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13/04/2015 1 Profa. Thaís Melo de Paula Seixas GASTROENTEROLOGIA: DOENÇAS DO INTESTINO DELGADO E GROSSO CLÍNICA MÉDICA E TERAPÊUTICA DE PEQUENOS ANIMAIS I DOENÇAS DO INTESTINO DELGADO E GROSSO 1. ENTERITE VIRAL AGUDA 2. ENTERITE BACTERIANA AGUDA 3. PARASITAS GASTRINTESTINAIS 4. ENTERITES POR PROTOZOÁRIOS 5. DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA 6. MEGACÓLON 7. SACULITE ANAL 8. FÍSTULA PERIANAL ENTERITE VIRAL AGUDA ETIOLOGIA Parvovírus Invade e destrói as células epiteliais da cripta intestinal e células progenitoras hematopoiéticas. Coronavírus Invade e destrói as células dos vilos intestinais. ENTERITE VIRAL AGUDA 1 - Parvovirose 2 - Coronavirose 3 - Rotavirose 1 2 3 ENTERITE VIRAL AGUDA Cães das raças Doberman, Pinscher, Rotweiller, Pitt bul e Labrador são mais susceptíveis. Mais comum em filhotes não vacinados. Doença ocorre após exposição ao vírus quando há queda dos anticorpos maternos (aprox. 6 semanas). Invasão das criptas intestinais: colapso das vilosidades, invasão bacteriana subsequente, febre e choque séptico. Destruição das células progenitoras hematopoiéticas: neutropenia. Invasão das células dos vilos intestinais: recuperação mais rápida. ENTERITE VIRAL AGUDA SINAIS CLÍNICOS Prostração, anorexia. Vômito. Diarreia hemorrágica. Hipotermia ou febre. DIAGNÓSTICO Anamnese e exame físico. ELISA para PVC – 2 nas fezes. Teste rápido. 13/04/2015 2 ENTERITE VIRAL AGUDA Teste rápido ENTERITE VIRAL AGUDA TRATAMENTO Correção da desidratação e desequilíbrios hidroeletrolíticos. Antibioticoterapia de amplo espectro. PREVENÇÃO Vacinação. ENTERITE BACTERIANA AGUDA ETIOLOGIA Campylobacter jejuni, Samonella spp, Clostridium perfringens. Infecção oro-fecal. Diarreias agudas que podem ser auto-limitantes. Condições imunossupressoras (quimioterapia, tratamentos com corticoides, doenças autoimunes) podem predispor à enterite. ENTERITE BACTERIANA AGUDA SINAIS CLÍNICOS Semelhantes aos da enterite viral aguda. Prostração, anorexia, diarreia moderada a grave (hemorrágica ou não). Febre. DIAGNÓSTICO Anamnese, exame físico. Pode haver leucocitose. Cultura bacteriana nas fezes. ENTERITE BACTERIANA AGUDA TRATAMENTO Correção da desidratação e do desequilíbrio hidroeletrolítico. Antibioticoterapia quando houver febre e/ou leucocitose. PARASITAS GASTRINTESTINAIS Trichuris vulpi, Toxocara spp, Ancylostoma spp, Dipillidium caninum Causam diarreia, pode haver melena e/ou hematoquesia, diminuição do crescimento em filhotes. DIAGNÓSTICO Exame coproparasitológico. TRATAMENTO Febantel 10 mg/Kg Praziquantel 5 a 7,5 mg/Kg Palmoato de Pirantel 5 mg/Kg 13/04/2015 3 ENTERITES POR PROTOZOÁRIOS ETIOLOGIA Giardia sp (giardíase) e Isospora spp (coccidiose). Giardíase: os animais se infectam pela ingestão de oocistos eliminados pelos animais infectados por meio da água. Os protozoários são encontrados no intestino delgado. Coccidiose: os animais se infectam pela ingestão de oocistos. Os protozoários invadem e destroem as células epiteliais dos vilos intestinais. ENTERITES POR PROTOZOÁRIOS SINAIS CLÍNICOS Diarreia leve a moderada, com presença ou não de sangue. Giardíase: diarreia pode ser persistente, intermitente ou auto- limitante. DIAGNÓSTICO Pesquisa de protozoários nas fezes (método de flotação fecal). Exames seriados... ELISA para giardíase. ENTERITES POR PROTOZOÁRIOS TRATAMENTO Giardíase: Metronidazol 10 a 20 mg/Kg BID durante 8dias. Febendazol 50 mg/Kg SID durante 3 a 7 dias. Praziquantel + Pirantel + Febantel (preparações comerciais) SID por 3 dias consecutivos. Vacinação: auxilia no tratamento da doença crônica. Coccidiose: Sulfa + Trimetropim 15 a 30 mg/Kg BID durante 5 dias. DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA Inflamação intestinal idiopática (diagnóstico de exclusão) – suspeitar em pacientes com diarreia crônica que não responde a tratamentos. Infiltração de células inflamatórias no intestino. Resposta a antígenos bacterianos ou alimentares. Pode acometer estômago, intestino delgado ou grosso. Doença grave: enterite perdedora de proteínas. DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA Afeta cães adultos. Apresentações: 1 – Enterite Linfocítico-Plasmocítária. 2 – Enterite Eosinofílica. 3 – Enterite Granulomatosa. 4 – Linfangiectasia Intestinal (Enteropatia com perda de proteína). DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA SINAIS CLÍNICOS Depende do local de infiltração inflamatória. Estômago e intestino delgado: vômito. Diarreia do intestino delgado, grosso e mista. Hiporexia, anorexia e perda de peso. Enterite perdedora de proteínas: edema de membros e ascite. 13/04/2015 4 DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA DIAGNÓSTICO Hemograma: eosinofilia, linfocitose. Proteínas: hipoproteinemia; hipoalbuminemia. Análise de efusões. Ultrassonografia. Exame histopatológico. Diagnóstico terapêutico. DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA TRATAMENTO Dieta hipoalergênica. Metronidazol 10 a 20 mg/Kg BID Prednisona 2 a 3 mg/Kg SID ou BID e reduzir após 2 a 3 meses. Budesonida 0,125 mg/Kg SID ou BID (cães) 1 mg/gato SID ou SID Casos refratários: Azatioprina 1 mg/Kg SID durante 15 dias, após administrar a cada 48 horas. MEGACÓLON Doença idiopática neuromuscular que causa disfunção da musculatura lisa do cólon hipomotilidade. Megacólon Estase fecal impactação Fecaloma! Comum em gatos machos de pelo curto. MEGACÓLON SINAIS CLÍNICOS Tenesmo. Letargia, emagrecimento, anorexia. Palpação abdominal: massa firme cilíndrica. DIAGNÓSTICO Resenha, anamnese e exame físico. Exame radiográfico. MEGACÓLON Obstipação ou megacólon Associar bisacodil Cirurgia Constipação leve Fibra Lactulose Cisaprida Enemas e extração manual das fezes Suplementar fibra na dieta Recorrência Constipação moderada ou recorrente Óleo mineral e/ou cisaprida Recorrência Resolução Resolução Psyllium 1-4 colheres por refeição Óleo mineral 10-25 ml VO SID Cisaprida 0,1-0,5 mg/kg PO, BID ou TID Lactulose 0,5 ml/kg TID Bisacodil 5 mg PO SID 13/04/2015 5 MEGACÓLON SACULITE ANAL Inflamação e infecção do saco anal. Comum em cães, rara em gatos. Cães de pequeno porte são mais susceptíveis. SINAIS CLÍNICOS Lambedura e mordedura da região. “Deslizar sentado”. Disquesia, hematoquesia. Edema e dor. SACULITE ANAL SACULITE ANAL DIAGNÓSTICO Anamnese e exame físico. TRATAMENTO Compressão dos sacos anais e drenagem de secreção purulenta ou sanguinolenta. Anti-inflamatório esteroidal. Anti-séptico tópico. Pomadas com anti-inflamatório e antibiótico. FÍSTULA PERIANAL Causa desconhecida. Provável inflamação e infecção dos sacos anais, folículos pilosos, criptas anais que se rompem nos tecidos mais profundos. Possível envolvimento imunomediado. SINAIS CLÍNICOS Uma ou mais fístulas ao redor do ânus que drenam secreção mucopurulenta de odor fétido. Disquesia, hematoquesia e dor associada à elevação da cauda. Lambedura excessiva da região. FÍSTULA PERIANAL 13/04/2015 6 FÍSTULA PERIANAL DIAGNÓSTICO Anamnese e exame físico. TRATAMENTO Limpeza e tricotomia. Antibioticoterapia sistêmica. Imunossupressão: Prednisona. Azatioprina.
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