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Cadeias Produtivas II Unidade II

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3 AviculturA:
3.1 Avicultura de corte
3.1.1 Manejo de frangos de corte
3.1.1.1 Introdução 
A avicultura é difundida em todo o País, mas é encontrada tradicionalmente na região Sul e Sudeste. 
O Brasil é o terceiro maior produtor de frangos no mundo e é líder mundial em exportação.
Nos últimos anos houve uma melhora significativa na avicultura, tais como a idade do abate. Em 
1930, o abate ocorria com mais de 100 dias, hoje é ao redor de 42 a 45 dias. 
O que melhorou a avicultura brasileira foi o genética, o manejo, a nutrição, a ambiência, a sanidade, 
a biotecnologia, o mercado, dentre outros.
3.1.1.2 Revestimento do solo do aviário – cama
A cama pode ser de casca de arroz ou maravalha (eucalipto é melhor). A cobertura deve ser uniforme, 
cerca de 1 m3 para 20 m2 de aviário. Devemos evitar placas úmidas, por isso deve-se revolvê-las. O ideal 
é que tenha umidade ao redor de 20%. Ainda é aceito o período de troca de cama entre cada 4 a 7 lotes. 
Porém, quer-se aumentar o número de lotes entre uma troca e outra de cama.
No Brasil, é comum a cama apresentar baixa qualidade. Como explicação, pode-se observar: a 
umidade fora do padrão ideal; o formato do bebedouro e seu ajuste; a ventilação deficiente; a alta 
densidade populacional, tal como 20 ou mais aves adultas/m2, dentre outras.
 Observação
É fundamental para uma produção satisfatória em avicultura o correto 
manejo de cama.
3.1.1.3 Manejo de recebimento dos pintinhos
Antes da chegada do lote, deve-se verificar as campânulas que funcionam, pois os pintinhos 
apresentam sistema termorregulador imaturo. 
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A primeira estrutura utilizada são os círculos de proteção: “pinteiros”. Eles têm a função de proteger 
e delimitar o pintinho para fontes de calor, água e ração. Os pintinhos já são descarregados no próprio 
círculo de proteção, sempre com cama nova. 
É importante que os animais já venham sexados para melhorar a uniformidade do lote e, além 
disso, os machos apresentam melhor conversão alimentar que as fêmeas. As fêmeas apresentam maior 
rendimento de carcaça eviscerada e maior rendimento de carne de peito, já os machos apresentam 
maior rendimento de pernas.
Deve-se tomar todo o cuidado na primeira semana, observando o comportamento, quantidade na 
chegada, peso do lote, dentre outros.
A partir do terceiro dia de vida vai-se realizando a abertura gradual dos pinteiros. Nos primeiros 10 
dias, deve-se utilizar apenas metade do aviário. O ventilador não é ligado e, dependendo da temperatura, 
a cortina é aberta. No máximo em 14 dias os pintinhos são soltos por todo o galpão.
Figura 11 – Aves soltas em parte do galpão 
3.1.1.4 Manejo das cortinas
As cortinas atuam no sentido de proteger contra a chuva, sol e fontes de vento. O manejo é de 
acordo com o macro e microambiente.
3.1.1.5 Iluminação 
A iluminação estimula o consumo de ração e de água. É determinada pela região e época do 
crescimento.
Recomenda-se, na primeira semana de vida, 23 horas de luz (a redução é gradual). Para isso, são 12 
horas de luz natural e 11 horas de luz artificial. 
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Depois desta idade, vai reduzindo a iluminação até ficar em média 18 horas de luz diária. 
3.1.1.6 Bebedouros e comedouros
É preciso controlar a altura conforme a idade da ave. O bebedouro deve estar na altura dos olhos e 
o comedouro, na altura do pescoço. Ambos devem ser automáticos e eficientes para evitar desperdícios. 
O comedouro e o bebedouro (se não for nipple) devem ser preenchidos em até um terço da calha. Com 
isso, ocorre perda máxima de 2%. O bebedouro nipple é melhor, porque a água não fica exposta.
A temperatura da água no bebedouro deve ser ao redor de 20 ºC. O consumo de ração e o consumo 
de água têm correlação. Em média, há consumo de 1 kg de alimento para 2,5 litros de água.
A média de bebedouros é um para cada dez aves, apenas o bebedouro nipple que é um para doze aves.
A densidade animal considera doze aves/m2, na verdade são 30 kg de frango/ m2.
Figura 12 – Bebedouro tipo nipple 
3.1.1.7 Ração
Como aspectos físicos, a ração pode ser fornecida na forma peletizada, que traz menores perdas, 
pois não gera pó. Pode ser triturada (quebra do pellet) ou ainda farelada para a forma inicial, sendo a 
mais barata.
Como tipos de ração, há a inicial, que é mais rica em gordura entre o 1º e 21º dias de vida. Para 
a fase de crescimento, é mais rica em proteína, indo dos 21o aos 42o dias de vida. E para fase final ou 
terminação, não há um elemento específico, indo dos 42 dias de vida até o abate. O premix entra em 
todas as fases.
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3.1.1.8 Fatores de produção
GPD (ganho de peso diário) = peso corporal/idade ao abate. Em gramas.
PM (peso médio) = peso do lote/nº de aves retiradas. Em gramas.
CA (conversão alimentar) = consumo total de ração/peso total do lote ao abate.
CR (consumo de ração) = consumo do lote/aves retiradas.
VB (viabilidade) = frangos retirados/nº de pintos recebidos X 100.
IEP (índice de produtividade) = peso médio X viabilidade/idade ao abate X conversão alimentar X 100.
O IEP deve ter valor mínimo de 250% aves (valor satisfatório).
Exemplo de aplicação
Em um galpão foram alojados 13.000 pintos, sendo abatidas 12.062 aves. O peso total do abate foi 
de 32.236 kg. O peso médio por ave é 2,673 kg. A ração entregue é de 65.940 kg. A ração consumida é 
65.140 kg. A idade ao abate é de 45 dias. Foi pago um valor de 34 centavos por ave. Pergunta-se: qual 
a porcentagem de:
•	 mortalidade;
•	 viabilidade;
•	 conversão;
•	 ganho	de	peso	diário;
•	 fator	de	produção;
•	 litros	de	água	consumidos	no	período;
•	 quanto	o	produtor	faturou.
Respostas:
VB = FR/pintos recebidos X 100
VB = 12.062/13.000 X 100 = 92,78%.
Mortalidade: 100 % - 92,78% = 7,22%.
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Conversão: CR/PA= 65.140/32.236 = 2,02
GPD = 2,673/45 = 0,059 kg = 59 g
Fator de produção (IEP) = 2,673 (kg) X 92,78 / 45 X 2,02 X 100 = 272,8%
Litros de água consumidos = ração x 2,5
L = 65.140 X 2,5 = 162.850 litros de água.
R$ = 12.062 X 0,34 = 4.101,76 reais por lote. Isso a cada 60 dias, pois a produção dura 45 dias, 
acrescido de 15 dias de vazio sanitário.
3.2 Sistema de postura- produção de ovos
3.2.1 Fases de criação 
As fases de criação de postura são divididas em três, são elas:
•	 Fase	inicial	ou	de	cria,	indo	de	1	dia	até	6	semanas.
•	 Fase	de	crescimento,	entre	6	e	17	a	20	semanas	(em	média	18	semanas).
•	 Fase	de	postura,	entre	18	e	77	semanas,	quando	termina	o	período	de	vida	útil	(vida	produtiva).
3.2.2 Manejo em cada fase 
Antes da divisão propriamente dita, vale ressaltar que as aves vêm de matrizeiros de postura, onde 
há machos e fêmeas que produzem as aves destinadas para a produção de ovos. Os ovos produzidos 
nos matrizeiros vão para a incubadora, onde nascem tanto machos quanto fêmeas, porém, na postura 
comercial não há necessidade de machos, apenas fêmeas. Os machos vão para zoológicos, feiras de 
animais para crianças, por exemplo. A primeira coisa é a sexagem. Há também vacinação contra a 
doença de Marek, que é obrigatória. 
3.2.2.1Manejo das pintainhas ao recebimento 
Para receber as novas aves, é necessário criar um vazio sanitário nas instalações, verificar o 
funcionamento dos equipamentos, ter umidade ao redor de 60%, ter temperatura entre 32 e 35 ºC e 
24h de luz durante dois dias. Além disso, devem-se utilizar círculos de proteção e realizar debicagem, 
que deve ser realizada de 3 a 7 dias de idade. 
Nessa fase, a alimentação é entre duas e quatro vezes ao dia.
Entre três dias e três semanas de vida, deve haver 15 horas de luz/dia.
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3.2.2.2 Manejo no período de crescimento 
Esta fase pode ser realizada em piso ou gaiolas, indo até por volta das 17 semanas. Desde as três 
semanas de vida até as 17 semanas deve haver apenas luz natural. Uma vez por semana deve ser pesada 
uma amostra de 100 aves para avaliar o desempenho, o comum é uma uniformidade por volta de 80% 
do lote.
3.2.2.3 Fase de postura 
O início ocorre em média com 17 ou 18 semanas de vida, com 14 horas de luz por dia. A média de 
postura no início é cerca de 8%; em 30 semanas de idade é ao redor de 94% (pico de postura). O peso 
corporal varia de acordo com o tipo da ave, o peso do ovo idem, porém, em relação ao peso do ovo, 
também há relação com a idade das aves e taxa de postura. 
Um fator importante nessa fase diz respeito à densidade animal e pontos de bem-estar. A umidade 
de fator produtivo é entre 60 e 70%. 
A densidade ideal por ave é de 412 cm2, comedouro são 9 cm lineares por ave e como bebedouro 
deve haver dois copos ou nipples de acesso. Em média são quatro aves por gaiola. 
3.2.3 Sistema de postura automática ou dark house 
Os ovos são transportados em esteiras, e há máquinas que fazem classificação dos ovos após a 
seleção. Ovos quebrados, por exemplo, são descartados. Deve haver um descarte máximo de 5%. Como 
os ovos são porosos, a União Europeia não permite que eles sejam lavados, portanto, para a exportação, 
ovos sujos devem ser descartados. A lavagem, quando feita, deve ser com água morna entre 38 e 46 ºC.
Em sistema não mecanizado, há produção igual ao outro, porém, em menores quantidades e, 
algumas vezes, há problemas de sanidade. Apenas os bebedouros é que são automáticos, do tipo nipple. 
3.2.4 Esquema de muda forçada 
Deve ser realizada sempre em lotes com desempenho satisfatório, ao redor das 70 semanas de vida. 
Basicamente, reduzem-se alimentação e luminosidade para haver mudança e renovação no sistema de 
postura. O esquema detalhado é o seguinte:
•	 Entre	o	primeiro	e	o	10º	dia,	fornece‑se	água	à	vontade,	retira‑se	a	luz	artificial,	a	ração,	fornece‑se	
ostra moída às aves, sendo 30 g/ave no primeiro dia, e nos demais dias 4 g/ ave. 
•	 Entre	o	11º	e	28º	dias	é	recomendável	fornecer	ração	de	crescimento	final,	iniciando	30	g/ave/dia	
até chegar aos 100 g no 28º dia. 
•	 Na	parte	final	(28o a 45º dia), recomenda-se voltar a fornecer ração normal de postura. Nesse estágio, 
inicia-se com 13 horas de luz (natural + artificial) e acrescenta-se cerca de 30 min/semana até 
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chegar em 17h de luz/dia (o processo todo pode ser reduzido para até 45 dias). Durante o processo, 
é comum haver de 10 a 15% de mortalidade. 
No final, as aves estão cerca de 30% mais leves (peso de franga), prontas para iniciarem seu novo 
ciclo de postura. 
Figura 13 – Aves de postura, mantidas em gaiolas 
 lembrete
O melhor bebedouro usado em avicultura é o tipo nipple.
3.3 criação de avestruz
3.3.1 Introdução/principais características sobre a espécie 
Os avestruzes são aves ratitas, ou seja, não voam. Apresentam grande porte, entre 2 e 2,50 m de 
altura e pesam entre 100 e 150 kg. 
Vivem entre 50 e 70 anos. Porém, a vida reprodutiva vai dos 20 anos até por volta dos 40 anos. As 
fêmeas iniciam a produção com cerca de dois anos e os machos com 2,5 a 3 anos. O dimorfismo sexual 
é marcado, sendo mais acentuado a partir de 1 ano de idade, período em que os machos apresentam 
cor preta e a ponta das asas brancas, e as fêmeas penas cinza amarronzadas. A fêmea produz cerca de 
40 ovos férteis por ano. 
O período de incubação dos ovos é por volta de 42 dias e a idade para o abate, por volta de um ano, 
pesando entre 100 e 120 kg, rendendo por volta de 30 kg de carne. O rendimento do animal é cerca de 
60% couro, 35% carne e 5% plumas.
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3.3.2 Principais raças 
As principais raças são: 
•	 black neck;
•	 red neck;
•	 blue neck.
3.3.3 Instalações 
Um primeiro aspecto a ser observado é em relação aos piquetes. É necessário que o local seja o mais 
plano possível, com baixo índice de pluviosidade. 
Uma grande vantagem da criação de avestruz é a necessidade de menor UA (unidade animal) 
por área.
Os piquetes são os seguintes: 
•	 incubadora;	
•	 nascedouro;
•	 creche	para	animais	com	até	três	meses	de	idade;	
•	 recria	para	animais	entre	3	e	24	meses	(nunca	misturar	animais	de	idades	diferentes);	
•	 reprodução	para	animais	acima	de	24	meses.
Os piquetes devem ter em média entre 1.000 e 1.400 m2, devendo haver cercas de 1,60 a 1,80 m de 
altura, feitos de tela ou de arame liso. No caso de arame liso, a distância entre os fios deve ser entre 10 
e 15 cm. Deve haver corredores de 1,5 a 2,0 metros de distância entre os piquetes. Além disso, é preciso 
que haja cochos de água, ração e sal, protegidos de sol e chuva. Os piquetes devem ser de gramíneas 
resistentes ao pisoteamento e de baixo porte. 
3.3.4 Contenção 
Para a contenção não se deve usar cordas, e sim um gancho apropriado. É necessário utilizar capuz 
que vede a passagem de luz para maior tranquilidade do animal. Necessitam-se, no mínimo, duas 
pessoas para o procedimento, e a imobilização deve ocorrer sempre pela lateral do animal para evitar 
chutes (frontal). Podem-se utilizar drogas tranquilizantes como benzodiazepínicos. 
3.3.5 Manejo sanitário/vacinação 
Devem-se manejar em primeiro lugar os animais mais jovens, depois os mais velhos. 
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3.3.6 Manejo nutricional 
Começar a fornecer alimentos aos 5 dias de vida. Até os 21 dias a ração deve ser dada a cada 12 h 
com 19,5% de proteínas e iluminação artificial. 
Entre três semanas e três meses é preciso fornecer ração balanceada três vezes por dia + 50 g de verde picado. 
Dos três meses aos dois anos o procedimento é igual ao anterior, acrescendo feno de leguminosas. Deve ser 
fornecida ração especial para animais em reprodução após os dois anos de idade. Em todas as fases é necessário 
fornecer granito ou pedrinhas, que auxiliam na trituração do alimento no ventrículo, pois não possuem dentes. 
3.3.7 Manejo reprodutivo 
Em cativeiro, as fêmeas iniciam a reprodução aos dois anos e os machos entre 2,5 e 3 anos. Os 
animais selvagens iniciam a reprodução após quatro anos de idade. 
No Brasil, o início de postura ocorre entre julho e agosto. As fêmeas botam um ovo em dias alternados 
até completar de 15 a 20 ovos. Há pausa de 7 a 10 dias e o ciclo recomeça. Os machos devem ser 
separados das fêmeas cerca de três meses antes da estação reprodutiva.
As fêmeas apresentam boa produção até por volta de 40 anos. 
3.3.8 Manejo dos ovos 
Os ovos pesam em média 1,225 a 1,525 kg. A coleta deve ser cuidadosa e ocorrer frequentemente, 
logo após a fêmea deixar o ninho. Deve-se utilizar o ovoscópio paraverificar defeitos nos ovos e, em 
seguida, realizar a limpeza. A limpeza deve ser seca com lixa fina e, depois, é preciso realizar imersão em 
solução de limpeza a 10 ºC mais quente que os ovos.
Os ovos podem ser armazenados por 5 a 10 dias. A sala deve ter temperatura entre 15 e 18 ºC e 
umidade entre 70 e 75%. Pelo menos uma vez por dia deve-se realizar a viragem dos ovos.
Quanto à incubação, dura 42 dias. Os ovos devem ficar em posição vertical com inclinação de 45º, 
temperatura entre 35,5 e 36,7 ºC e umidade entre 25 e 45%. 
3.4 criação de codornas 
3.4.1 Introdução
A coturnicultura – criação de codornas – vem crescendo muito no Brasil devido ao aumento no 
consumo de ovos e cada vez maior aceitação do consumo de carne.
3.4.2 Dados gerais
Para as codornas, segue-se o mesmo modelo que para a galinha doméstica, ou seja, produção de 
ovos e de carne.
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A idade de abate ocorre aos 45 dias, tendo peso de 240 g de peso vivo e rendimento de 120 g. Hoje, 
com técnicas de Melhoramento Genético Animal, consegue-se 72% no rendimento de carcaça. Para os 
frangos domésticos o peso é entre 2,5 e 2,8 kg.
O início da produção de ovos ocorre com idade média de 45 dias, e as codornas produzem 
em média até os 10 meses de vida (40 semanas). Há poucos estudos sobre muda forçada de 
codornas. A taxa de postura é ao redor de 80% e os ovos têm peso médio de 10 a 11 gramas. O 
período de incubação dos ovos é de 16 dias. A produção das galinhas domésticas inicia-se em 
média com 17 semanas.
3.4.3 Instalações e grupos 
3.4.3.1 Reprodução e postura
As codornas e as galinhas são alojadas em gaiolas para a reprodução e a postura.
Em termos de reprodução, a relação é um macho para três fêmeas.
Em postura são duas a três codornas por gaiola, mantidas as fêmeas entre seis a quarenta semanas 
de idade.
3.4.3.2 Gaiolas criadeiras 
As gaiolas criadeiras devem ter aquecimento elétrico. Os pintinhos são mantidos do nascimento até 
15 dias de idade.
3.4.3.3 Baterias de engorda 
Aves de 16 a 45 dias de idade devem seguir o mesmo modelo de frango de corte, mantidos em 
galpão, piso forrado por cama, com densidade de 120 aves/m².
3.4.4 Alimentações para codornas
Há rações comerciais fareladas de uso exclusivo para codornas em crescimento – até 45 dias. Para 
elas, são necessários 12 g/ração/dia/ave, 26% de PB (proteína bruta), aproximadamente.
Somente para fêmeas, a partir de 45 dias é necessária ração apropriada para postura, com 23% de 
PB, aproximadamente, e fornecimento de 30 a 35 g de ração por dia por ave.
A água deve ser potável e sempre à vontade.
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3.4.5 Manejo da criação
3.4.5.1 Manejo de reprodução 
A reprodução ocorre dentro das gaiolas, com um macho para cada três fêmeas. A cada semana 
deve-se trocar o macho da gaiola, visando a uma maior variabilidade genética; ovos férteis devem ser 
incubados artificialmente.
3.4.5.2 Manejo do pintinho
Os pintinhos têm de ser mantidos em jejum até 24 horas após o nascimento, em seguida, deve-se 
fornecer-lhes ração para crescimento.
A temperatura ideal é de 38 °C a partir do terceiro dia de vida, reduzir a 1 °C por dia, até chegar à 
temperatura ambiente.
O piso deve ser forrado com papel.
O fornecimento de ração de 24 a 72 horas de vida deve ser realizado no próprio papel.
A partir do terceiro dia, deve-se fornecer ração no cocho tipo bandeja.
Os bebedouros devem ser lavados e é preciso trocar a água pelo menos duas vezes por dia.
3.4.5.3 Recria 
Idade entre 16 e 45 dias (fêmeas).
3.4.5.4 Manejo de postura 
Deve-se fornecer de 30 a 35 gramas de ração por dia e água à vontade.
Para se conseguir boa taxa de postura, deve haver 17 horas diárias de iluminação. Ou seja, 12 horas 
de iluminação natural e 5 horas de iluminação artificial.
3.4.5.5 Manejo dos ovos 
Os ovos devem ser colhidos duas vezes por dia, mantidos sob refrigeração para manter as qualidades 
nutritivas.
Ovos destinados à incubação devem ser mantidos em ambientes frescos, arejados e não refrigerados, 
nunca acima de sete dias.
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 Observação
A produção de codornas destinadas à postura é realizada em gaiolas e, 
para o corte, é realizada no piso do galpão.
 Saiba mais
Para conhecer mais sobre a criação de aves, consulte o site da Associação 
Brasileira dos Criadores de Aves: <www.abcaves.com.br>.
Em seguida, consulte o site do portal agropecuário e clique na opção 
“avicultura”: <www.portalagropecuario.com.br>. 
3.5 Melhoramento Genético em aves de produção
3.5.1 Introdução
A avicultura comercial obteve excelente progresso nas últimas quatro décadas. Esse progresso se 
deve à eliminação de linhagens menos produtivas e ao melhoramento genético, manejo sanitário, 
nutricional e ambiência no manejo das aves.
As espécies de maior interesse econômico são as galinhas de postura, frangos de corte, perus, 
codornas, marrecos, avestruzes, galinhas-d’Angola e Chester.
3.5.2 Melhoramento genético em aves de corte
A produção para galinhas é de um ovo por dia (23 horas). A idade do abate de frangos de corte 
ocorre entre 42 e 45 dias, com eles pesando entre 2,5 e 2,8 kg.
A habilidade reprodutiva dos plantéis de linhagens puras de frangos de corte tem sido afetada pelo 
aumento do consumo de alimentos dos animais, trazendo obesidade. Há também ovos defeituosos 
e infertilidade, mas, devido ao fato de os frangos irem para o abate ainda jovens, esses efeitos têm 
permanecido oculto. Esses problemas se refletem sobre as matrizes que geram esses frangos, 
principalmente naquelas linhagens selecionadas para alto peso corporal, diferente das linhagens de 
baixo peso. Devido ao rápido ciclo e por causa do problema de fertilidade, é necessário um número 
grande de matrizes se comparadas às aves de postura.
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3.5.3 Melhoramento genético em aves de postura
Se comparado às aves de corte, é requerido um menor número de matrizes, pois, seus descendentes 
têm um ciclo de vida mais longo, de 77 semanas, podendo aumentar ainda mais 30 semanas se 
utilizarmos o esquema de muda forçada (por 45 dias). O objetivo do melhoramento genético não seria 
tanto com relação à matriz, e sim quanto à avaliação do ovo que será destinado ao mercado em si.
Devemos avaliar aqui a taxa de postura, a sua persistência, o peso dos ovos, o consumo de ração, o 
peso da ave, a espessura da casca do ovo.
A principal característica que deve ser avaliada é o peso do ovo.
A seguir a classificação:
•	 Ovos	com	menos	de	45	gramas	são	descartados,	indo	para	uso	industrial.
•	 De	45	a	49	gramas	são	pequenos.
•	 De	50	a	54	gramas	são	médios.
•	 De	55	a	59	gramas	são	grandes.
•	 De	60	a	64	gramas	extra.
•	 Com	mais	de	65	gramas	são	jumbo.
O tamanho ideal é o do ovo grande, pois pequenos são descartados e o jumbo tem maior custo 
na produção, não havendo reembolso para o produtor. Isso ocorre porque os ovos são, geralmente, 
vendidos por dúzia. Quando os ovos são vendidos por peso, o consumidor tende a pagar no máximo 
o preço de ovo extra e não jumbo, que é ainda mais caro. O peso do ovo e o número de ovos têm 
correlação negativa, então, o ideal para a taxa de postura não reduzir é ter um menor peso por ovo.
Aves brancas, que põem ovos brancos, começam a botar ovos grandes a partir de 26 semanasde 
idade e, com 57 semanas de idade, começam a botar ovos jumbo. Já para linhagem marrom, com cerca 
de 24 semanas de idade começam a botar ovos grandes e com 57 semanas mudam para jumbo.
É mais fácil tentar aumentar o peso do ovo de uma linhagem via manejo do que tentar diminuir o 
tamanho do ovo quando a idade da ave já está avançada. Neste caso, o ideal é realizar a muda forçada, 
renovando o ciclo de postura e reduzindo o tamanho do ovo.
3.5.4 Chester
Chester é um tipo de frango geneticamente modificado e é da mesma espécie da galinha doméstica. 
Ele foi desenvolvido por uma empresa brasileira, na qual os pesquisadores trabalharam por três anos ou 
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mais em programas de cruzamentos de linhagens de frangos maiores que o normal. Como resultado, 
obteve-se um animal mais pesado e que, em função disso, vai para o abate aos 65 dias e não aos 42 dias. 
Nessa idade, o animal pesa por volta de 4 kg. A alimentação do Chester é igual à do frango, com ração 
à base de milho e soja. Porém, ele foi selecionado entre linhagens de alto peso, que vivem mais tempo, 
cerca de um terço a mais que o frango comum.
O Chester possui maior concentração de carnes nobres, sendo 70% de peito e coxas. A palavra 
Chester é derivada da palavra inglesa chest, que significa peito. Para aumentar o seu crescimento e 
desenvolvimento, não há adição de qualquer tipo de medicamento, antibiótico ou hormônio anabolizante. 
O crescimento superior da ave, assim como maior deposição de carnes nobres (peito e coxas), é resultado 
do rigoroso controle de melhoramento genético. 
 lembrete
O Chester é um frango modificado geneticamente.
3.6 Manejo para o abate de aves (frangos de corte)
3.6.1 Fluxograma operacional de abate de aves – frango
Com cerca de 44 dias, deve-se iniciar o processo colocando os animais em jejum na granja em 
caixas de transporte, alocando de 10 a 12 aves por caixa. O transporte deve ocorrer à noite. Chegando 
ao frigorífico, o caminhão deve ficar com as aves em um local fresco, com chuveiros, chamados de 
sprinter.
Ao sair do caixote, o animal entra na nória, iniciando a chamada matança aérea. No caso das aves, 
são quatro jogos de nórias. Ao entrarem no primeiro jogo de nórias, diferente de bovinos e suínos, as 
aves já entram de cabeça para baixo.
No abate de aves, o número chega a quatro mil aves por hora, o de bovinos são de 80 a 120 animais 
por hora e suínos, cerca de 200 animais por hora. 
Em seguida, ocorre a insensibilização por eletronarcose, na qual os animais passam por uma calha 
repleta de água e onde há dois eletrodos de 60 a 70 volts. No abate de aves, da insensibilização até a 
sangria são 12 segundos e não 30 como para os bovinos e suínos. 
No processo seguinte, ocorre a sangria, que pode ser de duas formas. A primeira é mantendo a 
integridade do pescoço, onde entra uma tesoura pelo bico e faz corte nos vasos palatinos, ou sangrando 
pelo próprio pescoço, passando serras circulares. A sangria leva três minutos. 
Depois ocorre a escaldagem, com água de 56 a 60 ºC para abrir os folículos das penas. Há a depenação, 
com cilindros rotativos com dedos de borracha; as penas são jogadas em uma canaleta comum de onde 
seguem para os digestores da graxaria (fecha-se a primeira nória).
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O segundo jogo de nórias inicia pendurando a carcaça pelo pescoço. Em seguida, ocorre a escalda 
dos pés para amolecer, isso quando o pé tiver aproveitamento para consumo humano, caso contrário, 
vai para graxaria. Aproveita-se a posição que a ave está e corta-se o papo, traqueia e esôfago, fechando 
a segunda nória.
Inicia-se o terceiro jogo de nórias pendurando o animal pelo pé novamente, saindo da área suja e indo 
para área limpa. No abate de bovinos, o que separa uma área da outra é a esfola, ou seja, a retirada do couro. 
A primeira fase da área limpa é a extração mecânica da cloaca. Em seguida, ocorre a abertura do abdômen. 
Mantém-se os órgãos expostos, mas ainda aderidos à carcaça para a próxima etapa que é a inspeção.
Retira-se o fígado, coração, intestino (graxaria), moela, que vai para um fluxograma a parte onde 
se retira a gordura, abre-se, lava-se e retira-se a cutícula. É feita extração do pulmão por aspiração. Em 
matadouros que retiram a cabeça na área limpa, elas vão para o pacote. Aqueles que retiram a cabeça 
na área suja, vão para graxaria. 
Depois, ocorre a lavagem interna e externa. Retiram-se os pés, e a carcaça cai no chiller, que é 
um resfriadouro, em rosca, sem fim, onde a carcaça fica a 4 ºC. Não há um tempo específico para a 
permanência do animal, fechando a terceira nória.
Inicia-se a quarta nória com o gotejamento, fazendo com que o animal perca o excesso de água. 
Depois ocorre a seleção de carcaças por peso, podendo ser embaladas inteiras ou em cortes.
3.7 Manejo sanitário em aves
3.7.1 Introdução 
Como dito no início desse livro-texto, o Brasil é o maior exportador de frangos no mundo. A pressão 
pelo aumento de produção faz com que alguns cuidados básicos de biosseguridade sejam restringidos. 
Um primeiro motivo poderia ser que grande parte dos aviários possuem piso de chão batido em vez de 
piso cimentado. Essa mudança não traz custos significativos, porém, o segundo facilita a higienização. 
Outro motivo poderia ser pelo aumento da demanda da carne de frango, que faz com que se reduza o 
tempo de vazio sanitário e, consequentemente, reduz os procedimentos de higienização. 
3.7.2 Definições gerais
3.7.2.1 Higienização 
Como higienização entende-se o procedimento de desinfecção das instalações e equipamentos, bem 
como a correta eliminação dos resíduos da produção. 
3.7.2.2 Vazio sanitário 
Vazio sanitário é o período para manutenção do galpão vazio para sua correta higienização entre 
a saída de um lote e a entrada de outro. Este período deve compreender entre 10 e 15 dias para aves e 
uma semana para suínos.
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A higienização das instalações associada ao vazio sanitário é fundamental para minimizar riscos de 
infecção e quebrar ciclos de vida de agentes de doença. 
3.7.3 Procedimentos adequados quanto à biosseguridade em granjas
3.7.3.1 Isolamento da granja
O ideal é que as granjas sejam afastadas de zona urbana e de rodovias. Apenas devem ter acesso 
pessoas envolvidas na produção e estas pessoas não devem criar aves que não estejam sob controle da 
empresa.
Os galpões devem ter estrutura para não permitir a entrada de aves de voo livre, pois podem carregar 
doenças. A granja deve ter programa de controle de roedores e insetos – cascudinho. Deve-se controlar 
moscas, principalmente em granjas de poedeiras, pois os dejetos caem na vala que fica embaixo das 
gaiolas. Esses dejetos devem ser removidos duas vezes por semana.
Deve haver incineradores para destinar aves mortas e é preciso utilizar o programa all in, all out 
(todos dentro, todos fora). Ou seja, só poderão entrar novas aves após a saída de todas as outras, 
evitando possuir aves de diferentes idades, para que não haja a transmissão de doenças. Quando a 
granja possuir aves de diferentes idades, os galpões deverão ter distância mínima de 100 metros um do 
outro, e as aves mais jovens devem ser manejadas antes das mais velhas.
3.7.3.2 Limpeza e cama
Os frangos de corte são mantidos em galpões com aproximadamente 12 aves/m2. Após a saída das 
aves para o abate, aos 45 dias, a limpeza deve ser iniciada. Existe a limpeza seca e a úmida. Primeiro 
deve-se remover a cama. Em seguida,deve-se fazer a limpeza seca, utilizando vassoura de fogo para 
queimar as penas superficiais. 
A cama deve ser retirada para fermentação e, em seguida, ser reutilizada. Deve-se retirar toda a 
matéria orgânica, restos de ração, sujeira dos utensílios, paredes e cortinas, bem como realizar limpeza 
dos arredores. A maravalha ideal é de eucalipto, com esta, obtém-se resultados de mortalidade inferior 
a 1,5%.
A cama deve ser trocada a no máximo a cada quatro lotes. Embora queiram aumentar o número de 
lotes por falta de espaço para destino da cama, alguns consideram entre quatro e sete lotes. Caso haja 
algum problema sanitário, a cama deverá ser trocada.
No galpão, a cama deve ter ao redor de 20% de umidade e, ao ser retirada para fermentação, o ideal 
é que tenha 40% de umidade. Para facilitar essa fermentação, a cama deverá ser umedecida e colocada 
sob lona preta. Ao ser reutilizada para novo lote no galpão, deverá ser revolvida várias vezes para voltar 
a umidade de 20% (25% no máximo). Deve-se utilizar algum desinfetante como cal (1 kg de cal para 
cada 15m2 de cama) para auxiliar na secagem da cama.
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O calor associado à fermentação atua no sentido de reduzir patógenos.
A limpeza úmida consiste em lavar com água todos os fômites para, em seguida, realizar a desinfecção 
com produtos químicos bactericidas (destroem bactérias em sua forma vegetativa) e germicidas 
(eliminam todos agentes em todas as formas, ou seja, incluem a forma esporulada), ressaltando que não 
existe desinfetante ideal.
3.7.3.3 Biosseguridade 
São práticas de manejo e normas de segurança para seres vivos, visando protegê-los contra agentes 
de doença. A biosseguridade é um termo utilizado para animais e biossegurança, para humanos, hospitais 
e laboratórios.
3.7.3.4 Vazio das instalações
Como dito anteriormente, é o período em que a instalação permanece vazia após realizar a 
desinfecção. Esse período permite a destruição de organismos não atingidos pela desinfecção, sendo 
então sensíveis a agentes físicos naturais, tais como calor, ventilação e incidência de sol.
Quanto maior o período de “descanso” do aviário após a desinfecção, menores as condições para que 
os microrganismos permaneçam viáveis, aumentando assim o efeito da desinfecção.
4 BiOlOGiA e cOntrOle de AlphitOBiuS diAperinuS (cAScudinhO)
4.1 introdução e biologia 
O A. diaperinus é uma espécie de besouro conhecida popularmente como cascudinho. É uma das 
principais pragas que afetam a avicultura moderna.
Esse besouro alimenta-se de fezes, carcaça e restos de ração, ou seja, não apresenta aversão a 
nenhum tipo de alimento, tendo grande facilidade de se desenvolver em até 38 ºC e umidade entre 15 e 
20%, o que explica sua grande ocorrência na cama dos aviários. O ciclo passa pelas fases de ovo, larva, 
pupa e adulto, levando de 50 a 70 dias para chegar à fase adulta. Nessa fase, podem viver até 400 dias; 
a fêmea bota durante sua vida ao redor de 2 mil ovos.
4.2 importância econômica e sanitária 
Em primeiro lugar, as larvas perfuram o material isolante dos sistemas de isolamento térmico em 
galpões climatizados.
No Brasil, um problema sério causado pelo cascudinho são as mutilações nas cortinas, danificando-as.
Um outro problema é o fato de as aves ingerirem as larvas e os adultos desses besouros, 
prejudicando o ganho de peso e a conversão alimentar. Os cascudinhos ao serem ingeridos, liberam 
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substâncias tóxicas como as quinonas, trazendo lesões hepáticas e fazendo com que o fígado seja 
condenado no abatedouro. 
Outra importância é o fato de eles atuarem como vetores mecânicos ou hospedeiros intercalados de 
vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos. Como doenças causadas por vírus, há, por exemplo, 
a doença de Gumboro, Marek, Newcastle e Leucose. Como causas bacterianas, estão relacionadas 
Escherichia coli, Salmonella, Bacillus e Streptococcus. Fungos são relacionados a Fusarium, Aspergillus e 
Candida. Protozoários, basicamente Histomonas meleagridis, e helmintos (vermes) atuam basicamente 
como hospedeiros intercalares de cestódeos, tais como Raillietina (incomum em aves de corte) e 
Choanotaenia infundibulum (mais para aves de corte). 
4.3 controle integrado 
O controlr integrado é feito, basicamente, utilizando-se em primeiro lugar de um controle físico ao 
realizar a fermentação da cama embaixo de lona preta. A fermentação já elimina as larvas e os adultos 
migram para a periferia, ficando então na superfície da cama ou face interna da lona. Nesses locais 
deve-se entrar com controle químico à base de cipermetrina e clorpirifós associados, utilizando-se de 
um litro dos compostos químicos para 800 litros de água.
 Saiba mais
Para saber mais, consulte o site da Fundação Apinco de Ciência e 
Tecnologia Avícolas: <www.facta.org.br>.
 resumo
A avicultura nacional é uma atividade que apresenta grande posição 
de destaque, assim como a suinocultura. Há diversas espécies criadas no 
País, tais como avestruzes, codornas, frangos de corte, galinhas de postura 
e outras ainda menos relevantes. 
Os frangos de corte são manejados diretamente no galpão, no piso dos 
galpões, sendo fundamental para uma produção satisfatória o uso de cama 
de qualidade, bebedouros e comedouros automáticos e bem ajustados. Os 
frangos são abatidos de forma bastante precoce, atualmente, com cerca de 
42 a 45 dias de idade. 
As galinhas de postura são manejadas em gaiolas, havendo hoje sistemas 
de produção totalmente automatizados, tanto em termos de manejo quanto 
coleta dos ovos produzidos. As galinhas de postura produzem durante 
um longo período, cerca de 60 semanas. Após esse período, geralmente 
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é realizada a muda forçada e as aves ainda produzirão por mais umas 30 
semanas, após a realização desta.
As codornas, em termos produtivos, assemelham-se muito com as 
galinhas de postura e frangos de cortes, tanto que o manejo é semelhante. 
A idade para o abate coincide com a idade dos frangos, ou seja, cerca de 
45 dias. Apenas o período de postura que difere um pouco, iniciando 
também aos 45 dias, (as galinhas iniciam com 17 semanas de idade) e 
apresentam produção satisfatória até por volta dos 10 meses de idade 
(cerca de 40 semanas).
 exercícios
Questão 1. (Enade 2007) Um zootecnista foi contratado para melhorar o desempenho produtivo 
de uma empresa que administra uma granja de frango de corte. Em sua análise técnica, o profissional 
verificou que: os frangos são criados até atingir a média de 2 kg de peso vivo; que a temperatura dentro 
dos galpões, construídos no sentido norte-sul, oscila entre 31 ºC e 32 ºC; que o produtor aloja 24 mil 
pintinhos em uma área de 1.200 m2 de 2 galpões; que os animais estão ofegantes e apresentam baixo 
ganho de peso; e que a cama de frango está úmida.
A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens subsequentes:
I – A densidade de aves nos galpões está tecnicamente correta.
II – A elevada umidade da cama de frango pode ser consequência do alto consumo de água pelas 
aves em razão das condições ambientais.
III – A orientação dos galpões está correta, visto que proporciona bom controle de ambiência interna.
IV – Os animais estão em estresse térmico e podem desenvolver um quadro de alcalose respiratória.
V – A tendência, nessa situação, é de que o consumo de ração diminua, o que pode reduzir o ganho 
de peso das aves.
Estão corretor apenas os itens:A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) I, IV e V.
D) II, III e V.
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Unidade II
E) II, IV e V.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a média nacional de densidade está entre 12 a 14 aves/m²; a meta dos avicultores, 
devido ao alto custo de produção, pode chegar à densidade de 18 a 22 aves/m². Lembrando que, para 
isso, os galpões devem apresentar temperaturas confortáveis e equipamentos que possibilitem o manejo 
adequado para a produção em alta densidade (SOUZA et al., 2010).
II – Afirmativa correta.
Justificativa: quanto maior for a umidade da cama de frango, maior será o consumo de água das 
aves, por isso, é importante proporcionar-lhes o bem-estar ambiental.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: os modelos sugeridos para a criação de frango colonial ficam muito próximos do 
quadrado ou levemente retangulares, uma vez que para este sistema o módulo de produção é 500 aves 
e há necessidade de um terreiro (área de pastagem). Recomenda-se que ele tenha forma de círculo em 
torno do aviário, ficando assim o mais centralizado possível e facilitando tanto o pastoreio das aves 
como o aproveitamento real de todo o espaço destinado a esse fim (BASSI et al., 2006).
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: o estresse calórico é a força exercida pelos componentes do ambiente térmico sobre 
um organismo, causando nele uma reação fisiológica proporcional à intensidade da força aplicada e 
à capacidade do organismo em compensar os desvios causados por essa força (COLUMBIANO, 2007). 
Compensar esses desvios faz parte dos mecanismos de homeostase do organismo dos animais ditos 
homeotermos. Quando não existe essa compensação, ou quando as trocas de calor entre ambiente e 
animal são ineficientes, estabelecem-se os episódios de estresse.
V – Afirmativa correta.
Justificativa: em casos de estresse de calor prostram-se, abrigam-se da radiação solar sob coberturas 
que proporcionem sombras, procuram lâminas de água ou terrenos úmidos onde se espojam, diminuem 
a ingestão de alimentos, aumentam a ingestão de água, bem como aumentam os batimentos cardíacos, 
a circulação periférica e a taxa de respiração e de sudorese (BARROS et al., 2010).
Questão 2. (Enade 2013) A vantagem nutricional dos ovos está associada à qualidade do produto 
oferecido ao consumidor, que é determinada por um conjunto de características que podem influenciar 
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na aceitabilidade comercial do produto. A qualidade do ovo é uma medida das características desejadas e 
valorizadas pelos consumidores, considerando aspectos nutricionais, sanitários e a ausência de resíduos 
químicos, entre outros.
A respeito da qualidade do ovo, é correto afirmar que:
A) A dieta das poedeiras interfere na quantidade e qualidade dos nutrientes do ovo, o que permite 
que sejam disponibilizados ao mercado diferentes tipos de ovos, tais como os enriquecidos com 
ácidos graxos poli-insaturados.
B) A coloração da casca do ovo não é controlada geneticamente, pois a deposição de pigmentos 
depende de fatores relacionados à nutrição das poedeiras.
C) Os ovos produzidos por poedeiras velhas apresentam qualidade de casca igual ou superior aos 
ovos produzidos por poedeiras jovens.
D) O complexo de proteínas do ovo não serve como fonte significativa de aminoácidos na alimentação 
humana.
E) A conservação por refrigeração, após a postura, impede a perda da qualidade do ovo.
Resolução desta questão na plataforma.

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