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VYGOTSKY - Aula de Psicologia Social

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A formação social da mente
Vigotsky critica todas as escolas de psicologia existentes afirmando que nenhuma delas fornecia as bases firmes necessárias para o estabelecimento de uma teoria unificada dos processos psicológicos humanos. P.06
Vigotski refere-se então à “crise na psicologia”, impondo-se a tarefa de formular uma síntese das concepções antagônicas em bases teóricas completamente novas.
Escolas e seus pressupostos 
1. Experimentalista
2. Mentalista 
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Escolas e seus pressupostos 
Experimentalista
Ciências Naturais
Método empírico
Positivismo
Para os gestaltistas, a existência da crise devia-se ao fato de as teorias existentes (behavioristas de Wundt e Watson), não conseguirem, sob seu ponto de vista, explicar os comportamentos mais complexos como a percepção e a solução de problemas.
Para Vigotski, a crise persistia, uma vez que a psicologia continuaria dividida em duas metades irreconciliáveis: 
Uma que poderia explicar os processos elementares sensoriais e reflexos e a outra com características de “ciência mental”, que descreveria as propriedades emergentes dos processos psicológicos superiores.
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O que Vigotsky procurou foi uma abordagem abrangente que possibilitasse a descrição e a explicação das funções psicológicas superiores.
Se dedicou, então, a uma crítica penetrante à noção de que as funções psicológicas superiores se dariam pela:
. multiplicação e complicação dos princípios derivados da psicologia animal (S R);
. E que as propriedades das funções intelectuais do adulto são resultado unicamente da maturação (pré-formadas na criança).
Vigotsky enfatiza as origens sociais da linguagem e do pensamento.
Torna-se o primeiro psicólogo moderno a sugerir os mecanismos pelos quais a cultura torna-se parte da natureza de cada pessoa.
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Materialismo dialético
Vigotsky elaborou de forma criativa sua teoria psicológica fundamentada em algumas concepções de Marx e Engels.
Viu nos métodos e princípios do materialismo dialético a solução dos paradoxos científicos fundamentais, e que tais princípios metodológicos básicos pudessem contribuir para a elaboração de uma teoria na psicologia; ou seja de que modo a ciência tem que ser elaborada para abordar o estudo da mente.
Um ponto central desse método é que todos os fenômenos sejam estudados como processos em movimento e em mudança.
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Segundo Engels,
É através do trabalho (e o uso de instrumentos) que o homem transforma a natureza e, ao fazê-lo, transforma a si mesmo.
Segundo Marx,
Mudanças históricas na sociedade e na vida material produzem mudanças na “natureza humana”
 (consciência e comportamento).
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O homem ao transformar a natureza produz instrumentos
Ao produzir um instrumento, imprime nele o sentido do instrumento. Assim procedendo, o homem humaniza a natureza.
“... o que era movimento no trabalhador, aparece agora no produto como uma propriedade em repouso, como um ser objetivo”. (Marx)
O homem, transforma a natureza, ao mesmo tempo que transforma a si mesmo.
Além de o homem suprir suas necessidades ao transformar a natureza, e, ao ser transformado pelo instrumento, tem agora outras necessidades e o aparecimento de outros comportamentos.
 
E assim se dá a apropriação pelo homem da experiência sócio-histórica, que só é possível porque estas propriedades e aptidões adquiriram, um dia, uma forma material objetiva.
Tudo está em movimento e transformação.
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O homem ao criar o instrumento, transforma a natureza e produz cultura. 
Vigotsky considera a criação e a utilização do instrumento como características tipicamente humana (função psicológica superior).
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Processos Psicológicos Superiores
Os processos psicológicos superiores se diferenciam de mecanismos mais elementares, como reflexos, reações automáticas, associações simples.
São aqueles que caracterizam o funcionamento psicológico tipicamente humano:
Ações conscientemente controladas;
Atenção voluntária;
Memorização ativa;
Pensamento abstrato;
Comportamento intencional.
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O uso de instrumentos
O instrumento é um elemento interposto entre o trabalhador e o objeto do seu trabalho (meio), ampliando as possibilidades de transformação da natureza (trabalho).
O machado, por ex., corta mais e melhor que a mão humana;
Vigotsky estendeu esse conceito de mediação na interação homem-ambiente pelo uso de instrumentos, ao uso de signos.
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O instrumento e o símbolo no desenvolvimento da criança
Vigotsky se propõe a caracterizar os aspectos que são tipicamente humanos, e para isso formulou hipóteses de como essas características se formaram ao longo da história humana e de como se desenvolvem durante a vida de um indivíduo.
. O uso de instrumentos
. A linguagem como mediação do homem e o meio
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O uso de signos
“A invenção e o uso de signos como meios auxiliares para solucionar um dado problema psicológico (lembrar, comparar coisas, relatar, etc), é análoga à invenção e uso de instrumentos,
 só que agora
 no campo psicológico”.
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O uso de instrumentos
Os instrumentos, porém, são elementos externos ao indivíduo, voltados para fora dele; 
com função de provocar mudanças no meio, controlar processos da natureza.
O uso de 
signos
Os signos, ou instrumentos psicológicos são orientados para o próprio sujeito, para dentro do indivíduo; dirigem-se ao controle de ações psicológicas, seja do próprio indivíduo, seja de outras pessoas. São ferramentas que auxiliam nos processos psicológicos e não nas ações concretas, como os instrumentos.
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Com os signos internalizados o homem é capaz de operar mentalmente sobre o mundo – isto é, fazer relações, planejar, comparar, lembrar, - supõe um processo de representação mental.
Essas possibilidades de operação mental não constituem uma relação direta com o mundo real fisicamente presente; a relação é mediada pelos signos internalizados que representam os elementos do mundo, libertando o homem da necessidade de interação concreta com os objetos de seu pensamento.
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Os signos ampliam a capacidade do homem em sua ação no mundo.
Assim como o machado (instrumento de trabalho), corta melhor que a mão humana, as varetas usadas na contagem do gado permitem que o ser humano armazene informações sobre quantidades muito superiores às que ele poderia guardar na memória.
Isto é, as varetas representam a quantidade de cabeças de gado, a qual pode ser recuperada em momentos posteriores.
As varetas são signos pois são interpretáveis como representação da realidade e podem referir-se a elementos ausentes do espaço e do tempo presentes.
A memória mediada por signos é, pois, mais poderosa que a memória não mediada.
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Signo
cavalo
Animal quadrúpede que tem pescoço e cauda providos de cerdas longas e abundantes. 
Domestica-se facilmente e é útil ao homem servindo de montaria, na tração de carruagens e trabalhos agrícolas.
Significante
Significado
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Quando um indivíduo aprende o significado de “cavalo”, esse conceito, internalizado pelo indivíduo e compartilhado pelos outros usuários da língua portuguesa, passa a ser uma representação mental que serve como signo mediador na sua compreensão do mundo.
Os sistemas de representação da realidade – a língua e outros tipos de linguagem (matemática) – são portanto socialmente dados.
É o grupo cultural onde o indivíduo se desenvolve que lhe fornece formas de perceber e organizar o real, as quais constituem os instrumentos psicológicos que fazem a mediação entre o indivíduo e o mundo.
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O sistema simbólico de representação da realidade é mediador porque consiste numa espécie de “filtro”, através do qual o homem será capaz de ver o mundo e operar sobre ele.
É somente a partir de sua experiência com o mundo objetivo e do contato com os signos fornecidos
pela cultura que os indivíduos vão construir seus sistemas de signos que será como “código” para decifração do mundo.
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É através da relação interpessoal com outros homens que o indivíduo interioriza as formas culturalmente estabelecidas de funcionamento psicológico.
A interação social é que fornece a matéria-prima para o desenvolvimento psicológico do indivíduo.
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A vida social é um processo dinâmico, onde cada sujeito é ativo e onde acontece a interação entre o mundo cultural e o mundo subjetivo de cada um.
O processo pelo qual o indivíduo internaliza a matéria-prima fornecida pela cultura não é, pois, um processo de absorção passiva, mas de transformação, de síntese.
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Por hoje é só, pessoal.
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