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Aula 05 O Questionário TCC PEDAGOGIA

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Aula 05 O Questionário
Disciplina: TCC PEDAGOGIA
(p.2)
Objetivo desta Aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Estudar sobre o questionário;
2. identificar as características do questionário como instrumento de coleta de dados;
3. reconhecer as vantagens e desvantagens do seu uso;
4. avaliar a aplicabilidade do questionário como instrumento de coleta de dados.
(p.3)
Que tal uma pausa para refletir?
Você se lembra quantas vezes respondeu a um questionário ou teve contato com algum?
Na ficha de estágio.
Na inscrição do vestibular.
Para fazer cartão de crédito.
No médico.
Como é possível perceber, ao longo da sua vida, você já deve ter visto dezenas de questionários. Cada vez que você preenche uma ficha de inscrição para um concurso ou se cadastra em um site de internet, ou mesmo quando responde a perguntas do seu médico durante uma consulta, em cada um desses momentos, ele está lá.
(p.4)
Como isso ocorre?
Simples!
Através de um meio digital. Através de formulário no papel.
Voce ou outra pessoa preenchendo as informações.
E mais: pode ter só três perguntas ou levar meia hora para completar tudo. Seja como for, voce está respondendo a um questionário.
(p.5)
Mas, será que todo questionário é científico?
Nem todo questionário pode ser validado como um instrumento científico de pesquisa. Quer um exemplo? A ficha da locadora provavelmente não é.
Já o questionário que você responde quando se cadastra para fazer uma compra em um site tem grandes chances de ter sido pensado mesmo como um instrumento para levantar informações significativas sobre consumidores como você.
Portanto, o que distingue um questionário válido para pesquisa e uma simples ficha não é a aparência, o formato ou o lugar onde ele está, mas a intencionalidade de quem o produziu e a forma como ele foi construído.
(p.6)
Uma das coisas mais importantes é ter em mente quando refletimos sobre a utilização do questionário, pois ele é um instrumento de caráter quantitativo, típico das pesquisas de levantamento.
Mas, o que isso significa? 
Significa que as perguntas são voltadas para a obtenção de dados que podem ser facilmente mensuráveis, ou seja, transformados em valores numéricos.
Refere-se a um documento escrito com um conjunto de perguntas objetivas (fechadas ou abertas), geralmente de múltipla escolha, que pode ser entregue para o respondente preencher (questionário) ou aplicado por um entrevistador (formulário). Embora o uso de questionários/formulários permita uma grande economia de tempo e recursos, não é recomendável o seu uso quando o tipo de informação que se pretende obter tem um caráter mais subjetivo posto que ele não permite a livre expressão do respondente.
Nesses casos, ele é adequado, portanto, tão somente quando precisamos trabalhar com um universo muito grande de sujeitos ou quando o acesso direto aos sujeitos da pesquisa é impossível ou muito difícil.
(p.7)
Um questionário não é um instrumento universal que pode ser usado em qualquer projeto de pesquisa e, mesmo quando adotado, ele é uma parte do processo de pesquisa.
Cada pergunta vai incitar respostas que serão convertidas em dados. Dados que vão ser analisados, interpretados e que vão (ou não) permitir que o/a pesquisador/a chegue a algumas conclusões.
Qual o formato das questões (abertas ou fechadas)?
Quantas perguntas preciso fazer?
Qual o tamanho total do questionário? Quais os temas das perguntas?
Como ele vai ser preenchido?
(p.8)
Olá, Pedro! Vamos iniciar a nossa conversa sobre seu questionário?
Claro, João, prontíssimo! E hoje estou com algumas dúvidas.
Por isso, converse com seu orientador para saber se o questionário pode ser um instrumento útil para a sua pesquisa.
(p.9)
Construir um questionário para pesquisa não é um “bicho de sete cabeças”. Mas, assim como num roteiro de uma entrevista, não basta simplesmente colocar uma pergunta depois da outra. Cada questão deve ser pensada com cuidado.
As perguntas devem considerar as características dos entrevistados, a linguagem utilizada, a possibilidade de contaminação das respostas, o tempo e as condições de aplicação.
E ainda algo muito importante: elas não podem ser fruto da mera especulação do pesquisador, mas devem estar ancoradas em conhecimento prévio sobre o objeto de investigação (como numa prova. De que maneira podemos elaborar alternativas de resposta consistentes se não dominamos o conteúdo que está sendo considerado?).
Dessa forma, precisa ser previamente discutido – e testado – para que se possa chegar a um questionário que efetivamente seja útil para o seu trabalho.
(p.10)
Tipos e Formatos de Perguntas
A partir de agora, você vai conhecer alguns exemplos de perguntas e suas respectivas explicações.
Em geral, as perguntas em um questionário podem ser fechadas ou abertas. Uma pergunta aberta é aquela que permite que a pessoa responda o que quiser. 
Exemplo de perguntas abertas:
Qual a sua profissão?
R: ____________
Em quem você vai votar para presidente?
R: ____________
Você também pode oferecer alternativas que facilitem a resposta e lhe ajudem a trabalhar os dados depois. Por exemplo, algumas perguntas abertas como: Com que frequência você assiste à TV? - podem gerar uma série de respostas com medidas diferentes – e talvez muita gente simplesmente dissesse: Não faço ideia! Que tal substituí-la por uma pergunta fechada que oriente quem responde e ajude mesmo a organizar o pensamento:
Em média, quantas horas por dia você passa assistindo a TV: 
(  ) menos de 1 hora 
(  ) entre 1 e 2 horas 
(  ) entre 3 e 4 horas 
(  ) mais de 4 horas
(  ) não assisto a TV
Assim, uma pergunta fechada é aquela que oferece algumas possibilidades de resposta para que a pessoa responda dentro delas.
Exemplo de perguntas fechadas:
Você pretende participar da eleição?
a) sim     b) não    c) ainda não decidi
Em qual desses candidatos você vai votar para presidente?
(a) Enéas
(b) Covas
(c) Collor
(d) Paulo Maluf
(e) Vou votar nulo
(f) Não sei
As alternativas oferecidas não precisam ser apenas SIM ou NÃO, ou uma lista de itens em que o sujeito só pode escolher um, ou seja, de múltipla escolha. Existem várias formas de construir uma pergunta fechada. Você pode, por exemplo, medir a intensidade ou o posicionamento relativo de uma pessoa diante de uma questão.
Por exemplo:
Sobre a afirmação: A escola é responsável pelas situações de violência que acontecem no interior do espaço escolar, você:
(   ) Discordo completamente
(   ) Discordo parcialmente
(   ) Nem concordo, nem discordo
(   ) Concordo parcialmente
(   ) Concordo plenamente
Em uma pergunta fechada, as alternativas devem ser exaustivas, para cobrir todas as possíveis respostas, porém elas não podem ser fruto da sua imaginação. As possíveis respostas devem estar embasadas em pré-testes ou em pesquisas anteriores de referência no campo.
Além de ler bastante a literatura acadêmica da área, uma boa dica é testar antes a mesma pergunta de forma aberta. Analisar as respostas e perceber que padrões de resposta se repetem e, assim, encontrar as alternativas a serem colocadas na pergunta fechada.
Geralmente, é interessante também, mesmo em perguntas fechadas, colocar uma alternativa "outros", com um espaço aberto para respostas que fujam ao que foi previsto.
Exemplo:
Na sua opinião, a pesquisa deve fazer parte do currículo de Pedagogia? 
(   ) Sim       (     ) Não      
Se sim, como?
(     ) A partir de projetos de iniciação científica.
(     ) Como disciplina eletiva (não obrigatória).
(    )  Como disciplina obrigatória.
(    ) Deve fazer parte do programa das diferentes disciplinas, como estratégia de trabalho e tema de reflexão. 
(    ) Outra forma: _________________
SAIBA MAIS
Na maioria dos questionários, geralmente se misturam perguntas abertas e fechadas, complementares umas às outras. Qual o melhor formato, para qual questão e qual o peso delas dentro do questionário são perguntas que só podem ser respondidas caso a caso, nasua conversa constante com seu orientador.
(p.11)
COMO ENCONTRAR A PERGUNTA CERTA?
Não há uma fórmula mágica nem um modelo pronto de questionário. Se esse for o seu caso, você mesmo vai ter que construir o seu. Veja algumas orientações que podem ser úteis na hora de produzir as perguntas: observe a conversa a seguir.
Olá, Bruno! Queria ver se poderia me dar algumas orientações sobre o questionário. Estou tendo algumas dúvidas.
Claro, André! Faremos isso agora mesmo. Quer começar por onde?
Pelas perguntas...
Sim!
Cada pergunta, uma questão. Para cada dúvida, seu questionamento deve haver uma pergunta específica. Cuidado para não perguntar mais de uma coisa em uma mesma pergunta! As perguntas devem ser bastante diretas.
Nossa! É mais simples do que eu estava pensando.
Então o principal é manter no questionário perguntas específicas?
Isso mesmo!
Faça perguntas específicas. Evite questionamentos gerais que podem produzir dados que não lhe interessam. Por exemplo: O que você acha da atual conjuntura política do Brasil? Convenhamos, isso não é uma pergunta, é um tema de redação! Tente ser sempre específico nas questões.
Pelas perguntas...
E mais! Faça perguntas objetivas e claras. A pergunta tem de ser compreensível ao respondente, por conta própria, sem demandar uma explicação. Se for preciso contextualizar a pessoa em determinada situação, escreva um pequeno texto de contextualização para a pergunta.
Mas, lembre-se: toda vez que você explica uma coisa, sua explicação pode influenciar a resposta do entrevistado. Exemplo: Tendo em vista que uma pessoa é considerada analfabeta funcional quando não é capaz de compreender o que lê e expressar-se através da escrita, você avalia que seus alunos no 5º ano estão alfabetizados? (   ) sim (   ) não
Será que os professores dariam a mesma resposta a essa pergunta se ela não viesse precedida da explicação do conceito de analfabetismo funcional? Qual o objetivo dessa pergunta?
Nossa, realmente! Com a pergunta mais objetiva fica muito fácil o entendimento da informação.
Mais uma coisinha, Bruno. Eu posso ajudar o entrevistado na resposta para coletar a informação que eu quero?
Fique atento sobre isso, André, pois 
uma pergunta nunca pode induzir a resposta. Por exemplo, se eu te pergunto: você não acha que os professores ganham menos do que merecem?  A pergunta já contém em si mesma uma resposta. Difícil discordar, não é? Que tal: O que você acha da remuneração dos professores? ( ) Insuficiente (  ) Suficiente (  ) Excessiva
E quanto a perguntas negativas?
Cuidado com perguntas negativas. Podem confundir quem responde. Por exemplo: Você não apoiaria a legalização das armas no Brasil? Sim ou não? Responder que não significa que eu não apoiaria ou que, não, eu apoiaria sim. Deixe as coisas mais simples e diretas. Você é a favor da legalização do uso de armas no Brasil? Sim é sim. Não é não. Compreendeu?
Humm! Entendi, isso pode causar algum dando à informação?
Pode sim! Pois se você induzir a resposta pode não ter dado verdadeiro.
E então, Bruno, entendeu direitinho?
Entendi sim! E agora ficará bem mais fácil a construção do meu questionário.
Só mais uma coisinha: fique atento à *apresentação gráfica, pois ela também é importante. A forma como perguntas e alternativas estão organizadas no papel facilita ou dificulta a sua leitura e compreensão.
Pode deixar! Obrigado, André. Sua ajuda foi fundamental.
*apresentação gráfica
(p.12)
Portanto, ao elaborarmos as perguntas de um roteiro de entrevista ou de um questionário devemos procurar sair do óbvio, construir questões inteligentes que realmente alcancem as informações de que precisamos.
Não podemos partir do pressuposto ingênuo de que todo mundo vai responder de forma clara, direta e coerente. Para isso, você e seu orientador vão precisar encontrar caminhos para chegar ao que a pesquisa efetivamente quer conhecer.
Por exemplo, se você perguntar simplesmente: você é racista? Muito provavelmente a imensa maioria das pessoas vai responder que não. Isso não significa que elas não tenham práticas ou ideias racistas.
“Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.”
Pode significar que, no contexto cultural brasileiro, admitir-se racista é muito constrangedor, mesmo em um questionário anônimo, e, portanto, muitas pessoas mentiriam na resposta.
Ou simplesmente que o racismo é bastante invisibilizado, o que faz com que pessoas que tenham práticas discriminatórias não se percebam como tal, não consideram tais práticas racistas e ainda defendem o contrário daquilo que frequentemente fazem  ao elaborar seu discurso - mais um exemplo de como seres humanos podem ser “incoerentes”.
(p.13)
Mas, como então podemos chegar às respostas que precisamos? Por exemplo, se perguntarmos a um professor: você tem dificuldade em lidar com alunos/as homossexuais?
Talvez boa parte respondesse que não, que o que importa é o aluno, que a orientação sexual não interessa para o seu trabalho como educador. Mas, se adicionarmos outras perguntas como: Você acha que a homossexualidade pode prejudicar de alguma forma o desempenho escolar desse aluno?
O que você faria diante de uma situação de agressão contra ele? Que atitude tomaria com os agressores? O que você faria se visse duas alunas se beijando num canto da sala? Talvez, através dessas outras respostas, você pudesse conhecer mais de perto as ideias e práticas que, de fato, esse educador tem quando esse tema está em questão.
Se na primeira resposta o que prevalece é o discurso politicamente correto, talvez na segunda, na terceira, na quarta, de formas indiretas, esse sujeito acabe por revelar aquilo que uma pergunta direta nunca conseguiria descobrir.
(p.14)
PARA ALÉM DO ÓBVIO
Guardadas as devidas diferenças, as situações de interlocução entre entrevistadores e entrevistados é uma situação social e, por isso, entremeada de todas as “complicações” que nossa humanidade envolve. Assim, para pensar tanto uma entrevista como um questionário precisamos também levar em consideração algumas coisas. Veja a situação a seguir.
Você é racista?
Para saber a explicação dessa pergunta, clique na primeira imagem.
Primeiro: as pessoas mentem! Simples assim. Nem todo mundo diz exatamente aquilo que está pensando a todo o momento. Imagine como pode ser constrangedor para uma pessoa pobre, diante de um entrevistador de classe média, admitir a sua verdadeira faixa de renda ou escolaridade. E não adianta só apontar para o outro.
Quantas vezes nós mesmos não distorcemos algumas informações numa ficha de inscrição para um emprego? Fazemos isso muitas vezes, seja em uma clara intenção de não falar a verdade, seja pelos constrangimentos que a verdade pode produzir em determinados contextos, seja simplesmente porque queremos nos livrar daquele menino chato que vem oferecendo mais um cartão de crédito da loja.
(p.15)
Pré-Teste
Como foi visto, um questionário ou uma entrevista são instrumentos de coleta de dados, ferramentas de pesquisa. E, como qualquer ferramenta, eles podem apresentar “problemas” quando utilizados. 
Você não precisa antever todos os problemas. E mais: você simplesmente não tem como! Por isso, é fundamental e imprescindível testar o seu instrumento antes de aplicá-lo.
É no pré-teste que vão aparecer os buracos, as dúvidas e tudo aquilo que precisa ser modificado, mas faça um pré-teste completo, com sujeitos que se encaixem no perfil do seu público-alvo e nas mesmas condições em que o questionário ou entrevista serão aplicados. Quando terminar a aplicação neste seu pré-teste, existem algumas questões que é preciso você analisar. Avance a tela e confira!
(p.16)
Após a aplicação do TESTE você deve ficar atento a algumas questões.
1. Como foi a aplicação do questionário/entrevista? O entrevistado teve as condições necessárias para a realização da entrevista/questionário? É preciso mudar algo nas condições de aplicação para melhorar a coleta de dados?
2. O questionário/entrevista foi eficiente? O tamanho e otempo de aplicação foram adequados? O roteiro de perguntas está grande demais? Os respondentes se mostraram cansados - ou exaustos - no final? É preciso encurtar o instrumento? Está na medida certa? Ou ainda há espaço para incluir mais perguntas?
3. De pergunta a pergunta, elas foram compreendidas? Houve alguma pergunta que sistematicamente não foi respondida? Você percebeu algum erro, contradição, confusão ou indução em alguma delas? Isso pode indicar incompreensão, inadequação ou mesmo constrangimento? O que precisa ser reformulado? De que outra forma essa questão pode ser formulada?
(p.17)
Pesquisa pronta! Agora é só descansar!
Será? Ainda não! Faltam alguns detalhes importantes. Fique atento!
Muitas pessoas param por aqui. E esse é um erro grave, porque, como dissemos antes, uma pilha de formulários pode ser o seu material de pesquisa, mas ainda precisa ser convertida em dados! Faça a tabulação das respostas. É justamente nesse momento que encontramos problemas de fundo no nosso instrumento de pesquisa.
É quando você tabula os dados do questionário e analisa as primeiras entrevistas que começa a perceber se os instrumentos estão atendendo aos objetivos que você imaginou para eles. Será que eles estão efetivamente ajudando a responder às questões que norteiam sua pesquisa? 
Que lacunas vão aparecendo, ou seja, que questões estão ficando sem respostas? Há perguntas que não estão funcionando, ou seja, que não estão gerando informações relevantes, consistentes?  Elas podem ser reformuladas? O que mais precisa ser incluído? Que perguntas se mostram pouco úteis ou alheias ao seu objeto de pesquisa e podiam simplesmente ser cortadas?
Como você pode melhorar esse instrumento para que ele seja mais eficaz com relação ao objetivo da sua investigação?
Para que esse exercício funcione, capacidade crítica é fundamental. É preciso saber ouvir, ter sensibilidade e perspicácia para perceber os erros e aprender com as críticas.  Se algumas pessoas não estão entendendo a pergunta que você faz, não adianta culpar as pessoas. Você é que precisa reformular a questão!
(p.18)
Mãos à obra!
Finalmente, depois de tantas orientações, você pode começar a elaborar o roteiro de sua entrevista ou as perguntas de seu questionário. Mas, antes de começar a efetivamente elaborar e aplicar os instrumentos de sua pesquisa, algumas coisas para você pensar: clique nas interrogações e confira as informações.
Você tem clareza de qual a sua questão de pesquisa? Porque, se isso ainda não estiver claro, não adianta nem começar o processo.
Como esse questionário ou entrevista se encaixa na sua metodologia de pesquisa? Ele será sua principal fonte de dados ou vai apenas complementar ou iniciar o trabalho?
Diante disso, o que você espera deste questionário/entrevista? Qual o objetivo deles especificamente? Como eles ajudarão a responder às questões que norteiam sua investigação?
A quem eles se destinam? Professores? Alunos? Ambos? Familiares? Por quê?
Como eles vão ser aplicados? Em uma sala de aula durante o horário de alguma disciplina? No intervalo do recreio? Na porta da escola na hora da saída? Em um espaço reservado onde as pessoas estarão disponíveis só para respondê-los?
(p.19)
Bom, agora que você já tem muitas orientações sobre como construir a coleta de dados, chegou o momento de começar a trabalhar! Converse bastante com seu orientador, veja o que outros pesquisadores na sua área vêm fazendo nesse sentido. E... mãos à obra! Mas, lembre-se: você só está autorizado a aplicar o instrumento depois de aprovado por seu professor-orientador, OK? E para saber mais clique no ícone PDF e confira as informações.
Ler em: Aula 05 (anexo) construindo o instrumento
Ou logo abaixo: 
CONSTRUINDO O INSTRUMENTO 
 
ROTEIRO DE ENTREVISTA QUESTIONARIO 
Link A Link B 
REFERÊNCIAS 
FREITAS, H.; OLIVEIRA, M.; SACCOL, A.Z.; MOSCAROLA, J. O método de 
pesquisa survey. Revista de Administração, São Paulo, v. 35, n.3, p. 105-112, 
jul-set. 2000. 
 
LINK A 
CONSTRUINDO O ROTEIRO DA ENTREVISTA 
(ir para joguinho da aula 4) 
 
LINK B 
CONSTRUINDO UM QUESTIONÁRIO 
 
Apresentação 
Todo questionário deve ter um pequeno espaço dedicado a apresentar a 
pesquisa, quem a está realizando, quais seus objetivos e como aqueles dados 
vão ser utilizados. Isso é uma exigência ética indispensável. 
Exemplo: 
CARO ENTREVISTADO, 
ESSE QUESTIONÁRIO FAZ PARTE DE UM ESTUDO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA NOS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM, PESQUISA DESENVOLVIDA COMO PROJETO MONOGRÁFICO NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNESA. AS INFORMAÇÕES QUE VOCE FORNECER SERVIRÃO PARA COMPREENDER MELHOR O PAPEL DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
O QUESTIONÁRIO É ANÔNIMO. VOCE NÃO DEVERÁ IDENTIFICÁ-LO. 
NÃO EXISTEM RESPOSTAS CERTAS OU ERRADAS, O QUE NOS IMPORTA É SUA SINCERIDADE. NÃO DEIXE DE RESPONDER A NENHUMA QUESTÃO.
OBRIGADO POR COLABORAR COM A NOSSA INVESTIGAÇÃO. SUA PARTICIPAÇÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS!
 
Identificação/perfil do respondente 
Um questionário só deve identificar pessoalmente o respondente 
(nome, endereço, telefone) se isso for imprescindível para a pesquisa. Quando uma pessoa não tem que colocar o seu nome no questionário, isso geralmente lhe dá mais tranquilidade e mais liberdade para responder sem medo de constrangimentos. Mas, independente do anonimato ou não, é importante dedicar um espaço para levantar o perfil do respondente. Conhecer um pouco mais sobre quem é a pessoa que está respondendo pode ajudar a compreender mais as suas respostas. Pode ajudá-la a identificar relações entre determinadas características e determinadas formas de pensar ou de agir. 
Esse perfil pode ser composto de várias formas: sexo/gênero, idade, faixa de renda, cor, escolaridade são algumas características levantadas em grande parte dos trabalhos. Mas não existe um modelo. O levantamento do perfil vai ser pensado a partir do que pode ser relevante para a sua pesquisa. 
Isso pode demandar a inclusão de outras questões, como local de moradia, escolaridade dos pais, religião, estado civil, número de filhos, ou detalhar mais algum desses aspectos. 
Quando fizer isso, procure utilizar os indicadores e parâmetros já convencionados por grandes órgãos de pesquisa, como o IBGE, o que vai colocar os seus dados em sintonia com as formas de classificação e análise mais aceitas no campo científico e permitir o diálogo com outras pesquisas que 
sigam os mesmos parâmetros. 
 
Questões específicas 
Aqui vão entrar perguntas mais diretamente ligadas à sua pesquisa. A construção delas é um processo que você vai realizar junto ao seu orientador. 
Quantas, quais, em que ordem, tudo isso deve ser pensado com bastante cuidado (e testado!) para que você possa produzir dados que sejam válidos e relevantes para sua pesquisa. 
 
Linguagem 
É importante que o seu questionário esteja elaborado pensando em quem vai respondê-lo. Busque adequar a linguagem à faixa etária, à escolaridade e ao referencial cultural do seu público-alvo. Mas cuidado com os estereótipos! Se uma pessoa se sentir menosprezada ou estigmatizada pela forma como você fala com ela, sem dúvida isso vai prejudicar o diálogo e o seu trabalho de pesquisa. 
 
Tamanho 
Quantas perguntas cabem num questionário? Bom, como nós já vimos, cabem quantas a gente quiser. O problema é que o tamanho também pode influenciar as respostas. Questionários muito longos cansam as pessoas e isso, além de mau humor, pode trazer prejuízos. Mesmo depois da quadragésima nona pergunta, o sujeito começa a marcar ou dizer qualquer coisa simplesmente para acabar logo com aquilo. Por outro lado, um questionário muito curto pode deixar uma série de questões não respondidas (porque não foram feitas) de lacunas que você não vai ter como preencher depois. 
O tamanho ideal também tem a ver com: como esse questionário vai ser aplicado. Pedir para uma pessoa responder vinte questões sentada em uma sala de aula pode ser tranquilo,porém pedir a mesma coisa para alguém que você vai abordar no meio da rua no caminho para o trabalho pode ser bem mais complicado. 
Portanto, o tamanho ideal de um questionário é uma ponderação entre tudo o que precisa/poderia ser perguntado e aquilo que os respondentes vão ter condições para responder com qualidade. 
 
Sequência
Em que ordem colocar as perguntas? O quem vem primeiro? O que fica para o final? De novo, não há um modelo único e você vai ter que descobrir qual o arranjo ideal para a sua pesquisa. 
Uma boa dica pode ser agrupar as perguntas por áreas temáticas e perceber se há uma relação entre elas que te obrigue a colocá-las em uma determinada ordem. 
Fazer uma pergunta muito íntima logo “de cara” também pode gerar algum incômodo. Tente organizar as suas perguntas de forma que quem responde possa ter um tempo para ir se ambientando no questionário, e que as questões mais importantes coincidam com o momento em que o sujeito vai estar mais disposto e confortável para responder. 
(p.20)
Agora chegou a sua vez! Faça um exercício de fixação sobre o conteúdo estudado na aula de hoje e fique atento a todas as informações. Para isso, avance a tela.
(p.21)
ATIVIDADE PROPOSTA
1- O questionário é considerado um instrumento de caráter:
Qualitativo
Quantitativo
Mediano
Resposta: quantitativo.
(p.22)
2- Faz parte de um questionário, EXCETO:
Perguntas abertas e fechadas
Entrevistas
Formulários
Conversas informais sem registro
Resposta: Conversas informais sem registro
(p.23)
SÍNTESE DA AULA
Nesta aula, você:
Nesta aula, você aprendeu mais sobre um importante instrumento de pesquisa: o questionário. Identificou os tipos de pergunta e refletiu bastante sobre como construí-las. Viu que as respostas a uma pergunta nem sempre correspondem ao que as pessoas efetivamente pensam ou fazem e que é preciso encontrar muitos caminhos para chegar às respostas que você precisa. Percebeu a importância de fazer um pré-teste e ainda aprendeu várias dicas sobre como estruturar o seu próprio questionário.
O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA
Na próxima aula, você vai estudar:
Organização e preparação dos dados;
categorização e descrição dos dados;
análise e interpretação dos dados.

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