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PSI. SAÚDE TRAB.

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Os sindicatos devem evitar sempre que possível à tarefa assistencialista que os descaracteriza e dificulta sua ação política? 
O que é um sindicato?
Um Sindicato é uma associação de trabalhadores tendo como função defender os seus interesses e direitos profissionais e de sua cidadania. Cada trabalhador é livre de participar na constituição de um sindicato e dele se tornar sócio, sendo o conjunto dos trabalhadores organizados num sindicato livre de estruturar e regular o seu funcionamento e definir as formas e os objetivos da ação coletiva. Os sindicatos assumem atualmente um papel primordial na nossa sociedade face às graves crises nacionais a que assistimos. Nas sociedades modernas, a organização segundo interesses comuns é cada vez mais uma necessidade. 
Os sindicatos apresentam cinco funções básicas que norteiam a sua ação, são elas: - Negociação: que se caracteriza pelo poder conferido aos sindicatos para ajustar as convenções coletivas de trabalho, nas quais serão fixadas regras a serem aplicadas nos contratos individuais de trabalho dos empregados de determinada categoria.
- Assistência: o sindicato presta serviços aos seus representados, contribuindo para o desenvolvimento integral do ser humano.
- Arrecadação: o sindicato estabelece contribuições aprovadas em assembléias e fixada por lei, como mensalidades sindicais e descontos assistenciais, aquelas fixadas nos estatutos e estes em convenções coletivas ou sentenças normativas.
- Colaboração com o Estado: tal função consiste na colaboração no estudo e solução dos problemas atrelados à categoria.
- Representação: trata-se da representação perante as autoridades administrativas e judiciais, defendendo os interesses coletivos da categoria ou individuais dos seus integrantes.
Todo o parâmetro estabelecido acima concorreria para uma justa posição entre empregados e patronais se cumprido pelo sindicato as normas mais básicas a cada trabalhador. Encontramos um índice considerado dessas agremiações que pouco contribuem. 
Não são raras as vezes que empresas e empregados sofrem pressões sindicais cobrando as contribuições assistenciais e confederativas dos não sindicalizados. 
Ocorre que, os sindicatos têm exigido de forma compulsória e arbitrária estas contribuições, porém, há grande discussão doutrinaria acerca da legalidade desta cobrança e, neste artigo iremos tratar deste aspecto, bem como aspectos administrativos e judiciais de defesa do interesse das empresas e dos empregados. 
Todavia, o artigo. 545 da CLT, não coaduna com o entendimento acima, a saber: 
Art. 545. Os empregadores ficam obrigados a descontar, na folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados, salvo quanto à contribuição sindical cujo desconto independe dessas formalidades. (grifo nosso).
O artigo 5, inciso XX, diz que ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; 
Estes artigos dão ênfase a uma única conclusão: “de que nenhum Trabalhador ou Empregador é obrigado a filiar-se a determinado sindicato e, se a filiação não é obrigatória, também não o será a cobrança das contribuições”. 
Acerca das discussões lançadas até o presente momento, pode-se concluir que não há igualdade na relação tripartite existente entre sindicato, empregado e empregador, estes dois últimos são os maiores prejudicados. 
Observe que os próprios sindicatos são sabedores da ilegalidade dessas contribuições, já que raras às vezes nos deparamos com uma ação de cobrança e, quando propostas não têm surtido efeito, citamos alguns julgados:
Contribuição Assistencial. Não filiados - Não se há de conceber que aqueles que, exercendo seu direito constitucional de não se filiar à entidade sindical (CF, art. 8o, "caput" e inciso V), registrando ou não a sua oposição, possam, num segundo momento, ser atingidos por deliberação, ainda que legítima, de Assembleia Geral que não os representa. Aplicabilidade do Precedente Normativo no 119.
Ação de Cumprimento. Contribuição Assistencial. Empregados não Filiados ao Respectivo Sindicato. A cobrança da contribuição assistencial dos não sindicalizados, ainda que estipulada em Convenção Coletiva de Trabalho, viola o direito de ampla liberdade e filiação previsto nos artigos 5°, XX, e 8°, V, ambos da Constituição da República, bem como o disposto no artigo 545 da Consolidação das Leis do Trabalho, que condiciona o desconto em folha de pagamento à autorização dos empregados. Recurso a que se nega provimento. (TRT/SP - 01485200807502006 - RS - Ac. 8aT 20090706778 - Rel. Silvia Almeida Prado - DOE 04/09/2009)
Recurso ordinário. Ação de Cobrança Cumulada com Ação de Cumprimento. Contribuição assistencial. O art. 513, "e" da CLT não autoriza o sindicato a criar novos tributos. Art. 462. da CLT. Exigência de autorização prévia e escrita para o desconto salarial a título de contribuição assistencial. O sistema de organização sindical não autoriza representação segundo interesse exclusivo do interessado. (TRT/SP - 02440200807602005 - RO - Ac. 11ªT 20090735956 - Rel. Carlos Francisco Berardo - DOE 22/09/2009)
A atual situação é preocupante para o trabalhador não sindicalizado, porém, o maior desprotegido neste panorama é o empregador que sofrerá prejuízos independentemente das atitudes que tomar (descontar do empregado e ser demandado por este judicialmente ou não descontar e ser demandado judicialmente pelo sindicato ou sofrer represálias da entidade). 
O atendimento ao acidentado do trabalhador deve ser incluído na assistência à saúde geral existente?
Geralmente, o médico da rede básica do SUS, ao atender o paciente relaciona o agravo com a sua ocupação. Exemplificando, se o trabalhador tem problemas respiratórios e ele trabalha com produtos nocivos e que causam tal sintoma, esta pode estar relacionada a sua função. 
Sendo comprovada a veracidade este trabalhador será encaminhado para a especialidade Medicina do Trabalho. Se não for relacionado ao trabalho, o atendimento segue o trâmite tradicional do SUS. 
A Saúde do Trabalhador é um conjunto de ações destinadas a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.
o objetivo da área é desenvolver ações que promovam a melhoria dos processos e ambientes de trabalho, e a redução das doenças e acidentes do trabalho.
Todos os trabalhadores urbanos e rurais das cidades grandes e pequenas, do setor formal ou informal e até mesmo os desempregados deverão ter acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde do trabalhador.
Este aspecto é de grande significado, pois, tradicionalmente, as ações do setor trabalho e da previdência social restringiam-se aos trabalhadores do setor formal, especialmente nos maiores centros urbanos. O atendimento pelo setor saúde, para atingir a totalidade dos trabalhadores, em um país com as características do Brasil, deve estar pautado nas diretrizes definidas no Artigo 198 da Constituição Federal, que determina que as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizando as ações de promoção, assistência e vigilância à saúde dos trabalhadores.
Ocorrido um acidente de trabalho, suas consequências podem ser categorizadas em:
1 - Simples assistência médica - o segurado recebe atendimento médico e retoma imediatamente às suas atividades profissionais;
2 - Incapacidade temporária - o segurado fica afastado do trabalho por um período, até que esteja apto para retomar sua atividade profissional. Para a Previdência Social é importante particionar esse período em inferior a 15 dias e superior a 15 dias, uma vez que, no segundo caso, é gerado um benefício pecuniário, o auxílio-doença por acidente do
trabalho;
3 - Incapacidade permanente - o segurado fica incapacitado de exercer a atividade profissional que exercia à época do acidente.
Essa incapacidade permanente pode ser total ou parcial. No primeiro caso o segurado fica impossibilitado de exercer qualquer tipo de trabalho e passa a receber uma aposentadoria por invalidez. No segundo caso o segurado recebe uma indenização pela incapacidade sofrida (auxílio-acidente), mas é considerado apto para o desenvolvimento de outra atividade profissional.
4 - Óbito - o segurado falece em função do acidente de trabalho. 
Apesar de haver a lei sancionada de 19 setembro de 1990 dizendo no art. 2º que à saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Está muito longe de uma realidade concreta.

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