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DIREITO ADMINISTRATIVO I: 
 
 Da Administração Pública e dos Princípios: 
 
Do Direito Administrativo: 
Sua Importância: 
 
Dentre outras funções, o Direito Administrativo tem como objeto a 
Administração Pública, primeiro confundindo-se com o Poder Executivo e 
em segundo, com a própria função administrativa. Na acepção de Poder 
Executivo temos os órgãos e agentes que desempenham a atividade de 
governo e na acepção de função administrativa, surge à atividade executada 
pelos agentes que compõem órgãos constituídos por lei, tendo em vista que 
Administração Pública sugere a idéia de governo, já que num sentido 
amplo, administrar é governar. 
 
Do ponto de vista de nossa estrutura política, a administração pode ser: 
Federal (Poder Executivo da União e função administrativa federal), 
Estadual (Poder Executivo dos Estados e função administrativa estadual) e 
Municipal (Poder Executivo dos Municípios e função administrativa 
municipal). Com isso, não se quer excluir do Direito Administrativo as 
atividades de governo exercidas por órgãos e agentes de outros poderes no 
exercício da atividade administrativa. 
 
Exemplos. Art.96, inciso I, a da CR, art.84, inciso I da CR, art.98, inciso V 
da CERJ. 
 
Quanto à função administrativa esta sempre ocorrerá com base na lei, e em 
regra sob prerrogativas ou privilégios nas relações jurídicas da 
Administração Pública com o administrado. 
 
Exemplos. 
• Art.37, inciso XXI da CR e seu regulamento art.24 e 25 da Lei 
8666/93. – Direção; 
• Art.13 Lei 8112/90; art. 2º Lei 4717/65 – Sanção; 
• Art. 58 Lei 8666/93 – Superioridade. 
 
 Devido às funções apresentadas e seus exemplos, podemos constatar a 
importância da Administração Pública e como nós, administrados não 
devemos ficar insensíveis a ela. 
 
 
 
 
Localização: 
 
O direito como conjunto de normas de conduta humana, imposta 
coativamente pelo Estado, constitui uma unidade indivisível e maciça. 
Embora tenhamos feito tal afirmação, didaticamente podemos subdividi-lo 
em: Ramo do Direito Público e do Ramo do Direito Privado. Naquele 
predominará normas imperativas inafastáveis e neste, ao contrário, as 
normas são flexíveis podendo sofrer modificação por acordo das partes. 
 
Exemplos no Direito Administrativo (art.6º Lei 8987/95 – Finalidade do 
Contrato de Concessão) e Direito Civil (Lei 8245/91, art.5º - Contrato de 
Locação), respectivamente. 
 
 As normas inafastáveis que compõem o Direito Administrativo possuem 
critérios que o distinguem de outros ramos de Direito, são eles: interesse 
público e prerrogativas ou privilégios estatais. 
 
O Interesse Público aparece como o objetivo da Administração, que em 
toda e qualquer atuação buscará satisfazer as necessidades dos 
administrados (necessidades públicas ou coletivas), tendo em vista o bem 
comum e as prerrogativas ou privilégios estatais que nos atos são - 
presunção de legitimidade (conforme a lei), imperatividade (estabelecendo 
independente da vontade do administrado uma série de obrigações), a 
tipicidade (definido em lei) e auto-executoridade (executado pela própria 
administração) e na atuação através dos poderes – poder vinculado (lei 
confere ao administrador competência e conteúdo do ato), poder 
discrionário (administrador terá liberdade de escolha), poder hierárquico 
(encargos dos seus órgãos, funções e serviços), poder disciplinar (faculdade 
de investigar, reprimir e punir as infrações), poder regulamentar 
(possibilidade de expedir regulamentos). 
 
Exemplos. 
* Necessidade Pública 
 Art. 1º da Lei 8257/91 Expropriação levará a distribuição de Terras 
 Art. 5º da Lei 3365/41 Desapropriação para atender utilidade pública 
 
Termo Direito Administrativo: 
 
 O termo Direito Administrativo, para a corrente legalista é um conjunto de 
leis administrativas, ou seja, direito positivo. Essa corrente não prevalece, 
pois não podemos reduzir o direito Administrativo a um mero amontoado 
de leis devido à existência dos princípios. 
 Exemplo. Art.37 da CR 
 
Para a corrente que usa o critério do Poder Executivo, o Direito 
Administrativo será o conjunto de regras jurídicas que emanam dos atos do 
poder Executivo (leis ordinárias, medidas provisória e as normas 
administrativas secundárias – circulares, avisos, portarias, resoluções, 
ordens de serviços, regimentos e provimentos). O que não prevalece, 
devido à possibilidade dos atos Administrativos serem praticados também 
por outros órgãos no exercício das funções administrativas, como o Poder 
Judiciário. Exemplo. CODERJ – Resolução 1. 
 
 Pelo critério das relações jurídicas, é o conjunto de regras jurídicas que 
disciplinam o relacionamento da administração pública com os do 
administrado. Não é eficiente, pois outros ramos também apresentam 
relações. Devido a toda essa divergência, majoritariamente tem–se 
entendido o critério das relações jurídicas, pouco explicativo. 
Exemplo. Art.61, parágrafo 2º da CR. 
 
Outro é o critério teleológico ou finalístico, que entende que o Direito 
Administrativo como o Sistema de Princípios que regulam a atividade do 
Estado, para cumprimento de seus fins. Tal critério é criticado, pois oferece 
expressões não definidas, como atividade do Estado ou fins do Estado. 
 
 Por fim, o critério negativista que define o Direito Administrativo como 
toda atividade estatal não legislativa ou jurisdicional. Este critério não deve 
prevalecer, pois apenas afirma o que não é Direito administrativo e não o 
que é. 
 
Por todas as dificuldades apresentadas é viável a adoção do conceito 
consagrado de Hely Lopes Meirelles, que o faz com base no critério 
Administração Pública: “Conjunto harmônico de princípios jurídicos que 
regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. 
 
Exemplo. Órgãos governamentais / função política. 
 
Evolução do Direito Administrativo: 
 
Na história, o Direito Administrativo adveio no fim do Século XVIII, 
quando passou a distinguir-se do Direito Civil e apresentar características 
próprias. Porém no Brasil, só se consolidou com a Constituição de 1934, 
em decorrência a previsão constitucional que estendeu a atividade do 
Estado nos âmbitos social e moral, atuando na saúde, higiene, educação, 
economia, assistência social. Isso ocorre, pois quanto maiores as esferas de 
atribuições do Estado mais desenvolvidas são os serviços públicos, e por 
conseqüência maior é a importância do Direito Administrativo. 
Desse desenvolvimento cresce a intervenção do Estado e da máquina 
estatal, com a criação de novas pessoas jurídicas para a execução de 
serviços públicos. Daqui surge o vocábulo administração, como afirma 
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello “indicando que (ad) vem de 
preposição, enquanto (ministro), (as), (are) vem de verbo, ou seja, a palavra 
envolve a idéia de gestão, de direção ou de executar”. 
 
 Exemplo. Art.6º/ 7º /10 Dec.lei 200/67; 
 
Interpretação das normas Administrativas: 
Deve levar em conta as seguintes regras: 
 
1. Os atos administrativos têm presunção de legitimidade, salvo prova 
em contrário; Exemplo. Art. 14 da Lei 8249/92 – Improbidade só mediante 
fundados indícios, provados mediante investigação. 
2. O interesse público prevalece sobre o interesse privado, respeitando 
as garantias constitucionais; Exemplo. Art.5º XXV da CR – Ocupação 
temporária e art. 1º da Lei 4812/42. 
3. A Administração pode agir com certa discricionariedade, desde que 
observada a legalidade. Art. 10 da Lei 6938/81 
 
 
Relações do Direito Administrativo com os demais ramos do Direito:A atividade Administrativa será sempre voltada a concretização dos 
interesses públicos e por isso será extremante ágil; seu regramento, contudo 
é estudado nos diversos segmentos do direito, que impõem técnicas de 
atuação distintas de acordo com os objetivos a serem atendidos. Isso, 
todavia não impede que tenham entre si relações que por vezes os 
interligam a outros ramos do direito. 
 
 Relações: 
 - No Direito Constitucional estudamos a criação e estruturação do Estado 
(daí ser, chamado de Direito Estático); enquanto no Direito Administrativo 
vislumbramos o Estado em ação. Exemplo. Art.37 XIX da CR e art. 8º da 
Lei 9472/97. 
 - No Direito Tributário se procurará, por meio de atos administrativos de 
lançamento de tributos, identificar a ocorrência do fato gerador, o 
contribuinte e o valor da obrigação que gerará receita para a consecução 
das ações administrativas. Exemplo. Art. 155, III da CR – Institui o IPVA 
com a finalidade de melhorar a arrecadação dos Estados. 
 - No Direito Penal temos os crimes contra a Administração Pública 
(crimes praticados por funcionários e por particulares contra a 
Administração). Exemplo. Art. 89 da Lei 8666/93. 
 - No Direito Processual as relações residem, especialmente, no fato do 
Direito Administrativo ter por conteúdo a organização e funcionamento da 
atividade administrativa, enquanto o Direito processual estabelece as 
normas relativas à organização e ao exercício da atividade jurisdicional. 
Exemplo. Art. 20 da Lei 6383/76. 
 - No Direito Civil as normas gerais e as definições dos conceitos serão 
usadas: atos e fatos jurídicos quanto à capacidade, licitude do objeto, 
forma, regras de nulidade, anulação, prescrição, posse, servidão, contratos e 
obrigações. Exemplo. Art. 29 da Lei 3365/41. 
 Essas relações aparecem ainda em outros ramos do Direito, desde que 
primem por atender a coletividade. 
 
 
 Fontes do Direito Administrativo: 
 
As Fontes do Direito Administrativo se classificam em: Materiais (fonte de 
produção legislativa - lei e os costumes como produção difusa na 
sociedade), Formais (fontes de conhecimento-lei em sentido amplo e os 
costumes subsidiariamente) e em fontes não formais (doutrina, a 
jurisprudência, o direito comparado, os princípios gerais do direito e a 
analogia). Exemplos. Art. 37 da CR. 
 
Também é possível classificarmos as fontes em primárias e secundárias. 
Será fonte primária de acordo com a Constituição da República, a lei em 
todas as suas espécies normativas (artigo 59). Entretanto, para o Direito 
Administrativo, a lei ordinária é a fonte por excelência. Exemplos. Leis 
8987/95, Lei 9074/95. 
 
 E será fonte secundária as circulares (determinações do Presidente da 
República), avisos (ordens destinadas a autoridades e particulares), 
portarias (formas de que se revestem certos atos administrativos dentro das 
repartições), instruções (se assemelham aos decretos regulamentares, 
detalhando as condições para cumprimento e a execução dos decretos), 
posturas (disposições preventivas de caráter genérico e execução 
permanente), regimentos (normas administrativas secundárias que 
constituem atos normativos de atuação interna para reger os órgãos e 
corpos legislativos ou interna corporis e deliberações (decisões emanados 
de órgãos colegiados) . 
 
Divergência: Para uns não existem fontes formais, pois a Administração 
Pública não poderia fundamentar seus atos em jurisprudência, para estes só 
há uma fonte do Direito Administrativo: a lei (Diferente entende Diógenes 
Gasparini; Roy Reis Friede; Maria Silva Zanella de Pietro, etc). 
 
Codificação do Direito Administrativo: 
 
 A Codificação não é sinônimo de consolidação de leis, pois o primeiro 
congrega um todo orgânico, ou seja, normas jurídicas atinentes a 
determinado campo do Direito Positivo, enquanto o segundo representa 
apenas uma simples reunião de leis, independente se sistematização e de 
técnica. 
 
Pela diferença supramencionada, podemos afirmar que o Direito 
Administrativo não apresenta codificação, ainda que parte da doutrina 
entenda que isso seria para o ramo de direito referido, uma grande 
evolução. 
 
Vantagens: 
*facilitar a consulta (alcance prático); 
*Conservar a unidade e a sistemática do Direito Administrativo (alcance 
jurídico); 
*aplicação a casos e situações objetivas, evitando-se confusões e 
contradições entre textos vigentes. 
 
Aspectos Negativos: 
*Estagnação do Direito; 
*Evolução dos fatos sociais; 
 
Posição intermediária: (Marcelo Caetano, Themístocles Cavalcanti, 
Henrique de Carvalho Simas, Diogenes Gasparini) Determinados setores 
poderiam ser codificados, atualizando-se o que se vislumbrar necessário. O 
Brasil tem adotado a codificação em parte e em certos assuntos, o que por 
vezes não é suficiente. 
 
 
Estado: 
 
Quando se fala em Administração Pública nos moldes atuais, ou seja, 
Estado politicamente organizado, temos que ter uma idéia nítida da origem 
desse Poder, e que existe uma identidade entre a Instituição Estatal, a 
Administração Pública e o próprio exercício do Governo. 
 
 
 
1 - O Estado Brasileiro 
 
No Ordenamento Jurídico Brasileiro, a estrutura política está contida no 
artigo 1º da Constituição da República e em seu parágrafo único. Esse 
artigo traz o Princípio Da Indissolubilidade do Vínculo Federativo, 
consagrado em nossas Constituições Republicanas desde 1891, e têm como 
finalidades básicas: unidade nacional e a necessidade descentralizadora. 
 
O artigo 18 da Magma Carta completa o artigo supramencionado, ao prevê 
a organização político-administrativa da República: a União (Poder 
Executivo, Legislativo e Poder Judiciário), os Estados (Poder Executivo, 
Poder Legislativo e Poder Judiciário), o Distrito Federal (Poder Executivo, 
Poder Legislativo e Poder Judiciário) e os municípios (Poder Executivo e 
Poder Legislativo) todos independentes e autônomos entre si. 
 
A República aparece como forma de Governo (onde os poderes são dados 
aos dirigentes direta ou indiretamente pelo voto – art. 81 da CR e de forma 
temporária), enquanto a Federação, ao contrário, é forma de Estado. (art. 2º 
dos atos das disposições transitórias). 
 
O Poder na Federação brasileira consiste fundamentalmente de um Poder 
Central, soberano e autônomo em relação aos demais Estados – membros, 
que também gozam de autonomia nas unidades territoriais e os municípios, 
que foram consagrados como entidade federativa indispensável ao nosso 
sistema federativo, constituindo pessoa jurídica de Direito Público Interno 
exercendo as atribuições da soberania do Estado brasileiro. 
 
Esse regime federativo gera uma união indissolúvel que se não for 
observada gerará a possibilidade de intervenção na autonomia política pela 
quebra de um dos princípios sensíveis, chamados assim devidos tratarem de 
competências legislativas, administrativas ou tributárias (art.34 da CR). 
Exemplos. Art.136 da CR. 
 
2- Poderes da Federação: 
 
O Poder em acepção ampla fala de Capacidade geral de agir, capacidade 
que aparece nas relações humanas, pelo predomínio da vontade de uma 
pessoa sobre as outras. 
 
Nos vínculos entre órgãos públicos existe um predomínio de um sobre o 
outro (Sistema de freios e contra pesos) e nos vínculos funcionais, 
autoridades hierarquicamente superiores atuam com hierarquia sobre os 
agentes públicos por meio de ordens, instruções, fiscalizações na 
possibilidade de modificar ou desfazer decisões. Exemplos. Art. 70 da CR / 
art.302 do Dec. 2479/79. 
 
Em regra o Poder se confunde, com o chamado Poder –dever, dotado delegitimidade (base na lei) e de titularidade (executado pelo agente público), 
onde o Estado tem a obrigação de tomar providências quando o que está em 
jogo é o interesse público. Também pode se confundir, com a idéia de 
funções (atribuições, competências ou encargos). 
 
A capacidade, as atribuições ou os encargos advém da lei, repartindo estes 
entre os entes estatais. Essa divisão fala do princípio de divisão de poderes 
que se impõe como necessidade de ordem e disciplina para reger a 
condução de todo negócio estatal, discriminando o poder. 
 
O Poder mesmo que discriminado ou “repartido” é uno, recebendo os Entes 
mera titularidade para exercê-lo. Para esse exercício haverá a denominada 
Tríplice capacidade que aparece como: Capacidade de auto-organização e 
normatização própria (organizam o Poder por meio do poder constituinte 
derivado-decorrente, fazendo sua legislação própria), autogoverno (o povo 
elegerá seus representantes) e capacidade de auto-administração (os Entes 
se auto–administram no exercício de suas competências administrativas, 
legislativas, e tributárias). 
 
3- Capacidade de auto-administração: 
 
A capacidade que, mais nos interessa no momento é a de auto-
administração, onde os entes se auto-administram no exercício de suas 
competências. A Constituição da República trouxe um título específico 
para a organização da Administração Pública: estrutura e função. 
 
Quanto à estrutura esta é descentralizada e se desenvolve subjetivamente, 
como conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas, as quais a lei atribui o 
exercício da função administrativa do Estado. Essa descentralização e 
distribuição de competência terão em vista a predominância do interesse. 
 
União – Interesse Geral (Competência Enumerada) / Arts. 21 e 22 da CR. 
Estados-membros – Interesse regional (Competência Remanescente)/ 
Art.25 da CR. 
Municípios – Interesse local (Competência Enumerada ou por Interesse 
local) / Art.29 da CR. 
Distrito Federal – Interesse regional + local (Competência Enumerada + 
Remanescente) / Art.25 e 29 da CR. 
Essa divisão de poderes impõe-se como necessidade inerente à ordem e 
disciplina que devem reger a condução dos negócios públicos, 
discriminando o exercício do Poder Legislativo (poder soberano do povo), 
Poder Executivo (direção político-administrativo do Estado) e Poder 
Judiciário (aplicação da lei), com isso é possível constatarmos que por 
especialização a função dominante da atividade administrativa aparecerá no 
Poder Executivo e seus órgãos, embora seja possível vê-la em todas as 
outras na consecução de suas atividades, de acordo com sua competência. 
 
 
I - Princípios Da Administração Pública: 
 
Os princípios são os alicerces das ciências, nos dizeres de José Cretella 
Junior se subdividem em: Informativos constucionais ou meramente 
informativos. Dizem-se informativos, pois como um vetor orientam as 
atitudes da Administração Pública direta e indireta (primeiro setor), 
enquanto para o segundo e terceiro setor apenas informam o limite de 
atuação, não lhes sendo obrigatório, devido serem pessoas privadas. 
 
Para melhor compreensão os princípios poderão ser subdivididos em: 
Princípios Informativos Constitucionais: legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade, finalidade, eficiência; (art.37 da CR). 
 
Princípios Informativos: Supremacia do interesse público, igualdade, 
legitimidade, razoabilidade e economicidade . 
 
 
II - Princípios Informativos: 
 
Princípio Da Supremacia do Interesse Público: 
 
Esse princípio também é chamado de princípio da Finalidade pública, 
estando presente tanto no momento da elaboração da lei, como no 
momento da sua execução da lei pela Administração Pública. Para o 
legislador será inspiração, enquanto para o administrador haverá vinculação 
em toda sua atuação. 
 
As normas de interesse público prevalecem sobre as normas de interesse 
individual, demonstrando esta supremacia e necessidade de vinculação do 
administrador. Apesar das críticas a esse princípio que realmente não é 
absoluto, algumas verdades permanecem: 
1. As normas de direito público, embora protejam reflexamente o 
interesse individual, têm o objetivo primordial de atender o interesse 
público; 
2. O direito passou a ser visto como meio de consecução da justiça 
social, do bem comum e do bem-estar coletivo; 
3. Houve uma ampliação das atividades assumidas pelo Estado para 
atender às necessidades coletivas, ampliando o próprio conceito de 
serviço público; 
4. O Estado em seu poder de polícia deixou de impor obrigações apenas 
negativas, e passou a impor obrigações positivas para abranger a ordem 
pública, econômica e social; 
5. Cresce a preocupação com os interesses difusos, como meio 
ambiente patrimônio público e artístico nacional; 
 
Quando a lei dá ao administrador o poder de desapropriar, de requisitar, de 
intervir, de policiar, de punir, é porque tem em vista atender ao interesse 
geral, nunca admitindo o desvio da finalidade pública, sob pena do ato ser 
tido como ilegal (indisponibilidade dos interesses públicos). Essa 
ilegalidade poderá ser constatada, pois ainda que o interesse público tenha 
supremacia sobre o interesse individual, o seu limite é a lei. 
 
 
Princípio Da Igualdade (divergência): 
 
 Esse Princípio exige que todos estejam dentro das mesmas condições e aí 
sim, serem tratados de modo igual (art.5º da CR). Esse princípio também é 
chamado de isonomia ou generalidade, vedando toda discriminação sem o 
devido fundamento, sob pena de responsabilidade por ato lícito. 
 
Exemplo – licitação, precatório, concurso público e etc. 
 
Principio da Razoabilidade: 
 
 O Princípio da razoabilidade veio produzir efeito, com maior 
potencialidade, na Nova Inglaterra, com o fito de obstaculizar a intromissão 
da Coroa Britânica nos negócios das 13 colônias, além de atuar em outras 
áreas como: determinando o devido processo legal e prevendo um controle 
sobre o poder legislativo. 
 
 Na verdade esse princípio constitui-se em legado de inequívoco valor do 
constitucionalismo Ianque aos demais sistemas jurídicos contemporâneos. 
Cumpre ressaltar, que hodiernamente o princípio pode aparecer em duas 
vertentes: garantia de cunho processual e meio de coibir os desmandos do 
Poder Público. (não quer invadir o mérito, e sim criar um limite a mais de 
controle). 
 
No cunho processual, essa garantia foi prevista na Constituição da 
República, artigo 5º, inciso LIV. Essa previsão trouxe inúmeras 
implicações: 
- Determinação de ninguém ser julgado senão por juízo competente e pré-
constituído; 
- Exigir o devido processo legal, inspirando-se de forma notória na redação 
do constitucionalismo Americano, ou seja, o direito de uma ação em reação 
a sua violação. 
 
Enquanto para coibir os desmandos poderá ser vislumbrado na Constituição 
da República não de forma expressa, e sim de forma implícita como meio 
de controle. Quando por exemplo o Poder Público age de forma 
inadequada, exorbitando os limites da legalidade e da discricionariedade 
(ato arbitrário). 
 
* Parâmetros: 
Absurdo; 
Eficiência (custo - benefício). 
Audiência pública. 
 
Princípio da Proporcionalidade: 
 
A lei 9784/99 em seu artigo 2º parágrafo único, fez referência dos 
princípios da razoabilidade e proporcionalidade separadamente, mas nos 
dizeres de Maria Sylvia de Pietro: “A proporcionalidade é um dos aspectos 
contidos no primeiro. Isto porque o princípio da razoabilidade entre outras 
coisas exige proporcionalidade entre os meios de que se utiliza a 
administração e os fins que ela temde alcançar”. 
 
Embora, tenhamos apresentado a visão dessa insigne doutrinadora 
preferimos a posição levantada pelo doutrinador José Maria Pinheiro 
Madeira, não o vendo apenas como um dos aspectos da razoabilidade, por 
várias razões como: 
 
1. A que apresenta o princípio dentro da Constituição como uma idéia 
fundante e complementar em relação ao princípio da reserva legal, pois o 
Poder Público deve atuar conforme a lei formal, e sob proporcionalidade; 
2. Também o vê conectando-se aos Princípios da República (art.1º), da 
cidadania (art.1º, II) e o princípio da dignidade da pessoa humana (art.5º); 
3. Por ter papel indispensável na consecução de um dos princípios 
objetivos do Estado, qual seja o de reduzir as desigualdades econômicas 
(art.3º, III da CR); 
4. No âmbito administrativo, o princípio deve reger a contratação 
temporária de funcionários, a qual deve obedecer ao critério da necessidade 
(art.37, IX e XXI da CR); 
 
No aspecto prático este princípio significa que o Estado não deve agir com 
demasia, tampouco de modo insuficiente na realização de seus objetivos, 
promovendo uma adequação axiológica (princípios) e finalística pelo 
agente público de maneira adequada nas relações de administração e no 
controle das mesmas. 
 
*Parâmetros; 
Necessidade // Adequação 
Exigibilidade 
Vantagens maiores que as desvantagens 
 
 
Princípio da Motivação: 
 
O princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os 
fundamentos de fato e de direito de suas decisões. Ele está consagrado pela 
doutrina e pela jurisprudência, não havendo espaço para atos sem 
fundamento. 
 
Diverge a doutrina quanto à obrigatória ou não da fundamentação. Antes de 
examinarmos tal divergência, torna-se necessário entender a diferença entre 
motivo e motivação. O primeiro fala do fato que deu origem ao ato 
(circunstância fática) e o segundo fala dos fundamentos para sua execução. 
 
A corrente majoritária entende que a motivação é obrigatória; enquanto a 
segunda corrente repousa sua teoria na necessidade, e não obrigatoriedade 
de sua existência para a validade do ato. 
Para o doutrinador Celso Antônio Bandeira de Mello, Maria Sylvia Zanella 
di Pietro, José Maria Pinheiro Madeira: é obrigatória a motivação, uma vez 
que no Estado Democrático de direito, o interesse público deve estar 
atrelado a aplicação do direito, sob pena de abusos e arbitrariedades. 
 
 Não se pode desviar da necessidade de expor claramente os motivos que 
levaram o administrador a praticar qualquer ato que esteja a seu encargo, 
embora o doutrinador José dos Santos Carvalho Filho, entenda inexistir a 
obrigatoriedade da motivação dos atos administrativos, devido à falta de 
qualquer princípio constitucional com tal intentio. 
 
 
 III – Princípios Informativos Constitucionais: 
 
Legalidade: 
 
O princípio da legalidade nasceu com o Estado de Direito e constitui uma 
das principais garantias dos direitos individuais. Isto porque a lei deve 
definir e estabelecer os limites para a atuação administrativa discricionária 
e vinculada, pois ambas decorrem da lei. 
 
É possível dizer então, que a vontade da administração decorre da lei 
(fundamento e limite de validade), só podendo fazer aquilo que ela 
autoriza. Diferente será no âmbito das relações entre particulares, nas quais 
vige o princípio da autonomia da vontade. 
 
A Constituição fez previsão desse princípio no artigo 5º, inciso II da 
Constituição República. Em decorrência disso, não pode a Administração 
Pública por simples ato administrativo criar obrigações, conceder direitos, 
ou impor vedações aos administrados, exceto como regulamento da lei. 
 
Outro artigo garante que o referido preceito está no art.5º, XXXV da 
Constituição da República, que determina que a lei não excluirá do Poder 
Judiciário, lesão ou ameaça a direito; além de o mesmo diploma legal prevê 
alguns remédios constitucionais, em havendo violação do princípio referido 
como: ação popular, habeas corpus, habeas data, mandado de injunção e 
mandado de segurança. 
 
 Exemplos: 
• Art.5ºdo DL3365/41- traz o limite legal para desapropriação por 
utilidade pública; 
• Art.24 da Lei 8666/93- traz o limite do “poder” de dispensa no 
procedimento da licitação; 
• D.Lei 3365/41, art.15- A- Veda a desapropriação indireta ou 
apossamento, dando direito à verba indenizatória. 
 
 
Impessoalidade: 
 
 Este princípio aparece, pela primeira vez, com essa denominação no artigo 
37 da Constituição da República. Visando exigir impessoalidade da 
administração em relação aos administrados, ou seja, na atuação 
administrativa deve ser observada a finalidade pública ou de acordo com 
outra corrente majoritária a igualdade e a isonomia. 
 
Essa finalidade pública impede que os administradores venham usar seu 
nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal, e caso o 
façam poderá gerar impedimento e suspeição, ou seja, parcialidade do 
administrador (art.2º/ 18 / 21 da Lei 9784/99) e nulidade do ato. 
 
Exemplos: Quando se reconhece a validade dos atos praticados por 
servidores públicos, sob o fundamento que os atos são dos órgãos e não dos 
agentes; 
 Concurso público deve respeitar a colocação. 
 
Moralidade: 
 
 Aqui aparece uma divergência, já que nem todos os autores aceitam a 
existência desse princípio; alguns entendem que o conceito é vago e 
impreciso e por isso o vêem absorvido pelo princípio da legalidade, 
enquanto outros entendem que o princípio surgiu e se desenvolveu sob a 
idéia de desvio de poder ou improbidade administrativa. 
 
Em face do direito positivo brasileiro, a reposta é negativa, quanto a 
primeira corrente, pois a Constituição República de 1967, no artigo 82,V 
considerou como crime de responsabilidade os atos do Presidente da 
República que atentarem contra a probidade administrativa; e a 
Constituição de 1988, corroborou com esse entendimento ao repetir aquela 
norma no artigo 85, V, e ainda promoveu um avanço, ao mencionar, no 
artigo 37 caput, como princípios autônomos: o princípio da legalidade e da 
moralidade. 
 
A carta Magma puniu os atos de improbidade administrativa com a 
suspensão dos direitos políticos, perda da função e etc. (art.37, §4º da CR). 
 
Exemplos: Art.9º da Lei 1079/50; Art. 3º da Lei 8429/92; 
Art.2º e seu § único, inciso IV da Lei 9784/99. 
 
É de bom alvitre lembrar que, tal princípio também será aplicável ao 
particular, quando este se relaciona com a administração pública. 
 
 Exemplo: Lei 8484/ 94 – licitação em quartel. 
 
Moralidade então, se relaciona juridicamente com o ato praticado por 
particular ou pela Administração, que embora em consonância com a lei, 
ofenda a moral, os bons costumes, as regras da administração e os 
princípios da honestidade comum. 
 
Publicidade: 
 
O princípio da publicidade exige ampla divulgação dos atos praticados pela 
Administração Pública, ressalvada as hipóteses de sigilo previstas em lei. 
Por isso, pode-se dizer que publicação do ato fala de eficácia do ato e de 
controle. Existem atos que poderão ser publicados em resumo ou na 
íntegra, e só após esta publicação o ato produzirá efeito. 
 
A Constituição da República prevê esse princípio no art.37, além de outros 
preceitos que o restringem ou ampliam: 
 
Art.5º, inciso LX da CR- intimidade e interesse pessoal; 
Art. 5º, inciso XIV da CR- acesso a informação e resguardo da fonte; 
Art.5º inciso XXXIII da CR- direito de receber informações dos órgãos 
públicos; 
Art.5º inciso LXXII da CR- habeas data;Art.5º inciso XXXIV da CR. 
 
 Além da eficácia, esse princípio fala de controle que só será possível, em 
tese posteriormente a feitura do ato, pois antes não se tem como controlá-
lo. 
 
Exemplo. Decreto só poderá ser controlado após da publicação; 
 
 Investigações policiais art.20 do código de processo penal 
admite sigilo; 
 
 
Finalidade: 
 
 A Administração Pública deve agir com a finalidade de atender ao 
interesse público visado pela lei. Caso contrário, dar-se-á o desvio de 
finalidade, que é uma forma de abuso do poder, acarretando a nulidade de 
ato. 
 
O objetivo certo e inafastável de qualquer ato administrativo têm que ser o 
interesse público, exigido nos contratos e negócios privados. Esse objetivo 
é alcançado desde que haja coincidência entre os interesses públicos e os 
interesses privados, não se negando que este é o fim da Administração 
Pública. Como preconiza Celso Antônio Bandeira de Melo: “É o princípio 
da finalidade inerente ao princípio da legalidade e não só decorrência sua, 
nele estando contido, pois corresponde à aplicação da lei tal qual é, na 
conformidade de sua razão de ser, do objetivo em vista da qual foi editada”. 
 
 Havendo essa conformidade razão de ser da lei e seu objetivo é que se 
firmará a competência, pois a lei não dará legitimação, ou seja, direito de 
praticar o ato sem um objetivo próprio. 
 
Exemplo: Ato deve atender a sociedade e não um grupo de indivíduos, uma 
família, sociedade civil, industrial. 
 
 
 Eficiência: 
 
 O princípio da eficiência foi ratificado e ampliado pela Emenda 
Constitucional 19/98 (Reforma Administrativa). E a partir daí, se passou a 
entender que não basta a instalação do serviço público, e sim que este seja 
eficaz, perfeito e produza rendimento para sua consecução. Para isso, o 
Poder Público deverá atualizar o serviço público de modo a evitar 
desperdício ou má utilização do dinheiro público. 
 
Esse princípio se apresenta então nos seguintes aspectos: modo de atuação 
do agente Público e modo de organizar, estruturar, disciplinar a 
Administração Pública. 
 
 
No primeiro aspecto, deve a Administração qualificar seus agentes para que 
possam desempenhar melhor sua atividade; e no segundo aspecto, buscará 
o melhor resultado, organizando, estruturando e disciplinando os serviços 
para que não causem lesão. 
 
Exemplos: Contratos de gestão, agências autônomas, organizações 
sindicais. 
 
 É importante lembrar, que esse princípio não poderá nunca se sobrepor ao 
da legalidade, sob pena de sérios ricos à segurança jurídica e ao próprio 
Estado de Direito. 
 
Dos Poderes Administrativos: 
 
 O abuso do Poder: 
 
 A teoria do abuso de poder ou de autoridade encontra na quebra da moral 
administrativa seu principal fundamento, aplicando-se no Direito 
Administrativo, com maior força, certamente pela repercussão pública dos 
atos administrativos. A Constituição da República expressamente se refere 
aos cidadãos indicando-lhes os remédios heróicos do mandado de 
segurança e do direito de representação contra os abusos de autoridade 
(art.5º, XXXIV e LXIX). 
 
 Costuma-se distinguir dentro da figura do abuso de poder o excesso de 
poder propriamente dito e o chamado desvio de finalidade do ato, 
caracterizando-se o primeiro, pelo uso ilícito ou irregular do poder, ou seja, 
fora da lei ou sem utilidade pública; já o excesso de poder se caracteriza 
pela prática do ato por autoridade que excede em sua competência 
exorbitando no uso de suas faculdades administrativas (excede na 
competência legal). E aparecerá o desvio de finalidade pela falta de 
correspondência entre a finalidade declarada e a praticada, encobrindo um 
fim ilícito ou imoral do agente administrativo. 
 
Por isso, pode-se dizer que o abuso de poder é gênero, enquanto o excesso 
de poder e o desvio de finalidade são espécies. O abuso de poder pode 
ocorrer através de ato comissivo ou omissivo, doloso ou culposo, porque 
ambos são capazes de afrontar a lei e causar lesão ao direito individual do 
administrado. 
 
Exemplos: 
Excesso de poder (agente atua fora dos limites de sua competência): 
Descumpre frontalmente a lei, agindo além de sua competência, ou quando 
contorna dissimuladamente as limitações da lei para arrogar-se em poderes 
que não lhe são atribuídos legalmente – Estabelece uma tarifa diferente da 
determinada pela agência reguladora, art.103 da lei 947297; firma um 
contrato de locação para uso de bem imóvel pertencente ao Estado, 
enquanto durar a vida do locatário e por preço irrisório, ferindo o art.37 
XIX da CR e a lei 8666/93, art.2º (ato simulado de venda), secretário isenta 
de ISS os profissionais de saúde, imposto por meio de decreto. 
 
Desvio de Finalidade (afastamento do interesse público): Pratica atos não 
queridos pelo legislador ou eivados de imoralidade, embora sob uma 
aparente legalidade - determina a troca semestral da cédula de identidade, 
com base em segurança pública, mediante pagamento de uma taxa, ou 
realiza desapropriação para recuperar bens litigiosos, ou para favorecer 
interesse pessoal ou coletivo ou remoção ex officio como modalidade como 
foram de punição. 
 
 
Poderes de atuação da Administração: 
 
Poder Vinculado: 
 
 O Poder vinculado é aquele poder no qual a Administração Pública atua no 
caso específico de acordo com a lei. Há poder vinculado ou atuação 
vinculada, se a administração é obrigada a praticar ato de sua competência 
com elementos e requisitos, previstos na lei. 
 
Por essa vinculação a lei é que a doutrina diz que as matérias de reserva 
legal absolutas terão juridicidade máxima, ou enumeração minuciosa no 
direito positivo para realizá-lo eficazmente, como preceitua o STF: 
 
 “A legalidade do ato administrativo, cujo controle cabe ao Poder 
Judiciário, compreende não só a competência para a prática do ato e de 
suas formalidades extrínsecas, como também seus requisitos substancias, 
os seus motivos, os seus pressupostos de direito e de fato, desde que tais 
elementos estejam defendidos em lei como vinculadores do ato 
administrativo.” 
 
Dificilmente encontraremos um ato administrativo inteiramente vinculado, 
porque haverá sempre aspectos sobre os quais a administração pública terá 
opções na sua realização. Mas o que caracteriza o ato vinculado é a 
predominância de especificações da lei sobre os elementos do ato 
administrativo. 
 
Os elementos vinculados serão sempre a competência, a finalidade e a 
forma, além de outros que a norma legal indicar para a consecução do ato. 
Cabe lembrar que o desvio mínimo da lei, levará o ato ser declarado de 
nulo. 
 
 Exemplo: licença de construir e matrícula em escola pública. 
 
 
Poder discricionário: 
 
Segundo o Professor José Maria Madeira: é o poder que se opõe à discrição 
de outrem, ou seja, o poder deixado ao seu ao seu critério, a seu arbítrio, 
para que delibere ou resolva segundo as circunstâncias ou necessidades do 
momento (divergência – Maria S.Zanella Di Pietro). 
 
Na essência é a faculdade conferida à autoridade administrativa de, ante a 
certa circunstância, escolher uma entre várias soluções possíveis. Só será 
legitima essa atuação se o administrador atuar dentro da área cujas 
fronteiras à lei demarca (estabelecendo, em regra, o motivo e o conteúdo 
do ato – por conveniência e oportunidade). 
 
Quando a lei abre esse leque de opções, o administrador vai poder escolher 
a punição mais adequada à infração. Essa possibilidade de escolha, dentro 
do âmbito lei é o exercício do poder discricionário, pois alei não previu um 
só comportamento mais vários. Ao fazer a escolha deverá a Administração 
Pública mencionar o porque escolheu a opção e não outra (diferente de 
juízo de valor). 
 
Um ato discricionário, por natureza, pode-se transformar num ato 
vinculado, desde que a autoridade motive a sua ação. Motivando, o 
administrador fica preso à existência e a comprovação daqueles motivos, 
passando a ser um ato vinculado (teoria dos motivos determinantes). 
 
O ato discricionário difere do ato arbitrário (ação em desacordo com a 
norma jurídica de um determinado sistema, sendo sinônimo de ilegalidade, 
ilegitimidade ou abuso) e discrição (se dentre as opções o legislador 
seleciona, conforme sua vontade, passando por cima da lei). 
 
Não pode o administrador passar por cima da lei, pois ao fazê-lo feriria o 
Princípio da legalidade, e nem deixar de escolher a opção que melhor 
atenda ao Estado, sob pena de ferir o princípio da supremacia do interesse 
público. 
 
Hoje é impossível falar-se de poder discricionário fora do âmbito de um 
Estado de Direito, ou cogitar-se de poder subtraído da lei. E isso ocorre 
porque em regra, as matérias resolvidas pelo poder discricionário serão de 
reserva legal relativa, ou seja, o ato poderá ser analisado pelo Poder 
Judiciário, quanto à ilegalidade. 
 
Essa análise não poderá abranger o mérito administrativo (oportunidade e 
conveniência), pois este expressa juízo de valor com base no interesse 
público. Este território do ato administrativo discricionário não poderá ser 
perquirido pelo Poder Judiciário, devido ser atividade típica da 
Administração Pública. 
 
Exemplos: 
Opções da Lei – Punição do agente, o motivo é uma infração // suspensão 
por no mínimo trinta dias e no máximo noventa dias; 
 
Conceitos jurídicos indeterminados- O estatuto do idoso que previu a 
gratuidade para os idosos (o que é idosos ? Para o estatuto os maiores de 60 
anos). 
 
O caso concreto não se enquadra na lei – Hipóteses de Desapropriação por 
utilidade Pública, não prevista no artigo 5º do D. Lei nº 3365/41. 
 
 
Poder Regulamentar: 
 
 O poder regulamentar do Estado é aquele dá possibilidade a Administração 
Pública de editar normas gerais e abstratas, visando detalhar ou explicar a 
lei (auto - executoriedade). Essa função se destina a tornar a norma 
completa, ou seja, apta a sua execução. Trata-se dos chamados 
regulamentos de execução, que visa completar a lei e não inovar na ordem 
jurídica. 
 
O fundamento do poder regulamentar está no artigo 84, inciso IV da CR, 
além dos dispositivos previstos nas Constituições Estaduais e Leis 
Orgânicas Municipais. Em regra, essa regulamentação caberá aos chefes 
dos poderes executivos, enquanto a supressão das omissões ao Poder 
Legislativo, sob pena de invasão da competência. 
 
Ao completar a lei o Poder Executivo não poderá contrariá-la , sob pena de 
invalidação. Seu exercício deverá se dar secundum legem, ou seja, em 
conformidade com o conteúdo da lei e nos limites que esta impuser, não 
admitindo o regulamento autônomo, exceto para em matéria de 
organização administrativa dos poderes - divergência (art.61§1º,II / art.51, 
IV, art.52, XIII e art.96,I, b da CR). 
 
Nos dizeres de José Levi Mello do Amaral Júnior 
Procurador da Fazenda Nacional (PRFN – 1a Região) - O decreto passou 
a ser, a partir da Emenda Constitucional no 32, de 2001, o único 
instrumento normativo apto a versar sobre atribuições e estruturação 
intestinas dos Ministérios e órgãos da Administração. As atribuições e a 
estruturação dos Ministérios e órgãos da administração pública não mais 
tocam à lei, devendo ser veiculadas em decreto autônomo – vale repetir, 
espécie normativa primária – desde que não implique aumento de despesa 
ou criação ou extinção de órgãos públicos (cf. art. 84, VI, a, da 
Constituição de 1988, com a redação dada pela Emenda Constitucional no 
32, de 2001). Outrossim, diga-se, o novo modelo veio a corrigir distorção 
do modelo constitucional de 1988, a saber, enquanto os Poderes Legislativo 
(v. g. incisos VI e VII do art. 49, incisos III e IV do art. 51 e incisos XII e 
XIII do art. 52, todos da Constituição de 1988) e Judiciário (v. g. alíneas a e 
b do inciso I do art. 96 da Constituição de 1988) organizam-se a si 
próprios, o Poder Executivo só o podia fazer com o concurso do Poder 
Legislativo, o que, efetivamente, não faz sentido nos casos em que não há 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. 
 
Por último, há, ainda, outra hipótese de decreto autônomo: trata-se da 
possibilidade de extinção, por decreto, de funções ou cargos públicos – 
criados por lei – quando vagos (cf. alínea b do inciso VI do art. 84 da 
Constituição de 1988, com a redação da Emenda Constitucional no 32, de 
2001). O entendimento do procurador supramencionado é ratificado pelos 
doutrinadores Carlos Mário da Silva Velloso, Marcello Alexandrino Diogo 
de Figueiredo e José M. Pinheiro Madeira. Diferente entende José dos 
Santos Carvalho Filho para quem a EC/32/01 não alterou a vedação de 
decretos autônomos, tendo em vista que o artigo 84, inciso VI trouxe a 
expressão ”na forma da lei” . 
 
 
Poder de Polícia: 
 
O Poder de polícia é um dos poderes que coloca em confronto dois 
aspectos: a autoridade da Administração Pública e a liberdade individual. A 
administração tem a incumbência de condicionar seu exercício ao bem 
estar social, não existindo para esse exercício direitos individuais absolutos. 
 
A partir dessa afirmativa pode-se dizer que o fundamento do poder de 
polícia é a supremacia do direito público sobre o direito particular. Cabe 
lembrar, que a restrição não será absoluta, e sim restritiva para realização 
da ordem e não exclusão dos direitos fundamentais. 
 
O vocábulo polícia origina-se do grego politeia designando todas as 
atividades da cidade-estado. Atividades que crescem no sentido de trazer 
ordem pública e imposição de obrigações de fazer. 
 
 Atualmente o poder de polícia tem sido conceituado como toda atividade 
do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em 
benefício do interesse público. Além do conceito legal previsto no artigo 78 
do CTN: 
 
“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática 
de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse ou liberdade, regula a 
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais”. 
 
Esse conceito define o poder de polícia em dois sentidos: 
Amplo - atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade 
ajustando-as aos interesses coletivos, e em sentido restrito abrangendo as 
intervenções gerais ou abstratas (atos do poder executivo). Ambos os 
sentidos poderão ser aplicados ao Direito Administrativo, desde que em 
atividades realizadas pelo Estado. 
 
 O poder de polícia poderá incidir em duas áreas estatais: administrativa e 
judiciária. Será polícia administrativa, aquela que atua preventivamente 
(ações anti-sociais) e policia judiciária, que atua repressivamente 
(infratores da lei penal). 
 
 No primeiro tipo de polícia podemos vislumbrar a ação do direito 
administrativo, incidindo sobre bens, direitos ou atividades; a segunda, pelo 
direito processual penal, incidindo sobre pessoas. 
 
Considerando a polícia administrativasua atuação pode aparecer através 
de: atos normativos (lei -criando limitações administrativas), atos 
administrativos e operações materiais (medidas preventivas e repressivas- 
fiscalizações e dissolução de reunião, respectivamente). 
 
 A sua atuação terá as seguintes características (divergência): 
discricionariedade (margem de liberdade par apreciação quanto a 
determinados elementos), auto-executoridade (decisões que dispensam a 
administração dirigir-se preliminarmente ao juiz) e a coercibilidade 
(posição coativa das medidas adotadas pela administração). 
 
Como discricionariedade é diferente de arbitrariedade, a atuação da 
Administração Pública não poderá ser tida como ilimitada, ou seja, deverá 
atuar com necessidade, proporcionalidade e eficácia, sempre para atender 
interesse público e nos limites da lei (PRORPOCIONALIDADE E 
DEVIDO PROCESSO LEGAL). 
 
Exemplo : Contrato administrativo prevê a entrega da coisa em 
determinado prazo, o que faz ensejar dever administrativo . Se o particular 
infringir o seu dever, a Administração Pública instaurará processo para 
aplicar a sanção cabível – manifestação decorre do Poder de Polícia. 
 
 Através do exemplo supramencionado, podemos classificar as formas de 
poder de polícia: 
Ordem – ordem nas estradas (polícia de trânsito) 
Fiscalização – regulação de mercados e disciplina nas das construções 
(polícia edilícia) 
Consentimento – alvarás, licenças e autorizações. 
Sanção de policia- multa, interdição, demolição, destruição, inutilização. 
 
O Poder de Polícia poderá ser originário e delegado, será originário quando 
exercido pelas pessoas políticas do Estado - competência decorre 
diretamente da lei, enquanto o poder de polícia delegado é aquele 
concedido as pessoas da Administração Indireta. Fala-se delegado, pois 
essa delegação e materializada por lei formal (ato de delegação // 
autoridade competente // delimitação da delegação). 
 
Questão divergente é a delegação a uma pessoa jurídica de direito privado, 
devido à maioria não admitir, exceto quanto aos atos fiscalizatórios 
(divergência). 
 
 Exemplo: Guarda Municipal 
 
Poder Hierárquico: 
 
 O Poder Hierárquico é o alicerce da administração, que se fundamenta em 
dois pressupostos: a distribuição de competência e a hierarquia. Cabe ao 
direito positivo definir as atribuições dos vários órgãos administrativos, 
cargos e funções, estabelecendo uma relação de coordenação, controle, 
ordenação e correção. Diz-se órgãos administrativos, pois a hierarquia pode 
ser vislumbrada no Poder Executivo, e não entre os diversos órgãos que 
compõe o Poder Judiciário e legislativo (competência). 
 
Ainda a respeito da hierarquia no Poder Executivo, cabe assinalar que a 
expressão pode ser empregada em três sentidos, um técnico - político 
(princípio) e os outros dois jurídicos (ordenamento hierárquico e relação 
pessoal). Que Segundo Mário Masagão, caracteriza-se: Por uma relação 
estabelecida entre órgãos, de forma necessária e permanente; através de 
coordenação; por subordinação de uns em relação aos outros; e pela 
graduação da competência de cada um. 
 
 Daí ser um vínculo que coordena e subordina uns aos outros graduando a 
autoridade de cada um, por atribuição originária ou delegação. A principal 
lei que trata da delegação é a lei 9784/99 , que levanta a possibilidade, 
desde que: 
1. Que a delegação advenha de quem é competente; 
2. Que não haja vedação; 
3. Que a delegação seja parcial; 
4. Que exista um prazo determinado e explicitação dessa delegação. 
 
Avocatória # Revogação de delegação: 
 
Avocatória - Ocorre quando o superior chama para si a competência, que 
delegada, sob pena de caracterizar revogação de competência. 
Revogação de competência - Dá-se pela revogação da delegação. 
 
 
Poder Disciplinar: 
 
Poder disciplinar é o que cabe à administração pública para apurar as 
infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas 
sujeitas à disciplina administrativa - pessoas que com ela contratam. 
 
 No que diz respeito aos servidores públicos, o poder disciplinar é uma 
decorrência da hierarquia sendo um poder discricionário. A 
discricionariedade existe, limitadamente, nos procedimentos previstos para 
apuração de uma falta, uma vez que os Estatutos Funcionais não 
estabelecem regras rígidas como as que se impõem na esfera criminal. 
 
Além disso, a lei costuma dar à Administração Pública o poder de levar em 
consideração, na escolha da pena, a natureza e a gravidade da infração e os 
danos que dela provierem para o serviço público. Entretanto é de bom 
alvitre lembrar, que nenhuma penalidade pode ser aplicada sem prévia 
apuração por processo administrativo (art.5º, LV da CR). Após a apuração 
da Infração, cabe a Administração Pública aplicar uma das sanções 
previstas no artigo 127 da Lei 8112/90, sempre de forma motivada, são 
elas: 
 
 
 
Advertência 
Suspensão 
Demissão 
Cassação de aposentadoria ou disponibilidade 
Destituição de cargo em comissão 
Destituição de função comissionada 
 
 
 
 
Atos Administrativos: 
 
 
Conceito de ato Administrativo: 
 
É toda manifestação unilateral de vontade realizada pela Administração 
Pública, visando travar relações jurídicas para atender o interesse público. 
Nos dizeres de José dos Santos Carvalho Filho: “ dá-se pela exteriorização 
de vontade dos agentes da Administração Pública e seus delegatários 
(mediante delegação da função administrativa, ensejando Mandado de 
Segurança), sob regime jurídico de direito público, visando à produção de 
efeitos jurídicos, para atender ao interesse público.” 
 
Com isso, não se quer afirmar que a Administração Pública não possa 
praticar atos privados, pois estes são possíveis a Administração Pública, 
desde que se abstenha da Supremacia do Poder Público. 
 
Exemplo: Sociedade de economia mista vende bens de sua produção, banco 
estatal celebra com particular contrato de conta corrente e a Administração 
paga uma de suas contas com cheque 
 
Características ou atributos do ato Administrativo: 
• Imperatividade – A Administração pode usar a coerção para executar 
o ato Administrativo, independente da vontade do particular. 
Exemplo: tombamento, sanções de polícia. Os atos sem 
imperatividade não impõem a terceiros nenhuma obrigação. 
Exemplos: atos enunciativos (certidões e pareceres) e atos negociais 
(permissões e autorizações). 
 
• Presunção de legalidade e presunção de legitimidade – Há uma 
presunção juris tantun que o ato administrativo respeita a lei, o 
interesse público e o Estado Democrático de Direito. Essa presunção 
impede o controle prévio, exceto por via de controle interno e prova 
da ilegalidade. Exemplos: Multas de trânsito. 
 
• Executoriedade - Fala do Poder da Administração Pública de levar 
até as últimas conseqüências seus atos, independente do Poder 
Judiciário. Certos atos dependem da aquiescência de outros poderes, 
sendo chamados de Hetero-executórios. 
 
 
Exemplos: Execução fiscal, multa resistida, desapropriação, demolição de 
prédio, destruição de alimentos. 
 
Elementos do ato administrativo (divergência): 
Os mesmos do ato jurídico mais dois: 
Agente – competente (Circulo definido em lei, dentro do qual podem os 
agentes exercer legitimamente sua atividade). 
Forma – escrita (Meio de exteriorização do ato) 
Objeto – Resultado (Alteração no mundo jurídico produzido pelo ato 
administrativo). 
Motivo – Por que (Situação que gerou a vontade do agente de praticar o ato 
Administrativo). 
Finalidade – Para que(Interesse Público). 
 
 
Para evitar decorar deveríamos examinar a Lei da ação popular que 
conceitua os elementos do ato administrativo em seu artigo 2º. 
 
 Para a doutrina a competência é necessária para a prática do Ato 
Administrativo sendo atribuída pela lei ao agente estatal, o mesmo ocorre 
com a possibilidade de modificação, transferência, suspensão ou cessação 
dessa competência. Por isso, a doutrina entende que esse elemento é 
vinculado, admitindo em certos atos a delegação – artigo 11 do D. Lei 
200/67 (autoridade delegante, subalterno recebe a competência e objeto da 
delegação), a avocação – artigo 15 da Lei 9784/99 e ratificação deste, 
quando praticado por agente de fato, sob os fundamentos da presunção de 
boa fé, da teoria da aparência e culpa in vigilando. A avocatória ocorre 
quando a autoridade superior traz de volta a competência que foi delegada 
ao subalterno, desde que haja hierarquia funcional (só existe na função 
administrativa, não aparecendo nas funções normativas e jurisdicionais) 
entre os agentes envolvidos. 
 
Em regra, a forma do ato administrativo é escrita no Direito Público 
vigorando o Princípio da Solenidade das Formas, como regra geral. A 
exceção está nos atos que geram direitos ou obrigações para o terceiro. 
Exemplos atos simbólicos (cartazes e placas) e requisição. A motivação do 
ato Administrativo difere do motivo ou causa, devido aquele falar da 
justificativa do ato administrativo (ou exteriorização do motivo), enquanto 
este fala da necessidade coletiva ou situação que gerou a prática do ato. 
Exemplos: desapropriação – motivo: artigo 5º do D. Lei nº 3365/41; 
motivação – necessidade pública de construir uma escola. 
 
A doutrina majoritária entende que a motivação do ato discricionário não é 
obrigatória (divergência), diferente do motivo não declarado que torna o 
ato nulo. Entretanto, para incentivar o Estado Democrático de Direito o 
doutrinador Hely Lopes Meirelles seguindo o insigne doutrinador Bilac 
Pinto aplicava para essa espécie de ato a Teoria dos Motivos 
determinantes entendendo que “o ato administrativo deve guardar 
compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da 
vontade”. Essa aplicação é fundamental para ampliar o controle dos atos 
administrativos discricionários que por não exigirem expressamente 
motivação, esta em sendo feita passa a vincular o agente nos termos em que 
foi mencionada. Se o interessado comprovar que a motivo é incompatível, 
incongruente ou inexistente com o resultado estará o ato com vício de 
legalidade, fazendo surgir a possibilidade de declaração nulidade por 
ilegalidade. 
 
Isso ocorre, porque o ato discricionário possui uma margem legal de 
escolha (juízo de valor – oportunidade e conveniência), devendo o 
administrador escolher um dentre os vários caminhos mencionados na lei, 
sempre com base no princípio da legalidade do ato e da veracidade do 
motivo, sob pena de nulidade. Diferente do ato vinculado que por estar 
todo regrado pela lei, deve o Administrador Público tão somente aplicá-la. 
Existe um caso em que o ato discricionário terá que apresentar motivação 
obrigatória, quando trata de ato de decisão (artigo 50, da lei 9784/99), 
respeitando ampla defesa e o contraditório. 
 
Exemplos: nomeação e exoneração – artigo 37, inciso II da CR. 
 
Por fim, a falta de finalidade gera desvio de poder, pois o agente atua de 
forma contrária a finalidade do ato que é o interesse público. Como 
conseqüência, cabe ao Poder Judiciário analisar o motivo e o objeto. 
 
Características: 
 
Coercibilidade: Presunção de legitimidade ou auto - executoriedade. 
Mérito Administrativo: É a avaliação da conveniência, oportunidade, da 
eficiência e do resultado relativas ao ato discutido. Em regra, o mérito é 
auferido pelo Administrador Público, que não poderá fazer esse juízo de 
valor nos atos vinculados, tendo em vista que seus elementos estão 
previstos na lei, cabendo ao Poder Judiciário controlar todo ato. Já nos atos 
discricionários o exame judicial não visa ratificar o mérito (juízo de valor), 
e sim examinar a legalidade a razoabilidade e a teorias do abuso de poder 
(gera como conseqüência à nulidade pela falta de finalidade ou interesse 
público). Divergência. 
 
Obs.: No ato discricionário que possua conceito jurídico indeterminado 
(evita a atuação discricionária do administrador, devendo este usar a 
interpretação e integração, sob critérios objetivos - jurisprudência , 
pareceres e perícias), ou opções da Lei além do exame judicial quanto à 
legalidade é possível auferir a teoria dos motivos determinantes e 
razoabilidade (não invade o mérito, cria mais um limite para atuação 
discricionária – Estado democrático de direito, sob os parâmetros do 
Princípio da eficiência- custo / benefício e audiência pública – resultado 
vinculado). 
 
 
Classificação do Ato Administrativo: 
1. Quanto ao sujeito: 
Atos simples: O ato emana da vontade de um só órgão ou agente –
Exemplo: decisão de uma assembléia. 
Atos compostos: O ato emana de mais de um órgão ou agente. As vontades 
não são autônomas, mas reproduzem uma só vontade. 
Atos complexos: Há autonomia entre os órgãos diversos (ato principal e ato 
acessório). 
 
2. Quanto ao conteúdo: 
Atos enunciativos: Indicam juízo de valor. Exemplos: pareceres, certidões, 
declarações e atestados. 
Atos ordinatórios: A Administração Pública organiza sua atividade e 
órgãos. Exemplos: Instruções, ordem de serviço. 
 
3. Quanto aos destinatários: 
Gerais: São aqueles aplicados a um número indeterminado de pessoas. 
Exemplo: regulamentos 
Individuais: São aqueles cuja aplicação é restrita a sujeitos específicos e 
determinados. 
Exemplo: desapropriação 
 
4. Quanto aos efeitos: 
Declaratórios: Constatam a existência ou inexistência de eventos. 
Exemplo: Desapropriação. 
Constitutivos: São atos cuja constituição se funda na verificação de certos 
eventos. Exemplo: Terra devoluta 
Condenatórios: É aquele que se impõe aos sujeitos de direito. Exemplo: 
Suspensão 
 
Atos especiais: 
Licença: É ato vinculado pelo qual a Administração pública confere ao 
interessado consentimento para o desempenho de certa atividade, após a 
constatação dos requisitos necessários e pedido do interessado. 
 
Licença para construir: 
1c) STF e corrente Majoritária: Antes de iniciar a obra, pode ser revogada, 
pois é mera faculdade de agir, não fere direito adquirido, sendo assegurado 
direito a indenização. 
2c) Carvalhinho: É incompatível com seu caráter de ato vinculado. 
Ademais, a indenização cabível não se coaduna com a revogação dos atos 
administrativos. 
3c) Hely Lopes Meirelles: Diz que há uma reavaliação da obra, mediante 
indenização (desapropriação do direito de construir ou cassação 
expropriatória – Diogo de Figueiredo). 
 
Parâmetro para auferir o início da obra: 
Fundações 
 
 
Permissão: 
Conceito: É ato administrativo discricionário, precário pelo qual a 
Administração Pública consente ao particular o uso de bem público. Pode 
ser condicionada (prazo determinado e razões de revogação) criando uma 
auto-limitação para a Administração pública - a discricionariedade sofre 
mitigação. 
 
A permissão pública pode apresentar-se como forma de delegação por meio 
do qual a Administração Pública admite ao particular o uso de certo bem 
público ou a realização do serviço de utilidade pública. Essa delegação 
ocorre por meio de ato administrativo negocial (unilateral), discricionário e 
precário, ou contrato de adesão, respectivamente (divergência). 
 
A permissão pública como ato administrativo ou contratode adesão 
(contratualização da permissão), poderá ser revogável a qualquer tempo 
(desde que não haja prejuízos), nos termos do artigo 175 da Constituição da 
República. O que foi ratificado pelo artigo 40 da Lei nº 8987/95, e por 
recente entendimento do STF, acabando de vez com a diferença que havia 
entre a concessão e a permissão pública (delegação de serviço público). 
 
É de bom alvitre lembrar, a existência de permissão para uso de bem 
público como ato administrativo deferido intuitu personae . Devido à sua 
natureza precária, a permissão não assegurará aos permissionários as 
prerrogativas legais atribuídas aos concessionários de serviços públicos, 
sendo facultado à Administração revogar o ato de permissão, sem qualquer 
indenização ao executor do serviço, desde que a pessoa física ou jurídica 
não tenha prazo, e seus gastos sejam reembolsados, após sua constatação 
específica em processo administrativo próprio. 
 
Diferença com a concessão: 
A diferença está na constituição, pois a concessão decorre de acordo de 
vontades, e a permissão como ato ou contrato, unilateralmente por 
conveniência administrativa; e também na precariedade existente na 
permissão sem prazo e não na concessão. 
 
 
 Características da Permissão: 
 
1. Permissão é ato unilateral, discricionário, precário, intuitu personae, 
podendo ser gratuito ou oneroso; 
2. Não depende de licitação; 
3. Seu objeto é o uso de certo bem público, continuando o Poder Público 
com a titularidade; 
4. A utilização do bem pelo permissionário ocorrerá por sua conta e risco; 
5. As Condições serão estabelecidas pela Administração Pública que 
poderá a qualquer momento alterar ou revogar, por interesse público; 
6. Pode ser estabelecida mediante prazo (condicionada ou qualificada – 
Helly Lopes Meirelles e Cretella Júnior respectivamente). 
 
Maria Sylvia Zanella de Pietro – Vislumbra que há diferença entre a 
concessão da permissão, principalmente que aquela dá-se por contrato, 
enquanto está terá a natureza jurídica de ato administrativo. Para o 
doutrinador Diógenes Gasparine - a concessão e a permissão foram 
equiparadas pela CR e posteriormente pela lei 8987/95, art.40, § único, 
ambas sendo constituídas mediante contrato. 
 
Exemplos : 
Limpeza da repartição pública – contrato de concessão; 
Feira livre – permissão; 
Passeata - autorização; 
Táxi – permissão; 
Vans – permissão; 
Moto-táxi- serviço irregular; 
Navegação aérea – concessão; 
Táxi- aéreo – permissão; 
 
 
Autorização: 
 
São atos administrativos que visam atender as necessidades coletivas 
transitórias, instáveis e urgentes, mas que sejam relevantes aos cidadãos. 
Dá-se de forma precária, ou seja, revogável a qualquer momento, o que faz 
com que alguns doutrinadores não a veja como forma adequada para 
delegação de serviço público. O doutrinador Marçal Justen Filho entende 
que a autorização não é um meio adequado de delegação de serviço 
público, só ocorrendo de forma excepcional. Levanta que a base 
constitucional do instituto está prevista no artigo 170, § único da 
Constituição da República, ocorrendo mediante ato estatal da 
Administração Pública e desde que os requisitos tenham sido atendidos 
pelo particular, sob supervisão da Administração Pública. Divergindo do 
doutrinador supramencionado os doutrinadores Marcelo Alexandrino e 
Vicente Paulo entendem que a autorização é forma adequada de delegação 
do serviço público, e apresentam como base constitucional o artigo 21, 
incisos XI e XII. Também levantam uma nova espécie de autorização 
vinculada, nos termos da Lei nº9472/97, artigo 131, §1º. 
 
Independente do tipo de autorização, faz-se necessário uma supervisão do 
poder autorizatário de forma prévia e a posteriori. De forma prévia para 
impedir que certas atividades excessivamente onerosas sejam conferidas 
aos autorizatários (impossibilidade de amortização dos gastos), e a 
posteriori para auferir a mantença do serviço com base no binômio 
oportunidade e conveniência. 
 
Exemplos: taxa, guardas, despachantes. 
 
Diferença entre concessão (contrato), autorização e permissão (atos 
administrativos da espécie negocial): 
Concessão: Administração contrata um serviço de utilidade pública; 
Autorização: Administração consente numa atividade de interesse 
exclusivo ou preponderante do particular; 
Permissão: Administração faculta a realização de uma atividade de 
interesse concomitante do permitente (administração), do permissionário 
(empresa) ou do público. 
 
Formas de Extinção do Ato Administrativo: 
 
1. Invalidação ou anulação: 
 
É a desconformidade do ato com as normas reguladoras (ato ilícito), 
abrangendo a nulidade e anulabilidade (divergência). Nos dizeres de 
Diógenes Gasparini, é a retirada retroativa parcial ou total de um ato 
administrativo, praticado em desconformidade com o ordenamento 
jurídico, por outro ato administrativo. Essa invalidação ou anulação poderá 
ser declarada pelo Poder Judiciário ou pela Administração Pública. 
 
Condições : 
 
• Devido processo legal (artigo 5º, inciso LIV e LLV da CR e Súmulas 
do STJ 473 e 346); 
• Prazo ou decurso do tempo (artigo 27 da Lei 9868/99, artigo 54 da 
Lei 9784/99, artigo 50 da Lei 9784/99 e artigo 1º do Decreto Lei 
20.910/32). 
• Atos consolidados ou com efeitos produzidos. 
 
Exemplos: Erro de grafia (nulidade relativa ou absoluta); 
 Desfazimento do de concurso público e demissão dos 
nomeados, sem o devido processo legal (nulidade absoluta). 
 
 
2. Revogação: 
 
A revogação é função típica da administração pública, pois reanalisa o 
mérito. Ocorre quando está retira do mundo jurídico o ato administrativo 
válido por razões de falta de conveniência e oportunidade (interesse 
público). Apresenta as seguintes características: efeito ex nunc, 
fundamento no poder discricionário e a obrigatoriedade de respeitar os 
Direitos Adquiridos. 
 
Não pode ser revogado: Atos que exauriram seus efeitos - férias, 
afastamento após o prazo fixado; 
 Atos vinculados - licença; 
 Atos que geraram direitos adquiridos - 
concessão de aposentadoria; 
 Atos de procedimento administrativo - licitação 
por força da preclusão do ato administrativo anterior pelo ato sucessivo; 
 Atos enunciativos - pareceres, certidões, e 
atestados. 
 
Aspectos importantes da revogação: Carvalho do Santos. 
 
A revogação tem caráter definitivo, fazendo cessar o ato revogado e o ato 
revogador. Por isso, a simples revogação do ato revogador não terá o efeito 
represtinador, conforme o artigo 2º, §3º da LICC, surgindo um novo ato 
Administrativo com dois capítulos um destinado a revogação e outro 
destinado ao mesmo objeto do ato revogado. Esse ato não aproveita os 
efeitos produzidos depois da revogação, mas apenas admite os mesmos 
efeitos a partir de sua vigência. 
 
Efeitos consolidados: 
O ato administrativo revogável é ato válido, embora inconveniente. A 
inconveniência não dá Administração Pública a possibilidade de revogar 
atos consolidados (direito adquirido), exceto se o ato possui efeitos 
materiais admitindo a Administração Pública indenizar as perdas do 
administrado. Outra limitação a função típica da Administração (revogação 
por falta de interesse público) são os atos que apresentam vícios cuja 
retirada traria mais prejuízo ao interesse público do que a manutenção do 
ato. Exige-se então, em ambos os casos que Administração pública pela 
autotutela(STF 473) e o contraditório, venha auferir o ato e constatar a 
presença de direito adquirido ou conseqüências prejudiciais a revogação 
para não mexer no ato, sob pena de Responsabilidade Objetiva – teoria do 
fato consumado. 
 
 
Convalidação: 
 
A convalidação ocorre por meio de um ato administrativo da retirado do 
vício do ato administrativo, ou seja, a Administração Pública aproveita o 
ato retirando o vício de forma e competência, sob o princípio da 
supremacia do interesse público. A convalidação apresenta natureza 
jurídica de ato administrativo discricionário (divergência) limitada à 
impugnação do interessado e o decurso do tempo com a ocorrência da 
prescrição do poder de convalidar (artigo 55 da lei 9784/99). 
 
Espécies: 
Ratificação: É o ato administrativo pelo qual o órgão competente confirma 
um ato inválido anteriormente praticado suprimindo a ilegalidade que vicia. 
Exemplo: artigo 84, incisos VI e XXI da CR. 
Reforma: É o ato administrativo pelo qual se conserva a parte não afetada 
pela ilegalidade; 
Exemplo:Desapropriação indireta // indeniza. 
Conversão: É o ato administrativo pelo qual se aproveitam os elementos 
válidos de um ato ilegal para com eles se compor um outro ato que seja 
legal. 
Exemplo:Concessão sem licitação // permissão. 
 
 
Contratos Administrativos: 
 
Conceito: É o ato plurilateral ou acordo firmado entre a Administração 
Pública, agindo nesta qualidade e o particular ou outra entidade da 
Administração Pública, para a consecução de objetivos que atendam o 
interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração. 
 
Competência Legislativa: 
Todos os entes da federação poderão legislar, desde que tenham capacidade 
política, e sob as normas gerais editadas pela União- normas gerais (lei nº 
8666/93). 
 
Características: (divergência) 
Consensual - Acordo de vontades, prevalecendo à presença intrínseca das 
cláusulas exorbitantes previstas no artigo 58 da Lei 8666/93. 
Forma - Escrito e requisitos especiais, como regra artigo 60, §único da lei 
8666/93. Excepcionando-se a mesma lei admite no artigo 23, II, a da Lei 
8666/93 a forma oral para o convite. 
Oneroso – Remunerado conforme preceitua o artigo 55, inciso V da lei 
8666/93 e artigo 167, inciso II da Constituição Federal. 
Comutativo – Compensações recíprocas e equivalentes, exigindo-se do 
contratado um serviço adequado, sob pena de responsabilidade e do 
administrado o pagamento da tarifa. 
Intuitu personae – Próprio do contratante ou personalíssimo a ele. 
O que não impossibilita a sub contratação, desde que nos termos do artigo 
26, § 1º da lei 8987/95. 
Prazo- Em regra o contrato administrativo deverá durar um ano civil 
(vigência do crédito orçamentário), exceto aqueles previstos nos planos 
plurianuais, serviços continuados ou programas de informática poderão ser 
prorrogados- Artigo 57, inciso II da Lei 8666/93 e artigo 167, §2º da 
Constituição Federal. 
 
Teorias quanto à formação do Contrato Administrativo, no tempo: 
1a) Que nega a existência do contrato administrativo: Fundamenta-se no 
fato de que todo contrato é acordo de vontade – Oswaldo Aranha Bandeira 
de Melo. 
2a)Todos os contratos celebrados pela Administração Pública são contratos 
administrativos, devido uma das partes ser a Administração Pública – José 
Roberto Dromi. 
3a)Contrato Administrativo é espécie do gênero contrato: Esta corrente 
distingue os contratos privados e os contratos administrativos – A maioria 
da Doutrina. 
 
Modalidades (divergência): 
 
Contratos Administrativos: É gênero que comporta três espécies: 
-Contratos administrativos de delegação de atribuições administrativas: 
Concessão de serviço público e de obra pública - Normas Públicas (artigo 
58 da Lei nº 8666/93); 
-Contratos privados praticados pela Administração pública: Mandato, 
Empréstimo, Depósito e de seguro Empreitada - Normas de direito privado 
(artigo 62,§3º, inciso I da Lei nº 8666/93 // sem ou com cláusulas 
exorbitantes, embora o artigo 62,§3º c/c artigo 58, alínea da Lei nº 8666/93 
admita). 
 
Cláusulas Exorbitantes ou privilégios ou peculiaridades: 
Exigência de garantia do contrato (artigo 56, § 1º da Lei 8666/93): 
Após a execução do contrato a Administração Pública deverá devolver a 
garantia ao contrato. Poderá, entretanto perdê-la se ocorrer rescisão por 
culpa do contratado ou por inexecução culposa – artigo 80, inciso III da lei 
8666/93. 
Possibilidade de alteração unilateral de cláusula contratual pela 
Administração (artigo 58, inciso I da Lei 8666/93): Essa possibilidade de 
alteração possui um limite, desde que não cause desequilibro no acordo, o 
que Diogo de Figueiredo chama de cláusula de serviço ou de interesse 
público - artigo 65, parágrafo 1º da lei 8666/93. Outro argumento que 
ratifica a impossibilidade de a Administração Pública alterar aleatoriamente 
o contrato é a natureza da cláusula – de serviço admite alteração artigo 65, 
inciso I, a da lei 8666/93, enquanto a econômica veda tal alteração, exceto 
se respeitada a assertiva acima. 
Possibilidade de rescisão unilateral do contrato (artigo 79,§ 2º da lei 
8666/93): A rescisão não impede o ressarcimento dos prejuízos causados 
ao contratado, pela obra já realizada ou custo da mobilização, danos 
emergentes e devolução da garantia. 
Fiscalização da Execução do contrato pela administração (artigo 67 da 
lei 8666/93): Dar-se-á pela Administração Pública ou por terceiro 
interessado. 
Possibilidade de aplicação de penalidade pela própria Administração 
(artigo 87 da lei 8666/93): Cabe a Administração a opção de resolver seus 
conflitos de interesses com o administrado instaurando Processo 
Administrativo, do qual emanará uma decisão que faz coisa julgada 
administrativa. 
Possibilidade de anulação do contrato (artigo 59 da lei 8666/93): 
Havendo ilegalidade pode anular o contrato, com base na autotutela 
administrativa e na ampla defesa constitucional. 
Possibilidade de retomada do objeto do contrato: O que equivale a 
assunção imediata do objeto do contrato, ocupação do local e equipamento, 
execução da garantia contratual e retenção de crédito, até os limites dos 
prejuízos causados. 
Restrição de uso, pelo contratado, da “exceptio non adimplenti 
contractus” (artigo 78, inciso XV da lei 8666/93): A inadimplência 
estatal não possibilita o contratado de rescindir unilateralmente o contrato, 
e sim por meio de rescisão amigável (artigo 79, Inciso II da lei 8666/93) ou 
rescisão judicial (artigo 79, inciso III da lei 8666/93). Quanto aos incisos 
XIV e XV do mesmo artigo supramencionado, a maioria da doutrina vem 
admitindo ao contratado suspender o contrato. 
 
Modalidades de Contrato Administrativo: 
Contrato de Concessão: É o ajuste pelo qual a Administração delega a 
execução remunerada de serviço ou de obra pública, ou lhe cede o uso de 
bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo e 
condições regulamentares e contratuais. 
Deve se sujeitar ao procedimento licitatório prévio, geralmente 
concorrência, salvo a gratuita que equivale à doação. 
Contrato para execução de serviço público - art.6º, II da lei 8666/93; 
Contrato para obra pública – art.2ºda lei 8987/95; 
Contrato para uso de bem público – art.68 da Constituição do Estado do 
Rio de Janeiro; 
Contrato de gerenciamento: Envolve as entidades paraestatais ou entes de 
cooperação, nos quais as metas são estabelecidas pela Administração 
Pública (titular da atividade) a concessionária (executa a atividade por 
delegação). 
 
* A parceria público privada advém da Lei 11079/04 , possui duas 
modalidades a Patrocinada e a Administrada. Em ambas

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