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Introdução
Nos dias atuais, a criminalidade vem crescendo vigorosamente em nossa sociedade. Tem alcançado proporções quase que insustentáveis, tanto que se tornou raro encontrar uma pessoa que não tenha sido vítima ou que não conheça alguém que tenha sofrido com a violência. Basta ligar a televisão ou abrir um jornal, para deparar com extensas reportagens referentes a crimes que ocorrem diariamente, tais como sequestro, roubo, homicídio, entre outros, tornando a sociedade refém e a mercê da situação de insegurança.
Neste sentido, o presente trabalho, apresenta a forte ligação do tráfico de drogas com a violência na sociedade contemporânea. E ainda sugere uma forte reflexão da contribuição do usuário ao tráfico de drogas.
 Abordamos os aspectos gerais das drogas, tais como, sua definição, variedade, o qual visa proporcionar uma maior compreensão da dimensão da influência que as drogas exercem sobre o indivíduo e o uso de que tipo de droga é reprovável socialmente. Buscamos evidenciar o conceito de criminalidade e nos baseamos em pesquisas para saber qual o posicionamento do judiciário com o tema proposto.
O que é criminalidade
Criminalidade é a expressão dada pelo conjunto de infrações que são produzidas em um tempo e lugar determinado, é o conjunto dos crimes. De acordo com Kolker (2004), a criminalidade é um fenômeno complexo e multideterminado que demanda diálogo entre saberes distintos. Criminalidade é um fenômeno social que resulta da constante de fatos que contrariam gravemente as condições existenciais da vida social. A criminalidade está no seio de uma sociedade que, formada por um grupo de pessoas bastante heterogêneo, são influenciadas por uma série de fatores, destacando-se os atos sociais latentes ou não. 
FATORES SOCIAIS DE CRIMINALIDADE.
O crime está relacionado a determinadas condições da vida social do homem.A criminalidade é um dos fenômenos mais comuns da influência malsã da situação econômica, via de regra decorrendo de contendas suscitadas pela arbitrária política salarial; do fechamento de grandes indústrias em momentos de crise; da não expansão da atividade comercial: do desemprego e da dificuldade de colação; do baixo poder aquisitivo popular que é arrostado pela inflação e pela especulação; do egoísmo da própria economia onde os que acumulam mais riquezas contribuem cada vez mais para o empobrecimento da grande maioria.Como resultado muitos parte para o crime, e a situação às vezes se multiplica de tal forma que a criminalidade toma um caráter patológico-social. 
A criminalidade no país é decorrente de uma série de fatores sociais agravantes presentes na sociedade, como a má distribuição de renda, a pobreza, educação e saúde precárias entre outras.
COMBATE À CRIMINALIDADE: CRIMINALIDADE PODE SER EXTINTA?
Só se combate a criminalidade não para extingui-la (o que é impossível), mas para diminuí-la para níveis suportáveis e anteriores à fase de saturação, mediante recursos de natureza social, políticos e econômicos. Contra a criminalidade não há falar em repressão, mas em prevenção por meio da educação e distribuição de renda; contenção do êxodo rural, causador da urbanização e da favelização; reforma política, trabalhista, agrária e urbana; desenvolvimento empresarial e nacional; criação e multiplicação das oportunidades de emprego; facilitação do planejamento familiar; 
O QUE SÃO DROGAS.
Ao contrario do que permeia o senso comum, drogas são todas as substancias de origem natural ou não, que ao serem introduzidas no organismo provocam mudanças físicas e/ou psíquicas (psicoativas). 
Dentre as drogas, distinguem-se as Licitas notáveis e desconhecidas e as ilícitas, naturais, sintéticas e semissintéticas. Para exemplificar drogas licitas notáveis e desconhecidas pode-se destacar o açúcar e a cafeína as quais são substancias psicoativas que não são identificadas socialmente como drogas; a cerveja, o tabaco e as drogas farmacêuticas, que representam as licitas mais conhecidas. As ilícitas que são as drogas proibidas por lei, podem ser de origem natural (geralmente vegetal como a cannabis e o opio), semissintéticas, que tem origem natural mas passam por processos químicos (como crack, cocaína, Heroína) e as completamente sintéticas como o LSD. 
HISTÓRIA DO COMBATE ÀS DROGAS NO BRASIL
Em sintonia com o modelo internacional de combate às drogas, capitaneado pelos Estados Unidos, o Brasil desenvolve ações de combate e punição para reprimir o tráfico.
Essa tendência, porém, vem desde os tempos de colônia. As Ordenações Filipinas, de 1603, já previam penas de confisco de bens e degredo para a África para os que portassem, usassem ou vendessem substâncias tóxicas. O país continuou nessa linha com a adesão à Conferência Internacional do Ópio, de 1912.
A visão de que as drogas seriam tanto um problema de saúde quanto de segurança pública, desenvolvida pelos tratados internacionais da primeira metade do século passado, foi paulatinamente traduzida para a legislação nacional. Até que, em 1940, o Código Penal nacional confirmou a opção do Brasil de não criminalizar o consumo.
Segundo Roberta Duboc Pedrinha, especialista em Direito Penal e Sociologia Criminal, estabeleceu-se uma “concepção sanitária do controle das drogas”, pela qual a dependência é considerada doença e, ao contrário dos traficantes, os usuários não eram criminalizados, mas estavam submetidos a rigoroso tratamento, com internação obrigatória.
Porém, Roberta Pedrinha conta que o golpe militar de 1964 e a Lei de Segurança Nacional deslocaram o foco do modelo sanitário para o modelo bélico de política criminal, que equiparava os traficantes aos inimigos internos do regime.
Para a advogada, não por acaso, a juventude associou o consumo de drogas à luta pela liberdade. “Nesse contexto, da Europa às Américas, a partir da década de 60, a droga passou a ter uma conotação libertária, associada às manifestações políticas democráticas, aos movimentos contestatórios, à contracultura, especialmente as drogas psicodélicas, como maconha e LSD”, analisa.
Em 1973, o Brasil aderiu ao Acordo Sul-Americano sobre Estupefacientes e Psicotrópicos e, com base nele, baixou a Lei 6.368/1976, que separou as figuras penais do traficante e do usuário. Além disso, a lei fixou a necessidade do laudo toxicológico para comprovar o uso.
Finalmente, a Constituição de 1988 determinou que o tráfico de drogas é crime inafiançável e sem anistia. Em seguida, a Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) proibiu o indulto e a liberdade provisória e dobrou os prazos processuais, com o objetivo de aumentar a duração da prisão provisória.
Já a Lei de Drogas (Lei 11.343/06) eliminou a pena de prisão para o usuário e o dependente, ou seja, para aquele que tem droga ou a planta para consumo pessoal. A legislação também passou a distinguir o traficante profissional do eventual, que trafica pela necessidade de obter a droga para consumo próprio e que passou a ter direito a uma sensível redução de pena.
Já a criação da Força Nacional de Segurança e as operações nas favelas do Rio de Janeiro, iniciadas em 2007 e apoiadas pelas Forças Armadas, seguidas da implantação das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), reforçaram a repressão e levaram a presença do Estado a regiões antes entregues ao tráfico, não apenas atendendo às críticas internacionais, como também como preparação para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
As discussões em torno das leis que tratam do tráfico e dependência de drogas continuam a ser feitas no Congresso, envolvendo ainda aspectos como o aumento de impostos e o controle do álcool e do cigarro.
3- A DIFERENÇA ENTRE O USUÁRIO E O TRAFICANTE
 O USUÁRIO: Segundo a “Nova lei de tóxicos”, a lei 11.343/2006, é usuário “quem adquirir guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. Conceitualmente, adquirir é comprar, passar a ser proprietário, ou seja, dono do objeto. Já a conduta guardaré ocultar, esconder, não publicar a posse. A conduta de ter em depósito significa manter sob controle, à disposição. Agora, transportar traz a idéia de deslocamento, ou seja, de um local para outro. E, por último, o comportamento de trazer consigo é o mesmo que portar a droga, tendo total disponibilidade de acesso ao uso.
O TRAFICANTE: No pensamento atual, denomina-se traficante o sujeito ativo do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. De acordo com a lei 11.343/2006, artigo 33, pode ser considerado traficante o indivíduo que “importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
3.1- COMO SE DIFERENCIA E SE PUNE
 USUÁRIO: Não pode ser preso em flagrante, como ocorria antes, e sua pena é alternativa: advertência, prestação de serviços à comunidade ou obrigação de cumprir medidas educativas. O objetivo é deslocar essas pessoas do âmbito penal para o âmbito da saúde pública. O usuário também deve assinar um termo circunstanciado, uma espécie de boletim de ocorrência para crimes de menor gravidade, perante um juiz ou, na ausência deste, diante da autoridade policial no local da abordagem.
 TRAFICANTE: É punido com pena de prisão de 5 a 15 anos. Importar, exportar e guardar drogas e cultivar matéria-prima para o tráfico acarreta a mesma penalidade. Dispositivos anteriores à Lei de Drogas, como a Constituição e a Lei de Crimes Hediondos, estabelecem que os condenados por tráfico não possam ser beneficiados com a extinção de suas penas (anistia, graça ou indulto). 
A questão colocada pela legislação atual é: como diferenciar um usuário de um traficante? A redação da Lei de Drogas recorre a critérios subjetivos, o que, na prática, deixa nas mãos de cada juiz decidir quem é enquadrado em qual categoria.
 
“Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente” (Lei de Drogas em trecho do artigo 28) ··.
3.2- QUESTÕES DE SAÚDE
 A intersecção entre a política de drogas e o sistema de saúde ocorre por meio da Política Nacional de Saúde Mental, do Ministério da Saúde, que disciplina a atenção a usuários e dependentes no SUS (Sistema Único de Saúde). A legislação da área visa tirar os hospitais do centro do tratamento dos dependentes de drogas.
 A Raps (Rede de Atenção Psicossocial), instituída pelo Ministério da Saúde em 2011, prioriza a chamada “política de redução de danos”. Seu foco é cuidar de pessoas com transtorno mental e dependentes de drogas com atendimento nas ruas e em unidades que oferecem leitos. O Ministério da Saúde busca que redes estaduais e municipais participem da Raps.
 Para Bruno Ramos Gomes, psicólogo e mestre em Saúde Pública pela USP, a Raps “é muito falha”, mas ainda assim é um avanço da saúde pública na questão das drogas. “Até a década de 1990, tínhamos basicamente hospitais psiquiátricos, clínicas particulares, comunidades terapêuticas e um ou outro ponto de tratamento ligado às universidades”, diz.
4- CONTEXTUALIZANDO O MERCADO DE DROGAS COM A VIOLÊNCIA.
Com as profundas transformações que a sociedade vem sofrendo desde a primeira revolução industrial no século XVIII, o elemento que mais permeia a relação entre pessoas e mercadorias e entre pessoas e demais pessoas chama-se mercado. Surge uma nova forma de produzir que acaba criando uma nova forma de se relacionar em sociedade, uma nova forma de pensar e organizar a vida. Essa nova etapa é composta pelo pensamento racional e pela produção em larga escala, desencadeando hoje no que pode-se conceituar como sociedade de consumo.
Identifica-se que a compulsividade do consumo de mercadorias de maneira geral, sejam típicos do nosso tempo. Estamos localizados em um contexto de exagero onde são compulsivos diversos aspectos da vida em sociedade, como o trabalho, o acesso a informação e comunicação, o uso de medicamentos legalizados, o consumo de maneira geral, a rotina de vida etc. Também são tempos onde temos como epidemias a depressão e a ansiedade. Localizados nesse ambiente social, os indivíduos se produzem socialmente de maneira a ter ações sociais exageradas e compulsivas em diversos aspectos de suas vidas. O crescimento absurdo e gradativo do uso compulsivo de drogas não pode ser descontextualizado desse ambiente social, afirmam sociólogos renomados na atualidade como Zygmunt Bauman. Só Sendo este fenômeno explicável, através de uma perspectiva de totalidade, qualquer analise fragmentada deste assunto pode levar a conclusões insuficientes e falhas.
De tal modo, depois do século XIX com o aprofundamento da revolução industrial e de todas a mudanças sociais e culturais que esta proporcionou, as drogas como qualquer mercadoria ganham outra dimensão de produção e acesso. Apesar de ser verdadeira a informação de que as drogas acompanham o desenvolvimento das sociedades humanas desde seu inicio, em nenhum outro momento histórico usou-se tantas drogas, ou as produziu em tamanha escala como faz-se hoje em dia. O que antes era usado para fins religiosos, sagrados ou até meramente recreativos, transformou-se em uma das mercadorias mais lucrativas do mundo.
O trafico, tem caráter internacional e movimentava já nos anos 90 cerca de 600 bilhões de dólares ao ano, só perdendo para a indústria bélica no quesito de lucratividade. Como não é um mercado legalizado, suas atividades não são controladas ou fiscalizadas pelo estado. O mercado ilegal, ao invés de recorrer aos meios legais para resolução de conflitos de concorrência e produção, age como quer mediante as suas próprias regras paralelas, valendo-se da violência em grande parte dos casos. Todo esse processo acarreta em uma porção de crimes produzidos diretamente, dentre tantos outros produzidos indiretamente. Por maior que sejam os investimentos na guerra as drogas, só crescem sua produção e sua demanda. 
4.1- A CRIMINALIDADE ORGANIZADA E MAZELAS DA SOCIEDADE 
A extensa experiência vivida pela humanidade com as drogas nos aproxima do questionamento realizado por EMILE DURKHEIM, que em 1985 constatou, numa análise sistemática, que o crime sempre esteve presente em todos os grupos sociais, desde as civilizações mais remotas.
O nobre sociólogo entendia que o crime era um fator patológico, uma doença social, conforme compreendia a Criminologia Positiva na época, que vislumbrava no criminoso uma doença, um caso de anormalidade.
Nesta esteira, concluiu o grande mestre e sociólogo que “a criminalidade seria um elemento constitutivo do organismo social, necessário ao seu normal funcionamento”. 
As instâncias oficias daquele período passaram a adotar a política de EMILE DURKHEIM, no sentido de que o rigor penal destinar-se-ia apenas aos indivíduos pertencentes a classes vulneráveis e economicamente desfavorecidas que seriam “doentes/degenerados a precisar da piedosa intervenção do sistema penal para serem recuperados”.
O entendimento na época era de que os integrantes das classes menos favorecidas, eram portadores de algum tipo de deficiência patológica, o que os diferenciava e os excluía das classes dominantes, ou seja, da nobreza.
Assim, o estudo de EMILE DURKHEIM influenciou a Criminologia Positiva, que passou a tratar o criminoso com aspectos científicos.
Todavia, com o advento do Liberalismo, e a consequente tomada do poder da burguesia pela nobreza, ocorreu uma grande mudança no cenário político e econômico da sociedade, o surgimento das classes operárias e do capitalismo.
Assim, por consequência, pode-se dizer que um dos traços mais marcantes do capitalismo é a desigualdade entre as camadas sociais; desigualdade evidenciada nos diferentesgraus de acesso de cada classe a bens de consumo e serviços, bem como a bens fundamentais como saúde, educação, cultura, lazer, moradia; e ainda, nas diferentes capacidades de intervenção política.
Sobre o tema Eugênio Raul ZAFFARONI explica que
“(...) toda a sociedade tem uma estrutura de poder (político e econômico) com grupos mais próximos do poder e grupos mais marginalizados do poder, na qual, logicamente, podem distinguir-se graus de centralização e marginalização. Esta “centralização-marginalização” tece um emaranhado de múltiplas e protéicas formas de “controle social” (influência da sociedade delimitadora do âmbito de conduta do indivíduo) fazendo com que o controle social se valha, pois, dos meio que são mais ou menos difusos e encobertos e até meios específicos e explícitos, como é o sistema penal (polícia, juízes, agentes penitenciários etc.)” 
O que ocorre é que nenhuma outra atividade é capaz de gerar tanto lucro, tão rapidamente e com poucos riscos para seus autores, como no tráfico de drogas.
A organização do tráfico funciona como uma grande empresa regular e lícita, organizada por meio de diversas pessoas, veículos e instalações, desenvolvidas com a utilização de alta tecnologia.
Neste contexto, compreende-se a chamada narcoempresa, que possui uma estrutura logística desenvolvida, com departamento de transportes e um cronograma que retrata a divisão de tarefas e de poder.
A estrutura organizada do tráfico apresenta uma linha hierárquica rígida, onde no topo estão os grandes chefes, que transitam no meio social sustentando a imagem de respeitáveis empresários. E abaixo do chefe, tem-se o gerente, o qual é responsável por um espaço físico, um grupo de pessoas, além de diversas funções, como o controle de estoque de drogas e a fiscalização dos funcionários da “boca-de-fumo” (ponto de venda e distribuição de drogas).
Os funcionários do ponto são indivíduos responsáveis pela vigilância do ponto, segurança do chefe e o comércio varejista de drogas. Também conhecidos por soldados do tráfico, ou ainda na gíria do mero por “falcões”, que significa menores viciados, que recebem droga como forma de pagamento pelos serviços prestados. Cabe a eles avisar a “boca” por meio de fogos de artifícios ou disparos de arma de fogo, quando a polícia ou algum inimigo ou integrante de “boca” rival se aproxima do local, para não serem surpreendidos inesperadamente.
Além destes funcionários, tem-se os indivíduos responsáveis pela “boca”, em se tratando daqueles que realizam a venda e distribuição das drogas, já fracionadas em doses, destinadas ao usuário, consumidor. Estes agentes contam com o auxílio dos chamados “aviõezinhos”, que são os viciados que transportam drogas da “boca” para os demais consumidores, em troca de droga para suprir sua necessidade.
A organização do tráfico conta ainda com o transporte da droga, pois esta percorre um longo caminho até chegar ao usuário.
Destarte, estima-se que somente 10% a 15% das drogas ilícitas do mundo todo são apreendidas pela polícia. 
O recurso utilizado pelos traficantes para transportar grande quantidade de droga, é o aéreo ou marítimo, o qual é realizado por meio de embarcações, como barcos e navios clandestinos.
No Brasil, devido a vasta extensão territorial e principalmente, de possuir fronteira com 10 países, fica cada vez mais custoso o trabalho de controle da entrada e saída de drogas no país.
Destarte, cita-se como exemplo a selva amazônica, onde existem por volta de mil (1000) pistas de pouso, sendo que 60% delas são utilizadas pelo narcotráfico, distribuindo toneladas de drogas para países vizinhos, além da Europa e dos Estados Unidos.
Já em regiões não banhadas por costas e rios, o transporte é terrestre, realizado por veículos comuns ou até mais sofisticados, para desviar o foco dos policias rodoviários. No interior de bairros e na periferia, o transporte ocorre por meio de motocicletas, devido à dificuldade de acesso em determinados locais.
Quanto à distribuição da droga, outro ponto que merece destaque é o papel da mulher neste cenário. A mulher, em razão de sua singeleza, sensibilidade maternal e suavidade dos gestos, levanta menos suspeitas que o homem, o que torna mais difícil a percepção da conduta criminosa, pelos agentes estatais.
Assim ocorre a organização do tráfico, pela divisão de tarefas, sendo elas supervisionadas por um líder, respeitando a hierarquia presente no grupo.
Convém ressaltar outro fator que mantém cada vez mais forte a estrutura do tráfico, qual seja o auxílio de atores estatais.
Para Winfried Hassmer, o elemento chave estruturador da criminalidade seria: “o poder de corrupção das instituições que estaria, através do discurso oficial, encarregadas de reprimir esse tipo de delito”.
Portanto, um dos grandes fatores que mantêm a forte estrutura do tráfico é a ação indireta de membros de órgãos Estatais, que ao invés de reprimir a criminalidade, passam a integrar e comandar milícias.
O mestre Winfried ainda ressalta que:
“a política de drogas é um dos poucos campos onde a criminalidade organizada e a criminalidade de massas se encontram: a C. O. (criminalidade organizada) compreende o comércio internacional de estupefacientes: por outro lado, o pequeno tráfico e outras formas de criminalidade que os dependentes de droga praticam para manterem vícios constituem uma boa fatia da criminalidade de massas”. 
Desta forma, tem-se que a estrutura organizacional atende a finalidade de cometimento de delitos, acumulação de patrimônios, constituição de monopólios, voltados à obtenção de injustas vantagens financeiras.
Ademais, é preciso lembrar que são poucas as regiões no país que produzem as substâncias mais consumidas entre a população (maconha e cocaína). Assim, o tráfico de drogas nas grandes cidades, por exemplo, depende de uma complexa rede de transporte atacadista de drogas produzidas em outros países, como é o caso da cocaína e da maconha, produzidas em países vizinhos ao Brasil.
E nesse contexto, a difusão da droga encontra-se terceirizada, motivo pelo qual a repressão nas esquinas de grandes centros urbanos, favelas e morros jamais intimidará os grandes chefões do tráfico.
5- OLHAR DO JUDICIÁRIO E ORGÃOS GOVERNAMENTAIS PARA A PROBLEMÁTICA COM A CRIMINALIDADE E DROGAS.
5.1- POLÍTICAS PÚBLICAS NECESSÁRIAS PARA EFETIVO CONTROLE OU REDUÇÃO DO ÍNDICES DE CRIMINALIDADE.
Atualmente a sociedade vive um momento extremamente violento, a cada dia uma notícias de fatos ocorridos leva a grande população a desacreditar do ser humano. Pai matando filho, filho matando pai horrores sem fim. Diante desse cenário desolador inúmeras políticas de contensão desses episódios são debatidas e orquestradas para que possa haver o saneamento dessa crise de violência. Milhares de lares são invadidos por notícias que de tão estarrecedoras são inimagináveis, porém, ocorrem.
Diante dessa realidade que devasta famílias e lares o Estado por meio de suas instituições de segurança pública que motivadas pela sensação de desproteção e fragilidade apresentam projetos e estratégias para que as ações repressivas possam minimizar a sensação de inquietude da população, muita das vezes as ações tomadas pelas instituições são de preservação do cidadão de bem em detrimento ao cidadão infrator.
Muitos autores defendem a tese que o combate repressivo usando a força é uma contribuição para o aumento e não estagnação da violência.
A violência como inúmeros estudos apontam deriva não de ações policias, mas, sim de problemas sociais e econômicos e psicológicos, ou seja a falta de investimentos em aspectos fundamentais na formação de uma pessoa, pode-se citar entre tantos alguns que se tornam cada vez mais essenciais, educação, saúde, saneamento básico, lazer, esporte, trabalho. No aspecto econômico, a desigualdade de renda, a baixa remuneração de vários setores. Não devemos atribuir que os fatores acima sejam os únicos, o psicológico é um grande entrave nessa conscientização, não se pode dizer que porque uma pessoa não teve, educação de qualidade,acesso a saúde e baixo remunerado ou sem remuneração essa pessoa é um multiplicador de violência.
Portanto o que se vê é que quando o clamor social pede o fim dessa violência o que se vislumbra em primeiro plano é a solução para os problemas sociais.
O papel policial é fundamental, porém, não o único. Deve-se ter atuações estratégicas de todas as esferas públicas, prevenção e repressão.
5.2- PAPEL DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA BRASILEIRO FRENTE A CRIMINALIDADE.
De acordo com o art. 144 da Constituição Federal “a segurança pública é dever do estado, direito e responsabilidade de todos será exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
O ministério da justiça é a entidade governamental, adotada em muitos países, para gerir os assuntos nacionais pertinentes ao Poder judiciário, polícias, manutenção e defesa dos direitos humanos, e outros temas institucionais pertinentes ao Direito, no que diz respeito ao papel do executivo junto às entidades públicas e privadas e ao cidadão, suas atribuições em relação ao Brasil estão elencadas pelo Decreto 6061 de 15/03/2007, Pode-se conferir a estrutura orgânica da instituição na figura abaixo representada:
“O direito a segurança é prerrogativa constitucional indisponível, garantido mediante a implementação de políticas públicas, impondo ao Estado a obrigação de criar condições objetivas que possibilitem o efetivo acesso a tal serviço. É possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado, quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo.” (RE 559.646-AgR, rel. min.Ellen Gracie, julgamento em 7-6-2011, Segunda Turma, DJE de 24-6-2011.) No mesmo sentido: ARE 654.823-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 12-11-2013, Primeira Turma, DJE de 5-12-2013.
No dia 18 de Setembro de 2015 o Ministério da justiça anunciou um investimento de mais de 300 milhões de reais para a implantação em 15 (quinze) Estados brasileiros novos Centros Integrados de Comando e Controle as chamadas (CICCs), sendo a primeira fase do projeto finalizada em 30 de outubro de 2015.
Esse projeto de Tecnologia de Inteligência visa a subsidiar as 5 regiões brasileiras em suas politicas públicas no combate a violência
As reuniões desse projeto são apresentadas as gestores das unidades das Policias Civis, Policias Militares, Defesas Civil, Serviço de Atendimento Movél de Saúde, Guardas Municipais
Projeto esse usado pela primeira durante a copa do Mundo de 2014 realizado no Brasil e que será usado nas Olímpiadas a serem realizadas em 2016 com sede no Estado do Rio de Janeiro.
O Ministério da Justiça brasileiro reúne hoje em seu site uma série de dados e estatísticas sobre diversas modalidades de crimes, com base em dados de Secretária Nacional e Segurança Pública, dados esses voltados tanto para o cidadão quanto para o profissional de segurança pública.
De acordo com o site do Ministério da Justiça: Em 2005 o ministério da Justiça através do SENASP Secretária Nacional de Segurança Pública criada em 2005 com parceria com a Academia Nacional de Polícia, a Rede Nacional de educação a distância sendo a Rede EAD-Senasp é uma escola virtual destinada aos profissionais de segurança pública em todo o Brasil. Tem como objetivo viabilizar o acesso à capacitação continuada, independentemente das limitações geográficas e temporais.
Com a implementação da Rede EAD, a Senasp busca promover a articulação entre as academias, escolas e centros de formação e aperfeiçoamento dos operadores de demais, de segurança pública, de todo o Brasil, a partir de uma postura de respeito às autonomias institucionais, bem como aos princípios federativos.
A rede Senasp possibilita a Policiais Civis, Federais, Militares, Rodoviários Federais, Bombeiros, Profissionais de Perícia Forense, Guardas Municipais e Agentes Penitenciários, acesso gratuito à educação continuada, integrada e qualificada.
5.3- PAPEL DO LEGISLATIVO NO ENFRENTAMENTO A CRIMINALIDADE.
Para entender o papel do Legislativo no enfrentamento da criminalidade tem que ser descrito das funções típicas do poder legislativo. No entendimento de CARVALHO (2011) as funções do Poder legislativo podem ser traduzidas como:
“Ao lado das funções típicas do legislativo, quais sejam, a criação da lei, a fiscalização o controle dos atos do executivo, a Constituição atribui-lhe funções atípicas consubstanciadoras da concepção de freios e contrapesos (checks and balances), inerentes às relações entre os Poderes do estado. Assim, o Poder Legislativo, além de criar o Direito, participa da função jurisdicional e executiva” (CARVALHO, 2011, p.955)
As políticas públicas, de acordo com BONETTI podem ser entendidas como “o resultado da dinâmica do jogo de forças que se estabelece no âmbito das relações de poder, relações essas constituídas pelo grupos econômicos e políticos, classe sociais e demais organizações da sociedade civil” (BONETI, 2006 p.74).
O papel do legislativo é de total importância no cenário da violência, é ele que criará, fiscalizará e efetivarão as leis de combate à criminalidade o direcionamento da legislação penal e seus meios. Diversos especialistas afirmam que não é possível combater a criminalidade com leis tão ultrapassadas e arcaicas como as que hoje estão em vigor. As distorções das leis que segundo especialistas m segurança pública é um dos fatores para esse temor e sensação de insegurança que hoje permeia por toda a sociedade.
O congresso tem papel fundamental na correção das falhas que existem no sistema de segurança, porém, o que acompanhamos é uma enorme ineficácia desse poder, pode se ver a reforma do processo penal de 1941, que levou mais de 10 anos para sua aprovação.
O direito tende acompanhar a mudança que ocorre na sociedade e seus comportamentos que estão sempre em mutação. O ritmo dessa mudança muitas das vezes não é acompanhado pelo legislativo devido a sua morosidade e jogos de interesse que permeiam as duas casas para apreciação e aprovação de leis.
Contudo houve nesse ano de 2015 a aprovação da lei 13142 de 6/7/2015 que torna hediondo o assassinato de policiais civis, militares, rodoviários federais, além de integrantes das forças armadas, das forças nacionais de segurança pública e do sistema prisional, seja no exercício da função ou em decorrência do cargo ocupado, além de outras peculiaridades, lei essa oriunda do PLC 19/2015, do deputado Leonardo Picciani (PMDB/RJ) sancionado pela atual presidente da república.
Existem a participação do legislativo em programas para o combate a violência, sendo um dos maiores programas do governo Federal o Pronasci, Programa Nacional de Segurança Pública foi criado a partir da medida provisória nº384, de 20 de agosto de 2007, até sua posterior conversão na lei 11530, de 24 de outubro de 2007.
O Pronasci é destinado a prevenção, controle e repressão da criminalidade, unindo as ações de segurança pública e políticas sociais.
Todos esses programas visam a diminuição de índices cada vez mais alarmantes da violência, temos como exemplo o aumento cada vez maior da taxa de homicídio demonstrando assim mesmo com todas as campanhas de desarmamentos a ineficácia do legislativo quanto a esse problema, porém, o projeto de lei 3722/12 que revoga o estatuto do desarmamento que tinha entrado em vigor em 2003 restringindo o porte de armas, a PL é de autoria do Deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB/SC) entre outras alterações descentraliza o controle de registros as policiais civis dos estados, diminuição da idade para concessão e ex- presidiários podendo ter o porte, portanto, bastante controverso.
Estudiosos ou não, buscam cada vez mais a resposta para a ineficácia e inércia legislativa em dar resposta ao clamor coletivo, muitas vezes não sendo capazes de direcionar soluções eficazes e sim o famoso jeitinho ou o vulgarmente conhecido “gambiarra”, ou seja, uma maneira de chegar a lugar algum.
CONCLUSÃO
O aumento da criminalidadeé visível e cada vez mais assustador, o que gera a impressão de que não há mais como detê-la. A ausência de recursos que o nossa país carece, como por exemplo, a educação e a proteção que são necessários para essa questão nos fazem crer que a criminalidade não te jeito. 
O presente trabalho procurou delimitar o conceito com a maior objetividade possível através da identificação de correlações entre percursos da criminalidade com o consumo de drogas.
Em vista deste cenário, da fácil obtenção e até mesmo, dependendo da droga, o baixo custo, denota-se um número expressivo de usuários principalmente entre os jovens, independente da fiscalização e proibição legal, realizando sua compra e consumo. A nossa sociedade compreende que o indivíduo busca nas drogas, uma maneira de superar suas angústias, tristezas e fracassos.
Agora o que se pode esperar das autoridades é um salto para uma educação de qualidade melhores condições de vida melhora na segurança publica etc., ou seja, tudo aquilo que permite com que os índices de criminalidade diminuam no país e quem sabe assim daqui uns longos anos o problema com a criminalidade desenfreada seja sanado de uma vez só.
REFERENCIAS :
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-https://diliopda.jusbrasil.com.br/artigos/448338731/crime-e-criminalidade

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