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Rua Jorge Tibiriça, 451 – Centro – São José do Rio Pardo – SP CEP: 13720-000 – Tel.: (19) 3681 – 2655 C4156I2 - Elaine Zuleide Borges C4305H6 - Rogerio Elias Da Silva C447BD8 - Tayna Da Silva Ferreira C44JAC9 - Ranieli Rosa De Lima Candido C47IDC0 - Isadora Lucio C5264I4 - Thiago Cassemiro Teixeira C526541 - Raphael Cassemiro Teixeira C653DE0 - Lucas Alberto Gonçalves C707201 - Jessica Naira Gobatti C762HC6 - Leonardo Minus Locatelli APS – Atividades Práticas Supervisionadas Normas vigentes sobre a sustentabilidade e preservação ambiental do planeta. São José do Rio Pardo - SP 2015 C4156I2 - Elaine Zuleide Borges C4305H6 - Rogerio Elias Da Silva C447BD8 - Tayna Da Silva Ferreira C44JAC9 - Ranieli Rosa De Lima Candido C47IDC0 - Isadora Lucio C5264I4 - Thiago Cassemiro Teixeira C526541 - Raphael Cassemiro Teixeira C653DE0 - Lucas Alberto Gonçalves C707201 - Jessica Naira Gobatti C762HC6 - Leonardo Minus Locatelli APS – Atividades Práticas Supervisionadas Normas vigentes sobre a sustentabilidade e preservação ambiental do planeta. Relatório apresentado à UNIP – Campus São José do Rio Pardo referente a disciplina de Atividades Práticas Supervisionadas, como parte dos requisitos para avaliação bimestral, no Curso de Engenharia Civil. São José do Rio Pardo – SP 2015 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS CCME Conselho Canadense de Ministros para a Proteção do Meio Ambiente CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CWDCS Eliminação de Resíduos de Construção carregamento Scheme EPA Environmental Protection Agency EPR Plano de Ação Nacional do Canadá LEED Leadership in Energy and Environmental Design OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ONU Organização das Nações Unidas RCC Resíduos da Construção Civil RCD Resíduos de Construção e Demolição RSU Resíduos Sólidos Urbanos USGBC United States Green Building Council RESUMO ABSTRACT Sumário INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8 CAPITULO I ......................................................................................................................................... 10 1 - SUSTENTABILIDADE.............................................................................................................. 10 1.1 - CONCEITOS: ..................................................................................................................... 10 1.2 - AÇÕES ADOTADAS PARA QUE TENHA UMA POSTURA SUSTENTÁVEL: .... 10 1.3 - SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................................... 11 1.4 - SUSTENTABILIDADE ENTRE OS PAISES. ................................................................ 12 1.4.1 - PRÓS E CONTRAS COM O REAPROVEITAMENTO AMBIENTAL................. 12 CAPITULO II ....................................................................................................................................... 17 2 – LEGISLAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................................................... 17 2.1 - UNIÃO EUROPEIA ................................................................................................................. 18 2.1.1 - ALEMANHA .................................................................................................................... 19 2.1.2 - FRANÇA .......................................................................................................................... 20 2.1.3 - ESPANHA ........................................................................................................................ 21 2.2 - A LEGISLAÇÃO SOBRE RESÍDUOS NO CANADÁ. .............................................. 22 2.3 - A LEGISLAÇÃO SOBRE RESÍDUOS NOS ESTADOS UNIDOS. ........................ 24 2.4 - A LEGISLAÇÃO SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS NO JAPÃO. .............................. 26 2.5 - RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO EM HONG KONG. ............................................... 27 2.6 - NACIONAL. .................................................................................................................... 28 2.7 NORMAS PARA O MANEJO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) ................................................................................................................................................... 34 CAPÍTULO III ...................................................................................................................................... 36 3 - AVANÇOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ................................................................................ 36 3.1 - NOVOS MATERIAIS ......................................................................................................... 39 3.2 USINAS DE RECICLAGEM DE RCC ............................................................................... 46 3.2.1 USINAS FIXAS ............................................................................................................. 46 3.2.2 - USINAS MÓVEIS ....................................................................................................... 47 CAPÍTULO - IV ................................................................................................................................... 49 4 - PILARES PARA A CONSTRUÇÃO DO FUTURO .............................................................. 49 4.1 - UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................. 49 4.2 - A SUSTENTABILIDADE TRAZENDO DIMENSÕES ÉTICAS E ESTÉTICAS NA CONSTRUÇÃO DOS AMBIENTES DE VIDA. ...................................................................... 52 4.3 - A SUSTENTABILIDADE COMO NOVO PADRÃO DE DESENVOLVIMENTO....... 54 CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 58 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 59 INTRODUÇÃO Como já sabemos, o setor da construção civil dentre os campos do desenvolvimento da economia, é considerado um dos maiores geradores de impacto ambiental e um dos mais conservadores perante a implantação de novas tecnologias. Isso ocorre pelo fato de que o material sustentável mesmo que produza lucro igual ou até superior aos demais, dificilmente vence os “tradicionais”. Ao longo deste trabalho, nosso objetivo é de coletar dados que comprovem que técnicas sustentáveis são viáveis, economicamente e principalmente na parte ambiental, dando ênfase para a importância e benefícios de uma construção que gere harmonia com o entorno que é tão importante quanto o que ocorre nas dependências internas. Para entendermos melhor sobre a sustentabilidade e preservação ambiental no setor da construção civil podemos falar um pouco sobre alguns princípios fundamentais. O conceito de um Projeto Sustentável é um sistema que promove intervenções sobre o meio ambiente, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as gerações futuras. Uma construção sustentável utiliza materiais e tecnologias biocompatíveis, que não agridem o meio ambiente, seja durante o processo de obtenção, fabricação, aplicação e durante a sua vidaútil. É importante ressaltar que os critérios de sustentabilidade ambiental para o espaço construído, algumas vezes representam um investimento inicial alto, mas que ao longo da vida útil do empreendimento vão sendo minimizados. Algumas soluções inteligentes são simples e de extrema importância. Após entendermos um pouco sobre sustentabilidade e preservação ambiental, é possível conhecer mais a fundo esse setor e suas normas. 10 CAPITULO I 1 - SUSTENTABILIDADE 1.1 - CONCEITOS: Sustentabilidade é uma expressão denominada para definir ações e atividades humanas no presente que tem como seu principal objetivo suprir as necessidades atuais e reais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Onde a sustentabilidade está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. Adotando esta idéia a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável. [1] 1.2 - AÇÕES ADOTADAS PARA QUE TENHA UMA POSTURA SUSTENTÁVEL: 1 - Exploração dos recursos vegetais de florestas e matas de forma controlada, garantindo o replantio sempre que necessário. [1] 2 - Preservação total de áreas verdes não destinadas a exploração econômica. [1] 3 - Ações que visem o incentivo à produção e consumo de alimentos orgânicos, pois estes não agridem a natureza além de serem benéficos à saúde dos seres humanos. [1] 4 - Exploração dos recursos minerais (petróleo, carvão, minérios) de forma controlada, racionalizada e com planejamento. [1] 5 - Uso de fontes de energia limpas e renováveis (eólica, geotérmica e hidráulica) para diminuir o consumo de combustíveis fósseis. Esta ação, além de preservar as reservas de recursos minerais, visa diminuir a poluição do ar. [1] 6 - Criação de atitudes pessoais e empresarias voltadas para a reciclagem de resíduos sólidos. Esta ação além de gerar renda e diminuir a quantidade de lixo no solo, possibilita a diminuição da retirada de recursos minerais do solo. [1] 11 7 - Desenvolvimento da gestão sustentável nas empresas para diminuir o desperdício de matéria-prima e desenvolvimento de produtos com baixo consumo de energia. [1] 8 - Atitudes voltadas para o consumo controlado de água, evitando ao máximo o desperdício. Adoção de medidas que visem a não poluição dos recursos hídricos, assim como a despoluição daqueles que se encontram poluídos ou contaminados.[1] 1.3 - SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL Em relação às questões ambientais na engenharia civil o que têm ocupado a grande parte da preocupação dos problemas dos países desenvolvidos ou subdesenvolvidos, é a quantidade de resto de materiais deixados nas construções que é cerca de cinco vezes a mais do que de produtos utilizados, tornando-se assim o centro de discutições ambientais. [2] Alguns métodos são adotados: como o uso de tintas sem solvente e materiais menos agressivos ao meio ambiente, como o uso mais consciente dos ar condicionados, a utilização consciente dos elevadores e a implantação de energia solar, podem fazer uma grande diferença e vem sendo pouco a pouco implantadas. [2] Estudos recentes mostram aumento de 5% de gastos no processo de construção civil caso sejam feitos investimentos em sustentabilidade, tendo assim a economia a médio e longo prazo, que gira em torno de 30% nos gastos com água e energia, compensando os gastos extras. [2] Assim percebe-se que uma postura consciente nas etapas da construção civil, além de financeiramente viável, não só caracteriza uma empresa como preocupada com a situação do planeta, mas também passam esta imagem para o público. [2] A sustentabilidade na construção civil é um sistema que promove intervenções sobre o meio ambiente, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as gerações futuras. Este modelo de construção utiliza materiais ecológicos e soluções tecnológicas inteligentes, que promovem a redução 12 da poluição, o bom uso e a economia de água e de energia e o conforto de seus usuários.[2] Para se ter uma obra sustentável deve-se aproveitar os passivos dos recursos naturais como a iluminação natural, ventilação própria, reduzir o uso de energia e criar sistema de capitação de água de chuva para lavagem de jardins e quintais. [2] 1.4 - SUSTENTABILIDADE ENTRE OS PAISES. No Brasil cerca de 50% de todo o material desperdiçado, o que é em media 850 mil toneladas de entulho por mês é depositado sem controle em lixões ou aterros sanitários. O Reino Unido produz cerca de 53 mil toneladas ao ano e o Japão pode ser considerado uma referência em reaproveitamento, com apenas 6 mil toneladas ao ano. [3] A demolição seletiva ainda não é praticada comercialmente no Brasil, isso significa que temos que incentivar a reciclagem de forma sustentável a partir de uma nova cultura de sustentabilidade, de mão de obra especializada e da armazenagem correta dos materiais. [3] A prática de reuso e reciclagem pode ser encarada do ponto de vista da viabilidade econômica para revenda desses materiais. Outra destinação é servir de sub-base para pavimentos de vias de menor tráfego e em aterros sanitários para a conservação das estradas. Já existem iniciativas de usinas de reciclagem desses materiais até mesmo em cidades pequenas como é o caso na cidade de Mococa no interior de São Paulo. [3] 1.4.1 - PRÓS E CONTRAS COM O REAPROVEITAMENTO AMBIENTAL As vantagens ambientais do reaproveitamento estão em reduzir as matérias- primas bases dos materiais de construção, abater a quantidade de lixo em aterros sanitários e diminuir o volume de detritos e resíduos da construção. Estas ações, com certeza, diminuirão a poluição das cidades.[4] Os problemas enfrentados quando se fala em reuso de materiais de construção reside no fato de que esses produtos não foram concebidos para serem 13 desmontados. Considerando que desconstruir leva de duas a dez vezes mais tempo que demolir, isso reflete a falta de técnicas para essa prática no país. [4] 1.4.2 - CONCEITOS NO PROCESSO DE REAPROVEITAMENTO. 1.4.2.1 – REUSO Significa reprocessar e reinstalar materiais sem remanufatura.[5] 1.4.2.2 – RECICLAGEM É a completa remanufaturação onde se produz outro elemento construtivo a partir de uma peça já existente. [5] Figura 1 - Imagem de estímulo às Construções Verdes Diante do novo contexto global, que está exigindo das empresas e dos profissionais mais consideração pelos fatores ambientais como medida de equilíbrio para suas ações, algumas medidas foram criadas por organizações institucionais e pelo governo com o propósito de incentivar a prática sustentável em construções. [5] Fonte: Images.Google.com Disponível em: http://www.osetoreletrico.com.br/web/images/stories/Edicao82_Novembro20 12/ed82_suplemento_equilibrio.jpg. Acesso em outubro de 2015 14 Um exemplo disso é a certificação Leed para construção sustentável, que, criada pelo U.S. Green Building Council (USGBC), chegou ao Brasil em 2007. O gerente técnico do Green Building Brasil, Marcos Casado, explica em um de seus artigos que, para receber a certificação, o empreendimento deve atender pré-requisitos e recomendações que avaliam o tipo de terreno, a localização, a infraestrutura local, o uso racional de água, eficiência energética, qualidade do ar interno, reciclagem e diversas outras medidas que garantam eficiência operacional ao usuário e preservação do meio ambiente, antes, durante e após a obra. “Todos estes critérios começam a impulsionar ea transformar o mercado da construção civil e têm se tornado uma importante ferramenta educacional e de comunicação com o consumidor, além de criar parâmetros de qualidade para o mercado”, escreveu. [5] Há menos de 50 dias do fim do ano, o Green Building Council Brasil comemora o crescimento do setor que superou a meta projetada no ano passado. “Enquanto em 2011, 17 edifícios receberam a certificação LEED, esse ano o número já é de 32. Outros 620 estão registrados no sistema e receberão o selo se comprovarem o atendimento a critérios como: eficiência energética; uso racional de água; qualidade ambiental interna; uso de materiais, tecnologias e recursos ambientalmente corretas entre outras ações que minimizem os impactos ao meio ambiente”, informa a instituição. [5] Com esse avanço, o Brasil mantém a posição de quarta nação no ranking mundial de empreendimentos LEED, atrás apenas dos Estados Unidos, com um total de 40.262 construções sustentáveis, seguido pela China, com 869, e o Emirados Árabes Unidos, com 767. [5] Outro exemplo é o Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações instituído em 2003 pela Eletrobras/Procel, e que atua de forma conjunta com o Ministério de Minas e Energia, o Ministério das Cidades, as universidades, os centros de pesquisa e entidades das áreas governamental, tecnológica, econômica e de desenvolvimento, além do setor da construção civil. [5] A proposta do Procel Edifica é justamente ampliar as ações do Procel de maneira a incentivar a conservação e o uso eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação etc.) nas edificações, reduzindo os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente. [5] Um dos grandes atrativos para a obtenção das certificações é a percepção de que o meio ambiente pode ser um parceiro dos empreendedores. Isso porque, 15 segundo o Sindicato da Habitação, os gastos com água são a segunda maior despesa dos condomínios, acompanhada de energia elétrica, a terceira maior. Nos empreendimentos que seguem o sistema de certificação, o consumo de energia é 30% menor, há também redução de até 50% no consumo de água, de até 80% nos resíduos e uma valorização de 10% a 20% no preço de revenda, além de redução média de 9% no custo de operação do empreendimento durante toda a sua vida útil. [5] Na opinião de Eduardo Yamada, as metodologias irão sempre valorizar, no mínimo, o bom projeto, a boa compatibilização e integração dos sistemas e a boa operação predial dos empreendimentos. Ele explica que a metodologia LEED® é um exemplo claro de visão sistêmica da sustentabilidade na construção civil e mercado imobiliário, englobando avaliações, tanto para novos empreendimentos (edifícios corporativos, residências, áreas comerciais, bairros, hospitais, etc.) desde a fase de projetos e construção, como na preocupação do tema durante a operação predial. O Procel valoriza os projetos na questão da eficiência energética. E existem, também, outras metodologias já em implementação no Brasil, como o AQUA e BREEAM®, que são análogos ao LEED®. “De qualquer maneira, todas elas têm um objetivo e foco comum que é valorizar os melhores projetos, promovendo a eficiência e sustentabilidade durante toda a vida útil do empreendimento”, conclui. [5] As certificações também ajudam a criar demandas de mercado, que aceleram a adoção das boas práticas de sustentabilidade. “A gestão da imagem ligada à marca das empresas é algo muito sensível à opinião popular, e isto acelera o amadurecimento da sustentabilidade, como em um mecanismo de feed-back positivo”, lembra Paro. [5] Uma nova possibilidade que temos agora no Brasil é a da viabilização da autogeração de energia elétrica para atender ao seu próprio consumo ou exportar para a rede elétrica por meio de sistemas de micro (até 100 kW) e minigeração (de 100 kW a 1 MW) de energia elétrica. Lembrada pelo professor Aquiles, a resolução 482/2012 estabelece as condições gerais para o acesso da geração distribuída (próxima ao local de consumo) à rede elétrica convencional. As regras são válidas para geradores que utilizarem fontes incentivadas de energia: hídrica, solar, biomassa, eólica e cogeração qualificada. [5] Pelo sistema, a unidade geradora instalada em uma residência, por exemplo, produzirá energia e o que não for consumido será injetado no sistema da 16 distribuidora, que utilizará o crédito para abater o consumo dos meses subseqüentes. A Aneel promoveu audiência pública para discutir o texto da Resolução para deixar mais claros os seguintes pontos: definição da natureza jurídica do sistema de compensação de energia elétrica; possibilidade de uso dos créditos em outras unidades consumidoras sob a mesma titularidade da unidade onde esteja instalada a micro ou minigeração distribuída; explicação da dispensa de assinatura de contratos de conexão e uso na qualidade de geração para as unidades consumidoras que aderirem ao sistema de compensação; esclarecimento quanto à definição do termo “tarifas de energia” e alterações textuais de modo a deixar mais clara a ordem de compensação dos créditos de energia ativa. Os resultados ainda não haviam sido publicados até o fechamento desta edição. [5] Com isso, chega-se à conclusão que, embora o século 20 tenha trazido grandes aparatos tecnológicos, esse desenvolvimento veio acompanhado por uma conseqüência ecológica desastrosa. O nosso desafio, nesse sentido, é conciliar o desenvolvimento tecnológico com a preservação dos recursos naturais, garantindo o progresso, mas com práticas sustentáveis. Fazendo mais com menos. [5] 17 CAPITULO II 2 – LEGISLAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Com o aumento da demanda em recursos naturais para aprimoramento dos bens primários, a Terra, nossa fornecedora, está cada vez mais mostrando sinais de esgotamento em relação à oferta desses bens para nossa subsistência, conforme mostra um estudo da Millenium Ecosystem Assessment - EA, empresa que efetuou o estudo com concordância da ONU e assistido por 1360 especialistas, quase dois terços de nossos recursos estão à beira da falência, quase metade da população mundial vive em áreas urbanas, com o aumento da urbanização, temos o problema da deficiência estrutural e prestação de serviços causando uma maior degradação do meio ambiente e acumulo de resíduos produzidos pelo nosso desenvolvimento, principalmente da área da construção civil e indústria.[6] Em vista destes problemas sociais que empilham pessoas nas zonas urbanas, devemos focar nossa atenção na qualidade ambiental e no desenvolvimento sustentável, nascendo uma preocupação na racionalização do descarte dos resíduos produzidos por esta massa urbana. [6] Tal reconhecimento esteve presente na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 1992. [6] De acordo com a Millenium Ecosystem Assessment – EA, o manejo de resíduos é função importante nas sociedades humanas e, essencial para a promoção do bem-estar humano. O manejo incorreto de vários tipos de resíduos, ou sua falta, leva prejuízos a saúde humana, perdas econômicas, depreciação dos valores estéticos e danos à biodiversidade e aos ecossistemas. [6] São vários os fatores que implicam no aumento da produção de resíduos sólidos, um deles é o aumento da população, consequentemente, o aumento da renda, levando ao consumismo desenfreado gerando mais resíduos. [6] Vejamos em alguns países desenvolvidos quais são as providencias tomadas em relação ao resíduos da Construção Civil. [6] 18 2.1 - UNIÃO EUROPEIACom base em regras rígidas para o tratamento dos resíduos sólidos, a União Européia editou a Diretiva 75/442/CEE (EUROPA. S.d. b), determinando que os estados membros adotassem as medidas necessárias para promover a prevenção, a reciclagem e a transformação dos resíduos sólidos, buscando em primeiro lugar os cuidados com a saúde humana e a não agressão ao meio ambiente como: 1) não criar risco para a água, o ar, a fauna e a flora; 2) não causar perturbações sonoras ou por cheiro; 3) não danificar os locais de interesse e a paisagem.[6] Como a Diretiva 1975 dava o poder dos estados membros a elaborarem seus próprios planos de gestão de resíduos, ela também previa, de acordo com o princípio “poluidor-pagador”, que os custos da eliminação deveriam ser suportados pelo detentor que remeta os resíduos as empresas de coleta, [6] Mais tarde com a diretiva de 1991, mais um quadro foi alterado, diziam que os Estados-Membros teriam a responsabilidade em primeiramente, o desenvolvimento de tecnologias limpas e mais econômicas em termos de recursos naturais e, em segundo lugar, promover a coleta para reciclagem, reutilização ou qualquer outra forma de destinação para o manuseio de materiais secundários. [6] Também se exigiu a autorização de uma autoridade competente para as operações de eliminação do resíduo como: os tipos de quantidades de resíduos, as normas técnicas as precauções tomadas no manuseio para maior segurança e o método de tratamento. [6] Em 2006 entrou em vigor uma norma que limitasse a produção de resíduos, tendo em mente que valorização do subproduto dos resíduos trouxesse empregos e oportunidades de mercado. Mas com isso ouve uma conscientização da menor produção de resíduo consequentemente a menor reciclagem e reutilização nesta última, dar valor ao produto final e valorização da força do trabalho nele empregado, incentivando assim, a comercialização e produção do subproduto dos resíduos gerando um mercado. Tendo a intenção de repartir os custos gerados pelo 19 aproveitamento e descarte dos resíduos, na Diretiva de 2008 ficou claro sobre o rateio dos custos entre seus produtores e seus distribuidores. [6] Cabe mencionar, por fim, a Diretiva 1999/31/CE (EUROPA, s.d. j), cuja última alteração é de 2008, relativa à deposição de resíduos em aterros, que tem por objetivo prever medidas, processos e orientações que evitem ou reduzam tanto quanto possível os efeitos negativos sobre o meio ambiente, em especial a poluição das águas de superfície, das águas subterrâneas, do solo e da atmosfera, sobre o ambiente global, incluindo o efeito de estufa, A Diretiva determina a classificação do aterro em uma das seguintes classes: aterro para resíduos perigosos, aterro para resíduos não perigosos, aterro para resíduos inertes. [6] 2.1.1 - ALEMANHA Foi o primeiro país a adotar medidas a respeito dos resíduos sólidos, passou a aplicar os princípios de evitar e valorizar os resíduos sólidos antes de sua eliminação. Editou em 1994 a Lei de Economia do Ciclo Integral e dos Resíduos, substituindo uma Lei de 1986. [6] nesta Lei, definiram como resíduos, toda a propriedade móvel que o detentor descarta, pretende descartar ou é demandado o descarte, considerando como produtor de resíduos, toda a pessoa física, jurídica. Os resíduos não evitáveis devem ser reciclados ou usados para obtenção de energia (recuperação energética, ou seja, uso do resíduo em substituição a um combustível). [6] A disposição de resíduos deve ocorrer de forma a que não ocorram prejuízos ao interesse público, em especial: 1. - Prejuízos à saúde humana; 2. - Ameaça a animais e plantas; 3. - Efeitos negativos ao solo e aos recursos hídricos; 4. - Poluição do ar ou barulho; 5. - Que os objetivos, princípios e outros requisitos do planejamento regional, da conservação da natureza, do manejo da paisagem e do desenvolvimento urbano não sejam considerados adequadamente; ou 6. - Que a segurança e a ordem pública sejam ameaçadas ou perturbadas. [6] 20 Aspecto importante da lei alemã é a responsabilidade do fabricante a todo o ciclo de vida de seu produto, desde a fabricação, passando pela distribuição e uso, até sua eliminação. Conforme o art. 22, (1), “todo aquele que desenvolve, manufatura, processa e trata ou vende produtos tem a ‘responsabilidade pelo produto’ para o alcance dos objetivos do ciclo fechado da substância e manejo de resíduos”. [6] 2.1.2 - FRANÇA A legislação sobre resíduos prevê um plano nacional de prevenção de resíduos, além de planos regionais, interregionais, de departamento e interdepartamentais. O gerenciamento de resíduos está sob a responsabilidade das autoridades locais ou entidades por elas autorizadas. A eliminação dos resíduos domiciliares é de responsabilidade das autoridades locais, enquanto a eliminação dos resíduos industriais, de transporte e da construção civil é de responsabilidade do produtor dos resíduos. [6] A política francesa de resíduos, estabelecida em 1975 (FRANÇA, s.d. a) e modificada em 2000, tinha como objetivos principais: 1. - Prevenir ou reduzir a produção e a nocividade dos resíduos; 2. - Organizar o transporte dos resíduos e limitá-lo em distância e volume; 3. - Valorizar os resíduos pela reutilização, reciclagem ou qualquer outra ação visando a obter energia ou materiais a partir dos resíduos; 4. - Não admitir, a partir de 1º de julho de 2002, nas instalações de disposição, resíduos que não os finais. [6] Essa lei, contudo, foi praticamente revogada, sendo os dispositivos sobre resíduos incorporados ao Código de Meio Ambiente, Livro V: Prevenção da poluição, riscos e ruídos, Título IV: Resíduos (FRANÇA, s.d. b). Conforme o Código de Meio Ambiente francês, cuja última alteração data de 17 de maio de 2011, a prioridade é prevenir e reduzir a produção e a toxicidade dos resíduos, por meio de atuação na concepção, fabricação e distribuição de substâncias e produtos, de forma a promover a reutilização, reduzir o impacto global do uso de recursos e melhorar a eficácia da sua utilização. O Código estabelece a seguinte hierarquia de gestão de 21 resíduos: preparação para reutilização; reciclagem; outra forma de valorização, como a recuperação de energia; e, por último, eliminação. [6] 2.1.3 - ESPANHA Desenvolve ações e atualizou sua legislação com o objetivo de cumprir as regras emanadas da União Europeia. Assim, foi aprovada a Lei 10/98 relativa a resíduos de forma ampla (ESPANHA, s.d. a). Essa lei previa a elaboração de planos nacionais de resíduos e admitia a possibilidade de que as entidades locais pudessem elaborar seus próprios planos de gestão resíduos urbanos. [6] Dessa forma, o produtor, importador, comerciante, agente ou intermediário ou qualquer pessoa responsável pela colocação no mercado de produtos que com seu uso se convertam em resíduos estão obrigados a: 1. Elaborar produtos ou utilizar embalagens que, por suas características de desenho, fabricação, comercialização ou utilização, favoreçam a prevenção da geração de resíduos e facilitem sua reutilização, reciclagem ou valorização de seus resíduos, ou permitam sua eliminação da forma menos prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente[6] 2. Assumir diretamente a gestão dos resíduos derivados de seus produtos, participar de um sistema organizado de gestão desses resíduos ou contribuir economicamente com os sistemas públicos de gestão de resíduos, de forma a cobrir os custos atribuíveis à gestão desses resíduos; aceitar, caso não se aplique o disposto no item anterior, um sistema de depósito, devolução e retornodos resíduos derivados de seus produtos, assim como dos próprios produtos fora de uso; [6] 3. Informar anualmente aos órgãos competentes os resíduos produzidos no processo de fabricação e o resultado qualitativo e quantitativo das operações efetuadas. [6] 22 4. Esta Lei foi revogada pela Lei 22/2011, ela explicita a seguinte ordem de prioridade na gestão de resíduos: prevenção (da geração de resíduos), preparação para a reutilização, reciclagem e outros tipos de valorização (incluída a energética) e, por último, a eliminação dos resíduos. Conforme o princípio do poluidor-pagador, a lei prevê que os custos da gestão dos resíduos recaiam sobre o gerador dos resíduos ou sobre o fabricante do produto após o uso pelo consumidor, nos casos em que se aplique a responsabilidade ampliada do fabricante do produto. [6] 5. A Lei 22/2011 estabeleceu, ainda, que, antes de 2015, deverá estar estabelecida a coleta seletiva para papel, metais, plástico e vidro, pelo menos, e as seguintes metas, a serem atingidas antes de 2020.[6] 6. A quantidade de resíduos não perigosos de construção e demolição destinados à preparação para reutilização e reciclagem ou outra valorização de materiais, deverá alcançar o mínimo de 70% em peso dos produzidos. [6] 2.2 - A LEGISLAÇÃO SOBRE RESÍDUOS NO CANADÁ. A responsabilidade pelos resíduos sólidos municipais no Canadá é compartilhada entre o governo federal e o das províncias, territórios e municípios. Resíduos sólidos municipais referem-se aos materiais recicláveis e comportáveis, por exemplo: lixo de domicílios, comércio, instituições e de construção civil e demolição. As operações de coleta, reciclagem, compostagem e disposição dos resíduos sólidos municipais são de responsabilidade dos governos municipais, enquanto as autoridades das províncias e territórios são responsáveis pela aprovação, licenciamento e monitoramento das operações de manejo de resíduos. O governo do Canadá, está engajado nas questões de manejo de resíduos sólidos relacionadas a desenvolvimento sustentável, substâncias tóxicas, movimentos internacionais, terras e operações federais e emissões atmosféricas, incluindo emissões de gases de efeito estufa, e por meio de programas federais de financiamento. [6] Ano após ano, vem crescendo a consciência pública em relação aos problemas do gerenciamento de resíduos sólidos no Canadá, refletida na legislação. Em 1989, o Conselho Canadense de Ministros para a Proteção do Meio Ambiente 23 (CCME) aprovou o Protocolo Nacional de Embalagens, um acordo voluntário com a indústria para reduzir a quantidade de resíduos de embalagens que iam para disposição final em 50% no ano 2000). Essa meta foi obtida em 1996, portanto, quatro anos antes. [6] Várias iniciativas voltadas à redução da geração de resíduos sólidos foram adotadas em outros níveis de governo, incluindo programas de “responsabilidade estendida do produtor” e de “administração do produto”. No programa “responsabilidade do produtor”, o manejo de produtos em fim de vida útil é de total responsabilidade dos produtores, sejam eles, fabricantes ou importadores, já no programa de “administração do produto”, a diferença entre eles, responsabilidade é direcionada ao governo do munícipio. A maior diferença entre eles, é a questão do financiamento do programa, um está a cargo dos produtores e o outro não. Os custos podem ser internalizados como custo de produção e repassados aos consumidores, em um programa de “administração do produto”, a base financeira é constituída por fundos públicos ou por taxas ambientais. [6] Houveram diversas campanhas de educação, para gerar o incentivo da população em aderir aos programas de coleta seletiva, reciclagem e compostagem. Em alguns estados, a compostagem é obrigatória para cidades com mais de cinquenta mil habitantes e em várias outras, foi terminantemente proibido o recebimento de resíduos orgânicos nos locais de disposição de resíduos. Para alguns tipos de resíduos, foi instituído sistema de retorno e/ou depósito, como por exemplo: bebidas, baterias, pneus, etc. Veículos ultrapassados e eletrodomésticos não-portáteis são recolhidos por companhias privadas provindo de acordos com as autoridades locais. [6] Ainda com todas as medidas tomadas, uma avaliação feita em 2006, concluiu que os avanços em termos de redução efetiva de resíduos não eram satisfatórios, ao menos do percentual de resíduos que deixavam de ser destinados a aterros ou a incineração, mantido em 22% desde 2004. Considerou-se então, necessário adotar práticas realizadas por países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ou seja, o conceito da responsabilidade dos produtores pela gestão dos produtos em fim de vida útil. [6] 24 Então, em 2009 o CCME, aprovou o Plano de Ação Nacional do Canadá para a responsabilidade estendida do produtor (EPR). Parecido com o conceito adotado pela OCDE, o CCME definiu o EPR como “uma abordagem da política ambiental na qual a responsabilidade do produtor é estendida ao estágio pós-consumo do ciclo de vida de um produto”. [6] O Plano EPR, tem como objetivo incentivar os produtores a se importar com o ciclo de vida útil completo no cálculo dos custos de seus produtos, ou seja, os custos da gestão de produtos em fim de vida útil seriam tratados de maneira similar aos outros custos de produção e adicionados ao custo final dos produtos. [6] 2.3 - A LEGISLAÇÃO SOBRE RESÍDUOS NOS ESTADOS UNIDOS. Nos Estados Unidos, a legislação federal sobre o tema tem diferente foco, embora também esteja difundido o princípio do poluidor-pagador e da responsabilidade pelos resíduos gerados. [6] A lei de Resíduos Sólidos, editada em 1965, respondeu pelo financiamento de inventários estaduais de aterros sanitários e lixões. A lei sofreu aditamentos em 1976 e foi completada em pontos importantes por meio da Lei de Conservação e Recuperação, de forma a lidar com o enorme volume de resíduos sólidos municipais e industriais que eram gerados naqueles país. Está lei tinha como objetivos: proteger a saúde humana e o meio ambiente dos perigos potenciais da disposição de resíduos; conservação de energia e recursos naturais; reduzir a quantidade de resíduos gerada; e garantir que que o manejo dos resíduos seja feita de forma ambientalmente correta. [6] Emendas à Lei de Conservação e Recuperação relativas a resíduos sólidos resíduos perigosos foram aprovados em 1984, em resposta à preocupação da sociedade de que os métodos de disposição de resíduos perigosos em uso à época, particularmente a disposição no solo, não eram seguros. [6] Em relação aos resíduos perigosos, foi estabelecido pela lei, um rigoroso programa de manejo, desde o processo de concepção ao processo de descarte dos resíduos. Foram estabelecidos critérios para determinar que resíduos eram 25 perigosos e, então, os vários requisitos para as três categorias de manuseadores de resíduos: geradores, transportadores e as instalações de tratamento, armazenamento e disposição. [6] Após a lei ser consolidada ao longo desses anos, pode-se dizer que o conteúdo principal da Lei de Resíduos Sólidos o disciplinamento de uma política nacional, definindo as competências da EPA (environmental Protection Agency, inglês) e outros agentes em termos de regulação e fiscalização, e estabelecendo diretrizes nacionais mínimas a serem respeitadas, notadamente no que se refere aos resíduos perigosos. No que tange aos resíduos não perigosos, há apenas recomendações às municipalidades por parte da EPA. Esse é um aspecto diferencial importante em relação, por exemplo, à legislaçãoalemã. [6] Em 1980, passou a vigorar a Lei da Responsabilidade, Compensação e Resposta Ambienta, criadora de um vigoroso programa de descontaminação de sítios contaminados químicamente. Foi criado um superfundo com recursos inicias de 1,6 bilhão de dólares, apenas para o financiamento do programa, esse fundo foi aumentado para 8,5 bilhões de dólares em 1986. Como fontes de recursos, a partir do princípio do poluidor-pagador, incluíram-se uma série de taxas, assim como a recuperação dos custos da descontaminação dos responsáveis pela contaminação. Nos seus mais de trinta anos de aplicação, o programa já respondeu pela descontaminação de mais de mil sítios contaminados com resíduos perigosos. Em 2010, a EPA havia assegurado o compromisso de mais de US$ 32,6 bilhões das partes privadas, sendo US$ 27,1 bilhões em trabalhos de recuperação futuros e US$ 5,5 bilhões como reembolso à EPA por custos já efetuados. [6] Mais tarde, em 1990 entrou em vigor a Lei de Prevenção da Poluição, segundo a qual a poluição deve ser evitada ou reduzida ainda na fonte, sempre que possível; a poluição que não pode ser evitada e nem reciclada, deve ser tratada de maneira mais ambientalmente segura, sempre que possível; e a disposição final ou outra liberação no meio ambiente deve ser empregada apenas como última opção e deve ser realizada de forma ambientalmente segura. [6] A responsabilidade estendida do produtor não é encontrada na legislação federal. No entanto, alguns estados e cidades têm leis próprias adotando a responsabilidade estendida do produtor para alguns produtos. Em relação a 26 eletrônicos, por exemplo, há 24 estados com leis nesse sentido; para baterias, a regra vigora em 9 estados e, para mercúrio, em 17 estados. Quanto a embalagens, 11 estados instituíram o sistema de depósito-retorno, com vistas a aumentar a reciclagem. [6] 2.4 - A LEGISLAÇÃO SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS NO JAPÃO. Não foi possível obter as leis sobre resíduos sólidos do Japão que não estivesse em japonês. No entanto, encontraram-se algumas referências às principais leis japonesas sobre o tema em inglês das quais foi possível extrair as informações a seguir. [6] Aprovada em 1970, a Lei da Gestão de Resíduos, que contém as definições e classificação de resíduos e os padrões para tratamento, estabelece a política nacional e programas regionais e municipais de gestão de resíduos prevê autorização para o transporte e as instalações de tratamento e disposição final de resíduos, estabelece um sistema para os resíduos industriais e, por fim, dispõe sobre a fiscalização e as sanções. [6] Aprovada em 1991 e emendada em 2000, surgiu a Lei para a efetiva utilização dos recursos, que determina que os fabricantes de determinados produtos promovam, de acordo com padrões estabelecidos pelo ministro do meio ambiente: 1 A redução de produtos secundários – Como por exemplo, indústrias químicas, de aço, etc.); 2 A Utilização de materiais reciclados – Como por exemplo, indústrias de papel e da construção.); 3 A redução de resíduos pelo fim da vida útil dos produtos, ou seja, a fabricação de produtos que utilizem menos recursos, que sejam duráveis, facilmente reparáveis, etc – Como por exemplo, automóveis, computadores, mobiliários, equipamentos elétricos, etc.); 4 A fabricação de produtos que sejam facilmente reciclados ou sua fabricação a partir da reutilização de partes dos produtos; [6] 5 a rotulagem de produtos para promover a reciclagem (latas, garrafas PET, etc.); 27 6 a coleta de produtos em fim de vida útil, como por exemplo, computadores, baterias recarregáveis, etc. [6] Em 2000, foi aprovada uma lei para implementar uma sociedade que considere o ciclo da matéria, que prevê um programa nacional para criar a sociedade que considere o ciclo da matéria; estabelece a seguinte ordem de prioridade, sempre que ambientalmente adequado e economicamente viável: redução na fonte ou não geração de resíduos, reutilização, reciclagem, recuperação de energia, disposição final adequada. A lei também estabelece o princípio da responsabilidade estendida do produtor. [6] Existem leis específicas para determinados tipos de resíduos e produtos, como por exemplo resíduos da construção civil, de alimento, equipamentos elétricos, veículos e também embalagens. [6] A lei destinada a construção civil, por exemplo, determina que, para construir ou demolir edificações: o proprietário deve apresentar à prefeitura, previamente, plano relativo à separação e reciclagem dos resíduos; o construtor deve separar os resíduos e reciclar materiais específicos (madeira, concreto e asfalto), e informar ao proprietário. A lei também exige que as empresas de demolição sejam registradas junto à prefeitura. [6] 2.5 - RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO EM HONG KONG. Para resolver a questão, uma série de políticas de gestão de resíduos de construção foi introduzida pelo governo de Hong Kong. Com base no princípio do poluidor-pagador, o governo de Hong Kong implantou uma Eliminação de Resíduos de Construção carregamento Scheme (CWDCS) em 2006. Em linha com o CWDCS, uma taxa de HK $ 125 (US $ 16) é imposta por cada tonelada de resíduos de construção um empreiteiro dispõe em aterro. No entanto, a taxa será HK $ 100 (US $ 13) por tonelada, se os resíduos primeiro foram processados em instalações fora do local de classificação. Além disso, os resíduos serão cobrados apenas HK $ 27 ($ 3,5) por tonelada, se ele é composto de materiais inertes que são aceitos pelo preenchimento instalações públicas de recepção. Prevê-se que isso vai alterar o comportamento dos contratantes. [6] 28 2.6 - NACIONAL. De acordo com estimativas internacionais, os resíduos sólidos produzidos na construção e demolições das construções civis varia entre 130 e 3.000 kg/hab/ano. Já no Brasil, as estimativas podem variar entre 230 kg/hab/ano até 760kg/ano. Na grande São Paulo, a produção de resíduos alcança uma margem aproximada 280 kg/hab/ano. A geração de RCD nos países desenvolvidos varia bastante. No Reino Unido produz 880 a 1.120 kg/ano, a Suécia 136 a 680kg/ano e os Estados Unidos varia entre 463 a 584kg/ano.[9] De acordo com a Resolução no 307 do Conselho Nacional do Meio ambiente (CONAMA) de 05 de julho de 2002, que estabelece as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil amenizando os impactos ambientais causados. [9] De acordo com o Art 2º da Resolução no 307 e inciso I: “I - Resíduos da construção cívil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construções civis, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, todos tipos de concretos, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., geralmente conhecidos como entulhos de obras, caliça ou metralha;” [9] Vários fatores influenciam na geração dos resíduos de construção e demolição ; dentre eles, podem-se citar as práticas adotadas na construção e demolição , os fatores de mercado e econômicos, a estrutura reguladora que fornece incentivos para diminuir a geração desses resíduos nos canteiros de obra e os desestímulos para dispor os resíduos nos aterros, entre outros fatores, as composições do RCD podem variar conforme a região geográfica, da época do ano, do tipo de obra, dentre outros fatores. É estimado que em média, 65% do material descartado seja de origem mineral, 13% oriundos da madeira, 8% plásticos e 14% compostos por outros materiais. Todas construtorassão responsáveis pela geração de 20 a 25% desse entulho, sendo que os restantes são gerados pelas reformas e obras de autoconstrução. De acordo com o Art 3º da Resolução no 307 do CONAMA, os resíduos da construção civil são classificados em categorias: [7] 29 Resíduos (Classe A): Temos nessa classe resíduos reutilizáveis e recicláveis. Nesse grupo temos: Agregados provenientes de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa e concreto e ainda oriundos de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras. [7] Resíduos (Classe B): São os resíduos recicláveis, tais como, plásticos, papel/papelão, metais e outros. [7] Resíduos (Classe C): Englobam os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso. [7] Resíduos (Classe D): São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros. Ainda não existe estatísticas de todo o país, o entulho gerado nos canteiros de obras no Brasil tem aproximadamente a seguinte composição: 64% de argamassa, 30% de produtos de vedação (tijolos), 6% de outros materiais (concreto, areia, etc.). É possível triturar 90% do entulho gerado na construção civil para a produção de componentes de argamassa e de construção civil. [7] Na Malásia, os resíduos da construção civil e os resíduos industriais correspondem a 28% do total dos Resíduos Sólidos Urbanos, enquanto que os resíduos domésticos totalizam 37% do total. Na Austrália, resíduos gerados na construção civil correspondem a aproximadamente 37% do total de resíduos sólidos produzidos no país. Em Hong Kong, Kuwait e Reino Unido, esses tipos resíduos chegam a corresponde cerca de 38, 58 e 60%, respectivamente. Nos Estados Unidos, estima-se que os resíduos de construção e demolição correspondam a cerca de 10 a 30% do total de resíduos gerados no país.[8] No Brasil a um crescimento na participação dos RCD no total dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) das cidades brasileiras. Muitas pesquisas apontam que os RCD já representam, uma média, 50% dos RSU produzidos em cidades brasileiras, 30 com uma média de geração em torno de 0,52 tonelada/hab. Programas adotados de reciclagem geram benefícios para toda a sociedade e para o meio-ambiente. Gerando uma redução do número de áreas proibidas para o descarte desses materiais, os gastos públicos serão diminuídos com gerenciamento desse entulho. [8] Por outro lado, A vida útil de aterros e jazidas de matéria-prima aumentarão devido à disposição organizada dos resíduos e pela substituição por materiais reciclados. Produzir materiais reciclados gera uma economia para o setor da construção civil não comprometendo a qualidade das edificações. Segundo OLIVEIRA (2011), aproximados 78% dos municípios brasileiros destinam menos de 5% dos recursos do seu orçamento para a gestão dos RSU .Custa-se para se recolher 1 m³ de RCD na cidade de São José do Rio Preto (SP) era cerca de R$4,90 no ano de 1999, passando para até R$27,00 em 2009 tendo um aumento de 450% em dez anos. Por outro lado, o descarte dos resíduos de construção na malha urbana, de forma descontrolada, acarreta a impactos ambientais e prejuízos para a saúde pública incalculáveis. Os lugares que se tem muitos entulhos costumam agregar muitos lixos fazendo morada para de vetores transmissores de doenças (ratos, baratas, moscas, mosquitos) e de animais peçonhentos (cobras, escorpiões). [9] Por outro lado, os entulhos acumulados em vias públicas além de comprometer a paisagem urbana geram a obstrução de córregos e rios. Além de gerar uma grande redução da vida útil dos locais adequados para a deposição dos resíduos não renováveis. Além de ter-se custos ambientais, tem-se referentes ao gerenciamento da deposição clandestina, e ao não aproveitamento desses dejetos que podem ser reciclados e utilizados em obras públicas gerando menores custos. Dá-se início a um processo de transferência de custos, a irracionalidade da construção se transforma em custo social. Reciclando de tem-se, como principal objetivo, transformar os custos sociais em custos públicos ou privados, intervindo em todos os agentes no processo de geração dos resíduos de construção. Assim, pode se começar a inverter o processo, extraindo do próprio problema, soluções para outras demandas, pela geração de materiais de baixo custo e boas características.[9] 31 Os Conceitos a destinação dos RCD está determinada no Art. 10 da Resolução n° 448 de 21 de janeiro de 2012, que diz: "Art. 10. Os resíduos da construção civil, deverão ser destinados das seguintes formas: [9] I - Classe A: deverão ser reutilizados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos classe A de preservação de material para usos futuros; [8] II - Classe B: deverão ser reutilizados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo que permita a sua utilização ou reciclagem futura; [9] III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados de acordo com as normas técnicas específicas. [9] IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados de acordo com as normas técnicas específicas. Ressaltando que em conformidade com a Resolução, os conceitos de reutilização, reciclagem e beneficiamento são distintos entre si. A reutilização consiste em um processo de reutilização de um resíduo, sem transformação dele. A reciclagem por sua vez, consiste em um processo de reaproveitamento de um certo resíduo, após ter sido feita a transformação. O beneficiamento por outo lado, submete o resíduo à operações ou processos que permita a utilização como matéria-prima ou produto. [9] Resíduos Sólidos Urbanos (RSU): tratamento dado aos RCD de acordo com a Resolução no 448, de 18 de janeiro de 2012, Municípios e o Distrito Federal tem um prazo de até 12 (doze) meses a partir da publicação desta resolução elaborar seus Planos Municipais de Gestão de Resíduos de Construção Civil. Em conformidade com a Resolução supracitada: 8 “Parágrafo único. Os Planos Municipais de Gestão de Resíduos de Construção Civil poderão ser elaborados de forma conjunta com outros municípios, em consonância com o art. 14 da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010."Resolução no 307, o tratamento dado aos RSU. [9] De início, Prefeitura Municipal da cidade de São Paulo, recolhe até 50kg/dia em domicilio de RCD desde que este esteja devidamente adicionados em embalagens que possibilite o transporte. Outra opção do morador da cidade de São Paulo, consiste no encaminhamento de até 1m³ de RCD aos Ecopontosunidades de 32 descarte gratuito diário. Os volumes gerados acima de 1m³ devem ser removidos pelo agente responsável. Deve-se contratar empresas que removam esse RCD. Algumas empresas operam com caçambas e devem estar cadastradas junto à Prefeitura Municipal de São Paulo. Os agregados produzidos são empregados em obras de pavimentação embora sem desenvolvimento técnico adequado, na produção de pequenos componentes de concreto, como blocos de pavimentação. Atualmente estão em operação as centrais de reciclagem em Belo Horizonte, com duas centrais com capacidade total de 300 ton./dia, em processode desenvolvimento, Ribeirão Pretas e Piracicaba. Em São José dos Campos, São Paulo e Londrina as centrais foram desativadas. A utilização de um sistema de coleta de RCD é interessante do ponto de vista financeiro para as prefeituras, uma vez que permite a redução dos custos, além dos ganhos ambientais. Os custos com a implantação e operação do sistema de gestão do RCD são compensados pela redução da necessidade de coleta e deposição do resíduo depositado ilegalmente e pela substituição de agregados naturais adquiridos de terceiros utilizados em obras da municipalidade pelo agregado reciclado. O sistema será cada vez mais atrativo quanto maior o custo do agregado natural e do sistema de coleta da deposição ilegal.[8] Um dos principais erros deficiências das políticas de reciclagem RCD baseadas no modelo de centrais de reciclagem operadas pelas prefeituras é o risco de interrupção do funcionamento, dada à descontinuidade que caracterizam as ações das administrações públicas e com isso não existe garantia de continuidade. Municípios como São José do Rio Preto, Tocantins e Santo André estão analisando o problema. Santo André operou durante alguns meses uma pequena central de reciclagem experimental. Em São José dos Campos, recentemente, experimentou a interrupção total da operação de sua central. Com a pouca atividade que caracterizou a operação da central de São Paulo culminou em seu fechamento. A principal vantagem deste modelo é que há garantia do mercado para o produto reciclado.[8] A execução do estudo baseou-se no modelo ANVI500, cuja tecnologia permite a reutilização do RCD por meio da moagem dos resíduos. [9] 33 Moinho para reciclagem o ANVI500 é um instrumento utilizados para misturar argamassas, que são utilizadas na alvenaria, revestimentos e enchimento de pisos.[9] Figura 2 - Moinho Misturador ANVI500 A economia proporcionada pelo uso do ANVI500 é de cerca de 30% da mão de obra, 50% do cimento, 40% da areia, 80% da cal e 97% das despesas do "bota fora" de entulho. Os materiais utilizados para a produção da argamassa são: cimento, entulho como blocos cerâmicos e de concreto quebrados, tijolos e restos de argamassa, areia e água. Na fabricação de blocos de concreto, o material quebrado e desagregado pela ANVI500, utiliza-se um dispositivo especial. Recupera-se a areia e o pedrisco originais, para somente acrescentar o cimento e água para moldar novos blocos. A economia de cimento é no mínimo 10% conforme testes práticos realizados. [9] As características técnicas dentro de uma caçamba de piso horizontal, dois rolos para misturar, giram em torno de um eixo central vertical, puxados por manivelas de eixo duplo que permitem elevar-se por cima do entulho. Obtém-se assim um material excelente, transformando em argamassa. Duas pás raspadeira de altura regulável empurram os materiais para baixo dos rolos moedores. A descarga da argamassa pronta para usar dá-se por uma comporta no piso da caçamba, com o Fonte: www.anvi.com.br Disponível em: https://i.ytimg.com/vi/PbJ6peQprSo/maxresdefault.jpg. Acesso em Novembro de 2015; 34 moinho em funcionamento. O equipamento é fornecido com o motor elétrico instalado com polias, correias e protetores. A trituração do entulho é realizada pela ação dos rolos de 600 kg cada um. A argamassa obtida tem muita plasticidade, maciez e liga. Assim obtendo as características:[9] 1. Produção de finos durante a moagem, os quais geram a liga entre os grãos de areia, e preenchendo os vazios, aumentam a impermeabilidade. 2. Mistura perfeitamente homogênea. O cimento reveste cada grão de areia por igual. Ao moer o entulho, obtêm-se: [9] 3. Areia, pó de cimento e pó de cal, que ainda têm parte da atividade aglomerante. [9] 4. Argila calcinada que é, blocos e tijolos cerâmico, areia e cimento blocos de concreto. Por isso, trocando 30% da areia por entulho, a argamassa obtida é 30% mais resistente à compressão, conforme experimentos realizados por vários laboratórios.[9] A utilização do moinho proporciona a produção de uma massa fina, utilizando cal e areia sem peneirar, pois as pedrinhas desta são esmagadas pelos rolos moedores. Pode-se também sem se utilizar entulho, com um traço de 1 de cimento, 2 de cal e 10m de areia, obtêm-se ótimas argamassas para assentamento e revestimento.[9] 2.7 NORMAS PARA O MANEJO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC) A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), criada pela lei n°12.305, de 2010, define os Resíduos da Construção Civil (RCC) em seu Artigo 13, como sendo os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluindo os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis.[10] A Resolução n°307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de 5 de Julho de 2002, define em seu artigo 2, que os resíduos da construção civil são os provenientes de construção, reformas, reparos e demolição de obras de construção civil, e resultantes da preparação e da escavação de terrenos , tais como: blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassas, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, 35 plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. [10] NBR 15.112 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Áreas de Transbordo e Triagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação. Possibilita procedimentos para o manejo na triagem dos resíduos das diversas classes, inclusive quanto à proteção ambiental e controles diversos. [10] NBR 15.113 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes. Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação. Procedimentos para o preparo da área e disposição dos resíduos de Classe A, proteção das águas e proteção ambiental, planos de controle e monitoramento. [10] NBR 15.114 - Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de Reciclagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação. São os procedimentos para o isolamento da área e para o recebimento, triagem e processamento dos resíduos de Classe A. [10] As seguintes normas são para o uso dos resíduos de construção e demolição: NBR 15.115 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução de camadas de pavimentação. [10] NBR 15.116 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. [10] 36 CAPÍTULO III 3 - AVANÇOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: Nos últimos anos, o foco principal em todos os projetos civis é o de reverter a situação atual das construções que muitas vezes extrai 2/3 da madeira natural, e utiliza mais de 50% dos recursos naturais do planeta que em sua maioria não são renováveis. Para reverter esse grande impacto ambiental, ao longo do tempo foram desenvolvidas técnicas adaptativas para cada processo da construção.[14] Externo: Alguns anos atrás para se projetar a planta de uma casa não se pensava na preservação da vegetação natural daquele local, apenas era feito a limpeza do terreno, eliminando tudo que “atrapalhasse” a construção. Hoje em dia com os avanços pensando em sustentabilidade, já conhecemos varias formas de respeito ao meio ambiente.[14] Na área de planejamento, conhecemos formas “educadoras” com uma visão de futuro sustentável , promovendo ações ambientalmente corretas para motivar a retomada de harmonia entre o Homem e a Natureza. Dentro desse contexto, podemos conhecer as plantas adaptadas que respeitamo espaço natural dos seres ali presentes visando também o futuro da construção. Como por exemplo, respeitar uma arvore com muitos anos, elaborando a planta de sua casa nos arredores de seu tronco visando além do respeito ambiental, a influência no clima pois influenciam na umidade, na diminuição de ruídos externos, melhoram na visão estética e contribuem para o equilíbrio psicológico, transmitindo sensação de calma e conforto às pessoas.[14] Também podemos projetar as janelas de acordo com a luz solar para reaproveitamento da claridade natural e o não aquecimento excessivo em casos de ambientes quentes.[14] Em lugares com quantidade considerável de chuva, é viável a coleta para aproveitamento de funções domésticas e muitas outras atitudes simples de serem tomadas e que contribuem muito para uma construção sem agressão ao meio ambiente.[14] 37 Construção: Utilização de eco materiais Para uma obra ser levantada é necessário materiais que muitas vezes são de grande impacto negativo para o ambiente. Antigamente, com a tecnologia pouco desenvolvida isso não era levado em conta, os materiais eram produzidos de uma forma unicamente pensando na construção. Hoje em dia essa questão evoluiu muito, e já foram desenvolvidos materiais sustentáveis, conhecidos como eco materiais, que substituem os convencionais e sua produção não gera danos ao ambiente.[13] Como por exemplo, os tijolos ecológicos que são compostos de areia e resíduos de construção. Isso é bom para o meio ambiente, pois o processo de produção não necessita de fornos, eliminando a utilização de lenha e sem lenha também não há fumaça e, por consequência, elimina a emissão de gases. [13] Conhecendo esse material observamos muitas outras vantagens ecológicas e também econômicas, pois esse tipo de tijolo tem sua vantagem no preço e chegam a representar uma economia de 30 a 60% no custo total da obra em relação ao modo tradicional.[13] Podemos citar também o cimento, que é parte fundamental para o levantamento da obra, porém é responsável por quase 5% das emissões mundiais de gás carbônico. Os cimentos convencionais são extremamente prejudiciais em questões ambientais e sociais, tais como: contaminação de solo, lençóis freáticos e do ar. Pensando nisso já foram desenvolvidos tipos de cimentos sustentáveis, um deles é o CP III, um tipo de cimento que substitui parte do clínquer por escórias de siderúrgicas, material nobre que sobra da fusão de minério de ferro, coque e calcário. Além de vantagens ambientais este tipo de cimento também tem maior resistência que o comum.[13] Acabamento: Após a construção ser levantada podemos começar a pensar em seu acabamento não se esquecendo de levar em conta o meio ambiente e a qualidade de vida para quem irá usufruir desta construção. [13] 38 Quando falamos em acabamento logo pensamos nas tintas e cores para se obter um ambiente bonito e agradável, porem, existem tintas que contem grande quantidade de compostos orgânicos voláteis (COVs) que liberam hidrocarbonetos aromáticos e são altamente agressivas para a camada de ozônio e para a saúde de quem estiver no ambiente onde são aplicadas .Mas hoje em dia já existem soluções fáceis para não causar esses problemas quando for pintar sua casa, como por exemplo, utilizar tipos de tintas ecológicas que são formuladas com matérias-primas naturais, sem componentes sintéticos ou insumos derivados de petróleo. [13] Acabamento interno: O acabamento interno são aqueles materiais essenciais para o nosso dia a dia, como por exemplo as lâmpadas e torneiras que são de extremo uso.[11] As torneiras em uma casa, por exemplo, são de uso constante. Usamos para lavar as mãos, lavar louças e muitas outras utilidades. Com isso, se não usadas com cautela, causamos um gasto excessivo de água, o que representa a perda do maior bem natural do planeta. [11] Para combater esse desperdício, muitas medidas já foram tomadas, como por exemplo a criação dos redutores de vazão de água que tem um valor acessível, e funcionam da seguinte forma: Os redutores são pequenos anéis que controlam a quantidade de água na saída das torneiras de banheiros, cozinhas e tanques. Por exemplo: ao ligar a torneira do banheiro para lavar as mãos ela só irá liberar a quantidade necessária de agua para aquela função de acordo com os movimentos feitos, evitando assim o uso excessivo e desperdício. [12] Podemos citar também as descargas que são grandes vilãs quando o assunto é desperdício de água. Na descarga comum o volume de agua despejado é controlado pela pessoa, oque provoca grande desperdício. [11] Mas, hoje em dia, esse problema já pode ser resolvido facilmente com o uso das novas tecnologias. [11] Uma delas, muito eficiente, é a válvula de descarga com duas teclas de acionamento que funcionam de tal modo, que cada tecla despeja um diferente volume de água na bacia sanitária. Uma serve para o escoamento de líquidos. A 39 outra para o escoamento de sólidos Com as teclas de acionamento parcial (para líquidos) e de acionamento total (para sólidos) a economia é de até 30% em relação ao modelo tradicional. [11] Com todos esses exemplos citados acima podemos perceber o quão grande foi o avanço da construção civil pensando em soluções que não agridam o meio ambiente, e que todas elas são de grande contribuição para as questões sustentáveis do planeta. [11] 3.1 - NOVOS MATERIAIS Ecovative: material isolante a base de fungos que substitui a utilização de espumas plásticas.[15] Figura 3 - Ecovative Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c1f8619f2a7.93657630.jpg Acesso em Novembro de 2015. 40 Bellwether Materials: outra opção de isolante feito com lã de ovelha, que utiliza pouca energia na produção e é seguro para pessoas, ambiente e animais. A lã ainda absorve poluentes do ar e é de difícil combustão em caso de incêndio. [15] Figura 4 - Bellwether Materials Tintas Ecodomus Matte: derivadas de minerais naturais, não contém toxinas e são hipoalergênicas, além de impedir o surgimento de bactérias do mofo e absorver CO2.[15] Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c2006d3b1a4.59775914.png Acesso em Novembro de 2015. 41 Figura 5- Tintas Ecodomus Matte Painéis StormWall: sistema de paredes, piso e forro estruturais que substituem o uso de drywall. Absorvem mais de três vezes a quantidade de CO2 emitida em sua cadeia de produção. [15] Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c20574133b5.29248620.png Acesso em Novembro de 2015. 42 Figura 6 - Painéis StormWall Cobertura GR Green: restos de pedra calcária e plástico reciclado (garrafas de leite e sacolinhas plásticas) compõem o produto que custa menos que os concorrentes, tem longa duração (pelo menos 50 anos) e pode ser reciclado. [15] Figura 7 - Cobertura GR Green Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c20fd6cf3c4.52010877.jpg Acesso em Novembro de 2015. Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c21d3444235.87917769.png Acesso em Novembro de 2015. 43 Biobrick: bactérias produzem materiais de uma espécie de cimento natural, que possuem custo e desempenho semelhantes à alvenaria tradicional. [15] Figura 8 - BiobrickEcococon: painéis de palha para construções pré-fabricadas de custo acessível e bom isolamento. [15] Figura 9 - Ecococon Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c2c02597492.15938520.png Acesso em Novembro de 2015. Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c29778fcae1.67697453.jpg Acesso em Novembro de 2015. 44 HaploBuilt: materiais biodegradáveis ou recicláveis também utilizados em construções pré-montadas. Dispensam o uso de água e podem ser desmontados e reutilizados em uma nova construção. [15] Figura 10 - HaploBuilt Painéis ECOR: feitos de fibra de celulose são fabricados em um ciclo que reutiliza 99,5% da água necessária para a produção. [15] Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c2c903f6173.61030491.jpg Acesso em Novembro de 2015. 45 Figura 11 - Painéis ECOR Dutch Design Initiative: painel reforçado de cimento, madeira e lã, são resistentes ao fogo, à água, a insetos, não apodrece e ainda por cima é um isolante térmico e acústico. [15] Figura 12 - Dutch Design Initiative: Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c2cb2a40658.18103758.jp g Acesso em Novembro de 2015. Fonte: http://asboasnovas.com/ Disponível em: http://asboasnovas.com.br/arquivos/ckeditor/525c2933f41158.77446099.jpg Acesso em Novembro de 2015. 46 3.2 USINAS DE RECICLAGEM DE RCC As Usinas de reciclagem de RCC podem ser divididas em 2 categorias de acordo com a sua mobilidade. Vejamos:[16] 3.2.1 USINAS FIXAS Usinas Fixas são construídas em um terreno com uma área que varia em função da capacidade de processamento da usina, ou seja, quanto maior a capacidade, maior será a área necessária para se construir. [16] Figura 13 - Usina Fixa de reciclagem de RCC Precisam da preparação de um fundamento onde serão instaladas. Sua instalação até o momento de operação leva em torno de 30 dias. São as versões economicamente mais acessíveis do mercado, contudo as mais limitadas em se tratando de competitividade comercial.[16] Fonte: http://www.portalresiduossolidos.com/ Disponível em: http://www.portalresiduossolidos.com/wp- content/uploads/2014/01/UR-RSCC.jpg Acesso em Outubro de 2015 47 3.2.2 - USINAS MÓVEIS Uma Usina de Reciclagem Móvel de Resíduos da Construção Civil – URM- RCC é composta basicamente por 3 componentes: Um caminhão do tipo Roll On Roll Off, uma Britadeira Móvel e uma Peneira Rotatória Móvel normalmente atracada como reboque no caminhão. A definicao do Modelo de Negócio é fundamental para se garantir uma lucratividade. Entenda melhor lendo o artigo Modelos de Negócio com usina de reciclagem móvel de entulhos praticado em países desenvolvidos com um mercado altamente competitivo.[16] As britadeiras móveis são construídas em um único bloco normalmente com o tamanho variando entre 1 container de 20” e 40” de acordo com sua capacidade de processamento. Podem ser utilizadas em um empreendimento fixo ou mesmo ser alugada para obras em diferentes locais. De acordo com o fabricante, essas usinas podem ser facilmente transportadas em caminhões do tipo Roll On Roll Off.[16] Figura 14 - Usina móvel de Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil completa. Composta basicamente de 3 componentes: O caminhão do tipo Roll On Roll Off, a Britadeira Móvel de Mandíbula modelo BMD RA 700/6 e uma Peneira Rotatória Móvel.[16] A grande vantagem deste modelo é que o empreendedor poderá levar todo o empreendimento para regiões onde seu serviço se faça necessário. Se aproveitado Fonte: http://www.portalresiduossolidos.com/ Disponível em: http://www.portalresiduossolidos.com/wp- content/uploads/2014/04/ms1600-2-pequena.jpg Acesso em Outubro de 2015 48 da maneira correta, o empreendimento pode ser altamente lucrativo e extremamente versátil.[16] Entre as vantagens das usinas móveis, podemos citar: 1- Sua mobilidade torna o empreendimento extremamente competitivo;[16] 2- Pode atuar em um ponto fixo ou atender grandes obras diretamente no local;[16] 3- Diminui custos de logística e construção de fundamento de base;[16] 4- Alta capacidade de adaptação geográfica do mercado;[16] 5- Versões a diesel ou energia elétrica;[16] 6- Pode ser locada completamente por empresas do setor;[16] 7- Alta capacidade de processamento;[16] 49 CAPÍTULO - IV 4 - PILARES PARA A CONSTRUÇÃO DO FUTURO 4.1 - UM OLHAR SOBRE A REALIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL Ao vermos a realidade da Construção Civil nos deparamos com seus efeitos na construção/destruição do âmbito de vida da sociedade, e diante de estudos realizados podemos ver a opinião dos engenheiros sobre assunto.[17] Apesar de muitos engenheiros serem contra a destruição, não há uma maneira de não prejudicar o “outro”. Não tem porque não fazer se a lei dá o direito de construir o quanto for necessário. [17] O que a gente nota na Construção Civil é que todos querem levar benefícios, se eu posso construir um prédio de doze pavimentos e tem uma transferência de índice podendo colocar mais dois pavimentos, não importa se tem o prédio do lado com dez, vai fazer de quatorze, porque a lei permite. [17] Será que a Construção Civil precisa ser um “mau”? Será que uma mudança na visão dos profissionais da área não seria o caminho para amenizar esse “mau”? [17] Afinal, é impossível eliminar impactos na realização de uma construção, seja qual for, mas é possível reduzir a sua interferência tomando alguns cuidados. A obra de engenharia civil, por exemplo, uma barragem ou uma ponte, é impactante. Então o que o engenheiro hoje tem que fazer é não deixar de construir, mas racionalizar da melhor forma possível para diminuir os impactos causados; procurar utilizar matérias mais próximas do itinerário mais adequado para ferir menos a vegetação e o rio. [17] Isso tudo nos faz pensar nas transformações que a construção civil provoca ao nosso redor, tanto na execução, como depois dela. No ponto de vista da sustentabilidade, essas transformações, são na maioria das vezes, negativas, trazendo então um problema que intensifica, agressivamente, o crescimento urbano da atualidade. Ao ampliarmos nosso olhar, podemos ver que esse setor de trabalho possui uma grande diversidade de atividades para a sociedade, sendo assim, exerce grande influência na sua organização. Podemos notar essa relação entre a construção civil e a sociedade, olhando para a rede de transportes de um país e a interferência que ela proporciona nos mais diversos aspectos envolvidos. [17] 50 A construção de uma estrada, por exemplo, interfere amplamente no ambiente por causa de sua alteração direta que sua existência provocará em qualquer que seja o território. Isso tudo pelo movimento de terras e de materiais produzidos nestes locais. E ainda mais porque a construção de uma estrada implica na reorganização urbana e relocação de contingentes populacionais. Se observarmos também o setor de edificações, veremos que este também muda com o passar do tempo, devido aos diferentes estilos arquitetônicos que vão surgindo. Notemos que para o processo histórico dessa transformação, fazendo um paralelo entre as antigas construções, em cujo demorado processo de construção sofriam alterações de estilo arquitetônico, de materiais, e utilizações,