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Planejamento de Ensino: Conceitos e Fases

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PPllaanneejjaammeennttoo ddee EEnnssiinnoo 
Módulo I 
 
 
 
Parabéns por participar de um curso dos 
Cursos 24 Horas. 
Você está investindo no seu futuro! 
Esperamos que este seja o começo de 
um grande sucesso em sua carreira. 
 
Desejamos boa sorte e bom estudo! 
 
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo 
site 
www.Cursos24Horas.com.br 
 
Atenciosamente 
Equipe Cursos 24 Horas 
 
 
 
Sumário 
 
 
Introdução..................................................................................................................... 3 
Unidade 1 - Conceituação ............................................................................................. 4 
1.1 - O que é planejamento educacional?....................................................................... 5 
1.2 - Fases e etapas do planejamento ............................................................................. 9 
1.3 - Recursos Didáticos ............................................................................................. 22 
1.4 - Implementação e controle do planejamento......................................................... 31 
Unidade 2 - Alicerçando o planejamento..................................................................... 36 
2.1 - Instrumentos úteis ao planejamento..................................................................... 37 
2.2 - Currículo Escolar ................................................................................................ 42 
2.3 - Estruturação Didática da Aula............................................................................. 47 
2.4 - Projeto Escolar - Projeto Político Pedagógico (PPP)............................................ 57 
Conclusão do módulo.................................................................................................. 69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
 
Introdução 
 
Prezado(a) Aluno(a), 
 
O planejamento já faz parte do dia a dia do 
professor, porém todo início de ano letivo o 
educador se sente angustiado e pressionado por 
essa etapa. Falar de planejamento nas escolas 
tornou-se um tabu, por diversos fatores históricos 
da educação brasileira. 
 
Por isso, o que proporemos neste curso é oferecer os instrumentos, metodologias 
e técnicas necessárias para a realização do planejamento de maneira prazerosa, eficaz 
para você professor, ou profissional da educação e, por conseguinte significativo para os 
alunos contribuindo para o aprendizado destes, permitindo assim o alcance de bons 
resultados. 
 
O curso aborda as questões docentes de maneira prática, didática, com uma 
linguagem clara e foi produzido com base em teorias pedagógicas, fundamentais para o 
exercício docente, permitindo um bom desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem. 
 
Esperamos que você aproveite ao máximo os ensinamentos deste curso, e que 
faça a diferença na vida de seus alunos, cooperando na formação de uma sociedade 
melhor, pois como disse o grande educador Paulo Freire “Se a educação sozinha não 
transforma a sociedade, sem ela, tampouco a sociedade muda”. 
 
 
Sucesso em sua carreira e bons estudos! 
 
 
 
 
4
 
Unidade 1 - Conceituação 
 
Prezado(a) Aluno(a), 
 
Seja bem-vindo(a) ao Curso de 
Planejamento de Ensino, oferecido pelo 
Cursos 24 Horas! Nesta unidade iremos 
estudar os principais conceitos relacionados ao 
planejamento de ensino. Pretende-se 
desmistificar o planejamento, esclarecendo as 
principais dúvidas, partindo do contexto 
histórico que subsidia até os dias atuais o planejamento. 
 
Essa primeira parte compreende um conjunto mais abrangente, portanto 
fundamental para fortalecer, organizar e preparar esse início de planejamento. Isso 
primordial para um excelente ano letivo. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
1.1 - O que é planejamento educacional? 
 
O ato de planejar está no 
inconsciente de muitas pessoas ao 
planejarem suas atividades 
pedagógicas diárias. Algumas pessoas 
nem mesmo refletem ou tem intenção 
de planejar, mas acabam fazendo isso 
automaticamente, como uma forma de 
organizar melhor o seu dia a dia, seus 
gastos, seu tempo e sua rotina diária. Entretanto o ato de planejar não é um conceito 
entendido por todos. 
 
Os atos do ser humano sempre são em função de algo, podendo ser atos 
aleatórios ou atos planejados. Agir aleatoriamente significa "ir fazendo as coisas", sem 
ter clareza de onde se quer chegar, entretanto, agir de modo planejado significa definir 
metas e construir conscientemente um planejamento. 
 
Segundo a definição do dicionário Houaiss, planejar é elaborar um plano, 
projetar. Organizar um plano ou roteiro. Ter a intenção ou pretender algo. O 
planejamento nos ajuda a traçar metas de onde, como e o porquê de se alcançar 
determinados objetivos. O planejamento funciona como um facilitador, pois ajuda a 
alcançar metas preestabelecidas. 
 
Planejamento não é uma tarefa fácil, corresponde à arte de elaborar planos e 
saber como executá-los eficazmente. Trata-se de uma ferramenta necessária que requer 
uma gama de atividades, como análise, reflexão e previsão, coerência, sequência e 
flexibilidade, conhecimentos e competências etc. Essas atividades devem ser planejadas, 
antes da execução de um plano. Pretende-se estudá-las ao longo deste curso. 
 
Um planejamento pode ser necessário frente às novas situações ou como 
instrumento de mudança e melhoria. Acreditar nas mudanças, ter vontade de 
 
 
6
 
crescimento e aceitar os erros. Quem não se planeja, não organiza suas ações e pode 
cometer erros e, não raramente, trilhar os mesmos caminhos permanecendo na mesma 
situação. 
 
No ensino não é diferente, o planejamento assume posição de destaque na 
atividade educacional. O planejamento é um transformador da realidade, é o grande 
desafio de qualquer educador. Dessa forma, no ensino, o planejamento é necessário para 
transformar a realidade que cerca o professor. O sistema educacional brasileiro pede por 
mudanças e por uma tomada de sérias atitudes diante da realidade. 
 
No ensino, planejar é prever os acontecimentos a serem trabalhados e organizar 
atividades voltadas para o ensino-aprendizagem. É rever as estratégias, incorporar novas 
metodologias e acompanhar as mudanças educacionais. Funciona também na superação 
de rotina e como um motivador tanto para quem ensina, pois sabe o que vai alcançar, 
qual direção tomar e também para quem aprende, pois consegue enxergar o propósito do 
que está aprendendo. Assim, entende-se, portanto, o planejamento como um processo de 
grande importância para alcançar um fim previsto. 
 
O planejamento, visto por essa óptica, parece algo perfeito, fácil e linear. 
Acontece que a teoria é fácil, mas a prática é muito difícil. Diante das vicissitudes 
diárias na vida de um educador, mesmo com um ótimo planejamento tudo pode 
desmoronar. O planejamento educacional exige diretrizes firmes, como se verá nesse 
curso. 
 
Existem alguns impedimentos que prejudicam a aplicação do planejamento de 
forma adequada. Os impedimentos mais comuns ocorrem quando o planejamento é 
desacreditado e quando é inadequado. 
 
 
 
 
 
 
 
7
 
Quando o planejamento é desacreditado. 
 
Existe uma ambiguidade, uma ação 
contraditória na fala dos professores. Eles afirmam a 
importância do planejamento, mas não o executam. O 
planejamento escolar está em um âmbito da 
descrença. É preciso trabalhar com essa descrença, 
criando métodos de avaliação contínua que 
demonstrem os resultados alcançados com o 
planejamento. Essa avaliação nos motiva a manter oplanejamento como um instrumento fundamental para nortear a prática pedagógica. 
 
O planejamento do ensino deve ser feito com seriedade e não encarado como 
uma burocracia documental, feito apenas por mera formalidade, uma obrigação 
pedagógica, depois engavetada e esquecida. Por conseguinte, os planos não são postos 
em ação e os objetivos não alcançados. 
 
O planejamento não é o inimigo e sim um aliado, uma oportunidade de rever os 
erros e de melhorá-los. Essa não é uma arte exata, precisa ser adequada ao longo do 
processo educacional, requer prática e experiência. 
 
Quando planejamento é inadequado 
 
Por vezes, o planejamento é simplesmente inadequado, não por falta de esforço 
ou de conhecimentos da disciplina por parte dos professores. O professor planejou 
cuidadosamente suas aulas, os conteúdos mais relevantes da matéria que irá lecionar. 
Esses conteúdos foram incluídos ao currículo escolar e aprovados pela coordenação. 
Depois gastou-se bastante tempo, lendo vários livros e preparando cuidadosamente suas 
aulas. 
 
Parece que tudo vai funcionar perfeitamente, porém é comum, durante as aulas, 
o professor se deparar com situações adversas, notando que os seus alunos parecem 
 
 
8
 
desmotivados, perdidos e, por consequência, desmotiva-se, desanima-se com o próprio 
planejamento. Na hora da avaliação, o professor pode notar o despreparo dos alunos, 
nesse momento corre-se o risco de desacreditar do planejamento. 
 
 Então, o educador se questiona sobre o que 
houve de errado? Acredita ter feito tudo para dar 
certo! O primeiro pensamento é atribuir seu 
fracasso aos alunos. Neste caso, provavelmente o 
que ocorreu foi uma inadequação por falta de 
levantamento de informações e de pesquisas sobre 
as exigências atuais da sociedade. 
 
Pode ocorrer de o professor perceber ao longo do ano letivo que seu 
planejamento não está funcionando, mesmo com todo o esforço que foi empenhado. 
Nesse caso, o professor não conhecia algumas etapas importantes do planejamento. 
 
Contexto histórico 
 
A descrença, o desânimo e a inadequação têm uma base histórica. Essa situação 
começou na década de 70, com a teoria comportamentalista de Burrhus Frederic 
Skinner (Teórico comportamentalista). Essa teoria influenciou a educação da época. Era 
dado um foco maior nos conteúdos e na definição de objetivos. 
 
Por meio dessa tendência, o planejamento foi burocratizado, com uma papelada 
infinita e formulários, um otimismo excessivo permeava a escola. Os resultados foram 
decepcionantes para os educadores, pois havia muita documentação desnecessária. Os 
resultados não foram exatamente os previstos. Acreditava-se muito no saber 
enciclopédico e na memorização. O aluno, por sua vez, saía da escola despreparado para 
os desafios do mundo. 
 
Mudanças foram acontecendo ao longo dos anos. E na década de 80, essa visão 
comportamentalista foi dando lugar a outras linhas de pensamento. Neste momento, está 
 
 
9
 
em voga a pedagogia Crítica dos Conteúdos, o planejamento foi abandonado em função 
do processo educacional. A burocracia dá lugar ao pensamento crítico e o planejamento 
é deixado de lado. 
 
Essa linha de pensamento tem o cotidiano e as experiências pessoais do aluno 
como base. Os saberes são construídos a partir da realidade do aluno. Valoriza-se a 
socialização e o aspecto cultural do ambiente escolar bem como o desenvolvimento das 
habilidades e competências do aluno. A educação passa a ser vista como um processo 
político-social e não apenas um local onde se acumulam os conhecimentos. 
 
Retomando: Skinner (1904-1990) afirmava que é possível modelar o indivíduo, 
através de estímulos e reforços adequados. Segundo ele, todo comportamento é 
determinado pelo ambiente. Ou seja, um professor pode definir os objetivos que 
pretende alcançar com seus alunos e oferecer-lhes os estímulos e recompensas à medida 
que os alunos avançam. 
 
Após este período o planejamento se apresenta, tal como conhecemos hoje: 
inadequado e desacreditado. Um assunto sobre o qual os professores não tratam nas 
reuniões pedagógicas. 
 
1.2 - Fases e etapas do planejamento 
 
Como se vê, planejar é prever 
antecipadamente algo futuro. Para tanto é 
preciso conhecer o presente, a realidade 
atual. Esta funciona como um ponto de 
partida e vai revelar quais são nossas 
deficiências, quais são os objetivos ainda 
não alcançados e que almejamos alcançar. 
 
A função principal do planejamento 
 
 
10
 
de ensino é realizar um trabalho transformador. O planejamento é o produto desse 
processo de reflexão e decisão. Ao elaborar um planejamento de ensino, é necessário 
decorrer de maneira organizada e antecipada, preparando as atividades que serão 
desenvolvidas ao longo do ano letivo. Esse planejamento deve se basear em 
fundamentos teóricos, métodos pedagógicos e, também, no sistema de organização e 
administração da escola. 
 
Existem algumas reflexões que devem preceder o planejamento. Essas reflexões 
auxiliam em sua construção. É preciso pensar para quem se direciona, o que se está 
planejando e para quê vão servir as suas ações. Seguem alguns exemplos para melhor 
entendimento: 
 
• O que se pretende fazer, o porquê e para quem? 
 
• Que objetivos pretende-se alcançar? 
 
• Que estratégias serão utilizadas para alcançar tais objetivos? 
 
• Quanto tempo será necessário para alcançar os objetivos? 
 
• Como avaliar se os resultados estão sendo alcançados? 
 
É a partir dessas indagações que se começa a esboçar o planejamento escolar. Veja 
um esquema da estrutura do processo de planejamento formulada por Vasconcellos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11
 
PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM. 
 
 
 
Análise da realidade Projeção da finalidade Formas de mediação 
 
Conhecimento Objetivo (para quê) Conteúdo (o que) 
da realidade Metodologia (como, onde) 
 Recursos (com o que) 
 Sujeitos (quem, para quem) Geral 
 Objeto(o que/ disciplina) Especifico 
 Contexto (onde, quando) 
 
Necessidade (porquê) 
 
 
 Plano 
 
 
 Realização Ação Pedagógica 
 Interativa 
 
 Análise do Processo 
 Confronto Realização – Elaboração 
 + Tomada de Decisão 
 (como está evoluindo) 
 
 
 Avaliação de Análise do Processo 
 Conjunto e do Produto 
 
(Fonte: Vasconcellos, 1995) 
 
 
12
 
Fase Diagnóstica 
 
Nessa fase inicial, o diagnóstico da turma com a qual irá se trabalhar deve ser 
detalhado. É preciso conhecer os elementos pedagógicos (que já foram trabalhados), 
compreender quais elementos psicológicos envolvidos (anseios e comportamentos 
próprios de cada idade), além de uma análise econômica, social, política e cultural 
(conhecer o contexto em que está inserido o aluno). É fundamental fazer um diagnóstico 
inicial, buscando dados que nos permitam caracterizara clientela. 
 
Porém, o diagnóstico não é apenas um retrato da realidade ou um levantamento 
de problemas, é um confronto entre o real e o desejável. Abaixo temos um esquema 
claro e representativo do diagnóstico escolar. 
 
 
 
 
 
SituaçãoComparação Objetivo 
 
 
Necessidades 
 
(Esquema de Diagnóstico, elaborado por Vasconcellos) 
 
O conhecimento da realidade do aluno vai subsidiar as práticas de ensino. 
Portanto, é necessário trabalhar em função da realidade do educando e não do professor. 
Por exemplo, o professor pode dizer que os alunos de terceiro ano são obrigados a saber 
produzir textos coerentes, quando a realidade não é essa, é errôneo partir do pressuposto 
de que o aluno deveria saber, e sim do que ele realmente sabe. Enxergar a 
individualidade de cada um é apenas o começo do caminho. 
 
Mas fazer esse diagnóstico não é só criticar, ver os defeitos. É preciso identificar 
 
 
13
 
as dificuldades e os facilitadores. Para compreender a realidade deve-se, portanto, ir 
além das aparências, da descrição da realidade. A descrição da realidade não é o 
suficiente para o diagnóstico, embora seja necessária. Diagnosticar é identificar os 
problemas mais relevantes, ou seja, aqueles que efetivamente precisam ser resolvidos 
para a melhoria do ensino. 
 
Depois de coletar os dados, deve-se chegar a uma conclusão de quais objetivos 
são alcançáveis e viáveis e ainda, o que já foi alcançado. É preciso um esforço de 
reflexão crítica para distinguir necessidades reais e necessidades alienadas (entende-se 
por necessidades alienadas, aquelas que não correspondem ao interesse daquela 
comunidade, e sim ao interesse de grupos que procuram algum tipo de vantagem). Essa 
tarefa exige atenção, perspicácia e sistematização dos dados. 
 
A Elaboração do planejamento 
 
Depois de feito o diagnóstico, tem-se as condições necessárias para estabelecer 
os objetivos possíveis e mais adequados de serem alcançados. Inicia-se aqui, a parte 
ativa do planejamento que é elaboração do plano. Essa fase é um pouco mais longa. A 
seguir vamos detalhar alguns passos que o professor deve seguir. 
 
Definição dos objetivos 
 
 Definir os objetivos é o 
primeiro passo na elaboração 
do planejamento. Nessa fase, é 
preciso determinar com 
clareza aquilo que se pretende 
atingir. Essa afirmação parece 
óbvia, mas na prática o que 
mais ocorre é a improvisação 
na sala de aula, pois muitos 
professores já dominam o 
 
 
14
 
conteúdo e lecionam há muito tempo. 
 
 É nessa hora que o professor se perde pela falta de organização e da definição 
dos objetivos, pode chegar o fim o semestre observar que ainda falta muito conteúdo a 
ser ensinado, mas não existe tempo hábil para tal. 
 
 Essa definição nos dá uma prévia de quanto tempo levaremos pra alcançar os 
objetivos gerais impostos pelo sistema educacional. Nesse momento devem ser 
consideradas as finalidades da educação escolar na sociedade e na nossa escola, bem 
como o calendário e o horário escolar. 
 
 Por exemplo: o professor deseja fazer um projeto de leitura com os alunos, para 
tanto deve levar em consideração quais são as habilidades a serem desenvolvidas nesse 
projeto, como articular com as atividades já previstas no currículo escolar e qual é a 
relevância para a formação do aluno. 
 
 Os objetivos não podem ser feitos apenas pela perspectiva do professor, mas 
devem atender aos anseios daquela comunidade e as demandas atuais da sociedade. 
Como nosso sistema educacional é tradicionalista, esse fase pode ser mais difícil. Nossa 
sociedade também é tradicional, pode ser que as pessoas estranhem mudanças dentro da 
escola. Sem contar que, existem as exigências curriculares que cada disciplina deve 
compreender. 
 
 De modo geral, sempre há espaço para que o professor faça o seu planejamento a 
partir das diretrizes escolares (que são feitas com base nos documentos oficiais) e 
enfatizar como abordar os conteúdos. O professor não deve ficar engessado pela 
filosofia institucional da escola. 
 
Nessa etapa, o professor pode e deve contar com a participação dos estudantes, 
envolvendo-os no processo. Faz-se um diagnóstico preliminar, compreendendo o aluno 
em sua individualidade, nada mais justo do que a participação ativa do educando no 
processo de aprendizagem. Na educação, tanto professor como o aluno são partes do 
 
 
15
 
processo de ensino-aprendizagem. 
 
 O professor deve escrever antes de cada aula, o roteiro, ou seja, o que será feito 
no dia. Essa rotina ajuda o professor e o aluno a se organizarem. Essa prática deve ser 
mantida como uma rotina para orientar o aluno sobre o processo de aprendizagem. 
 
 A definição de objetivos antecipa os resultados esperados do trabalho do 
professor e do aluno. São os fins e os meios que orientam as tarefas para uma direção. 
Não há práticas educativas sem objetivos. 
 
 Existem os objetivos que serão alcançados em longo prazo e em curto prazo. Os 
objetivos de longo prazo são os gerais, como o que se espera com o curso, ou quais 
competências os alunos terão adquirido ao final do semestre. Os objetivos de curto 
prazo são aqueles específicos definidos para cada aula. 
 
 Os objetivos gerais definem as perspectivas da prática educativa da sociedade 
brasileira, e os propósitos do papel da escola diante da realidade social que serão 
convertidos em objetivos específicos de cada matéria de ensino, conforme os graus 
escolares e idades dos alunos. 
 
 A definição clara dos objetivos determinará as exigências e resultados esperados, 
referentes aos conhecimentos e habilidades. Por exemplo, o aluno de 11 anos ao iniciar 
o 6º ano, deveria ser capaz de solucionar situações problemas x. Esse é um objetivo 
específico que está dentro dos objetivos gerais de que com essa idade é desejável que o 
aluno, tenha desenvolvido a capacidade de raciocínio lógico e seja capaz de interpretar 
textos. 
 
 Sabe-se que, na maioria dos casos, o professor não participa diretamente dos 
objetivos gerais do sistema escolar, porém no nível escolar participa diretamente, pois o 
plano escolar é um trabalho coletivo, realizado nas reuniões pedagógicas. Participa mais 
diretamente ainda no plano de ensino, mesmo que organizado junto com os colegas (o 
que é sugerido), esse plano vai orientar sua rotina na sala de aula. 
 
 
16
 
 Os objetivos são construídos a partir de três diretrizes: 
 
• Valores e ideais políticos do sistema social. 
 
• Conteúdos básicos científicos. 
 
• As necessidades e expectativas da formação cultural. 
 
 Essas diretrizes são interligadas e contraditórias, são contraditórias na medida 
em que os conteúdos estão em discordância com a realidade dos alunos. Também existe 
um interesse do sistema social que os alunos assimilem esses conteúdos, já que estes 
disseminam a ideologia de grupos dominantes. 
 
 De certa forma, o professor na definição dos objetivos, com base nos 
documentos oficiais, deve se posicionar de forma crítica e identificar os objetivos de 
acordo com sua relevância social. Essa afirmação pode parecer muito radical, mas as 
ideologias e convicções do educador atingem diretamente os alunos, por isso a 
importância dessa posição crítica, porque os conteúdos transmitidos para os alunos, não 
podem ser os ideais particulares do professor, mas sim relevantes subsídios e condições 
para que os próprios alunos se tornem indivíduos críticos e autônomos. 
 
Objetivos gerais 
 
 O professor deve conhecer e estudar os 
documentos oficiais (Parâmetros Curriculares Nacionais 
– PCN’s ), pois os objetivos gerais estão vinculados às 
diretrizes nacionais, estaduais e municipais de ensino. 
Esses objetivos gerais auxiliam os professores na seleção 
dos objetivos específicos de ensino. Devem garantir a 
todas as crianças uma sólida preparação cultural e 
científica. Os objetivos gerais funcionam como ponto de 
partida para o planejamento de ensino e são definidos 
 
 
17
 
por: 
 
• Documentos oficiais.• Escola que estabelece seus princípios e diretrizes para orientação do trabalho 
docente, determinados pelo consenso da coordenação e do corpo docente. 
 
• E usados pelo professor na aplicação da sua disciplina, como base para elaborar 
seu planejamento. 
 
Objetivos Específicos 
 
 Tem caráter didático e pedagógico e expressam as expectativas do professor 
sobre o que deseja que seus alunos aprendam no processo de ensino. Existe uma estreita 
relação entre o objetivo, o conteúdo e a metodologia de ensino, pois os conteúdos são 
preparados a partir dos objetivos específicos e aplicados de acordo com a metodologia 
elegida pelo professor. Os objetivos específicos devem atender aos seguintes critérios: 
 
• Especificar os conhecimentos, habilidades fundamentais para sem usadas no 
futuro escolar e pessoal. 
 
• Seguir uma sequência lógica, de forma que os conhecimentos e habilidades 
estejam inter-relacionados. 
 
• Devem ser claros e compreensíveis aos alunos. 
 
• Estimulantes e com nível de dificuldade gradativo. 
 
• Estimar os resultados da aprendizagem. 
 
 A seguir uma matéria que dá importantes dicas de como iniciar o planejamento, 
definindo os objetivos e também fala sobre importância da fase diagnóstica, que 
 
 
18
 
falamos anteriormente. 
 
 
 
 
19
 
Ponto de chegada: a definição do currículo 
 
Conhecer o que os alunos precisam saber (as chamadas expectativas de 
aprendizagem) facilita o alinhamento das atividades para o ano. 
 
Daniela Almeida 
 
O bom planejamento envolve toda a rede municipal ou estadual (na definição de 
objetivos comuns), a comunidade escolar (na definição das metas de cada instituição 
específica) e, claro, os professores (na definição de como os conteúdos serão 
trabalhados em sala de aula). Nesse momento, é fundamental ter em mente aonde se 
quer chegar - ou seja, explicitar as chamadas expectativas de aprendizagem para poder 
pensar nas melhores formas de trabalhar cada um dos conteúdos (leia nos quadros que 
acompanham esta reportagem um resumo do que se espera que os alunos saibam ao fim 
dos cinco primeiros anos, em Língua Portuguesa e Matemática, com base em 
documentos das secretarias de Educação do estado e do município de São Paulo). 
 
Infelizmente, ainda há poucas redes e escolas trabalhando com expectativas 
bem definidas. Mas é importante saber que elas nada mais são que a descrição dos 
conteúdos e das habilidades essenciais a desenvolver em cada disciplina. Além disso, 
devem mostrar como o domínio de cada conteúdo avança ao longo da escolaridade. Se 
no 1º ano o aluno precisa saber produzir um texto ditando-o ao professor, as metas para 
o ano seguinte devem prever qual o próximo passo desse aprendizado (produzir, por 
conta própria, reescritas de histórias conhecidas, por exemplo). Em Matemática, as 
crianças começam a ter contato com tabelas simples no 1º ano - para poder chegar ao 5º 
interpretando dados de representações com dupla entrada. E assim por diante, em cada 
disciplina. 
 
Na vida real, essa primeira etapa da definição de conteúdos se dá antes mesmo 
do início das aulas, quando são identificados os grandes temas a ensinar. Se você vai 
lecionar para a mesma série que no ano anterior, uma boa estratégia é olhar para trás e 
observar o que funcionou - e quais objetivos não puderam ser alcançados. Com base 
 
 
20
 
nos registros (anotações no caderno, avaliações dos alunos etc.), é preciso avaliar: os 
conteúdos foram absorvidos pela turma? Consegui cumprir as metas? O que vou fazer 
diferente para que todas as crianças efetivamente aprendam o que é necessário? 
 
Depois da fase inicial de avaliação diagnóstica, o próximo passo é colocar as 
novas metas no papel. O que realmente importa é que esse material seja consultado e 
reavaliado por várias vezes ao longo do ano. O modelo mais tradicional é montar uma 
lista de conteúdos. Mas você pode construir uma tabela, com colunas dedicadas ao 
conteúdo, às estratégias de ensino, às ferramentas utilizadas (tipo de material didático) 
e aos objetivos a serem alcançados. 
 
"Infelizmente, esse exercício é muito menos comum do que deveria em nossas 
escolas", reforça Marta Nornberg, do curso de Pedagogia do Centro Universitário La 
Salle, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. "Ainda somos, enquanto 
professores, profissionais que pouco registram o que projetam realizar. Daí a 
necessidade de articular uma construção definindo o que se quer (aonde chegar), como 
fazer isso, o conjunto de estratégias de ensino, por quanto tempo usar cada uma delas e 
com que profundidade trabalhar os conteúdos" (leia aqui uma reportagem sobre as 
formas de organizar as aulas). 
 
Marta sugere destrinchar os conteúdos numa grade semanal, variando tanto as 
atividades de sala de aula como os tipos de lição de casa. Outra sugestão da especialista 
é fazer com que a tarefa puxe o assunto do dia seguinte de forma a amarrar a 
continuidade do planejamento. "Cada professor deveria cultivar um diário", afirma 
Marta. "Ao fim da aula, é enriquecedor o processo de registrar o que foi vivido em sala. 
E o ideal é relatar em detalhes o desenvolvimento das tarefas, a participação dos 
alunos, suas próprias reações etc. Só assim é possível refletir sobre o que foi feito." 
 
À primeira vista, a tarefa pode parecer simples, mas definir os conteúdos 
curriculares com base nas expectativas de aprendizagem para o ano letivo exige 
respeitar a sequência dos objetos de ensino. Além disso, é fundamental dominar as 
didáticas desses conteúdos para conhecer o percurso da turma e, sobretudo, conseguir 
 
 
21
 
avaliar os problemas pelos quais os alunos estão passando. Só assim é possível propor 
exercícios e planos de aula que façam todos avançarem. 
 
Tudo isso sem deixar de lado as características próprias das crianças. "Não 
podemos esquecer que cada uma é um sujeito, com origem social, cultural e histórica 
peculiar. Por isso, é bom levantar o máximo de informações sobre a turma antes de dar 
início ao processo", afirma Marta Marandino, professora de Metodologia do Ensino da 
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. 
 
Todo ano, a professora Andrea Maciel usa os primeiros dias de aula para fazer 
um diagnóstico da turma de 4º ano na EMEF João Belchior Marques Goulart, em São 
Leopoldo, na Grande Porto Alegre. "As atividades servem para descobrir a partir de 
que ponto devo continuar desenvolvendo os conteúdos. Uso essa informação para 
montar o planejamento, levando em consideração as metas preestabelecidas." 
Conversar com os colegas para conhecer melhor os alunos é outra iniciativa positiva. 
"Aqui, na escola, temos um combinado: se alguém percebe que algo não progride, 
buscamos apoio nos outros professores e na coordenação. Às vezes, eu estou fazendo 
coisas que são óbvias para mim, mas para os estudantes não. E só alguém de fora 
consegue identificar essa falha no processo de ensino." Esse espaço para a realização 
do planejamento coletivo, por disciplina ou por série, está se tornando cada vez mais 
comum em escolas, pois proporciona a troca de experiências e aumenta o repertório de 
boas práticas: quais estratégias de ensino funcionaram para tal conteúdo? 
 
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/definicao-
curriculo-427818.shtml 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22
 
1.3 - Recursos Didáticos 
 
Vivemos em uma era de 
transformações, o mundo tem mudado 
constantemente e com uma incrível 
velocidade, muitas vezes, educação permanece 
inalterada, resistente às mudanças. A escola 
continua a infundir conhecimentos aos 
montes, o professor, por sua vez, ainda é tido 
como o detentor do saber no processo de 
ensino-aprendizagem, diferentemente daconcepção atual, em que o aluno deve ser o 
protagonista do processo. Os recursos didáticos aparecem como uma ferramenta 
fundamental para auxiliar a escola e o professor a participarem dessas mudanças, pois 
estimulam o estudante a construir seus conhecimentos a partir dos sentidos e da 
experimentação. Encontram-nos em uma época em que, cada vez mais, os jovens usam 
a tecnologias em seu dia a dia, várias escolas já dispõem desses recursos, é função do 
professor selecionar e definir o mais apropriado para cada objetivo. O professor que não 
possui muitos conhecimentos, precisa se atualizar, pois conhecer os recursos 
tecnológicos é uma exigência de mercado, bem como de nossa sociedade. 
 
Falar sobre recursos pode parecer óbvio, seus ganhos são inegáveis, mas a 
realidade do nosso sistema é outra. Uma grande parcela das nossas escolas não tem 
acesso a serviços básicos, quanto mais computadores e acesso a internet. 
 
Entretanto, os recursos didáticos não se resumem às tecnologias presentes. Os 
recursos são variados, porém pouco utilizados e conhecidos (como o retroprojetor), as 
novidades e mudanças trazidas pelos recursos didáticos na sala de aula, podem ser 
muito eficientes no processo de aprendizagem. Até uma simples mudança de ambiente 
pode ser um recurso, pois um ambiente agradável favorece o aprendizado. Afinal quem 
não gostaria de discutir o livro sob a sombra de uma árvore? Ou animar a turma com 
uma aula no laboratório de informática. 
 
 
 
23
 
É preciso ter em mente qual é a clientela de educando e aonde se quer chegar, 
para tanto, é necessário que se avalie os meios necessários para alcançar aquilo a que se 
almeja. Dentre esses meios, estão os recursos didáticos que o professor utiliza em sala 
de aula para ajudar a alcançar os objetivos que almeja no ensino de algum conteúdo. De 
nada adianta querer apresentar aos alunos algumas obras de arte de um determinado 
artista, se a escola não possuir um projetor ou livros com as imagens; ou planejar uma 
aula com o uso de calculadoras e não ter uma quantidade suficiente para todos os alunos 
da classe. Esses recursos didáticos servem de instrumentos complementares que 
auxiliam na aprendizagem aula e contribuem para o desenvolvimento da criatividade do 
aluno, deixando a aula dinâmica. 
 
Objetivos dos recursos: 
 
Quando os usamos de maneira adequada, os recursos de ensino colaboram para: 
 
1- Motivar e despertar o interesse dos participantes; 
 
2- Favorecer o desenvolvimento da capacidade de observação; 
 
3- Aproximar o participante da realidade; 
 
4- Visualizar ou concretizar os conteúdos da aprendizagem; 
 
5- Oferecer informações e dados; 
 
6- Permitir a fixação da aprendizagem; 
 
7- Ilustrar noções mais abstratas; 
 
8- Desenvolver a experimentação concreta. 
 
Tipos de recursos 
 
 
24
 
Os recursos mais utilizados nas escolas são os recursos de áudio (rádio e verbal), 
recursos visuais (retroprojetor, cartazes, lousas, figuras, slides), recursos audiovisuais: 
(televisão), recursos multimídia (computadores), muito embora algumas delas não 
possuam nem lousa. 
 
Esses são apenas uns poucos exemplos, pois há uma variedade de recursos 
pedagógicos que são igualmente funcionais, como jogos, flash-cards, mapas, gráficos, 
brincadeiras, simulações (teatros), execução de uma receita culinária, passeios em grupo 
etc. Enfim, há uma infinidade de recursos que podem ser utilizados pedagogicamente. 
 
Na educação, considera-se os recursos audiovisuais essenciais, pois o acesso a 
essa forma de linguagem é intensa, prende a atenção dos alunos e ajuda na formação do 
educando. Esse tipo de recurso é muito utilizado, pois se trata de uma ferramenta 
poderosa no ato educativo, permitindo a inserção do aluno em um mundo multifacetado 
de cores, sons, gráficos, informações. Essa tecnologia permite uma experiência 
multissensorial. 
 
Contudo, o professor deve contextualizar a utilização de recursos em sala de aula 
com a disciplina, para não tornar a atividade vazia e sem sentido (qual é função de 
passar um filme que não tenha ligação alguma com a sala de aula?). Não utilizar essa 
prática serve para reforçar um ensino descontextualizado e fragmentado, causando o 
insucesso na prática educativa. É necessário além de tudo, metodologia de trabalho e 
projeto pedagógico, nesse caso, o uso dos recursos se mostrará válido. 
 
Existem algumas pesquisas desenvolvidas pelo professor Edgar Dale (1900-
1985), são internacionalmente conhecidas e tratam do impacto dos recursos didáticos na 
aprendizagem. O mais famoso conceito desenvolvido por Dale nessas pesquisas foi o 
Cone do aprendizado, é também chamado de cone da experiência, pois demonstra como 
esses recursos se relacionam com a aprendizagem. Vejamos o cone: 
 
 
 
 
25
 
 
Fonte: http://www.forumconcurseiros.com/forum/showthread.php?t=309387 
 
Essa pesquisa mostra o grau de abstração de cada atividade. Como trazer os 
conhecimentos do abstrato ao concreto através dos recursos didáticos. É surpreendente o 
quanto os recursos podem ajudar no processo de aprendizagem do aluno. 
 
Atenção: 
 
Antes de utilizar algum recurso didático, observe os seguintes quesitos: 
 
• Saber se o local permite ou possibilita o uso do recurso escolhido; 
 
• Só escolher a técnica ou recurso se tiver absoluto domínio dos mesmos; 
 
• Sempre levar em conta o tempo que um determinado recurso vai exigir para ser 
aplicado; 
 
 
 
26
 
• Na confecção de cartazes, transparências, slides, não poluir com informações em 
excesso, cores muito fortes ou imagens em demasia; 
 
• Os escritos são apenas as principais ideias que devem ser memorizadas, nada de 
textos longos e cansativos; 
 
• Escolher as principais ideias, para que a elaboração do material esteja a serviço 
dos seus objetivos. 
 
Seleção das Estratégias de Ensino 
 
 As estratégias de ensino são 
conjuntos de ações (sequências de 
atividades) que o professor vai executar. 
Estratégia é uma ação organizada e 
coordenada para um fim bem definido. 
Elaborá-la exige conhecimento do 
terreno no qual a ação se desenvolverá. 
 
 Executar estratégias de ensino é o processo pelo qual o professor se mobilizará 
para executar o planejamento, e sua principal característica é a flexibilidade, com o 
intuito de fazer os ajustes necessários ao longo do planejamento. O professor deve se 
preocupar em manter um diário para anotar quais estratégias foram melhores aceitas, 
quais as reações e opiniões dos alunos, para que possa analisar e utilizar essas 
informações em outras fases do processo de ensino-aprendizagem. 
 
 Nessa etapa, devemos apenas tentar levantar rotas possíveis, sem nos 
preocuparmos muito em escolher uma ou outra. Com ajuda dos recursos, é possível 
criar rotas alternativas e originais para alcançar os objetivos - aqui a palavra rota, quer 
dizer, encontrar outras maneiras de fazer uma mesma coisa. Por exemplo, se o professor 
não conseguir explicar um conceito para a classe pode usar um vídeo ou figuras. 
 
 
 
27
 
 As estratégias usadas para o ensino devem ser maleáveis e passíveis de 
mudanças a qualquer instante, ou adaptadas para outro contexto distinto, porque o que 
pode dar certo para uma sala, pode não dar certo com outra. Nesse ponto, deve-se 
permitir alternativas, pois alguma das alternativas funcionará. Assim o educador não se 
prende, caso ocorra algum imprevisto que não o permita prosseguir com a estratégia 
escolhida. 
 
 Veja abaixo uma matéria da revista Nova Escola, que exemplifica, de maneira 
clara, como traçar uma estratégia de ensino: 
 
Estratégias eficientes para ensinar o conceito de ângulo 
 
Usar a ideia de giro para entender o que significam medidas como 90º ou 180º ajuda acompreender o conceito de ângulo e dar sentido a ele. 
 
Ao examinar o currículo previsto para sua turma de 5º ano, a professora Andréia Betina 
Legatsky Klitzke se surpreendeu com uma recomendação no bloco Espaço e Forma: o 
documento indicava que os alunos deveriam aprender a usar o transferidor para medir 
ângulos assim que o conteúdo fosse iniciado. "Isso me preocupou", conta ela. "Utilizar 
o instrumento sem antes compreender o que é ângulo poderia tornar a atividade 
mecânica e sem sentido." Começava ali uma investigação para tratar o assunto de uma 
forma que fosse mais significativa e que gerasse, realmente, o aprendizado nessa área. 
 
Um caminho surgiu no próprio pátio da EM Professora Karin Barkemeyer, em 
Joinville, a 186 quilômetros de Florianópolis. Durante os intervalos, os meninos se 
divertiam no skate fazendo uma manobra chamada "zerinho" - nada mais do que um 
rodopio de 360º, executado em etapas ou de uma vez só pelos mais habilidosos. Como 
ainda faltavam alguns meses para tratar do tema, Andréia teve tempo de fazer um 
planejamento mais adequado. Agregando conhecimentos aprendidos num recém-
terminado curso de capacitação em geometria, ela concebeu uma sequência didática 
completa (leia o quadro abaixo), que apresentava a garotada à noção de ângulo como 
giro. 
 
 
28
 
 
Os resultados foram tão bons que renderam à Andréia o troféu de Educadora Nota 10 
do Prêmio Victor Civita de 2009. "Foi um projeto muito bem construído, da abordagem 
inicial à avaliação", explica Priscila Monteiro, formadora do Instituto Avisa Lá e 
selecionadora do Prêmio. "Um dos maiores méritos foi a variedade de atividades, algo 
especialmente importante numa turma como a dela, em que havia dois alunos com 
deficiência intelectual." Trata-se de uma providência essencial para contemplar a 
heterogeneidade que toda classe possui e colaborar para que, de uma forma ou de outra, 
todos aprendam. No grupo de Andréia, o avanço superou as expectativas para a faixa 
etária. No fim da sequência, a garotada era capaz de estimar medidas tão sofisticadas 
como 22,5º. 
 
Objetivo 
 
Andréia queria superar a abordagem clássica (e, por vezes, pouco produtiva) sobre 
ângulos, centrada em definições e fórmulas. O ponto de partida foi levar a turma do 5º 
ano a perceber como os diversos tipos de giro realizados pelo corpo estavam 
relacionados aos ângulos e poderiam ser medidos em grau. Com base nisso, o projeto 
previa ainda explorar a noção em polígonos, estimar aberturas e, no fim, discutir sobre 
a importância do ângulo para diversas profissões, de engenheiro a mecânico, de 
marceneiro a arquiteto. 
 
Passo a passo. 
 
A primeira etapa, essencial, foi sondar o que a classe sabia sobre ângulos. A palavra era 
conhecida ("No futebol, quando o chute é no alto, no canto, é gol no ângulo", disse um 
aluno), mas o conceito, não. A associação com os giros esclareceu dúvidas e abriu 
caminhos para atividades de direcionamento por uso de coordenadas ("gire 180º", "vire 
90º") e em malha quadriculada (em que era preciso seguir instruções escritas para 
traçar o rumo certo). O passo seguinte foi a confecção do medidor de ângulos. E, com 
ele, o aprofundamento: a turma passou a estimar medidas em objetos do cotidiano e em 
polígonos, superando as expectativas de aprendizagem para o ano. 
 
 
29
 
Avaliação 
 
O instrumento privilegiado por Andréia foram os portfólios. Construídos em parceria 
com os alunos, continham exercícios de sala, lições de casa, autoavaliações e provas. 
Em diversas questões, além da resolução numérica, ela pedia a descrição do raciocínio 
empregado. "Sempre digo: 'Quero saber como você pensou'. A argumentação ajuda a 
organizar o pensamento, auxilia na defesa de opiniões e incentiva o trabalho de 
autocorreção. Na Matemática, a linguagem também tem um papel fundamental", 
defende ela. 
 
No 5º e no 6º ano, o estudo do ângulo é a chave para que a turma possa trabalhar 
diversos temas: semelhança de figuras, congruência de triângulos, construção de 
polígonos regulares etc. Entre as ideias que podem ser associadas ao conceito estão as 
de inclinação, abertura, direção e rotação - a escolhida por Andréia para começar o 
trabalho. Quando se muda de direção ao andar, por exemplo, pode-se estabelecer uma 
relação entre o giro e o ângulo e estabelecer a volta completa como ponto de partida, o 
mesmo que 360º. Tendo esse número como base, é possível levar a turma a pensar em 
outras equivalências simples: a meia volta, como 180º, e um quarto de volta, como 90º. 
Para os alunos testarem a validade da nova noção, vale organizar uma atividade de 
elaboração de comandos de deslocamento, em que um orienta o outro a chegar até 
determinado ponto com ordens que envolvam ângulos, como: "gire 90º à direita", "dê 
uma volta de 180º" e assim por diante. Não é uma missão trivial: o estudante relembra 
a equivalência giro-ângulo e precisa considerar que o que é direita e esquerda para ele 
não vale para o colega - conforme a posição que cada um ocupa. Como complemento, 
que tal preparar uma tarefa semelhante em papel quadriculado? Além de reforçar o 
conceito, lida-se com a passagem do espaço tridimensional (a sala ou o pátio) para a 
representação bidimensional (o papel), algo fundamental em Matemática. 
 
Cumprida essa etapa, já se pode tratar de ângulos menores que 90º, porta de entrada 
para estimar medidas de amplitude em polígonos. Hora de usar transferidor e 
esquadro? Não necessariamente. Ainda se apropriando da relação ângulo-rotação, peça 
que os estudantes cortem um pequeno círculo de papel. Mostre que ele representa um 
 
 
30
 
giro completo - 360º, portanto. Convide-os a dobrá-lo ao meio. Notaram a semelhança 
com o meio giro, 180º? Mais uma dobra e chegamos aos 90º. Se seguirmos dobrando, 
teremos 45º, 22,5º e assim por diante. 
 
Se for usada na exploração de triângulos, trapézios e quadrados (sejam eles figuras 
geométricas desenhadas em cadernos e livros ou objetos do cotidiano com tais formas), 
essa espécie de medidor é suficiente para saber se os ângulos são retos, maiores ou 
menores que 90º. Aí, sim, o transferidor pode ganhar espaço tanto na medida de 
aberturas como na construção de polígonos. Os alunos vão entender que ele cumpre a 
mesma função da peça simples que eles construíram. E que ângulo é muito mais do que 
"uma reunião de dois segmentos de reta orientados com base em um ponto comum", 
como reza a definição clássica. 
 
Inclusão exemplar 
 
A presença de um aluno com síndrome de Down e de outro com deficiência intelectual 
leve fez com que a Educadora Nota 10 buscasse estratégias para fazer uma inclusão de 
verdade. "Organizei a sequência com muitas atividades, prevendo que alguma ajudasse 
mais", explica. Deu certo: ao trabalhar com um jogo digital em que era preciso 
movimentar um personagem por um labirinto, Andréia sentiu que a dupla de fato 
começou a entender a equivalência entre giro e ângulo. "Aquilo que para a turma foi só 
reforço, para os dois foi o mais significativo", conta. A flexibilização teve seu ponto 
alto nas avaliações. Ela preparou dois modelos distintos de prova, com adaptações. Por 
exemplo: enquanto a turma descrevia um percurso com instruções que usassem ângulos 
("gire 90º à direita, 45º à direita" etc.), a dupla traçava o trajeto com base no que dizia a 
professora. "Ao conhecer as possibilidades de cada um, garantiu a aprendizagem de 
todos", diz Daniela Alonso, psicopedagoga especialista em inclusão e selecionadora do 
Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. 
 
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica pedagogica/estrategias-eficientes-para-
ensinar-conceito-angulo-matematica-espaco-forma 545982.shtml?page=1 
 
 
31
 
1.4 - Implementação e controle do planejamento 
 
Com base nas informações 
levantadasem outras fases, agora é 
hora da parte ativa do planejamento, 
que é implementação. Na execução 
de qualquer projeto, sempre haverá 
imprevistos. Às vezes, a reação dos 
alunos ou as circunstâncias do 
ambiente modificam as estratégias 
que foram planejadas, pois, por mais bem feito que tenha sido o planejamento, na fase 
de implementação, modificações podem ser necessárias. 
 
A fase de ação é uma tarefa complexa, pois consiste em tirar do papel o que foi 
planejado. Nem sempre é possível colocar em prática as estratégias elaboradas ou 
assegurar que elas serão eficazes. Com o plano terminado, na hora de por em prática, 
pode haver resistências por parte dos colegas, da coordenação e da escola, pois a 
implementação pode implicar várias mudanças, o que gera incertezas e conflitos. Por 
essas razões muitos planejamentos ficam apenas no papel. 
 
Geralmente, nas etapas anteriores, de diagnóstico, definição de objetivos, 
seleção de recursos e estratégias não existem muitos problemas, eles aparecem quando 
estas devem ser executadas na prática. Os principais obstáculos são: 
 
• Ausência de liderança e acompanhamento da coordenação escolar; 
 
• Falta de cultura de planejamento seja por parte dos outros professores ou por 
parte da instituição de ensino; 
 
• Inexistência de sistemas de informação que possibilitem a coleta e 
sistematização das informações; 
 
 
32
 
• Incompreensão da importância do planejamento; 
 
• Questões hierárquicas ou pessoais, como disputa pelo poder; 
 
• Falta de comunicação entre as pessoas envolvidas no planejamento; 
 
• Falta de acompanhamento e controle da execução das ações planejadas. 
 
Controle do planejamento através de avaliações internas. 
 
 É a fase na qual se levanta todos os pontos positivos, negativos e o quanto dos 
objetivos iniciais foi alcançado. Essa avaliação funciona como um tipo controle que vai 
orientar o educador a respeito da maneira como deve prosseguir. 
 
 A avaliação é uma ferramenta crítica indissociável do planejamento, seja em sua 
fase de elaboração, na fase de implementação ou na fase de conclusão (final do ano 
letivo). Enquanto o planejamento define os objetivos que se pretende alcançar, a 
avaliação subsidia o plano, porque evidencia novas decisões. 
 
 A avaliação e planejamento caminham no mesmo eixo. O professor avalia para 
planejar (afinal a fase diagnóstica é uma avaliação da realidade dos alunos), faz o 
planejamento e avalia a sua elaboração, executa o planejamento, avalia de novo. Enfim, 
o planejamento é um ciclo constante. 
 
 A avaliação é uma crítica em relação ao planejamento, mas é mal interpretada e, 
não raro, usada como um instrumento acusatório, apontando responsáveis pelos 
fracassos. A real função da avaliação é motivar, mostrando onde o planejamento foi 
eficaz, ou seja, como ferramenta de reflexão e identificação das falhas. 
 
A avaliação só funciona se for encarada de maneira construtiva. Caso contrário, 
funcionará apenas para desmotivar, trazendo novamente o planejamento no âmbito das 
descrenças ou, se deixada de lado tornará todo o planejamento obsoleto. 
 
 
33
 
Contribui também na própria produção do planejamento ou na sua readequação. 
Às vezes, pode acontecer de o projeto sofrer uma defasagem por diversos motivos já 
citados no início do curso, como inadequação de conteúdo, descontextualização – não 
atendendo às necessidades dos alunos –, ou mesmo por estar fora da realidade de 
determinada turma. Por isso a avaliação é necessária. 
 
Como se pode observar, a avaliação acompanha todo o processo de ensino- 
aprendizagem. Diferentemente do que se pensa em um primeiro instante, ao restringir a 
avaliação somente ao fim do bimestre, ela deve ser contínua no processo educacional. 
 
No início, a avaliação serve de base para o professor iniciar o planejamento, é 
como se fosse um diagnóstico inicial. A sua execução oferece dados que orientam os 
professores - questões como: Os objetivos estão sendo alcançados? Devem ser 
readequados? É preciso mudar a abordagem? O professor deve sempre estar atento 
durante o processo para perceber o que acontece com seus alunos. 
 
O ideal é que avaliação seja feita coletivamente para que seja analisado, 
juntamente com a coordenação e com os colegas do corpo docente, se os resultados 
estão sendo positivos e, se não, quais atitudes tomar para mudar essa situação. 
 
Como avaliar o planejamento. 
 
O esquema a seguir apresenta as principais ações para a realização da avaliação 
do planejamento. 
 
Áreas a avaliar. 
 
• Conteúdos adequados ao currículo escolar; 
 
• Reação e aceitação dos alunos; 
 
• Objetivos adequados à fase escolar; 
 
 
34
 
• Resultados na aprendizagem. 
 
Definição dos instrumentos utilizados para a avaliação do planejamento. 
 
• Questionários de docentes; 
 
• Questionários para pais; 
 
• Questionários para alunos. 
 
 Talvez, a maior importância da avaliação, seja o retorno do trabalho. Esse 
retorno é o que motiva os profissionais da educação. Não colher dados é um erro, os 
resultados funcionam como motivadores para ambos os lados, tanto para o professor 
que planejou quanto para o aluno, pois sentirão que seus esforços foram 
recompensados. 
 
 Para ilustrar de maneira mais clara a relação do processo de avaliação com o 
planejamento, utilizaremos o ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act). O ciclo PDCA é uma 
sequência de ações que podem ser utilizadas para controlar algum processo. É uma 
ferramenta muita utilizada atualmente em empresas, na organização de projetos, mas 
também cabe no ambiente escolar para auxiliar a organização do planejamento e mostra 
a avaliação como processo contínuo. Seu nome deve-se a abreviatura de verbos em 
inglês: 
 
• Plan (Planejar): consiste em estabelecer metas e objetivos, bem como os 
métodos os quais serão utilizados para que sejam realizados; 
 
• Do (Executar, fazer): é a etapa de implementação de acordo com o que foi 
estabelecido anteriormente no planejamento; 
 
• Check (Verificar, checar): avaliar os dados e medir se os objetivos e metas 
foram alcançados da forma desejada; 
 
 
35
 
 
• Act (Agir): definir quais as mudanças necessárias para garantir a melhoria 
contínua do projeto. 
 
 
 
Fonte: http://www.empresasedinheiro.com/wpcontent/uploads/2011/07/pdca_ferramenta-
administrativa.jpg 
 
 Como é possível observar, o ciclo PDCA não trata só da avaliação, mas mostra a 
maneira como ela se relaciona com o planejamento. Embora esse conceito seja 
difundido em empresas, o seu valor é explícito nos diversos tipos de planejamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36
 
Unidade 2 - Alicerçando o planejamento 
 
 Olá, seja bem-vindo(a) à Unidade 2 do nosso curso 
de Planejamento de Ensino! 
 
Nesta unidade, serão abordados os principais 
instrumentos que auxiliam o professor na realização de 
um planejamento eficaz. Também compreenderemos qual 
é a importância do currículo escolar dentro do 
planejamento de ensino e como adequá-lo a sua classe, 
por meio da seleção de conteúdos relevantes para o seu 
aluno. 
 
Será aprendido como estruturar e organizar suas aulas, além de maneiras mais 
eficientes para a aplicação das disciplinas escolares. Igualmente estudaremos 
detalhadamente o Projeto Político Pedagógico, relacionando sua importância ao 
planejamento de ensino. 
 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37
 
2.1 - Instrumentos úteis ao planejamento 
 
Agora serão expostas algumas ferramentas úteis na prática pedagógica, tanto 
para o planejamento, como no processo de ensino-aprendizagem. Atualmente, um 
instrumento bastante utilizado são os mapas conceituais,que são grandes aliados do 
professor no processo de ensino, no planejamento e também do aluno no seu 
aprendizado. 
 
Os mapas conceituais são 
ferramentas gráficas semelhantes a 
diagramas, que indicam relações entre os 
conceitos ligando-os por palavras. São 
utilizados para auxiliar a ordenação e a 
hierarquização dos conteúdos de ensino. 
 
Os mapas conceituais foram 
criados por Joseph Novak, embasados nas teorias de David Ausubel de aprendizagem 
verbal significativa. Ausubel afirmava que a informação no cérebro humano se organiza 
hierarquicamente, lá os conceitos específicos são ligados por conceitos gerais, e as 
disciplinas aprendidas pelos alunos também se organizam da mesma forma: conceitos 
gerais no topo da estrutura, os quais se ramificam por conceitos mais específicos. 
 
Nessa teoria, Ausubel denominava de ancoragem a maneira de como o aluno 
constrói novos conhecimentos, baseados nas suas ideias cognitivas prévias. A estrutura 
cognitiva está sempre se reestruturando com a relação dos novos conhecimentos 
interagindo com os anteriores. Essa interação é a chamada aprendizagem significativa, 
porque a aprendizagem implica em modificações na estrutura cognitiva, ou seja, é um 
processo de amadurecimento. 
 
 A ausência de significado nos conhecimentos gera apenas um aprendizado 
mecânico, onde os conceitos são acrescidos e decorados pelo aprendiz. Com o tempo, os 
 
 
38
 
conceitos memorizados serão esquecidos. Na aprendizagem significativa, os novos 
conceitos se fixam através das estruturas cognitivas preexistentes. 
 
 Nesta perspectiva, o indivíduo constrói seu conhecimento partindo de sua 
predisposição e individualidade, Novak criou os mapas conceituais. Estes mapas servem 
para tornar significativa a aprendizagem do aluno, estabelecendo uma ligação entre o 
conhecimento sistematizado do currículo escolar conteúdo com os conceitos relevantes 
que ele já possui. 
 
Exemplos de mapas conceituais: 
 
 
 
Fonte: http://labspace.open.ac.uk/mod/resource/view.php?id=365568 
 
 
39
 
 
Fonte: http://projetodeaprendizagem.pbworks.com/w/page/19250025/Mapas%20Conceituais%205 
 
 Observe, por meio dos esboços acima, como os mapas podem ser diferentes uns 
dos outros, não existe um modelo certo, pois os mapas são representações pessoais. Só o 
próprio autor consegue explicar o significado que atribui aos conceitos. 
 
 Eles devem partir de um ponto em comum, com o conceito principal no topo, os 
conceitos específicos ligados por linhas e palavras nas linhas para indicar as relações. 
 
 Os mapas conceituais podem ser utilizados como: 
 
• Estratégias de estudo; 
 
• Estratégia para montar o currículo de uma disciplina; 
 
• Instrumento de avaliação de aprendizagem escolar; 
 
• Pesquisa e levantamentos educacionais; 
 
• Planejamentos em geral. 
 
 
40
 
 Como uma ferramenta de aprendizagem, para o aluno: 
 
• Fazer anotações; 
 
• Resolver problemas; 
 
• Planejar o estudo e/ou a redação de grandes relatórios; 
 
• Preparar-se para avaliações; 
 
• Identificar a integração dos tópicos. 
 
 Para os professores, em suas diversas atividades rotineiras, como: 
 
• Tornar claros os conceitos difíceis, sistematizando-os; 
 
• Destacar as ideias principais; 
 
• Reforçar a compreensão e aprendizagem por parte dos alunos; 
 
• Permitir ao aluno uma visualização resumida dos conceitos chave; 
 
• Verificar a aprendizagem e identificar conceitos mal compreendidos pelos 
alunos; 
 
• Auxiliar os professores na avaliação do processo de ensino; 
 
• Possibilitar a identificação do alcance dos objetivos que foram definidos no 
planejamento. 
 É importante ressaltar que, no planejamento de ensino, os mapas conceituais são 
muito vantajosos, pois toda disciplina possui um estrutura organizada e hierárquica, nas 
 
 
41
 
quais os conceitos gerais e específicos se envolvem, e o mapa conceitual é uma 
representação dessa estrutura. 
 
 Ao fazer o mapa conceitual de uma disciplina, ficará claro como abordar os 
assuntos e em qual ordem. Dentro dessa perspectiva, o mapa conceitual deve ser 
construído pelo professor antes de iniciar qualquer atividade de planejamento. 
 
Sondagem 
 
 A sondagem é muito útil na fase de inicial do 
planejamento, é um dos instrumentos que o professor 
utiliza para avaliação dos conhecimentos dos alunos ao 
iniciar um curso. Normalmente, quando se fala em 
sondagem, imagina-se logo uma prova com conteúdos 
escolares, mas a sondagem não se resume às provas. 
Existem vários instrumentos de sondagem, como os mapas 
conceituais - mencionado anteriormente-, entrevistas, 
testes de associação, redações etc. 
 
 A sondagem deve ser encarada como um ponto de partida do ensino, mais 
especificamente do planejamento, e não como um papel preenchido pelos alunos a ser 
entregue para a coordenação, ou para rotular o aluno como aluno atrasado ou aluno 
adiantado. A sondagem tem a função de ajudar o professor a fazer o planejamento do 
ensino. 
 
 Como instrumento de verificação, a sondagem traz inúmeros elementos para o 
professor, como: qual o estado dos alunos neste momento, que conceitos devem ser 
trabalhados primeiro, qual a melhor forma de desenvolver esses conteúdos e quais 
devem ser desenvolvidos ao longo dos anos. Não é raro o professor planejar e ensinar 
uma matéria vendo que seu aluno não sabe os conceitos básicos, por exemplo, o 
professor vai ensinar multiplicação e depois descobre que seu aluno ainda não conhece 
a adição. 
 
 
42
 
 O Professor deve sempre se lembrar, que o aluno está na escola para ser 
ensinado. A sondagem analisa as deficiências atuais e promove estratégias para a 
superação dessas deficiências. 
 
 As informações institucionais e as fornecidas pelos alunos 
 
 Essas informações costumam 
ser relegadas pelos professores ao 
fazer o planejamento do ensino, 
como se essas informações nada 
tivessem a ver com o processo de 
ensino-aprendizagem. 
 
 São informações fáceis de 
serem coletadas, pois quando o aluno é matriculado em uma escola, são fornecidas 
várias informações, como escolaridade dos pais, onde moram, por quais escolas os 
alunos passaram, desempenho escolar do aluno em anos anteriores etc. Por exemplo, ao 
se deparar com uma classe, onde a maioria tem um histórico de reprovações, o professor 
deve preparar um planejamento diferente do que se fosse uma classe onde os alunos 
nunca foram reprovados. 
 
 Os próprios alunos trazem informações, principalmente sobre os adultos, além 
da visão que eles têm sobre a escola, bem como as suas aspirações profissionais, o que 
esperam do curso, suas expectativas etc. 
 
2.2 - Currículo Escolar 
 
Em todo o processo educacional, as atividades são programadas e elaboradas em 
função das atividades que serão realizadas em sala de aula. Ao conjunto dessas 
atividades, damos o nome de currículo. O termo currículo se refere a um controle do 
 
 
43
 
ensino e da aprendizagem, ou seja, à atividade prática da escola, o currículo promove a 
organização dos conteúdos, facilitando a sua aplicação pedagógica. 
 
O currículo não pode ser pensado apenas como um rol de conteúdos a serem 
passados ao aluno, e sim como aquisição de habilidades. Instruir alguém não é ensiná-lo 
a armazenar informações, mas sim ensiná-lo a participar do processo de obtenção de 
conhecimento. Ensinar é fazer o aluno pensar por si mesmo, evoluindo cognitivamente 
de modo progressivo. 
 
Para organizar o currículo, é preciso fazer uma relação entre o conhecimento que 
deve ser trabalhado em sala de aula e a realidade, embora no Brasil, o academicismo 
seja a forma mais comum de organizar o currículo escolar. O academicismo se refere àmaneira de estruturar o currículo em prol de conteúdos programáticos que devem ser 
cumpridos. 
 
Dessa forma, o conteúdo passa a ser mais importante do que as competências a 
serem desenvolvidas em sala de aula, assim, temos uma concepção de enciclopedismo, 
como se o conhecimento bibliográfico, isto é, decorado, fosse o essencial, mesmo que 
não se saiba como colocá-lo em prática. 
 
Entretanto, há uma tendência que busca fazer essa relação entre o conhecimento 
e a realidade. Essa tendência coloca a realidade como ponto de partida, ou seja, a partir 
da reflexão da realidade, organizam-se os temas que necessitam ser discutidos. 
 
Na hora de definir o currículo escolar e quais são os conteúdos mais relevantes, 
deve-se pensar em três elementos - a matéria, o professor e o aluno. Esses três 
elementos se interagem de maneira mútua, isto é, a matéria deve conter elementos da 
vivência dos alunos, de modo que eles possam assimilá-los conscientemente. O 
professor, por sua vez, é o mediador desse processo e o aluno, quem será beneficiado 
com o aprendizado. O que se procura explicar nesse sentido é a importância da 
participação ativa do aluno. 
 
 
 
44
 
Evidentemente, ao se trabalhar a partir da realidade, o objeto de estudo se 
contextualiza com o sujeito. Encontramos nessa atual tendência, uma forma mais 
concreta para o aluno construir seus saberes, que rompe com o tradicionalismo escolar. 
 
Afinal o que são os conteúdos? 
 
 Os conteúdos de ensino de 
uma disciplina se referem ao 
conjunto de conhecimentos e as 
informações necessárias e 
pertinentes à formação do aluno, de 
acordo com o nível escolar em que 
ele se encontra. Em geral os 
conteúdos de uma disciplina são 
selecionados com base em guia 
curriculares oficiais. 
 
 Segundo José Carlos Libâneo, os conteúdos da cultura, da ciência, da técnica e 
da arte expressam os resultados das atividades práticas do homem com o mundo, bem 
como suas experiências com a natureza e também resultados de suas relações sociais, 
formando o saber científico. 
 
 Com base nisso, podemos dizer que o conhecimento é fruto do trabalho humano. 
Percebe-se assim a estreita relação entre o sujeito (aluno) e a sua vivência. 
 
Como selecionar os conteúdos? 
 
 Existem algumas questões que devem ser levantadas na hora de selecionar os 
conteúdos: 
 
• Quais os objetivos educacionais que a escola procurar atingir? 
 
 
 
45
 
• Como organizar eficientemente essas experiências educacionais? 
 
• Que conteúdos os alunos deverão adquirir para ser tornarem aptos à vida social? 
 
• Como podemos ter certeza de que esses objetivos estão sendo alcançados? 
 
 Para responder a essas questões, o professor deve tomar como diretriz os 
currículos oficias e os livros didáticos, ou seja, as estratégias e a seleção dos conteúdos 
são determinadas pelo professor. Visto que até chegar aqui o professor já percorreu 
várias etapas de planejamento, logo já possui toda a informação necessária para fazer 
essa seleção. 
 
 Como foi dito, a organização do currículo escolar é uma das tarefas mais 
importantes no planejamento de ensino, pois ele é a base informativa e formativa 
escolar. 
 
 Veja quais são as características que os conteúdos selecionados devem ter: 
 
Correspondência entre o mundo e os conteúdos. 
 
 Os conteúdos devem expressar as funções 
pedagógicas e sociais da escola, promovendo uma 
formação cultural e científica para os seus alunos. A 
educação deve contribuir para a transformação da 
sociedade e os conteúdos devem preparar o aluno para 
participar ativamente do mundo, exercendo sua cidadania. 
Uma das principais funções da escola também é promover a interação social. 
 
 A aplicação dos conteúdos por meio de atividades que promovam essa interação 
é bastante significativo. Basicamente, preparar o aluno para a vida é o principal critério 
de seleção de conteúdos. 
 
 
 
46
 
Caráter Científico. 
 
 Os conhecimentos que fazem parte do conteúdo devem refletir fatos, conceitos e 
ideias da ciência contemporânea. Os livros didáticos de certa forma cumprem esse 
papel, mas cabe a o professor destacar o essencial. 
 
 Uma boa maneira de fazer isso, é conhecer a estrutura da matéria, isto é, sua 
base. Destacando o que é principal, o aluno tem condições de aprender sem ficar 
sobrecarregado. 
 
 Sempre que possível, revise os conteúdos e avalie a aprendizagem dos seus 
alunos. Talvez em alguns momentos possa ser preciso retomar alguns assuntos ou 
aplicar uma maior quantidade de exercícios. 
 
Caráter Sistemático. 
 
 Os conteúdos devem ter ligações entre si, e não serem genéricos e fragmentados. 
O ideal é que até as matérias sejam trabalhadas de maneira interdisciplinar. Nesse caso, 
um planejamento coletivo, elaborado de forma conjunta com todos os professores, é o 
mais adequado. 
 
Conhecimento Prático 
 
 Este aspecto corresponde à ligação entre os conteúdos e sua aplicação prática. É 
apropriado incorporar situações concretas e práticas dos conhecimentos para que o 
aluno compreenda a distância da teoria e da prática, e saiba quando e como vai utilizar o 
que aprendeu na escola. Entretanto, é preciso não confundir os conhecimentos 
relevantes para a prática social com o conhecimento prático. 
 
 
 
 
 
 
47
 
Acessibilidade 
 
 Acessibilidade significa compatibilizar o conteúdo de acordo com o 
desenvolvimento do aluno. Um conteúdo muito complexo e acima de sua compreensão, 
leva o aluno a baixa autoestima e desânimo e um conteúdo muito simplificado, leva a 
uma diminuição de interesse, alem de não desafia intelectualmente o aluno. 
 
 Com conteúdos acessíveis e didáticos, e com caráter científico, as garantias de 
aprendizagem aumentam, assim como uma assimilação sólida e duradoura, tendo em 
vista a aplicação dos novos conhecimentos. 
 
 Portanto, a organização e planejamento do currículo escolar servem para 
transformar o processo de aprendizagem, em algo significativo para o aluno, mesmo 
dentro da estrutura burocrática e alienada da maioria das escolas. O grande desafio na 
organização do currículo escolar é mudar a mentalidade educacional atual e 
comprometer-se com as novas concepções de ensino. 
 
2.3 - Estruturação didática da aula 
 
É na sala de aula que o professor vai aplicar seu 
planejamento. A aula é onde o processo de ensino-
aprendizagem vai acontecer. Quando falamos em aula, 
a primeira imagem que nos vem à mente é a de uma 
classe silenciosa, todos os alunos sentados em fileiras e 
o professor expondo um tema. Essa é a chamada aula 
expositiva, e é a mais usada. 
 
A aula é um conjunto de meios e condições pelo 
qual o professor dirige o processo de ensino. O processo de ensino através das aulas 
possibilita a aproximação do aluno com os conteúdos de ensino. A realização de uma 
 
 
48
 
aula ou de um conjunto de aulas requer uma estruturação didática, isto é, uma sequência 
de passos de ensino. 
 
Geralmente, os professores fazem uma tabela para estruturar a aula ou um 
conjunto de aulas como esta abaixo: 
 
Nome da matéria 
 
Nível de 
graduação: 
 Assunto: Preparado 
por: 
 
 
 
Visão geral e objetivo 
 
O que será ensinado e a sua utilidade. 
Padrões educacionais abordados 
 
Quais padrões educacionais 
estaduais/nacionais esta lição 
satisfaz. 
 
 
 Guia do 
professor 
Guia do 
estudante 
 
 
 
49
 
Objetivos 
(Especifique 
habilidade/informações 
que serão passadas) 
 
Informações 
(Forneça e/ou 
demonstre informações 
necessárias) 
 
 
Materiais 
necessários 
• Papel 
• Lápis 
• Outros 
Verificação 
(Etapas para verificar o 
grau de compreensão do 
aluno)Atividade 
(Descreva a atividade 
independente para 
reforçar esta lição) 
 
 
Outros 
recursos 
• Internet 
• Livros etc. 
 
Resumo 
 
 
 
 
 Observações 
adicionais 
 
 
Mas que plano é esse? 
 
 Antes de iniciarmos propriamente o assunto, existem alguns pontos que 
merecem esclarecimento. Quais são as diferenças entre planos de aula, plano de unidade 
e plano de curso? Muitas vezes, esses conceitos não estão bem claros para o professor, e 
existe uma incerteza de como cada um deve ser elaborado. 
 
 
 
50
 
 A finalidade desse tópico é auxiliá-lo com seu plano de aula, não se trata apenas 
de um preenchimento de formulários. É necessário deixar bem claro que os formulários 
são válidos e úteis, porém o seu preenchimento sem reflexão só torna o ensino 
enfadonho e mecânico e isto não é planejamento e apenas preenchimento. 
 
 Existem três tipos de planejamentos indispensáveis quando se pensa no processo 
de ensino-aprendizagem: 
 
 Planejamento de curso - É a proposta geral de trabalho do professor em uma 
dada disciplina. Pode ser anual ou semestral, isso depende da instituição. Deve se ter um 
detalhamento desse plano incluindo o objetivo geral e as formas de avaliação. 
 
Dimensão 
 
Elementos 
Análise da Realidade Identificação 
Sujeitos 
Objetos 
Contexto 
 
Objetivos Da Escola 
Da Disciplina 
 
Formas de Mediação Conteúdos 
Metodologia 
Atividades Avaliativas 
Bibliografia 
 
 
(Adaptação do modelo de Vasconcellos) 
 
 
 
 
 
51
 
Planejamento de unidade didática 
 
É uma especificação maior dos conteúdos gerais do curso. Normalmente, é 
divididos em blocos para que facilite a compreensão e aprofundamento daquilo que se 
quer ensinar. É um detalhamento periódico (bimestral ou semestral). Contém a 
explicitação dos objetivos para aquele período de trabalho. Estes dois planejamentos 
acima citados se diferem do planejamento de aula por serem mais gerais e abrangentes. 
 
 Planejamento aplicado à aula como espaço social 
 
 Se considerarmos a aula, o processo onde ocorre a interação do ensino com a 
aprendizagem, do mestre com o aprendiz, onde o professor media as atividades em 
função do aprendizado do aluno, pode-se afirmar que a aula é a forma didática básica do 
planejamento. 
 
 Ao ministrar uma aula, o professor deve se esforçar para que ela seja mais do 
que uma simples exposição de conteúdos, precisa desenvolver uma ação didática 
organizada, dirigida para o processo de aprendizagem, com fins instrutivos. Esse 
processo não se dá em apenas uma aula, pois os resultados do ensino não são 
instantâneos. 
 
 O tempo de duração da aula deve ser muito valorizado, para ser produtivo, pois 
na maioria das vezes é o único tempo que o aluno tem para estudar. Na sociedade atual, 
os alunos ficam muito tempo sozinhos e sem auxílio para os estudos. Então cabe ao 
professor aproveitar ao máximo esse tempo que o aluno dispõe. 
 
 A aula deve ser estruturada por etapas, mas também devem ser criativas e 
flexíveis, considerando que não existe uma sequência necessariamente fixa. É na sala de 
aula onde ocorre a interação social mais importante da escola, que é dos alunos entre si 
e com o professor. 
 
 
 
 
52
 
Favorecendo o aprendizado 
 
 Antes de iniciar um novo conteúdo ou no 
início do ano letivo, o professor precisa preparar o 
conteúdo de acordo com a disciplina, além de 
preparar os alunos e, posteriormente,explicitar dos 
objetivos em sala de aula, e só então, a introdução da 
nova matéria, ou seja, no início do ano, o professor 
precisa fazer uma sondagem para saber quais são os 
conteúdos os quais os alunos já dominam e quais 
terão mais dificuldades. Essa etapa prepara o aluno e 
o faz sentir como participante do processo de ensino-
aprendizagem. 
 
 A preparação do professor compreende alguns passos: o planejamento das aulas, 
planejamento dos recursos que serão usados em sala, seleção do conteúdo e das 
atividades que serão realizadas e, principalmente, uma previsão do tempo necessário 
para a aplicação do tema. 
 
 A preparação dos alunos compreende criar condições favoráveis para o 
aprendizado. Inicialmente, o professor pode começar chamando atenção para o assunto 
que será abordado, podendo até promover um pequeno debate com os alunos pedindo 
opiniões, trocando experiências e criar uma problematização. 
 
 Esse momento de diálogo ocorre para criar a introdução da matéria e 
sistematizar ideias e conceitos para operar a matéria mentalmente na parte teórica, 
criando assim a capacidade de abstração nos alunos. 
 
 Para motivar seus alunos, primeiramente realize perguntas para sondar os 
conhecimentos prévios, isso pode ser feito por meio de uma breve revisão. Em seguida, 
comece o novo conteúdo, apontando a importância da matéria. Todos esses cuidados 
permitirão uma maior atenção por parte dos alunos. 
 
 
53
 
 A organização do ambiente é importante (se for uma aula prática), isso desperta 
o interesse deles, facilitando o aprendizado. Para tornar significativo o aprendizado, 
deve-se fazer uma ligação da matéria nova com a anterior, isso faz parte dessa 
preparação. 
 
 Aplicação e encerramento da matéria nova 
 
 Após a introdução da 
matéria, o professor começa 
relacionando os objetos e 
fenômenos ligados ao tema, para 
uma compreensão concreta por 
parte do aluno, depois conceitua os 
principais temas. A seguir, expõe o 
tema verbalmente para os alunos e 
propõe uma atividade relativamente independente, pois sempre que necessário, o 
professor deverá auxiliar nas dúvidas e fazer intervenções pertinentes. 
 
Nesse processo, os conhecimentos vão se consolidando, o que pode exigir 
recapitulações, atividades ou exercícios para maior assimilação. Nessa aplicação, ocorre 
um processo de transição do “não-saber” para o saber. 
 
Para aulas mais dinâmicas e didáticas, deve-se empregar métodos diretos e 
indiretos. Os métodos diretos ocorrem por meio de demonstrações, estudos do meio e 
outras atividades práticas como a experimentação e excursões entre outras, já os 
métodos indiretos ocorrem por meio da explicação verbal do professor, que deve ser 
clara e objetiva. 
 
Na parte de conclusão, se faz necessário uma conversação com a classe, 
procurando avaliar quais são os objetivos que estão sendo alcançados e também para 
permitir uma interação e reflexão do professor com os alunos, de maneira que seja 
possível construir um pensamento autônomo nos educandos. 
 
 
54
 
Em etapas anteriores, o trabalho do professor consistiu em transmitir novos 
conhecimentos e prover condições para a assimilação da matéria. No entanto, o 
processo de ensino ainda não acabou, é preciso consolidar os novos conhecimentos. 
 
Geralmente nas escolas, essa fixação tem sido reduzida à repetição mecânica. Os 
exercícios e tarefas costumam ser voltados para a memorização de regras, sem 
preocupação em desenvolver a autonomia e formação de pensamento do aluno. 
 
A consolidação da matéria se dá, efetivamente, por meio de exercícios 
significativos, recapitulação da matéria ou tarefas que levem o aluno a reproduzir o 
conhecimento, aplicando-os a uma situação conhecida. Os exercícios levam à fixação 
do conteúdo e à recapitulação, ligando novos conhecimentos aos antigos, dando mais 
significado à aprendizagem. 
 
Ao encerrar, um assunto é desejável que ocorra a aplicação da matéria. Trata-se 
de prover oportunidades para que os alunos possam utilizar os conhecimentos de forma 
criativa, ou seja, unir teoria e prática, estabelecendo vínculos com a escola e a vida e 
ligando os conteúdos da matéria, aos fatos da vida, para que fique em evidência quanto 
foi compreendido do assunto. 
 
 Ao finalizar o novo assunto,

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