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TRELIÇAS PLANAS Fonte:https://upload.wikimedia. org/wikipedia/commons/c/c5/RRTrussBridgeSideView.jpg Conjunto de elementos de construção (barras redondas, chatas, cantoneiras, I, U, etc.), interligados entre si, sob forma geométrica triangular, através de pinos, soldas, rebites, parafusos, que visam formar uma estrutura rígida, com a finalidade de resistir a esforços normais apenas. A denominação treliça plana deve-se ao fato de todos os elementos do conjunto pertencerem a um único plano. A sua utilização na prática pode ser observada em pontes, viadutos, coberturas, guindastes, torres, etc. TRELIÇA PLANA A treliça ideal é um sistema reticulado indeformável cujas barras possuem todas as suas extremidades rotuladas e cujas cargas estão aplicadas nestas rótulas ou nós. . Imaginam-se as barras rotuladas em suas extremidades: a rotação relativa nos nós é livre (figura (a)); Não é frequente, no entanto, a união destas barras nesta forma, sendo mais comum ligar as barras nos nós por meio de chapas auxiliares, em que se rebitam, soldam ou parafusam as barras concorrentes (figura (b)). Estudos realizados demonstram que, desde que todas as barras tenham seus eixos no mesmo plano e que estes eixos se encontrem em um único ponto em cada nó, os resultados reais diferem muito pouco dos resultados obtidos pela teoria a ser apresentada, sendo ela válida do ponto de vista prático. (a) (b) ESFORÇOS INTERNOS As barras de uma treliça por terem suas extremidades rotuladas (rótulas não absorvem momento), só existem esforços na direção do eixo: R R DIMENSIONAMENTO DE TRELIÇAS PLANAS: Dois métodos de dimensionamento podem ser utilizados para as treliças: 1) Método dos Nós ou Método de Cremona. 2) Método de Ritter ou Método das Seções (analíticos e usados com maior frequência) 1. Método dos Nós ou Método Cremona. O método consiste em verificar o equilíbrio de cada nó da treliça, de acordo com os seguintes passos: i. Determinar as reações nos apoios; ii. Identificar o tipo de solicitação em cada barra: tracionada ou comprimida; iii. Verificar do equilíbrio em cada nó da treliça, iniciando sempre os cálculos pelo nó que tenha o menor número de incógnitas. EXEMPLO 1 Determinar as forças normais nas barras da treliça mostrada na figura. Dados: P = 100 kN a = 2,0 m = 450 A B i) Determinar as reações nos apoios. Estas reações são iguais, pois a carga P está aplicada simetricamente aos apoios: Solução: 𝐅𝐱 = 0 𝐅𝐲 = 0 𝐀𝐱 = 0 𝐀𝐲 = 𝐁𝐲 = 𝐏 2 A P C B 1 3 2 4 5 a a By Ax Ay D 𝐌𝐀 = 𝟎 𝐁𝐲 2 + 2 − 𝟏𝟎𝟎 . 2 = 0 ii) Para calcular os esforços nas barras da treliça, vamos começar pelo nó A que, do mesmo modo que o nó B, é o que possui menor número de incógnitas: 𝐅𝐲 = 0 𝐅𝐱 = 0 Esforços no nó A: A B F1 compressão F2 tração y x Nó A F1 F2 450 Ay =50 kN 𝐅𝟏 cos 45 0 + 𝐅𝟐 = 0 ∴ −70,7 cos 45 0 + 𝐅𝟐 = 0 𝐅𝟐 = 50 kN 50 + 𝐅𝟏cos 45 0 = 0 ∴ 𝐅𝟏 = −70,7 kN Esforços no nó D: 𝐅𝐲 = 0 𝐅𝐱 = 0 𝐅𝟒 = 𝐅𝟐 ∴ 𝐅𝟒 = 50 kN 𝐅𝟑 = 100 kN A B y x Nó A F1= - 70,7 450 Ay =50 y x Nó D F2= 50 F4 P =100 F3 F4 tração F3 tração F2= 50 Esforços no nó B: 𝐅𝐲 = 0 𝐅𝐱 = 0 A B A B ou 450 y x Nó B F4 = 50 F5 By=50 y x Nó D F2= 50 P =100 F3= 100 F4= 50 −50 − 𝐅𝟓 cos 45 0 = 0 ∴ 𝐅𝟓 = −70,7 kN F5 compressão QUADRO RESUMO: BARRA ESFORÇO (kN) TRAÇÃO / COMPRESSÃO 1 -70,7 compressão 2 50 tração 3 100 tração 4 50 tração 5 -70,7 compressão A P C B 1 3 2 4 5 a a D 50 1 0 0 50 EXEMPLO 2 Determinar as forças normais nas barras da treliça mostrada na figura. Dados: 20 kN 6,0 kN 1 ,5 m 2,0 m 2,0 m 1 2 3 4 5 A D C B i) Determinar as reações nos apoios: Ângulo : Solução: tg α = 1,5 2 ∴ α = arctg 1,5 2 ∴ α = 36,870 𝐅𝐱 = 0 𝐅𝐲 = 0 𝐇𝐀 = 6 kN 𝐕𝐀 + 𝐕𝐁 = 𝟐𝟎 𝐌𝐀 = 𝟎 6 . 1,5 + 20 . 2 − 4 𝐕𝐁 = 0 𝐕𝐁 = 12,25 kN 𝐕𝐀 = 7,75 kN ii) Esforços: Esforços no nó A: 20 kN 6,0 kN 1 ,5 m 2,0 m 2,0 m 1 2 3 4 5 A D C B 36,870 36,870 y x Nó A F1 F2 VA =7,75 HA =6 36,870 𝐅𝐲 = 0 𝐅𝐱 = 0 F1 compressão 𝐅𝟏 cos 36,87 0 + 𝐅𝟐 − 6 = 0 ∴ 𝐅𝟏 cos 36,87 0 + 𝐅𝟐 = 6 𝐅𝟏 sen 36,87 0 + 𝐕𝐀 = 0 ∴ 𝐅𝟏 sen 36,87 0 + 7,75 = 0 𝐅𝟏 = −12,92 kN 𝐅𝟐 = 6 − 𝐅𝟏 cos 36,87 0 𝐅𝟐 = 6 − −12,92 cos 36,87 0 ∴ 𝐅𝟐 = 16,33 kN F2 tração Esforços no nó D: 20 kN 6,0 kN 1 ,5 m 2,0 m 2,0 m 1 2 3 4 5 A D C B 36,870 36,870 𝐅𝐲 = 0 𝐅𝐱 = 0 F3 tração F4 tração y x Nó A VA =7,75 HA =6 36,870 F1= -12,92 F2= 16,33 y x Nó D F2= 16,33 F4 P =20 F3 −𝐅𝟐 + 𝐅𝟒 = 0 ∴ −16,33 + 𝐅𝟒 = 0 ∴ 𝐅𝟒 = 16,33 kN 𝐅𝟑 − 20 = 0 ∴ 𝐅𝟑 = 20 kN Esforços no nó B: 20 kN 6,0 kN 1 ,5 m 2,0 m 2,0 m 1 2 3 4 5 A D C B 36,870 36,870 𝐅𝐲 = 0 𝐅𝐱 = 0 F5 compressão y x Nó B F5 VB=12,25 36,870 y x Nó D F2= 16,33 P =20 F3= 20 F4= 16,33 F4= 16,33 −𝐅𝟒 − 𝐅 𝟓 cos 36,87 0 = 0 ∴ −16,33 − 𝐅 𝟓 cos 36,87 0 = 0 𝐅𝟓 = −20,41 kN 12,25 + 𝐅 𝟓 sen 36,87 0 = 0 𝐅 𝟓 = −20,41 kN ou QUADRO RESUMO: BARRA ESFORÇO (kN) TRAÇÃO / COMPRESSÃO 1 -12,92 compressão 2 16,33 tração 3 20 tração 4 16,33 tração 5 -20,41 compressão 16,33 2 0 16,33 20 kN 6,0 kN 1 ,5 m 2,0 m 2,0 m 1 2 3 4 5 A D C B EXEMPLO 3 Determinar as forças normais nas barras da treliça mostrada na figura. Dados: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 i) Determinar as reações nos apoios: Solução: 𝐅𝐱 = 0 𝐅𝐲 = 0 𝟐𝟎 − 𝐀𝐱 = 0 ∴ 𝐀𝐱 = 20 kN 𝐀𝐲 + 𝐁𝐲 = 𝟐𝟎 O sentido de Ay é contrário ao arbitrado A D C B E F 3,0 m 3,0 m 3,0 m 20 kN 20 kN Ay Ax By 1 2 3 4 5 6 7 8 9 (𝐁𝐲 . 3) − 𝟐𝟎 . 3 − 20 . 6 = 0 ∴ 𝐁𝐲 = 60 kN 𝐀𝐲 + 60 = 20 ∴ 𝐀𝐲 = −40 kN 𝐌𝐀 = 𝟎 ii) Para calcular os esforços nas barras da treliça, vamos começar pelo nó B que, do mesmo modo que o nó E, é o que possui menor número de incógnitas: Esforços no nó B: barras 3, 4 𝐅𝐱 = 0 𝐅𝐲 = 0 A D C B E F 3,0 m 3,0 m 3,0 m 20 kN 20 kN Ay Ax By 1 2 3 4 5 6 78 9 y x Nó B F3 F4 By =60 𝐁𝐲 + 𝐅𝟒 = 0 ∴ 𝐅𝟒 = −60 kN F4 compressão Esforços no nó A: barras 1, 2, 3 𝐅𝐱 = 0 𝐅𝐲 = 0 A D C B E F 3,0 m 3,0 m 3,0 m 20 kN 20 kN Ay Ax By 1 2 3 4 5 6 7 8 9 −𝐀𝐱 + 𝐅𝟑 + 𝐅𝟐 cos 45 0 = 0 ∴ −20 + 0 + 𝐅𝟐 cos 45 0 = 0 𝐅𝟐 = 28,28 kN 𝐅𝟏 = 20 kN 450 y x Nó A F3=0 F1 F2 A y= - 40 Ax=20 F1 tração F2 tração Esforços no nó D: barras 2, 4, 7, 8 𝐅𝐱 = 0 𝐅𝐲 = 0 A D C B E F 3,0 m 3,0 m 3,0 m 20 kN 20 kN Ay Ax By 1 2 3 4 5 6 7 8 9 𝐅𝟖 = −40 kN 450 y x Nó A F3=0 F1 A y= - 40 Ax=20 F2= 28,28 F4= - 60 y x Nó B F4 By =60 F3= 0 F4= - 60 y x Nó D F7 F8 F2 = 28,28 450 −(−60) + 𝐅𝟖 − 𝐅𝟐 cos 45 0 = 0 ∴ 60 + 𝐅𝟖 – 28,28 cos 45 0 = 0 F8 compressão F7 compressão −𝐅𝟕 − 𝐅𝟐 sen 45 0 = 0 ∴ −𝐅𝟕 − 28,28 sen 45 0 = 0 ∴ 𝐅𝟕 = −20 kN Esforços no nó F: 𝐅𝐱 = 0 𝐅𝐲 = 0 A D C B E F 3,0 m 3,0 m 3,0 m 20 kN 20 kN Ay Ax By 1 2 3 4 5 6 7 8 9 −𝐅𝟗 − 𝐅𝟔 cos 45 0 = 0 ∴ 𝐅𝟗 = −𝐅𝟔 cos 45 0 −𝐅𝟖 − 20 − 𝐅𝟔 cos 45 0 = 0 ∴ − −40 − 20 − 𝐅𝟔 cos 45 0 = 0 𝐅𝟔 = 28,28 kN 𝐅𝟗 = −28,28 cos 45 0 ∴ 𝐅𝟗 = −20 kN 450 y x Nó F F8= - 40 F6 20 F9 F4= - 60 y x Nó D F2 = 28,28 450 F8= - 40 F7= - 20 F9 compressão F6 tração Esforços no nó E: 𝐅𝐲 = 0 A D C B E F 3,0 m 3,0 m 3,0 m 20 kN 20 kN Ay Ax By 1 2 3 4 5 6 7 8 9 y x Nó E F5 20 F9= - 20 𝐅𝟓 = 0 BARRA ESFORÇO (kN) 1 20 tração 2 28,28 tração 3 0 4 - 60 compressão 5 0 6 28,28 tração 7 - 20 compressão 8 - 40 compressão 9 - 20 compressão QUADRO RESUMO: 3,0 m 3,0 m 4 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 - 20 2 0 - 6 0 - 20 0 6 0 20 EXERCÍCIO 1 Determinar as forças normais nas barras da treliça dada. Respostas: 2. Método das Seções ou Método de Ritter Deve-se proceder da seguinte forma: (a) Corta-se a treliça em duas partes; (b) Adota-se uma das partes para verificar o equilíbrio. Ao cortar a treliça deve-se observar que o corte a intercepte de tal forma, que se apresentem no máximo 3 incógnitas (para que haja solução, por meio das equações de equilíbrio). Entrarão nos cálculos, somente as barras da treliça que forem cortadas, as forças ativas e reativas da parte adotada para a verificação de equilíbrio. (c) Repetir o procedimento, até que todas as barras da treliça estejam calculadas. Neste método, pode-se considerar inicialmente todas as barras tracionadas, ou seja, barras que “puxam” os nós; as barras que apresentarem sinal negativo nos cálculos, estarão comprimidas. EXEMPLO 1 Determinar as forças normais nas barras da treliça mostrada na figura. P = 100 kN Determinação de h: i) Reações de apoio: tendo em vista a simetria do carregamento: Solução: tg 530 = h 1,0 ∴ h = tg 530 ∴ h = 1,33 m 𝐕𝐀 = 𝐕𝐁 = P 2 ∴ 𝐕𝐀 = 𝐕𝐁 = 50 kN (b) Cálculo dos esforços nas barras Para determinar o esforço normal nas barras 1 e 2, aplica-se o corte AA na treliça e adota-se a parte à esquerda do corte para verificar o equilíbrio: A A B B 𝐅𝐲 = 0 𝐅𝐱 = 0 A A 𝐅𝟏 cos 53 0 + 𝐅𝟐 = 0 ∴ 𝐅𝟐 = −𝐅𝟏 cos 53 0 𝐅𝟏 sen 53 0 + 𝐕𝐀 = 0 ∴ 𝐅𝟏 sen 53 0 + 50 = 0 𝐅𝟏 = −62,61 kN 𝐅𝟐 = − −62,61 cos 53 0 𝐅𝟐 = 37,68 kN F1 compressão F2 tração Por meio do corte BB, determinam-se as forças nas barras 3 e 4: 𝐅𝐲 = 0 𝐅𝐱 = 0 F4 compressão 𝐅𝟒 + 𝐅𝟑 cos 53 0 + 𝐅𝟐 = 0 ∴ 𝐅𝟒 + 𝐅𝟑 cos 53 0 = −37,68 F4 F3 F2=37,68 VA=50 −𝐅𝟑 sen 53 0 + 𝐕𝐀 = 0 ∴ −𝐅𝟑 sen 53 0 + 50 = 0 𝐅𝟑 = 62,61 kN 𝐅𝟒 + 62,61 cos 53 0 ∴ 𝐅𝟒 = −75,6 kN F3 tração Como a treliça é simétrica, conclui-se que: Portanto: 𝐅𝟔 = 𝐅𝟐 = 37,68 kN 𝐅𝟕 = 𝐅𝟏 = −62,61 kN 𝐅𝟓 = 𝐅𝟑 = 62,61 kN - 62,61 - 62,61 62,61 62,61 37,68 37,68 - 75,6 EXERCÍCIO 1: Determinar as forças normais nas barras da treliça mostrada na figura pelo Método de Cremona. 1 8 k N 3 6 k N 2,0 m 2 ,0 m 2,0 m 2,0 m Sugestão de seções:
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