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Conceitos e Certificações de Gerenciamento Ágil de Projetos Vitor L. Massari 2016 Página 1 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Resumo – Este texto visa esclarecer algumas dúvidas e conceitos sobre gerenciamento ágil de projetos, bem como esclarecer sobre a família de certificações do EXIN lançada recentemente para atender aos profissionais que querem se especializar em gerenciamento ágil. (Palavras-chave: agilidade, certificação) Introdução A difusão do conceito de agilidade em projetos vem aumentando a cada dia, porém muitos ainda possuem dúvidas sobre o significado de gerenciamento ágil, quando aplicar a abordagem e como se certificar. O conceito de agilidade no gerenciamento de projetos começou a ganhar força no início dos anos 2000, após a elaboração do Manifesto Ágil. O Manifesto Ágil foi uma declaração assinada por dezoito membros da comunidade do desenvolvimento de software pregando quatro valores fundamentais: Figura 1 – Valores do Manifesto Ágil Em resumo os valores pregam: Foco nas relações interpessoais; Foco em produto funcional; Foco na entrega de valor para o cliente; Acomodar mudanças que tragam vantagem competitiva para o cliente; Página 2 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Além destes valores, foram identificados que projetos com cenários de riscos, incertezas, complexidades e inovação sobre requisitos, recursos e tecnologia estavam sujeitos a mudanças constantes. Figura 2 – Teoria da Complexidade Na abordagem tradicional de projetos, estas mudanças geravam um grande aumento de escopo (o chamado “scope-creep”), retrabalho, estouro de prazo e orçamento, além de gerar insatisfação por parte do cliente. Na abordagem ágil, o projeto passou a ser dividido em pequenas fases e utilizando conceitos de entregas incrementais (figura 3) e elaboração progressiva (figura 4). Figura 3 – Ciclo de Vida Tradicional Versus Ciclo de Vida Ágil Página 3 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Figura 4 – Exemplo de Elaboração Progressiva Através das entregas incrementais, o cliente final passou a ter visibilidade maior do produto e vários pontos de validação de escopo. Desta forma as mudanças passaram a ser acomodadas de forma menos traumática. Com o conceito de elaboração progressiva, o produto do projeto passou a ser construído através do conceito de processo empírico, onde o conhecimento é adquirido através da experiência e, desta forma, fazendo com que os riscos e incertezas fossem mitigados no decorrer do projeto. Outro fator importante foi o foco no fator humano dos projetos, onde liderar equipes tornou-se mais importante do que gerenciar equipes. A abordagem ágil começou a apresentar resultados em projetos de riscos e incertezas sobre requisitos, recursos e tecnologia, porém foram criados alguns mitos tais como: Gerenciamento ágil deve ser conduzido sem documentação; Gerenciamento ágil não possui planejamento; Equipes não são gerenciadas e sim autogerenciadas; Surge então a família de certificações EXIN Agile Scrum elaboradas pelo EXIN. Desenvolvimento Em 2013, com o aumento da utilização da abordagem ágil em projetos inovadores com riscos e incertezas, o EXIN cria sua base de conhecimento de gerenciamento ágil através da certificação EXIN Agile Scrum Foundation (ASF). Página 4 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Em 2015, visando atingir um público já maduro e experiente na utilização de Scrum e Gerenciamento Ágil, o EXIN lança a certificação EXIN Agile Scrum Master (ASM). Os conteúdos destas certificações dão respostas a alguns mitos criados: Gerenciamento ágil deve ser conduzido sem documentação Na verdade a documentação deve ser gerada após a interação entre os indivíduos da equipe, alinhado ao primeiro valor do Manifesto Ágil. Gerenciamento ágil não possui planejamento O planejamento deve ser feito de forma interativa, de acordo as camadas de planejamento descritas na figura abaixo: Figura 5 – Camadas de Planejamento Ágil Equipes não são gerenciadas e sim autogerenciadas O conceito correto é que projetos são gerenciados e equipes são lideradas. A abordagem ágil incentiva a formação de equipes auto organizadas, equipes que sabem o que devem fazer e como devem fazer. Na tabela abaixo, a diferença entre gerenciamento e liderança: Página 5 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Tabela 1 – Gerenciamento Versus Liderança Além de esclarecer alguns mitos, o conteúdo das certificações abordam também: Metodologias e frameworks ágeis certificações englobam conhecimentos em Scrum, Extreme Programming (XP), Lean, Kanban, Crystal, DSDM, Feature-Drive Development e em como combinar todas essas metodologias/frameworks (“tailloring”). Iniciação de projetos ágeis Todo o projeto deve começar com o termo de abertura do projeto (“Project Charter”). O conteúdo da certificação aborda algumas técnicas ágeis visando tornar o termo de abertura do projeto o mais objetivo possível. Entre as técnicas descritas temos: 5W2H (What / Why / Who / When / Where / How / How Much); Elevator Statement (explicação de 2 minutos justificando o motivo do projeto e qual o diferencial com relação à situação anterior ou produto concorrente); Tweet Charter – Elaborar um termo de abertura de projeto de acordo com as regras da rede social Twitter, onde é permitido escrever um texto com no máximo 140 caracteres. Algumas técnicas utilizadas no gerenciamento tradicional de projetos também são descritas, tais como: Business case; Valor presente líquido; Taxa interna de retorno; Página 6 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Retorno sobre o investimento (ROI). Planejamento de projetos ágeis São abordadas técnicas para efetuar coleta de requisitos de forma interativa e usando técnicas ágeis como: Personas: Personagens criadas para representar os diferentes tipos de usuários que utilizarão o produto. Podem ser pessoas que realmente irão utilizar o produto ou personagens fictícios. Figura 6 – Exemplo de Persona (Imagem extraída do livro Gerenciamento Ágil de Projetos de Vitor Massari) Wireframe: Rápida representação gráfica do produto. Figura 7 – Exemplo de Wireframe (Imagem extraída do livro Gerenciamento Ágil de Projetos de Vitor Massari) Protótipos: Representação de baixa fidelidade do produto a ser gerado pelo projeto. Página 7 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br É introduzido o conceito Story Points, uma métrica relativa para estimativas de prazo e custos que utiliza a sequência matemática de Fibonacci (0,1,2,3,5,8,13,21,etc.) para estimar cada requisito do projeto. Também são abordadas técnicas para estimativas através de jogos ágeis como: Speedboat: Desenho de um barco, onde acima do barco são identificadas as oportunidades (“ventos”) e abaixo do barco são identificados os riscos (“âncoras”). Figura 8 – Exemplo de Speedboat(Imagem extraída do livro Gerenciamento Ágil de Projetos de Vitor Massari) Planning Poker: Similar a um jogo de poker, onde cara membro da equipe do projeto joga uma carta representando sua estimativa em Story Points sobre um determinado requisito do projeto. A ideia deste jogo é chegar em uma estimativa consensual. Página 8 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Figura 9 – Exemplo de Planning Poker (Imagem extraída do livro Gerenciamento Ágil de Projetos de Vitor Massari) Por fim, entender o que significa cada camada de planejamento ágil (ilustradas na figura 5) e como planejá-las: Estratégia – Alinhado com os objetivos estratégicos da organização. Portfólio – Alinhado com o gerenciamento de portfólio de projetos e programas da organização. Release: Lançamento/operacionalização do produto após a conclusão da(s) fase(s) do projeto. Exemplo: uma casa só pode ser habitada após a conclusão de suas quatro fases (iterações): fundação, alvenaria, cobertura e acabamento. Iteração – Fases do projeto que entregam um incremento do produto. Exemplo: fases de um projeto de construção de uma casa: fundação, alvenaria, cobertura e acabamento. Diária – Planejamento da equipe feito através de rápidas reuniões diárias. Contínuo – Comunicação contínua da equipe através de técnicas como conhecimento tácito e comunicação osmótica. Executando projetos ágeis Os métodos ágeis consideram a fase de execução do projeto o momento onde técnicas de liderança e formação de equipes de alto desempenho devam ser priorizadas. Diversas técnicas e soft-skills são abordadas tais como: Liderança servidora: Gerente de projeto deve “servir a equipe” removendo impedimento e blindando a equipe do projeto. Liderança situacional: Entender qual tipo de liderança empregar de acordo com o estágio de formação da equipe (escada de Tuckman). Página 9 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Inteligência emocional: Como reconhecer e gerenciar os próprios sentimentos, reconhecer o ambiente social e utilizar as habilidades interpessoais para liderar e motivar pessoas. Gerenciamento de conflitos: Qual técnica de resolução de conflitos utilizar de acordo com o tipo de conflito. Incentivo de formação de equipes auto organizadas e autodirigidas: Equipes sabem o que deve ser feito, como deve ser feito e com autonomia para tomada de decisões. Monitorando e controlando projetos ágeis Conceito de validações de escopo ao final de cada fase, permitindo feedback constante do cliente no decorrer do projeto. Também são abordados os conceitos de criação de métricas para defeitos encontrados, Story Points concluídas e criação de limites de controle para identificação de possíveis desvios no projeto. Figura 10 – Exemplo de métricas de defeitos (Imagem extraída do livro Gerenciamento Ágil de Projetos de Vitor Massari) Os conceitos de gerenciamento de valor agregado também são abordados, utilizando as Story Points como principal base para o cálculo do Earned Value (EV). Também temos os conceitos dos gráficos BurnIn e BurnDown para análise da situação atual do projeto e projeção de tendências. Página 10 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Figura 10 – Exemplo de gráfico BurnDown (Imagem extraída do livro Gerenciamento Ágil de Projetos de Vitor Massari) Melhoria Contínua Lições aprendidas e abordagem de melhoria contínua em processos, produtos e fatores humanos do projeto. Os interessados em obter a certificação EXIN Agile Scrum Foundation não precisam atender a nenhum critério de elegibilidade, porém é recomendado: Realizar um treinamento em um provedor de treinamento oficial do EXIN; Ler os livros considerados como bibliografia do exame. Sobre o exame: Link para inscrição: https://www.exin.com/BR/pt/exames/&exam=exin- agile-scrum-foundation Exame online com webcam de 40 questões Consulta não permitida % para aprovação: 65% (26 acertos) Duração: 1 hora Idioma do Exame: Português Média para aprovação: 65% de aproveitamento (26 acertos) Para os interessados em obter a certificação EXIN Agile Scrum Master é necessário realizar o treinamento em um provedor de treinamento oficial do EXIN, Página 11 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br pois o desempenho do candidato no treinamento faz parte da avaliação. Apenas alunos aprovados no treinamento estarão aptos a realizarem o exame. Sobre o exame: Link para inscrição: https://www.exin.com/BR/pt/exames/&exam=exin- agile-scrum-master Exame online com webcam de 40 questões Consulta não permitida % para aprovação: 65% (26 acertos) Duração: 90 minutos Idioma do Exame: Inglês (Mas com tradução em andamento) Média para aprovação: 65% de aproveitamento (26 acertos) Discussões e Conclusões Para os interessados em conhecer como extrair o melhor dos métodos ágeis nos seus projetos alinhado às boas práticas de gerenciamento de projetos, a família de certificações EXIN Agile Scrum é muito recomendada. Em breve lançarei o livro base para a certificação EXIN Agile Scrum Master pela Editora Brasport, cujo nome será Agile Scrum Master no Gerenciamento Avançado de Projetos. Página 12 de 11 www.exin.com www.hiflex.com.br www.imersaoagil.com.br Referências 1. MASSARI, Vitor L. Gerenciamento Ágil de Projetos 1ª Edição. Rio de Janeiro Editora Brasport, 2014, 256 p. Sobre o Autor: Vitor L. Massari vitor.massari@hiflex.com.br Vitor L. Massari, PMP, PMI-ACP, PSM, CSM, CSPO, CSP, EXIN ASF, EXIN ASM, CI-ASP, SFC, SAFe AGILIST, ITIL, COBIT 5 Bacharel em Matemática pela Fundação Santo André. Atualmente é sócio-diretor e Agile Coach da Hiflex Consultoria, ministra palestras, treinamentos e consultorias voltados para gerenciamento ágil de projetos e soft-skills. Autor do primeiro livro preparatório em Português para a certificação PMI-ACP®, Gerenciamento Ágil de Projetos, lançado pela Editora Brasport.
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