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PENAL culpabilidade final

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Prévia do material em texto

Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
PENAL – CULPABILIDADE E PENA 
 
CULPABILIDADE 
 
 
 
 
 
TEORIA DA CULPABILIDADE 
 PSICOLÓGICA: É a relação psíquica do agente com o fato. Significa que o sujeito para ser 
punido criminalmente basta ter agido com Dolo ou Culpa 
 PSICOLÓGICA NORMATIVA: exige três elementos para que alguém seja indiciado 
criminalmente – IMPUTABILIDADE, CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE, EXIGIBILIDADE DE CONDUTA 
DIVERSA 
NORMATIVA PURA: O dolo e a culpa integram a conduta do agente. Para a normativa 
pura, o crime já está caracterizado e a culpabilidade é apenas um mero juízo de reprovação, porém 
necessária para que se possa impor uma pena 
 ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 
O Art. 21 do Código Penal exime de pena quem pratica o fato desconhecendo seu caráter 
ilícito (consciência da ilicitude); 
O Art. 22 resgistra insenção de pena para o sujeito de quem não se pode exigir outra 
conduta (inexigibilidade de conduta diversa); 
Os Arts. 26 a 18 referem-se às pessoas que não detêm capacidade de entender o caráter 
ilícito do fato ou de se determinar conforme esse entendimento (imputabilidade). 
É JUÍZO DE 
REPROVAÇÃO DA 
CONDUTA, PELO 
AGENTE 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
Conclui-se daí que a Culpabilidade, resulta da soma dos seguintes elemento: 
 IMPUTABILIDADE 
 POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
 EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
 SISTEMA OU CRITÉRIOS DE EFERIÇÃO DA INIMPUTABILIDADE 
 O SISTEMA BIOPSICOLÓGICO é aquele adotado pelo Código Penal, que se baseia, 
para fins de constatação da inimputabilidade em 2 requisitos: 
1 - Relacionado com a Natureza Biológica, ligado à causa do elemento provocador; 
2 – Relacionado com a Natureza Psicológica, efeito, ou a consequência psíquica provocada 
pela causa. 
Exemplo: Um doente mental somente será considerado inimpitável se, além da sua 
enfermidade (causa) constar-se que, no momento da conduta, encontrava-se desprovido de sua 
capacidade de entender a natureza ilícita do ato ou de se determinar conforme essa compreensão 
(efeito). 
 O SISTEMA BIOLÓGICO consiste naquele em que a lei fundamenta a 
inimputabilidade exclusivamente na causa geradora. Esse sistema foi adotado no 
CP com respeito à menoridade, uma vez que os menres de 18 anos são 
penalmente inimputáveis pelo simples fato de terem completado a idade 
mencionada. 
No caso dos menores de 18 anos, irrelevante investigar se o sujeito sabia o que fazia 
e podia controlar-se (capacidade de autodeterminação); 
 
 O SISTEMA PSICOLÓGICO não é adotado no CP e nesse sitema, bastaria o efeito para 
caracterizar a inimputabilidade. O por-quê seria irrelevante. 
 
Todas as causas de exclusão da imputabilidade, para serem reconhecidas, devem fazer-s 
presentes no exato momento da conduta. O requisito temporal é fundamental. Significa dizer que 
ao tempo da ação ou omissão criminosa é que se deve analisar a capacidade de entendimento e 
compreensão da ilicitude do ato, bem como a possibilidade de autodeterminação. 
É possível que alguém seja são no memento da conduta e, depois, tenha suprimida, em 
virtude de doença mental, a capacidade de entender e querer. Responderá normalmente pelo 
crime, mas haverá consequências quando ao andamento do processo, ou da execução da pena, 
dependendo do momento em que surha a doença mental, por exemplo. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Importante dizer que o sujeito só responderá pelo crime se na causa (ação) estiver presente 
o dolo ou a culpa, ligados ao resultado. 
IMPUTABILIDADE 
 
CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DA IMPUTABILIDADE 
 
DOENÇA MENTAL OU DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO OU 
RETARDADO – ART.26/CP 
“Inimputáveis 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento” 
A doença mental ou desenvolvimento mentar incompleto ou retardado, se aliada à falta de 
capacidade de compreender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse 
entendimento produz IMPUTABILIDADE. 
a) ASPECTO INTELECTIVO: Capacidade de entendimento; 
b) ASPECTO VOLITIVO: Faculdade do agente de controlar a própria vontade. 
O indivíduoi que não tem esses aspectos é INIMPUTÁVEL. 
 DOENÇA MENTAL ou DMR ou DMI; (art. 26) 
 EMBRIAGUEZ COMPLETA E INVOLUNTÁRIA; (art. 28,§1) 
 DEPENDÊNCIA OU INTOXICAÇÃO INVOLUNTÁRIA DEPENDENTE DO 
CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS; (Lei 11.343/2006 art. 45 caput “Lei anti-
drogas) 
 MENORIDADE (art. 27) 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
O sujeito que, nessa hipótese, praticar um crime, será absolvido. Trata-se de absolvição 
imprópria, pois a ele se aplicará uma MEDIDA DE SEGURANÇA. 
A verificação depende de exame pericial. Sempre que houver suspeitas a respeito da higidez 
mental do agente, deve o juiz, de ofício ou mediante requerimento, determinar a instauração de um 
incidente de insanidade mental. Irá se dar por perícia psiquiátrica. 
 O réu que é portador de doença mental, ou desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado e teve a sua capacidade de entendimento ou de autodeterminação inteiramente 
suprimida ao tempo do ato. Se o juiz concordar com o resultado do exame pericial, o agente será 
considerado INIMPUTÁVEL, ficando sujeiro a uma medida de segurança. 
 O réu que dununciado é portador de doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado e teve a sua capaciodade de entendimento ou autodeterminação 
diminuída, por ocasião da ação ou omissão. Se o juiz concordar com o exame pericial, o sujeito será 
considerado SEMI-IMPUTÁVEL, ficando sujeito a uma pena diminuída (de um a dois terços) OU a 
uma medida de segurança, caso se mostre necessária em razão da necessidade de tratamento. 
Na hipótese do SEMI-IMPUTÁVEL, necessitando o condenado de especial tratamento curativo, 
a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação ou tratamento ambulatorial, pelo 
prazo mínimo de 1 ano a 3 anos. 
Na hipótese de IMPUTABILIDADE POR DOENÇA MENTAL, a lei permite prevê uma solição 
MEDIDA DE SEGURANÇA. 
MEDIDA DE SEGURANÇA: 
Providência de caráter preventivo fundada na periculosidade do agente, aplicada por prazo 
indeterminado aos inimputáveis e semi-imputáveis que oferecem risco a sociedade, para que o 
agente possa ser contido e tratado para que não ofereça mais risco. – É fundanda na periculosidade. 
Não prazo determinado, mas tem prazo mínimo de 1 a 3 anos 
 SISTEMA DE APLICAÇÃO 
a) Duplo Binário: Ao agente é imposta uma pena E uma medida de segurança; 
b) Sistema Vicariante: Aplica-se uma pena OU uma medida de segurança - ADOTADO PELO 
CÓDIGO PENAL 
 ESPÉCIES DE MEDIDA DE SEGURANÇA (Art. 96/ CP) 
 a) Internação: em hospital de custódia psiquiátrico; 
 b) Tratamento ambulatorial 
 APLICAÇÃO 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
a). Inimputáveis: EM REGRA É A INTERNAÇÃO - art. 97, mas também é possível a medida de 
Tratamento Ambulatorial, quando o crime for apenado com DETENÇÃO (crimes mais leves). 
Fica a critério do juiz submeter a tratamento ambulatorial ou internação. 
b) Semi – Imputáveis: é aquele que na época da ação ou omissão, por doença mental ou 
DMR ou DMI era PARCIALMENTE INCAPAZ de entendimento – art. 26  Tem a pena 
reduzida.Os casos em que pode ter medida de segurança estão no art. 98/CP. Quando o 
agente precisar de tratamento especial curtivo, o juiz SUBSTITUI a pena privativa de 
liberdade pela medida de segurança. MAS É UMA SENTENÇA CONDENATÓRIA 
 PRAZO 
a). Indeterminado 
b) Mínimo: de 1 a 3 anos – ao final desse prazo mínimo tem uma nova perícia para verificar 
se cessou a periculosidade. 
c) Prazo Máximo: CP art. 75 determina que o tempo de cumprimento da pena não pode ser 
superior a 30 anos (EM REGRA). De acordo com a Súmula 527 do STJ – O prazo máximo será 
apena máxima prevista para o crime – não tem mais o prazo de 30 anos para internação. 
 DESINTERNAÇÃO: Se por perícia verificou-se que a periculosidade foi cessada, o agente 
será desinternado, mas a desinternação é SEMPRE CONDICIONAL. Se no prazo inferior a 1 
ano ele der sinais de que representa risco, ele é internado de novo sem a necessidade de 
ma outro processo. §3 art. 97 – Periculosidade. 
Na medida de segurança não existe pena. 
Existe prescrição para Medida de segurança? Somente a CF define quais são os crimes 
imprescritíveis (racismo e grupos armados contra o Estado Democratico de Direito). A 
medida de segurança TEM prescirção. Há um entendimento pacífico e essa prescrição se 
regula pela pena áxima (Súmula 527 – STJ) 
 
DOENÇA MENTAL: Perturbação psiquica de qualquer ordem, capaz de eliminaar ou 
afetar a capacidade de entender o caráter ilicito do fato ou de se auto determinar de acordo 
com esse entendimento. (art. 26 parágrafo único). 
É uma desordem que atrapalha o aspecto intelectivo e volitivo da pessoa. 
Exemplo: psicose, neurose, esquisofrenia, paranoia, psicopatia, epolepsia 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO: Imaturidade. 
Exemplo: 
 Menores de idade que cometem atos infracionais - não recebem pena, 
recebem MEDIDA SOCIOEDUCATIVA; 
 Silvícula: índios não civilizados, não adeptados a sociedade. 
 
 
DESENVOLVIMENTO MENTAL RETARDADO: Intelecto incompatível com o atual 
estágio de vida. 
Exemplo: 
 Oligofrênicos - débil mental, imbecilidade, idiota 
 Surdo-mudo 
 
EMBRIAGUEZ COMPLETA VOLUNTÁRIA E INVOLUNTÁRIA, DECORRENTE DE 
CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR – ART.28/CP 
Embriaguez 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou 
força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente 
de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade 
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
É um estado agudo e transitório de intoxicação, provocada pela ingestão de álcool ou 
substâncias de efeito análogo. (Álcool e drogas) 
Somente se contempla como motivo de isenção de pena a EMBRIAGUEZ COMPLETA E 
INVOLUNTÁRIA que ao tempo da conduta retire por inteiro a capacidade de entendimento 
ou de autoderteminação. 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Três estágios da embriaguez: 
 Excitação 
 Depressão 
 Letargia 
Considera-se completa a embriaguez nas duas útilmas fases, pois ela retira quase por 
completo a capacidade de discernimento do agente. 
ESPÉCIES DE EMBRIAGUEZ 
1 – NÃO ACIDENTAL – VOLUNTÁRIA: O sujeito pode embria gar-se voluntariamente 
(quando tem a intenção de fazê-lo) ou ainda pode ser EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA CULPOSA: 
excesso imprudente no consumo de bebida alcoólica.  NÃO EXCLUI A CULPABILIDADE E A 
IMPUTABILIDADE. 
2 – EMBRIAGUEZ COMPLETA: Retirada total da capacidade de compreensão.  EXCLUI 
A IMPUTABILIDADE – fica isento de pena. (Pode ser voluntária DOLOSA OU CULPOSA) 
3 – INCOMPLETA: Retirada Parcial da capacidade de compreensão  NÃO EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE poderá ter a pena reduzida de 1/3 a 2/3. (Pode ser voluntária Dolosa ou 
Culposa) 
4 – INVOLUNTÁRIA / ACIDENTAL: oriunda de caso fortuito (quando ingere a substância 
cujo efeito enebriante era desconhecido) ou força maior (quando se é compelido de 
maneira irresistível, contra a sua vontade, a consumir álcool ou substância de efeitos 
análogos). Enseja quando suprimir integralmente a capacidade intectiva e volitiva do 
agente, a absolvição própria, isto é, sem a imposoção de qualquer sanção peal. Se o 
comprometimento de compreensão e auto determinação for apenas parcial, incidirá causa 
de diminuição de pena de 1/3 a 2/3 (CP, art. 28,§ 2) ourind  SE FOR COMPLETA EXCLUI A 
IMPUTABILIDADE – fica isento de pena. 
5 – EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA PRÉ ORDENADA: é a causa mais grave de embriaguez, 
em que o agente ingere alccól ou à subastancia assemelhada, com escopo previmanete 
planejado de cometer o delito. Tal forma de embriaguez somente se compadece, por razões 
evidentes, com crimes dolosos e dada a sua maior gravidade, impõe circintância agravante 
(CP art. 61,, l) 
6 – EMBRIAGUEZ PATOLÓGICA: Cuida-se do alcooliso, considerado como dença mental 
e portando e regulado de acordo com o art. 26 CP. Alcoólatra, delinquente terá sua coduta 
examinada sob enfoque de uma possível imputabilidade por patologia psiquica, ensejando, 
se presentes os requisitos, a imposição de medida de segurança. 
RESUMO: 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 Se o indivíduo se embriaga VOLUNTARIAMENTE, fazendo –o para cometer o 
crime, tem-se a EMBRIAGUEZ PRÉ ORDENADA, em que ele responde pelo 
delito doloso com pena agravada; 
 Se o sujeito se embriaga VOLUNTÁRIAMENTE, sem a intenção de cometer o 
delito, mas prevendo que pode praticá-lo, assumindo o risco de fazê-lo, 
responde por crime doloso (sem a incidencia de agravante); 
 Se o agente se embriaga VOLUNTÁRIA ou CULPOSAMENTE, sem a intenção 
de praticar fato e sem prevê-lo, mas tendo condições para tanto (ou seja, se 
mostra passível, embora não previsto) responde pos infração dolosa ou 
culposa, conforme se apresentem as circunstâncias por acasião do 
comportamento típico; 
 Se o autor da conduta se embriaga INVOLUNTARIAMENTE (caso fortuito ou 
força maior), não responderá pelo crime, reconhecendo-se a sua 
imputabilidade, conquanto à causa some-se com o efeito e a supressão da 
capacidade de entendimento da ilicitude do ato e de se auto determinar 
conforme essa compreensão, durante a ação ou omissão. 
 
MENORIDADE– ART.27/CP 
 Menores de dezoito anos 
 Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às 
normas estabelecidas na legislação especial. 
Adolescentes (pessoas com mais de 12 anos e menos de 18 anos completos) que 
pratica um fato definido como crime ou contravenção penal incorre, nos termos do referido 
Estatuto, em ato infracional, sujeito ãs chamadas medidas socioeducativas (internação, 
semiliberdade, etc.) 
ENTORPECENTES– Lei n. 11.343/2006 art. 45 caput (Lei de drogas) 
Dispõe que “É isento de pena o agente que, em razão de dependência, ou sob o efeito, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era ao tempo da ação ou da omissão 
qualquer que tenha sido a infração praticada, inteiramente incapza de entender o caráter 
iícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”. Poderá o juiz 
determinar, na sentença, o se encaminhamento para tratamento médico adequado (art. 45 
parágrafos único). A suspenção das aptidões mentais deve ter ocorrido ao tempo da ação 
ou omissão. 
TEORIA DA “ACTIO LIBERA IN CAUSA” 
Por “actio libera in causa” entende-se a situação em que o sujeito se autocoloca 
voluntariamente em situação de inimputablidaadeou incapacidade de agir de tal modo 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
que posteriormente, ao cometer um comportamento criminoso, padecerá da capacidade 
de entender a ilicitude ou de se auto controlar. 
Assim, por exemplo, se o agente propositalmente se embriaga, visando perder a 
inibição para importunar ofensivamente o pudor de uma mulher, o estado inebriante 
verificado, ainda que se possa comprometer a capacidade de discernimento do sujeito, será 
irrelevante para efeito de sua responsabilidade penal; isto é, a ele se imputará a infração 
sexual correspondente ao ato praticado. 
EMOÇÃO E PAIXÃO 
 A emoção e a paixão, como expressamente consigna nosso Códogo Penal, não 
excluem crimee (art. 28) “ Emoção e paixão 
 Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal” 
EMOÇÃO: entende-se forte e transitória perturbação da efetividade ou viva excitação 
do sentimento. É um estado momentâneo. Geralmente a emoção é aguda e passa rápido. A 
emoção, muito embora não isente de pena, pode influenciar na sua quantidade 
beneficiando o agente a uma sanção reduzida. 
Exemplo: raiva, medo, alegria, surpresa. 
PAIXÃO: corresponde a um forte sentimento de cunho duradouro. Exemplo: amor, 
ódio, ambição, ciúmes. (Ciúmes não tem pena atenuada, é uma qualificadora do crime, 
podendo até aumentar a pena). 
 
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDA 
Para se mostrar merecedor de pena, de acordo com CP, deve o sujeito ter consciência 
do caráter ilícito de sua conduta. Trata-se de requisito vinculado à ideia de que a pena se 
baseia num jízo ético de reprovação pelo ato preticado. Quando o indivíduo carecer por 
completo da noção de que seu agir se mostrava ilícito, desconhecendo a existência de uma 
proibição reguladira de sua conduta, não deverá ser apenado. 
Significa somente a carência da copreensão do texto legal, o desconhecimento dos 
seus detalhes, de seus meandros. Exemplo: pode-se dizer que a pessoas, de modo geral 
têm plena noção da ilicitude de diversas condutas criminosas, como homcídio, o roubo, etc, 
muito embora, boa parte delas ignore por completo o teor da legislação aplicável. 
EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE: 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Não basta, para ser inculpável, que o sujeito não detenha a consciência da ilicitude de 
su comportmento. Esse desconhecimento atual da ilicitude podera, quando muito, reduzir a 
pena imposta. A ausência da culpabilidade exige algo mais: a falta de possibilidade (ou 
potencial) de conhecer a ilicitude do ato praticado. A mencionada possibilidade de 
compreender a ilicitude da conduta, prende-se a uma analise cultural. 
Exemplo: Imagine um indígena, criado em uma ribo isolada, porém com plena 
capacidade mental. Suponha – se que essa pessoa, ao se tornar um jovem (já com 18 anos 
completos), decida conhecer um centro urbano e, tão logo chega no centro de uma cidade 
grande, observa um canário no interior de uma gaiola; ao ver o animal preso, é tomado de 
revolta e, na sincera crença de que age de modo correto, quebra o objeto para libertar o 
pássaro. O índio não responderá por crime de dano, visto que atuou acreditando (na boa fé) 
estar fazendo o que era certo para a situação. Sua atitude encontra-se em sintonia com sua 
cultura. Pode-se dizer então, que ele agiu sem a menor possibilidade de conhecer o caráter 
ilícito do ato praticado. 
 
ERRO DE PROIBIÇÃO: 
Erro sobre a ilicitude do fato 
 Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, 
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Consiste justameente na falsa percepção da realidade que recai sobre a ilicitude do 
comportamento. 
A falta de conhecimento por si só não exclui a culpabilidade e, portanto, não impede 
que o agente receba uma pena; a falta de consciência da ilicitude isoladamente apenas 
diminui a culpabilidade, fazendo com que o sujeito receba pena menor. 
A culpabilidade só será afastada se o agente, além de não dispor do conhecimento da 
proibição, nem ao menos detiver a capacidade para adquirir tal entendimento, careça de 
possibilidade ou potencial de consciencia da ilicitude. 
Quando age em erro de proibição, o sujeito sabe exatamente o que faz (age 
dolosamente), mas desconhece que é errado. Atua na crença de que o direito lhe autoriza a 
agir como tal, quando na verdade o proíbe. 
O erro de proíbição clasifica-se em: 
 EVITÁVEL: quando, apesar da falta de consciência da ilicitude, constata-se que o 
agente possuía condições de ter aquirido tal conhecimento. 
 INEVITÁVEL: quando alem de não dispor da consciência da ilicitude, verifica-se 
que o agente nem sequer teria tido condições de alcançar tal compreensão. O 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
erro inevitável, isenta de pena (exclui a culpabilidade); o evitável diminui, de 
1/6 a 1/3. 
ERRO DE PROIBIÇÃO ≠ ERRO DE TIPO 
ERRO DE TIPO: erro que recai sobre os elementos constitutivos do tipo penal. Exemplo: Art. 
155 – Crime de futo- “Subtrair para si ou para outrm coisa alheia móvel...”cada palavra 
forma o tipo penal. Se você, por engano leva a mala do colega, sem saber, há um erro do 
tipo COISA ALHEIA, não há dolo, não há crime – segundo a teoria finalista. 
ERRO DE PROIBIÇÃO: recai sobre a capacidade da pessoa de entender que aquela conduta é 
uma conduta ilícita – Exemplo: binga beneficente e rifa. Somente o governo pode explorar 
jogos de axar e são poucas pessoas que associam isso a uma conduta delituosa. 
A ÚNICA HIPÓTESE DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE É O ERRO DE TIPO INEVITÁVEL 
 
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
Para dizer que alguém praticou uma condita reprovável, é preciso que se possa exigir 
dessa pessoa, na situação em que ela se encontrava, uma conduta diversa. 
Só se pode impor pena ao autor de um fato típico e antijurídico quando se 
demosntrar ter tido seu comportamento reprovável. Para tanto, é necessário que dele se 
possa exigir conduta diversa, ou seja, que na situação em que o fto foi cometido, seja lícito 
concluir que o agente possuía uma alternativa válida de conduta, se por outro lado, 
verificar-se que as condições exteriores não lhe davam outra saída senão agira daquela 
maneira, seu ato poderá ser tido como censurável. A carencia de censurabilidade acarreta a 
falta de culpabilidade e, dessa forma, isenta-o de pena, 
As causas legais da EXCLUSÃO DA EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
 
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL - ART. 22 CP 
Coação irresistível e obediência hierárquica 
 Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. 
De acordo com o art. 22 do CP, “se o fato é cometido sob coação irresistível(...) só é 
pinível o autor da coação ou da ordem. ” 
O dipositivo se refere apenas a COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL ou VIS RELATIVA. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
A coação moral se da quando uma pessoa for alvo da ameaça de inflição de um mal 
grave ou injusto. É preciso que tal ameaça seja revestida de seriedade. Se alguém diz, em 
tom irônico “me obedeça, se não te mato”, não há que se falar em coação moral, ainda 
que o mal permitido seja de indiscutível gravidade, tendo em vista a falta de seriedade na 
promessa efetuada. – A COAÇÃO DEVE SER IRRESISTÍVEL. 
 
ESPÉCIES DE COAÇÃO: 
“VIS ABSOLUTA”= emprego de força física 
“VIS COMPULSIVA”= emprego de grave ameaça - pode ser resistível ou irresistível 
CONSEQUÊNCIAS DA COAÇÃO: 
a) COAÇÃO FÍSICA: exclui a conduta, exclui o próprio crime, exclui o dolo 
EXCLUDENTE DA CULPABILIDADE 
b) COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVE: só é punido o coator (art.22 CP) ainda tem um 
agravantese ameaçar matar a família. 
c) COAÇÃO MORAL RESISTÍVEL: é aquela que o agente poderia resistir a cação. 
NÃO HAVERÁ A EXCLUDENTE DA CULPABILIDADE, é uma atenuante para a pena (art. 
65,III, c) 
 Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena 
 III - ter o agente 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de 
autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
OBEDIÊNCIA HIERQUICA - ART. 22 CP 
Dá-se a obediência hierárquica quando algém cumpre ordem de autoridade superior, 
revestida de caráter criminoso, desconhecendo a ilicitude de tal comando que, não pode ser 
manifestadamente ilegal. 
Os requisitos da excludente são portanta: 
a) RELAÇÃO DE DIREITO PÚBLICO (hierarquia) 
b) ORDEM SUPERIOR DE CUNHO ILÍCITO 
c) ILEGALIDADE DA ORDEM NÃO MANIFESTA. 
Exemplo 1 : Suponha-se que o diretor de um estabelecimento penal determine a um 
carcereiro que algeme um preso, como medida para repreendê-lo por mal comportamento. 
Cuida-se de ordem ilegal, tendo em vista que o uso de algema somente pode se dar quando 
necessário para impedir fuga, quando houver resistência à prisão ou para garantir a 
segurança do preso ou de terceiros, hipóteses ausentes no exemplo. Contudo, a ilegalidade 
não é maanifesta. Por esse motivo, somente responderá pelo crime de abuso de autoridade 
o superior hierárquico responsável pela determinação. 
Ao autor da ordem não manifestadamente ilegal será aplicada uma circunstância 
agravante (CP art 62, III) e o subordinado será isento de pena. 
Exemplo 2: Se um delegado de polícia da a ordem à sua equipe para que dê um 
“susto”em um rapaz que efetuou proposta indecorosa à sua namorada, nesse casom 
também os subordinados cumprem a ordem ilegal emitida por seu superior imediato. O 
comando, todavia, mostra-se manifestadamente ilícito, motivo pelo qual todos deverão ser 
punidos. O autor da ordem com pena agravada (CP art. 62, III) e quem cumpriu com sanção 
atenuada (CP, art 65, III, c, segunda figura). 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
RESUMO 
 
TEORIA FINALISTA fato típico e antijurídico = crime 
 
Culpabilidade = pressuposto para aplicação da pena 
 
 Imputabilidade 
 Potencial consciência da ilicitude 
 Exigibilidade de conduta diversa 
 
EXCLUDENTES 
IMPUTABILIDADE: EMBRIAGUEZ COMPLETA OU INVOLUNTÁRIA 
 DOENÇA MENTAL 
 DESENVOLVIMENTO MENTAL RETARDADO 
 DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO 
 MENORIDADE 
 CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS (total) 
 
Somente se o agente era inteiramente incapaz de compreender o caráter ilícito do fato ou de 
se determinar de acordo a esse entendimento. Art 26 caput CP 
 
POTENCIA CONSIÊNCIA DA ILICITUDE ERRO DE PROIBIÇÃO INEVITÁVEL 
 ART. 21 CAPUT 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 
 
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL 
 OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA DE ORDEM NÃO 
 MANIFESTADAMENTE ILEGAL 
 
CONCURSO DE PESSOAS 
Concurso de Pessoas é a nomeação para as hipóteses em que duas ou mais pessoas 
envolvem-se na prática de um delito. 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. 
 § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um 
terço. 
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a 
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado 
mais grave 
 
CLASSIFICAÇÃO DO CONCURSO DE PESSOAS 
 CRIMES PLURISSUNJETIVOS/NECESSÁRIO: São aqueles que só podem ser 
praticados por duas ou mais pessoas em concurso, por haver expressa 
exigência do tipo penal nesse sentido. São conhecidos como crimes de 
concurso necessário, pois só se caracterizam se houver concurso exigido na 
lei. Um exemplo é o delito de associação criminosa, art. 288 “Associarem –se 
3 ou mais pessoas...” 
 CRIMES MONOSSUBJETIVOS: São aqueles que podem ser praticados por 
uma pessoa só, podem ser cometidos individualmente. Acontece que nada 
impede que duas ou mais pessoas se unam para realizar esse tipo de delito, 
havendo, em tais casos, concurso de agentes. Assim, se duas pessoas 
resolvem praticar juntamente um himicídio contra determinada pessoas, 
ambas efetuando disparos contra a vítia, elas são coautoras deste crime. Os 
delitos que se enquadram nessa classificação podem ser praticados por uma 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
só pessa ou por duas o mais, em concurso de pessoas. São também, 
chamados de crimes de concurso eventual. 
 
TEORIAS QUANTO AO CONCEITO DE AUTOR 
Autor é aquele que realiaza o tipo penal 
a) TEORIA EXTENSIVA: Não há destinção entre o autor e o partícipe; 
b) TEORIA OBJETIVO FORMA (RESTRITIVA): Destingue autores e partícipes. Autores 
são aqueles que realizam a conduta descrita no tipo penal. São os executores do crime pelo 
fato de seu comportamento se enquadrar no verbo descrito no tipo. Partícipes são aqueles 
que não realizam o ato executório descrito no tipo penal, mas de alguma forma 
contribuem para a realização do delito. 
Exemplo: Crime de homicídio: o autor é quem mata e partícipe é o que empresta a 
arma (não pratica a conduta, mas colabora). 
ESSA É A TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL 
c) TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO: também distingue autores de partícipes. 
Estabelece que o autor é aquele que tem o poder de decisão em relação ao fato criminoso. 
Possui relevância e aplicação concreta, para que possa ser tratado como “autor” de 
um crime o denominado “autor mediato” que apesar de não realizar a conduta típica, pode 
ser assim denominado porque manipula terceiro, que não possui capacidade de 
discernimento, para que este realizae a conduta típica, de modo que essa pessoa serve 
como instrumento para a efetivação do delito, 
Exemplo: mandante do crime, o que encomenda. Não pode ser responsabilizado 
pela Teoria Objetivo Forma, precisa da Teoria do Domínio do Fato para puní-lo 
A Teoria do Domínio do Fato não pode ser aceita em sua integralidade porque não é 
possível identificar com clareza, em grande número de casos quando uma pessoa tem ou 
não controle completo da situação. 
TAMBÉM É UTILIZADA NO NOSSO ORDENAMENTO JURÍDICO 
A teoria adotada quando ao Concurso de Agentes é a RESTRITIVA, que diferencia 
autores de partícipes, sendo autores aqueles que realizam a conduta descrita no tipo 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
penal. No que diz respeito à Autoria Mediata, contudo, aplica-se a Teoria do Domínio do 
Fato. 
COAUTORIA: 
Existe quando duas ou mais pessoas, conjuntamente, praticam a conduta descrita 
no tipo penal. Não precisam necessáriamente de condutas idênticas. 
Exemplo: Art. 157 – Roubo – Autor é o que subtrai coisa alheia móvel. Um roubo 
praticado em comparceria em que 2 elementos juntos, um dá uma gravata (violência) e o 
outro pega a bolsa (subtrai). Os dois praticam elementos contitutivos do crime de roubo, 
mas as ações são diferentes. 
PARTICIPAÇÃO: 
É o agente que contribui de qualquer modopara prática do crime, mas que não 
realiza o comportamento criminoso descrito na lei. Para ser considerado partícipe, o sujeito 
deve ter ciência da finalidade criminosa do autor. 
Só é realmente partícipe de um crime quem contribui para sua consumação. Daí 
poruqe seu envolvimento deve ter ocorrido antes ou durante a execução do delito. 
O Art 20 do CP regulamenta o instituto da participação estabelecendo que “quem de 
qualquer modo concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas, na medida da sua 
culpabilidade”. Esta é uma norma de extensão que permite a aplicação das penas aos 
partícipes, 
A PARTICIPAÇÃO DIVIDE-SE EM: 
MORAL: pode-se dar por induzimento ou instigação. 
No induzimento, o sujeito faz surgir a ideia do crime em outra pessoa. Ex.: um empregado 
sugere a um amigo ladrão que furte a casa de seu patrão porque este viajará no final de 
semana. 
Na instigação, o partícipe reforça a intenção criminosa já existente em alguém. Ex.: uma 
pessoa diz a um amigo que está pensando em matar alguém e o amigo a incentiva a fazê-lo. 
MATERIAL: É o auxílio. Consiste em colaborar de alguma forma com a axecução do crime, 
sem, entretanto, realizar conduta típica. Este auxílio, portanto, deve ser secundário e 
acessório. Pode consistir em fornecer meios para o agente cometer o crime (arma para 
cometer o homicídio ou roubo, por exemplo) ou instrução para a sua prática. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
NATUREZA 
a) TEORIA PLURALISTA: o número de crimes corresponde ao número de agentes; 
b) TEORIA DUALISTA: o crime praticado pelo autor é diferemte do crime praticcado 
pelo partícipe; 
c) TEORIA UNITÁRIA OU MONISTA: no concurso de pessoas existe um só crime e 
todos os participantes respondem por esse crime. 
ESSA É A TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL 
EXCESSÕES PLURALISTICAS DA TEORIA UNITÁRIA OU MONISTA 
Em alguns casos aplica-se a Teoria Pluralistica: 
Exemplo 1 : crime de aborto praticado com o concentimento da gestante. Um crime 
é a gestante que responderá pelo art. 124 e outro a pessoa que fez o aborto que responderá 
pelo art. 126; 
Exemplo 2: Corrupção ativa (quem oferece) art. 333 
Corrupção passiva (quem aceita) art. 317. 
REQUSITOS PARA CONFIRGURAR CONCURSO DE PESSOAS 
a) PLURALIDADE DE COMPORTAMENTOS: Condutas praticadas por duas ou mais 
pessoas; 
b) NEXO DE CAUSALIDADE: Comportamento dos agentes deve ser relevante e 
eficaz; 
c) VÍNCULO SOBJETICO OU PSICOLÓGICO: Um dos agentes está aderindo à conduta 
do outro (liame/conluio); 
d) MESMO CRIME: Mesma infração penal. Se ajustam previamente para cometer um 
crime. 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
ESPÉCIES DE AUTORIA 
MEDIATA: Na autoria mediata, o agente serve-se de pessoa sem discernimento ou 
que esteja com errada percepção da realidade para executar por ele o delito. O executor é 
utilizado como instrumento por atuar sem vontade ou sem consciência do que está fazendo 
e , por isso, só responde pelo crime o autor mediato. NÃO EXISTE CONCURSO DE PESSOAS 
entre o autor mediato e o executor impunível. Não há coautoria ou participação nesses 
casos. 
Exemplo: Um médico que prescreve um veneno como se fosse um remédio e a 
enfermeira aplica sem saber que era veneno. 
Nesses casos aplicamos a TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO, para que o autor mediato 
possa ser punido. 
 COLATERAL: Temos mais de uma gente realizando a conduta SEM QUE HAJA O 
VÍNCULO SUBJETIVO. 
Ocore quando duas ou mais pessoas querem cometer o mesmo crime e agem ao 
mesmo tempo sem que uma saiba da intenção da outra. 
Sem que haja concurso de agentes. A autoria colateral nada mais é do que duas 
pessoas, coincidente e concominantes, cometendo crimes contra a mesma vítima, sem que 
haja liame subjetivo entre elas. 
 INCERTA: Ocore quandom na autoria colateral, não se consegue apurar qual dos 
envolvidos provocou o resultado. Ex.: João e Pedro querem matar Antonio. Um nào sabe da 
intenção do outro. Ambos dispram contra a vítima, que morre recebendo apenas um 
disparom nào se conseguindo, porém, apurar qual deles causou a morte. Esta é a autoria 
incerta. 
Ocore quando duas ou mais pessoas querem cometer o mesmo crime e agem ao 
mesmo tempo sem que uma saiba da intenção da outra. 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
PUNIBILIDADE NO CONCURSO DE PESSOAS 
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA: No art. 29 § 1 prevê que se a 
participação dor de menor importância, a pena poderá ser diminu;ida de 1/6 a 1/3. Trata-se 
de causa de diminuição de pena que só tem aplicação quando o juiz verifica, no caso 
concretom que a contribuição do sujeito para o crime foi pequena, não merecendo a 
mesma reprimenda dos demais envolvidos. Não há excessão na Teoria Unitária, uma vez em 
que o crime é o mesmo para todos os envolvidos, havendo apenas uma redução de pena 
para o partícipe cuja contribuição para o delito tenha sido menor. 
PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL: No art 31 do CP, o ajuste, a determinação, a 
instigação e o auxílio, salvo expressa disposição em contrário, não são puníveis, se o crime 
não chega ao menos a ser tentado. 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição 
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado 
ITER CRIMINIS 
1) COGITAÇÃO 
2) ATOS PREPARATÓRIOS 
3) INÍCIO DA EXECUÇÃO 
4) CONSUMAÇÃO 
Em regra, são IMPUNÍVEIS, desde que o agente não dê início a execução do crime. 
A partir dos ATOS PREPARATÓRIOS que dá início a execução do crime – já pode ser 
punido, se eles classificarem outro tipo penal, como por exemplo comprar uma arma ilegal 
Se o crime não chegar na sua CONSUMAÇÃO será apenas TENTATIVA. 
 SE PRATICAR O INÍCIO DA EXECUÇÃO – SERÁ PUNIDO 
 SE FICAR SÓ NA COGITAÇÃO E ATOS PREPARATÓRIOS – NÃO SERÁ PUNIDO. 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
PARTICIPAÇÃO MEDIANTE OMISSÃO 
Existe participação por omissão quando uma pessoa que tem o dever jurídico de 
evitar o resultado toma ciência do cometimento de um crime por terceira pessoa e, 
podendo evitar-lhe a execução ou seu prosseguimento, resolve nada fazer para ue o crime 
siga seu curso. 
Suponha que um policial, ao dobrar uma esquina, veja um homem desconhecido 
estrangulando uma mulher. Ele está armado e pode evitar o resultado, tendo inclusive, o 
dever jurídico de fazê-lo. Contdo, ao perceber que a vítima é uma pessoa de quem ele não 
gosta, resolve se omitir, permitindo que o homicídio se consume. O desconhecido é o autor 
do homicídio e o policial, partícipe por omissão (porque tina o dever jurídico de evitar o 
crime e não o fez. 
REQUISITOS: 
a) NEXO DE CAUSALIDADE: deve haver um nexo entre a omissão do agente e a ação 
do autor principal. 
b) DEVER: dever jurídico que a pessoa tem de ser opor, de evitar o resultado, de se 
opor para evitar que o resultado ocorra, 
c) VÍNCULO SUBJETIVO-PSICOLÓGICO: conluio, liame. 
CONIVÊNCIA 
A conivência consiste na omissão voluntária de fato impeditivo do crime, na não 
informação à autoridade pública a fim de evitar seu prosseguimento, ou na retirada do local 
onde o delito está sendo cometido, quando ausente o dever jurídico de agir. 
Se um cidadão comum presencia um assassinato em andamento e não intervém 
para salvar a vítima por haver risco para ele próprio, não responde por delito algum. Por 
outro lado, se um nadador vê a mãe jogar uma criança de pouca idade em uma piscina e, 
sem qualquer risco pessoal permite que a criançavenha a falecer por afogamento, responde 
por crime de omissão de socorro agravada pelo evento de morte. Não há o que se falar em 
participação por omissão no crime de homicídio, pois o nadador não tinha do dever jurídico 
específicode impedir o evento. 
DIFERENÇA ENTRE OMISSÃO E CONIVÊNCIA É O DEVER DE AGIR. 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
COMUNICABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E 
CIRCUNSTÂNCIAS 
 Circunstâncias incomunicáveis 
 Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando 
elementares do crime 
ELEMENTARES: São os componentes essenciais da figura típica, sem os quais o crime 
não existe ou é desclassificado para outro; 
CIRCUNSTÂNCIAS: São todos os dados que estão na figura típica que tem o poder e 
influir na fixação da pena. São circunstâncias as agravantes e atenuantes genéricas, as 
causas de aumento e diminuição da pena, as qualificadoreas, etc. A inexistência de uma 
circunstância não interfere na tipificação de determinada infração penal, apenas altera a sua 
pena. 
Podem ser de caráter pessoal (subjetivas) aquelas relacionadas à motivação do 
agente, que podem tornar o crime mais grave (motivo torpe, fútil, finalidade de garantir a 
exercução de outro crime, etc.) ou mais brando (relevante vamor social ou moral, violenta 
emoção, etc), o parentesco com a vítima, a confissão, etc. 
As condições de caráter pessoal dizem respeito ao agente, e não ao faoto e assim 
acompanham o agente independentemente da prática da infração. Exs.: reincidência, 
maus antecedentes, menoridadem personalidade, conduta socila, etc. 
São Circunstâncias Objetivas - materiais as que dizem respeito ao fato, e não ao 
autor do crime. 
Exemplos: Local do crime, tempo do crime, os meios de execução, o modo de 
execução, a condição da vítima, etc. 
CONDIÇÕES: Sitiações, estados, qualidades do agente. 
Exemplo1: Art 312 §1 – Peculato Furto 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, 
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Cátia, amiga do Chico descidem furtar a repartição pública que ela trabalha. Ela 
entra e pega o computador, sai e entrega para Chico. Os dois cometeram o crime de 
Peculato Furto em razão das facilidades de Cátia. 
Nesse caso, se o Chico sabia que a Cátia era funciomária pública, ele responde 
também por peculato furto, se ele não sabia, ele só responde por furto. 
Exemplo 2: Acórdão STJ, RHC 14.900/SC 
Nora para um executor para matar a sogra. Art 121 §2, I, CP,  Matar alguém com a 
qualificadora do pagamento, 
O STJ entendeu que a qualificadora não se aplica a nora, porque foi o executor que 
recebem o dinheiro, não se comunica com a nora, porém ela foi condenada com a 
qualificadora de motivo torpe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
REINCIDÊNCIA 
 Reincidência 
 Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em 
julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. 
 Art 7 LCP – Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de 
passar um julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro por qualquer 
CRIME, ou no Brasil por motivo de CONTRAVENÇÃO 
 
Verifica-se reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar 
em julgado a sentença que, no país ou no estrangeiro tenha o condenado por crime 
anterior. 
Também há reicidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar 
em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer 
outro crime, ou no Brasil por motivo de contravenção 
HIPÓTESES DE REINCIDÊNCIA 
 
CONDENAÇÃO ANTERIOR NOVA INFRAÇÃO REINCIDÊNCIA 
CRIME NO BRASIL OU EXTERIOR CRIME SIM 
CRIME NO BRASIL OU EXTERIOR CONTRAVENÇÃO SIM 
CONTRAVENÇÃO BRASIL CONTRAVENÇÃO SIM 
CONTAVENÇÃO CRIME NÃO 
 
PERÍODO DEPURADOR 
 Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e 
a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período 
de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; 
Decorridos 5 anos do cumprimento da pena do crime anterior ou de sua extinção 
por qualquer outro motivo (prescrição, por exemplo), o sujeito volta a ser primário. Assim, 
se o novo delito for cometido após esses 5 anos, o indivíduo será considerado portador de 
maus antecedentes, mas não reincidente 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
O período depurador de 5 anos, começa a contar a partir do momento do 
cumprimento da sentença ou da extinção da pena. 
 
 Algumas observações: 
 Tecnicamente primário: de acordo com o art. 63 do CP, o réu só será 
considerado reincidente quando cometer um NOVO CRIME, depois do 
trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Assim, se ele está sendo 
julgado pela prática de um crime que foi cometido ANTES do trânsito em 
julgado do primeiro, ele será TECNICAMENTE PRIMÁRIO; 
 
 Outra situação em que o réu é considerado TECNICAMENTE PRIMÁRIO está 
na hipótese em que o prazo depurador de 5 anos tenha se expriado nos 
termos do art. 64, I – CP 
 
 Assim, após 5 anos o réu não é mais reincidemnte, mas terá maus 
anteendentes, pors se entende que os antecedentes não se apagam. 
Período de Sursis (suspensão condicional da pena) e Livramento condicional: Esse 
período de prova é computado do prazo de 5 anos. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Exemplo: Sursus = 2 anos  Terminado, o juiz julga extinta a pena e começa a contar 
o período depurador que será de 3 anos, porque os 2 anos do sursis foram computados 
CRIMES QUE NÃO GERAM REINCIDÊNCIA 
 Art. 64 - Para efeito de reincidência: 
 II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos 
 
a) Crimes militares próprios: São os previstos no Código Penal Militar que não 
encontram descrição semelhante na legislação penal comum, como crimes de deserção e 
insubordinação. Porém, a condenação anterior por crime militar imoróprio gera reincidência 
(ex. Estupro ou furto cometidos por militar em serviço) 
b) Crimes políticos. 
 
Obs: A condenação anterior à pena exclusivamente de multa pela prática de crime, 
não exclui a possibilidade de reincidência 
 
ESPÉCIES DE REINCIDÊNCIA 
a) Reincidência real: verifica-se quando o agente comete um novo delito depois de já ter, 
efetivamente, cumprido pena por delito anterior. 
 
b) Reincidência ficta: ocorre quando o autor comete novo crime após ser condenado, 
porém, sem que tenha cumprido a pena. 
 
Obs: REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA: A reincidência genérica é aquela decorrente da prática de 
crimes de natureza diversa. A Específica, é a que se refere a crimes da mesma natureza. 
Com a reforma penal de 1984, não mais previu a reincidência específica. Apesar disso, 
muitos juizes continuam usando como argumento para justificar, em certos casosm a 
aplicação de índices de aumento recorrente da reincidência; 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
NÃO GERA REINCIDÊNCIA 
a) Composição civil – lei 9099/95  Acordo entre o autor e a vítima; 
b) Transação penal  Nos crimes considerados de mnor potencial ofensivo (penade 
2 anos, seguem o procedimento do JECRim), dependendo de fatores legalmente previstos 
(art. 76, lei 9099/95, pode o MP negociar com o acusado sua oena, ë um acordo entre 
acsação e defesa para evitar que o processo ocorra, poupando o réu e o Estado de todas as 
cargas consequentes. 
c) Suspenção condicional de processo  tem também objetivo de celeridade ao 
processo criminal. É cobível a autores de atos infracionais que cometem crimes que tenham 
pena mínima não superior a 1 ano, não importando qual a pena máxima. 
d) Perdão judicial  Consiste na clemência do Estado para situações expressamente 
previstas em lei, quando não se aplica a pena prevista para determinados delitos ao serem 
stisfeitos certos requisitos objetivos e subjetivos que envolvem infração penal. 
 
PROVA DE REINCIDÊNCIA 
a) Folha de antecedentes: é o documento oficial que serve para comprovar a 
reincidência do réu. 
b) Confissão: NÃO serve para provar a reincidência. 
c) Certidão cartorária: serve para provar a reincidência. 
EFEITOS DA REINCIDÊNCIA 
 A reincidência é uma circunstância agravante (art. 61, I – CP) 
Circunstâncias agravantes 
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam 
o crime: 
 I - a reincidência 
 Reincidência em crime doloso impede a Pena Restritiva de Direitos (art. 44, II – 
CP) 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de 
liberdade, quando: 
 II – o réu não for reincidente em crime doloso 
 Reincidência interrompe e aumenta o prazo de prescrição (art 110 e 117, VI – CP) 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória 
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se 
aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. 
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
 VI - pela reincidência 
 Reincidência aumenta o prazo para a progressão de regime em crimes hediôndos. 
(Lei 8072/90) 
PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
Arts. 43 ao 48 do Código Penal 
Penas restritivas de direitos 
 Art. 43. As penas restritivas de direitos são: I - prestação pecuniária; 
 II - Perda de bens e valores; 
 III - Limitação de fim de semana. 
 IV - Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
 V - Interdição temporária de direitos; 
 VI - Limitação de fim de semana. 
As penas restritivas de direitos, juntamente coma de multa, constituem as chamadas 
penas alternativas, que têm por finalidade evitar a colocação do condenado na prisão, 
substituindo-a por certas restrições, ou obrigações. 
Alguas são genéricas, porque podem ser aplicadas a todas as espécies de infrações 
penais, desde que observadas as limitações legais (pena não superior a 4 anos, crime 
cometido sem violência ou grave ameaça), enquanto outras são específicas, porque só 
cabíveis quando a condenação disser respeito a delitos que se revestem de características 
especiais. Ex.: a proibição para o exercício de cargo. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
ESPÉCIES 
 PERDA DE BENS E VALORES; 
 LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA. 
 PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE OU A ENTIDADES PÚBLICAS; 
 INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS; 
 LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA. 
CARACTERÍSTICAS 
São 3 as principais características das PRDs: 
 Autonimia: Este aspecto está expressamente ressaltado no art. 44, caput, do 
Código Penal e tem por finalidade esclarecer que não se trata de pena que 
possa ser cumulada com a Pena Privativa de Liberdade 
 Substitutividade: Também prevista no art. 44, caput, do CP, indica que as 
penas restritivas de direito não podem ser aplicadas diretamente pelo juiz 
que, de acordo com o art. 54 do CP deve, inicialmente, aplicar o montande da 
Pena Privativa de Liberdade e, em seguida, substituí-la por Pena Restritiva de 
Direitos, desde que preenchidos os requisitos legais; 
 Precariedade: As penas restritivas podem ser reconvertidas em privativas de 
liberdade no juízo das execuções caso o sentenciado cometa albuma das 
transgressões previstas em lei. 
 
REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DE PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
Os requisitos para a substituição estão previstas no art. 44, caput do CP 
 Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, 
quando: 
 I – Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido 
com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for 
culposo; 
 II – O réu não for reincidente em crime doloso; 
 III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem 
como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
 § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por 
uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de 
condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha 
operado em virtude da prática do mesmo crime. 
 § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o 
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a 
executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo 
de trinta dias de detenção ou reclusão. 
 § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução 
penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir 
a pena substitutiva anterior. 
 
a) Pena de até 4 anos (para crimes dolosos) não podendo ultrapassar 4 anos; 
b) Crime culposo – qualquer quantidade de tempo 
c) Suficiente- as circunstâncias, personalidade, etc que indicam que a PRD seja 
suficiente nps termos no art. 44, III 
 
IMPEDIMENTO: quando o réu não faz jus a PRD 
a) O crime não pode ter sido cometido com violência ou grave ameaça, se for, não é 
admitido a PRD 
b) Crimes hediondos; 
c) Infrações de menor potencial ofensivo cometidas com violência ou grave ameaça; 
d) Violência doméstica ou familiar contra a mulher 
e) Violência imprópria 
REGRAS PARA A SUBSTITUIÇÃO 
É na sentença condenatória que o juiz verifica a possibilidade de conversão de pena 
privativa de liberdade em PRD, de acordo com os requisitos (limite de oena fixada, 
primariedadem ausência de emprego de violência contra pessoa ou grave ameaça, 
circuntâncias judiciais favoráveis). 
Deverá atentar para as seguintes regras no art. 44 §2 do CP: 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
a) Se na pena fixada na sentença dou igual ou inferior a 1 ano, o juiz poderá 
substituí-la por multa ou por uma PRD; 
b) Se a pena fixada for superior a 1 ano, o juiz deverá substituíla por duas penas 
restritivas de direitos, ou por uma PRD e outra de multa. 
Obs: A LEP prevê como incidente da execução a possibilidade de o juiz converter a 
PPL não superior a 2 anos em PRD, desde que o condenado esteja cumprindo pena em 
regime aberto, que tenha cumprido ao menos ¼ da pena e que os antecedentes e a 
personalidade do sentenciado indiquem ser a conversão recomendável (art. 180 da LEP) 
DURAÇÃO 
Regra éigual a da PPL. Ex.: 1 ano de reclusão = 1 ano de serviços à comunidade. As 
penas de perda de bens ou prestação pecuniária, não guardam relação de tempo com a 
pena originária de modo que uma vez cumprida, devem ser declaradas extintas. 
Obs: em caso de concurso de crimes, soma-se as penas e vê se está apto a PRD 
 
TIPOS DE PRD 
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA 
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos 
arts. 46, 47 e 48. 
 § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes 
ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 
1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será 
deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os 
beneficiários. 
 § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária 
pode consistir em prestação de outra natureza. 
Pagamento de dinheiro as vítimas, aos seus dependentes ou instituições beneficentes. 
Também podem ser fixadas prestação de outra espécie, como por exemplo cesta básica. 
Há uma ordem de preferência na lei. Os valores são destinados aos dependentes se 
não puderem serem entregues à vítima. Só poderão ser destinados a entidades públicas ou 
privadas na ausência da vítima e dos dependentes, e apenas se as entidades privadas 
tiverem destinação social. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
O Valor será de até 360 salários mínimos (esse valor pode ser abatido posteriormente 
numa ação de indenização – recuperação do dano 
Se o condenado deixar de efeturar o pagamento da prestação pecuniária, o juiz deve 
revogá-la, executando a PPL originalmente imposta 
Diferença entre Prestação Pecuniária e Multa 
 PENA PECUNIÁRIA MULTA 
NATUREZA Indenizatória Punitiva 
DESTINAÇÃO 
vítimas, dependentes ou 
instituições beneficentes 
Fundo Penitenciário 
CONVERSÃO EM PPL será convertida se não 
for paga 
Não será convertida em PPL, 
vira dívida de valor 
 
PERDA DE BENS E VALORES 
 Art 45 - § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a 
legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for 
maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em 
conseqüência da prática do crime. 
Refere-se a bens ou valores (títulos, ações) pertencentes ao condenado, que o juiz 
declara perdidos em favor do Fundo Penitenciário Nacional, tendo como teto o que for 
maior: 
a) o montante do prejuízo causado; 
b) o provento obtido pelo agente ou por terceiro em consequência da prática do 
crime. 
O juiz deve estabelecer os bens os valores que considera perdidos na própria 
sentená 
Natureza punitiva por força do Art. 5, XLVI, b – CF/88 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE 
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas 
 Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às 
condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. 
 § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de 
tarefas gratuitas ao condenado. 
 § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, 
escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. 
 § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, 
devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a 
não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
 § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena 
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. 
Consiste na atribuição ao condenado de taredas gratuitas em estabelecimentos 
assistênciais, hospitais, escolas, orfanatos ou outros estabelecimentos congêneres, em 
programas comunitários ou estatais (art. 46, §§ 1 e 2 CP); 
O juiz só pode optar pela adoção de pena alternativa de prestação de serviços se a 
pena aplicada na sentença for superior a 6 meses (art, 46, caput CP); 
Os serviços devem ser prestados à razão de 1 hora de trabalho por dia de 
condenação fixadas de modo a nào prejudicar a jornada normal de trabalho do condenado 
(art. 46 § 3 CP); 
Se a pena aplicada na senteça for superior a 1 ano, é facultado ao condenado 
cumpri-la em período menor, nunca inferior à metade da pena originalmente imposta, ou 
seja, o sentenciado poderá cumprir a pena mais rapidamente, fazendo um número maior de 
horas-tarefa em espaço mais curto de tempo; 
As tarefas devem ser atribuídas de acordo com a aptidão do sentenciado; 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS 
 Interdição temporária de direitos 
 Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 
 I - Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; - 
Aplica-se aos crimes praticados no exercício de profissão, atividades, ofício, cargo ou função, semore 
que houver violação dos deveres que lhe são inerentes 
 II - Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação 
especial, de licença ou autorização do poder público; - ex: dentista, médico, advogado, etc. 
 III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. – Aplica-se aos crimes 
culposos cometidos no transito, porém, o Código de Transito Brasileiro também legisla sobre esse 
assunto 
 IV – Proibição de frequentar determinados lugares. – geralemte o lugar em que ocorreu o 
delito, ou similares 
 V - Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. - destinada a pessoas 
condenadas por fraude em certame de interesse público (concurso, avaliação, processo seletivo, 
etc,) 
Consiste na proibição do exercício de determinados direitos pelo prazo 
correspondente ao da pena substituída. 
Se o condenado exercer injustificadamente o direito interditado ou não for 
encontrado para dar início ao cumprimento da pena por estar em local incerto e não sabido, 
ap ena será revertida em PPL (art. 181 §3 da LEP) 
LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA 
 Limitação de fim de semana 
 Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e 
domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. 
 Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e 
palestras ou atribuídas atividades educativas. 
Consiste na obrigação de permanecer aos Sábados e Domingos por 5 horas diárias 
em Casa de Albergado ou estabelecimento adequado. 
Durante a permanência, poderão ser ministrados aos condenados cursos e palestras 
ou atribuídas atividades educativas; 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Condenação por cirme que tenha envolvido violência doméstica contra a mulher, o 
juiz poderá determinar o comparecimento do agressor a proramas de recuperação e 
reeducação (art 152, paragrafo único da LEP) 
O estabelecimento designado encaminhará mensalmente relatório do cumprimento 
da pena. 
MULTA 
Sanção de caráter patrimonial consistente na ENTREGA DE DINHEIRO AO FUNDO 
PENITENCIÁRIO NACIONAL 
Multa 
 Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada nasentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e 
sessenta) dias-multa. ( 
 § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior 
salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. 
 § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção 
monetária. 
ESPÉCIES DE MULTA 
 ORIINÁRIA: é descrita no próprio tipo penal. Pode ser prevista de forma 
isolada, cumulativa ou alternativa com PPL 
Obs: A previsão de multa isaoladamente em abstrato SÓ EXISTE EM 
CONTRAVENÇÕES PENAIS 
 SUBSTITUITIVA OU VICARIANTE: é aquela aplicada em substitição a uma PPL 
fixada na sentença não superior a 1 ano e desde que o réu não seja 
reincidente em crime doloso e as circinstâncias do art. 59 do CP indiquem 
que a substituição é suficiente. 
 
Aplicada para crimes cometidos SEM O EMPREGO DE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA 
O inadimplento no pagamento não gera a possibilidade de reconversão em PPL. A 
consequência será a execução da multa, com penhora dos bens do condenado que serão 
levados a leilão 
 Violência doméstica ou familiar contra a mulher proíbe a conversão em pena 
exclusiva de multa 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
CÁLCULO DO VALOR DA MULTA 
Quando se tratar de multa prevista em abstratob no próprio tipo penal (originária) 
o juiz observará duas fases: Primeiro fixará o número de dias-multa e depois o valor de cada 
um deles. De acordo com o art. 49 do CP a pena deverá ser de no mínimo 10 e no máximo 
360 dias-multa. 
Para se estabelecer o número de dias-multa as regras são as mesmas estabelecidas 
na lei para a PPL, ou seja, o critério trifásico do art. 68 CP. Assim o juiz inicialmente fixará a 
pena base de dias-multa com observância das cirscuntâncias do art. 59 do CP e nas fases 
seguintes aplicar as agravantes de aumento e de diminuição da pena, 
O valor de cada dia-multa atenderá ao critério da sitação econômica do réu (art 60 
CP) não podendo ser inferior a 1/30 do maior salário mínimo mensal nem superior a 5 
salários mínimos. (art. 49 §1, CP) 
O valor fixado no patamar máximo pode se mostrar ineficaz e isuficiente diante da 
imensa fortuna do réu e em tais casos permite o art. 60 §1 CP que o juiz triplique o valor da 
multa. 
Em suma, o valor da multa resulta de um simples cálculo, ou seja, da multiplicação 
do número de dias-multa pelo índice do salário mínimo fixado. 
O objetico é punir o condenado com o pagamento de uma multa que guarde 
equivalência com o valor do dia de trabalho do réu. 
Se o réu receber 1 salário mínimo, deve ser fixado 1/30 para que haja 
correspondência com 1 dia de trabalho. 
Obs: No que se refere a multa vicariante (substituitiva) não existe nenhuma regra 
expressa na legislação. Não pode o juiz, por falta de ampato legal substituir cada dia de 
prisão por um dia-multa. Os juizes costumam efetuar a susbtituição pelo montante mínimo 
previsto em lei (10 dias multa) observando apenas a condição econômica do réu na fixação 
de cada um desses dias-multa. 
CUMULAÇÃO DE MULTAS 
Infrações penais em que a PPL é prevista em abstrato cumulativamente com multa. 
Suponha –se assim que o réu seja primário e o juiz aplique a pena de 1 ano de 
reclusão e 10 dias multa. Poderia substituir a pena de reclusão por outros 10 dias multa e 
em seguida somá-los com a outra multa originalmente imposta, alcançando 20 dias multa. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
ATUALIZAÇÃO DO VALOR DA MULTA 
O art 149 §2 do CP dispõe que por ocasião da exxecução, o valor da multa deve ser 
atualizado de acordo com os índices de correção monetária. 
PAGAMENTO DA MULTA 
Transitada em julgado a sentença o prazo para efetuar o pagamento é de 10 dias. 
Art. 50, caput – A pedido do condenado poderá o juiz permitir que o pagamento se 
faça em parcelas mensais. Permite ainda no §1 desconto no salário do condenado, se não 
prejudicar seu sustento e de sua família, 
EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA 
Lei 9.268/96 acabo com a possibilidade da conversão em detenção para o não 
pagamento da multa. 
A multa será considerada dívida de valor. Passou, portanto, a ter caráter de dívida 
tributária. A execução [e promovida pela Procuradoria da Fazenda. 
SISTEMA TRIFÁSICO 
Arts. 59 A 76 – Procedimento para a aplicação da pena ao condenado (dosimetria da 
pena) 
Serve para regular a individualização da pena; 
As penas são previstas abstratamente nos tipos penais, em patamares mínimos e 
máximos. 
SISTEMA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA 
a) PENA ESTANQUE: não pode ser adotado em nosso país; 
b) PENA INDETERMINADA: também não é aceito no Brasil; 
c) PENA PARCIALMENTE INDETERMINADA: em que a lei fixa apenas seu patamar 
máximo deixando o juiz determinar o mínimo. É ADMITIDO em crimes eleitorais, 
por exemplo e em alguns delitos militares; 
d) PENA DETERMINADA: em que a legislação fixa os montantes mínimos e 
máximos em abstrato e estabelece critérios para que o juiz fixe a pena 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
determinada dentro de tais limites. → É O SISTEMA ADOTADO COMO REGRA 
EM NOSSO PAÍS PELO CÓDIGO PENAL. 
 
Sendo-se de lembrar que EXCEPCIONALMENTE o CP permite que sejam extrapolados 
os limites máximos e mínimos, desde que pelas causas de aumente e diminuição de pena 
PROCEDIMENTO PARA FIXAÇÃO DA PENA 
 Fixação da pena 
 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade 
do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento 
da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do 
crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
 II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
 III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se 
cabível. 
 
O art. 59 CP estabelece que o juiz deve observar as seguintes fases, conforme seja 
necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime: 
1) ESCOLHER A PENA A SER APLICADA DENTRE AS PREVISTAS: se o delito for 
apenado com detenção ou multa é preciso que o juiz escolha inicialmente qual 
das duas irá aplicar; 
2) DETERMINAR A QUANTIDADE DE PENA APLICADA, DENTRO DOS LIMITES LEGAIS: 
dosimetria da pena, o juiz deve passar pelas 3 fazes até chegar no montante 
final; 
3) FIXAR O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PPL: regime fechado, semiaberto 
ou aberto, dependendo das condições do réu. 
4) VERIFICAR A POSSIBILIDADE DE SUSBTITUIÇÃO DA PPL APLICADA POR OUTRA 
ESPÉCIE DE PENA, SE CABÍVEL. 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
FICAÇÃO OU DOSIMETRIA DA PENA (SISTEMA TRIFÁSICO) 
1ª FASE: Juiz deve levar em conta as Circunstâncias inominadas do art. 59; 
2ª FASE: Deve considerar as Agravantes e Atenuantes Genéricas (arts. 61,62,65 e 66 
do CP); 
3ª FASE: Deve considerar as Causas de aumento e de diminuição da pena 
1ª FASE → CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (art. 59) 
a) Culpabilidade: Possibilidade de ser apenado no art. 59. É o grau de 
reprovabilidade da conduta e a intensidade do dolo; 
b) Antecedentes Criminais: Súmula 444 do STJ estabelece que inquéritos policiais 
não servem para configurar antecedentes. SOMENTE uma condenação em 
transito em julgado configura maus antecedentes; 
 (Obs.: A diferença entre reincidência e antecedentes é o período depurador. Ex.: 
Fato 1 – Crime praticado dia 20/10/2014 e essa sentença transitou em julgado 
dia 30/10/2015. Fato 2 – Outro crimepraticado dia 10/10/2014 e o processo está 
sendo julgado hoje. Nesse exemplo o réu não é reincidente porque ele praticou 
o ato ANTES do transito em julgado do primeiro crime, mas pode ter MAUS 
ANTECEDENTES, porque não houve período depurador e porque o fato 1 foi 
cometido antes do fato 2). 
c) Conduta Social: Diz respeito ao relacionamento familiar/social. Se houver provas 
que ele não tem bom relacionamento, pode haver uma circunstância 
desfavorável 
d) Personalidade: Diz respeito ao perfil psicológico (caráter, temperamento, etc.) 
e) Motivos (do crime): São fatores que o motivaram a praticar o crime. Esses 
fatores podem ser NOBRES ou pode ser VIL (repugnantes). Ex.: motivo fútil ou 
torpe são qualificadoras do crime de homicídio; 
f) Circunstâncias do crime: Diz respeito ao “modus operandi” modo que o crime foi 
praticado (quando são bem elaborados temos circunstâncias judiciais 
favoráveis); 
g) Consequências do crime: o crime pode lesionar o bem jurídico de forma mais 
intensa ou menos intensa (prejuízo maior ou menor); 
h) Comportamento da vítima: o comportamento pode provocar ou estimular. 
 
Se não tiver nada desfavorável o juiz aplicará tudo no mínimo, mas se tiver 1 
circunstância desfavorável ele aumenta em 1/6 (geralmente). 
NA PRIMEIRA FASE, NUNCA ABAIXO DO MÍNIMO OU ALÉM DO MÁXIMO! 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Vedação do “Bis in idem” 
A proibição do “Bis in idem” tem por finalidade evitar que a mesma circunstância 
seja levada em conta por mais de uma vez pelo juiz na dosimetria da pena, quer para 
exaspera-la ou reduzi-la. 
Exemplo: um caso em que a morte dos pais, os bens são herdados por dois irmãos, 
um maior de idade e outro uma criança de 10 anos. O irmão mais velho mata o menor para 
ficar com a parte dele → O motivo torpe é previsto como QUALIFICADORA do homicídio 
(art. 121 § 2º CP) e também como AGRAVANTE GENÉRICA (art. 61, II, a CP), além disso o art 
59 estabelece que na fixação da pena base, o juiz deve levar em consideração os MOTIVOS 
do crime. A motivação torpe encontra respaldo para sua aplicação em 3 dispositivos da lei 
penal. Considerando o “bis in idem” o juiz só poderá levar tal circunstância uma única vez. A 
solução será reconhecer o motivo torpe como qualificadora do crime, uma vez que se trata 
de dispositivo específico do crime de homicídio, enquanto as agravantes do art. 61 e as 
circunstâncias do 59 são genéricas e por tal razão não podem incidir. 
Se já reconhece como qualificadora não posso classificar como circunstância 
É com base nas Circunstâncias Judiciais que o juiz escolhe a pena que será aplicada 
dentre as previstas (PPL ou MULTA). Fixa-se seu montante, determina o regime inicial e por 
fim, verifica a possibilidade de substituição da pena em PRD ou Multa. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
2ª FASE → AGRAVANTES E ATENUANTES (arts. 61, 62 e 65, 66) 
Ficada a pena-base com fundamentos nas circunstâncias judiciais do art. 59, deve o 
juiz passar para a 2ª fase, ou seja, a aplicação das agravantes e atenuantes genéricas. 
→ As agravantes estão descritas nos art. 61 e 62 do CP; 
Circunstâncias agravantes 
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam 
o crime: 
 I - a reincidência; 
 II - ter o agente cometido o crime: 
 a) por motivo fútil ou torpe; 
 b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro 
crime; 
 c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou 
impossível a defesa do ofendido; 
 d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que 
podia resultar perigo comum; 
 e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
 f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; 
 g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; 
 h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
 i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; 
 j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de 
desgraça particular do ofendido; 
 l) em estado de embriaguez preordenada. 
 Agravantes no caso de concurso de pessoas 
 Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
 I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; 
 II - coage ou induz outrem à execução material do crime; 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
 III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em 
virtude de condição ou qualidade pessoal; 
 IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 
São chamadas de genéricas por serem aplicadas a todos os crimes, desde que não 
constituam qualificadoras ou elementares (“bis in idem”) 
O montante de aumento ou diminuição fica a critério do juiz. Geralmente na prática 
aplica-se 1/6, salvo se as circunstâncias indicarem a necessidade de índice maior. 
Súmula 231 STJ – “ A incidência de circunstâncias atenuantes não podem reduzir a 
pena abaixo do mínimo” – é comum os juízes fixarem no mínimo pela ausência de 
circunstâncias judiciais negativas. Se houver atenuantes elas não se aplicarão porque a pena 
base já foi fixada no mínimo e não pode ser reduzido abaixo desse patamar. 
Obs: Circunstâncias agravantes 
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam 
o crime: 
 I - A reincidência; 
De acordo com o art. 63 – Verifica-se a reincidência quando o agente comete NOVO 
CRIME, DEPOIS DE TRANSITAR EM JULGADO A SENTENÇA, que no país ou no estrangeiro o 
tenha condenado por CRIME ANTERIOR. O art. 64 dispões que não prevalecerá condenação 
anterior, se entre a data do cumprimento ou a extinção da pena a infração posterior tiver 
decorrido período de tempo superior a 5 anos, computado o período de prova da suspensão 
ou livramento condicional se não ocorrer revogação (período Depurador). 
Decorrido 5 anos do cumprimento da pena do crime anterior ou da sua extinção por 
qualquer motivo, o sujeito volta a ser primário. Assim se o novo delito for cometido após 
esses 5 anos, o indivíduo será considerado portador de maus antecedentes, mas não 
reincidente. Nesse prazo computa-se o período de prova do sursis e do livramento 
condicional, desde que não tenham sidos revogados. 
Se o juiz perceber que o acusado é reincidente, deve se abster na primeira fase da 
fixação da pena de reconhecê-la como portador de maus antecedentes, para que na 
SEGUNDA FASE aplicar a agravante da reincidência. Súmula 241 STJ “ A reincidência penal 
não pode ser considerada como circunstância agravante e simultaneamente como 
circunstância judicial “ (Bis in idem) 
Reincidência específica (crimes da mesma natureza) não é mais prevista, mas muitos 
juízes continuam usando como argumento para justificar, em certos casos, aplicação de 
maior índice de aumento recorrente da reincidência. 
Ana Carolina Fagundes Arruda 
 
Não existe índice fixo determinado por lei para o aumento da pena em caso de 
AGRAVANTE GENÉRICA, há o costume de ser o acréscimo de 1/6. Como essa regra é 
maleável, podendo variar de acordo com a gravidade da circunstância reconhecida, é 
comum que em se tratando de reincidência específica aumentem a pena em 1/3 ou mais, 
não havendo nada de errado em tal procedimento.

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