é um teste que necessita de balança de alta precisão e de alto custo, mas é útil na classificação da incontinência urinária PAD-TEST - Informações do Teste: - Duração de 1h - Coloca-se o protetor e em seguida ingestão de 5ooml de água (15 min) - Primeiros 30 min: paciente anda, sobe e desce escadas - O tempo restante: senta e levanta 10 vezes; tosse forte 10 vezes; corre no mesmo lugar – 1 minuto, agacha para pegar objetos pequenos 5 vezes e lava as mãos em água corrente – 1 minuto PAD-TEST - RESULTADO < 2 g: ausência de IU 2 a 10 g: IU moderada 10 a 50 g: IU grave > 50 g: IU severa 28/02/2013 9 ESTUDO URODINÂMICO É um exame que estuda a função da bexiga e/ou uretra, realizado através de cateterismo com auxílio de sondas Fluxometria Cistometria ESTUDO URODINÂMICO - FLUXOMETRIA Consiste na medida do fluxo urinário expelido pela uretra por unidade de tempo (ml/s). É realizada com a paciente confortável, cuja bexiga não esteja muito repleta, utilizando fluxômetro com transdutores de fluxo do tipo balança. Não invasiva. ESTUDO URODINÂMICO - CISTOMETRIA Consiste na avaliação da pressão vesical durante a fase de enchimento da bexiga. É realizada através da introdução de um cateter uretral. 1o desejo miccional (150 a 250 ml) atividade do detrusor capacidade cistométrica máxima (400 a 600 ml) sensibilidade vesical AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO ASSOALHO PÉLVICO (AFA) é realizado através do toque bi-digital, que avalia o tônus da musculatura perineal através da palpação das paredes vaginais, capacidade de realizar contração voluntária (introduzindo-se os dedos indicador e dedo médio devidamente calçados de luva, dentro do canal vaginal, solicita-se à paciente para " prender" os dedos na vagina) AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO ASSOALHO PÉLVICO (AFA) AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO ASSOALHO PÉLVICO (AFA) 28/02/2013 10 TRATAMENTO FISIOTERÁPICO Objetivos do tratamento fisioterápico: diminuir a hiperatividade do detrusor incrementar a ação do sistema esfincteriano uretral aumentar o tônus dos elementos do assoalho pélvico diminuir a frequência miccional facilitar o esvaziamento vesical TRATAMENTO FISIOTERÁPICO Abordagens: - Cinesioterapia funcional do assoalho pélvico; - Cones vaginais - Eletroestimulação funcional do assoalho pélvico - Biofeedback - Terapia comportamental
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