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Insuficiência renal

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BACHARELADO EM FARMÁCIA
IVANNA KARLA DA SILVA CERQUEIRA
Insuficiência Renal
ALAGOINHAS
2017
IVANNA KARLA DA SILVA CERQUEIRA
Insuficiência Renal
Trabalho apresentado como requisito parcial de AV2 para aprovação na disciplina Nutrição Humana da Faculdade Regional de Alagoinhas FARAL/UNIRB.
Docente: Prof.ª Leila Medeiros
ALAGOINHAS
2017
Insuficiência renal
	A insuficiência renal ocorre quando os rins não são capazes de filtrar devidamente os resíduos metabólicos do sangue. Esta possui muitas causas possíveis, donde algumas podem levar a uma diminuição da função renal (insuficiência renal aguda, também chamada de insuficiência renal aguda -IRA). Outras levam ao declínio gradual da função renal (insuficiência renal crônica, também chamada de doença renal crônica ou IRC). Os rins, além de não poderem filtrar os resíduos metabólicos do sangue (como a creatinina e o nitrogênio da ureia do sangue), têm menor capacidade para controlar a quantidade e a distribuição de água pelo corpo (equilíbrio hídrico) bem como as concentrações de eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, fosfato) no sangue.
	Quando a insuficiência renal dura por algum tempo, a pressão arterial frequentemente sobe. Os rins perdem a capacidade de produção de quantidades suficientes de um hormônio (eritropoietina) que estimula a formação de novos glóbulos vermelhos, resultando em contagem baixa de glóbulos vermelhos (anemia). Em crianças, a insuficiência renal afeta o crescimento dos ossos. Em crianças e adultos, a insuficiência renal podem levar a os ossos mais fracos e anormais.
	Apesar da insuficiência renal poder afetar pessoas de todas as idades, tanto lesão renal aguda como a doença renal crônica são mais frequentes nas pessoas mais velhas do que nos jovens. Muitos distúrbios que afetam a função renal podem ser tratados e a função renal pode ser recuperada. A disponibilização da diálise fez com que a insuficiência renal deixasse de ser fatal, para se converter numa doença que pode ser tratada
O trato urinário normalmente é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra, conforme demonstra a figura.
Os rins (normalmente dois) estão localizados na porção posterior do abdome e suas extremidades superiores estão localizadas na altura dos arcos costais mais inferiores (10ª a 12ª costelas torácicas).
O rim direito quase sempre é menor e está situado um pouco abaixo do rim esquerdo. Os rins se movimentam (para baixo e para cima) de acordo com a respiração da pessoa. Cada rim tem a forma de um grande grão de feijão, medindo em um adulto de 10 a 13 cm, com peso aproximado de 120 a 180g.
Os rins estão envolvidos por uma fina membrana, a chamada cápsula renal. Ao redor deles existe a gordura perirrenal e, acima, estão localizadas as glândulas suprarrenais.
No hilo renal entram e saem uma série de estruturas: a artéria renal, a veia renal, o ureter, os nervos renais e os vasos linfáticos renais.Fig2. Mybriansociety.blogspot.com
O sangue chega aos rins através das artérias renais. As artérias renais originam-se na artéria aorta abdominal. Após circular pelos rins, o sangue retorna à veia cava abdominal através das veias renais.Os rins recebem cerca de 1,2 litros de sangue por minuto, ou seja, cerca de um quarto do sangue bombeado pelo coração. Podemos dizer que os rins filtram todo o sangue de uma pessoa cerca de 12 vezes por hora.
De maneira muito parecida ao trabalho de filtros, os rins trabalham para conservar o corpo livre de toxinas, porém essa tarefa é bastante complexa. Os rins agem como um filtro onde os furos devem ter tamanhos muito específicos, pois, se muito grandes, substâncias que deveriam permanecer em nosso corpo são eliminadas, como as proteínas. Já se os furos começam a diminuir demais, substâncias que deveriam ser eliminadas, como as toxinas, começam a ser retidas. Todo nosso sangue é filtrado várias vezes ao dia, fazendo com que o sangue que chega aos rins através da artéria renal volte limpo ao coração e, assim, todas as toxinas sejam eliminadas na forma de urina.
Quando os rins não funcionam apropriadamente, as toxinas se acumulam no sangue, pois o “filtro” não está funcionando corretamente. É importante lembrar também que se o tamanho do “filtro” reduzir a ponto de não passar mais nem água, o indivíduo para de urinar, fazendo com que as toxinas se acumulem ainda mais rapidamente em nosso corpo. Esta retenção de toxinas resulta em uma condição muito séria conhecida como uremia. Os sintomas da uremia incluem náuseas, debilidade, fadiga, desorientação, dispneia e edema nos braços e pernas. Há toxinas que se acumulam no sangue e que podem ser usadas para avaliar a gravidade do problema.
As principais substâncias mais comumente usadas para este propósito atualmente se chamam ureia e creatinina. A enfermidade dos rins está associada frequentemente com níveis elevados de ureia e de creatinina, porém nem sempre é essa a maneira de realizar um diagnóstico precoce do acometimento renal, pois essas substâncias podem se elevar apenas tardiamente em algumas enfermidades renais.
O equilíbrio da química interna de nossos corpos se deve em grande parte ao trabalho dos rins. Nossa sobrevivência depende do funcionamento normal destes órgãos vitais.Os rins são responsáveis por quatro funções no organismo:
Eliminação de toxinas do sangue por um sistema de filtração;
Regulação da formação do sangue e dos ossos;
Regulação da pressão sanguínea;
Controle do delicado balanço químico e de líquidos do corpo.
Insuficiência renal aguda (IRA)
	Insuficiência renal aguda é a diminuição rápida da função renal em dias ou semanas, causando acúmulo de produtos nitrogenados no sangue (uremia). Em geral, resulta de grandes traumas, doenças ou cirurgias, mas em alguns casos é provocada por doença renal rápida e progressiva. Os sintomas incluem anorexia, náuseas e vômitos, evoluindo para convulsão e coma se a condição não for tratada. Distúrbios de líquidos, de eletrólitos e ácido- básicos desenvolvem-se de modo rápido. O diagnóstico baseia-se em exames laboratoriais de função renal, abrangendo creatinina sérica. Índices urinários, exame de sedimento urinário e, com frequência, exames de imagem e outros são necessários para determinação da causa. O tratamento é direcionado para a causa, mas também inclui equilíbrio de líquidos e eletrólitos e, algumas vezes, diálise.
As causas de insuficiência renal aguda (IRA) podem ser classificadas como pré-renais, renais e pós-renais:
Uremia pré-renal decorre de perfusão renal inadequada. As principais causas são depleção do volume do líquido extracelular e doenças cardiovasculares. As condições pré-renais causam cerca de 50 a 80% das IRA, mas não causam lesão renal permanente (e assim são potencialmente reversíveis).
Uremia pós-renal (nefropatia obstrutiva, Uropatia obstrutiva) decorre de vários tipos de obstrução em partes do sistema urinário relacionadas à micção e a porções coletoras, sendo responsável por 5 a 10% dos casos. A obstrução pode ocorrer no interior dos túbulos, em razão da precipitação de material cristalino ou proteináceo. Essa forma de insuficiência renal é em geral agrupada com a insuficiência pós-renal porque o mecanismo é obstrutivo. A obstrução do fluxo de ultrafiltrado nos túbulos ou mais distalmente aumenta a pressão no espaço urinário do glomérulo, reduzindo a GFR. A obstrução também afeta o fluxo sanguíneo renal, inicialmente aumentando o fluxo e de 24 h. Para produzir uremia significativa, a obstrução no nível do ureter requer o envolvimento de ambos os ureteres, a menos que o paciente tenha apenas um rim funcionante. Débito urinário
As causas pré-renais normalmente apresentam oligúria e não anúria. Anúria ocorre em geral em uropatias obstrutivas ou, de maneira menos comum, em oclusão bilateral da artéria renal, necrose cortical aguda, ou glomerulonefrite rapidamente progressiva.
Um débito urinário relativamente constante de 1 a 2,4 l/dia está inicialmente presentena maioria das causas renais. Na lesão tubular aguda, o débito urinário pode apresentar três fases
A fase prodrômica, com débito urinário normal em geral, varia em duração dependendo dos fatores causais (p. ex., quantidade de toxina ingerida, duração e gravidade da hipotensão)
A fase oligúrica, normalmente com débito de 50 a 400 ml/dia, dura em média de 10 a 14 dias, mas varia de 1 dia a 8 semanas. Entretanto, vários pacientes nunca apresentam oligúria. Pacientes não oligúricos apresentam mortalidade, morbidade e necessidade de diálise menores
Na fase pós-oligúrica, o débito urinário gradualmente retorna ao normal, mas as concentrações séricas de ureia e creatinina podem não se reduzir por vários dias. A disfunção tubular pode persistir e se manifestar por perda de Na, poliúria (possivelmente maciça) não responsiva à vasopressina, ou acidose metabólica hiperclorêmica
Sinais e sintomas da IRA
Inicialmente, ganho de peso e edema periférico podem ser os únicos achados; em geral, os sintomas predominantes são os da doença subjacente ou os do procedimento cirúrgico que precipitou a deterioração renal. Mais tarde, na medida em que se acumulam os produtos nitrogenados, podem ocorrer sintomas de uremia, incluindo anorexia, náuseas, vômitos, fraqueza, convulsões, confusão e coma. A dor torácica (tipicamente pior com a inspiração ou quando reclinado), o atrito de fricção pericárdico e os achados de tamponamento cardíaco podem acontecer se a pericardite urêmica estiver presente. O acúmulo de líquido nos pulmões pode causar dispneia e estertores na ausculta.Outros achados dependem da causa. A urina pode ter cor de bebida de cola nas glomerulonefrites ou na mioglobinúria. Pode haver bexiga palpável na obstrução do colo vesical.
Suspeita-se de IRA quando o débito urinário estiver reduzido e houver elevação de ureia e creatinina séricas. A avaliação deve determinar a presença e o tipo de IRA e buscar a causa subjacente. Os exames de sangue geralmente incluem hemograma, ureia, creatinina, eletrólitos (incluindo Ca e PO4). Os exames de urina incluem determinação da concentração de Na e creatinina e análise microscópica do sedimento. A detecção e o tratamento precoces aumentam a chance de reversão da insuficiência renal.
As causas pós-renais devem ser pesquisadas na ausência de fatores pré-renais evidentes. Imediatamente após o paciente urinar, passa-se uma sonda urinária ou utiliza-se ultrassonografia na beira do leito para determinar o volume residual da bexiga. O volume urinário residual > 200 ml sugere obstrução do colo vesical, apesar de fraqueza do músculo detrusor e bexiga neurogênica também serem causas. A sonda pode ser mantida no primeiro dia para monitorar o débito a cada hora, mas uma vez confirmada a oligúria, esta deve ser removida (se não houver obstrução do colo vesical) para reduzir o risco de infecção. Faz-se então uma ultrassonografia renal para diagnóstico de obstrução mais proximal. Entretanto, a sensibilidade da ultrassonografia para obstrução é de apenas 80 a 85%, em razão de o sistema coletor nem sempre estar dilatado, em especial quando a condição for aguda, o ureter estiver encarcerado (p. ex., em fibrose do retroperitônio ou neoplasia), ou se o paciente apresentar hipovolemia concomitante. Se houver forte suspeita de obstrução, exames com contrastes anterógrados ou retrógrados podem estabelecer o local da obstrução e orientar o tratamento.
O sedimento urinário pode fornecer pistas etiológicas. Cilindros granulares e de células ocorrem na uremia pré-renal e algumas vezes em uropatias obstrutivas. Na lesão tubular renal, o sedimento urinário caracteristicamente contém células tubulares, cilindros de células tubulares e cilindros granulares com pigmento marrom. Eosinófilos na urina sugerem nefrite tubulointersticial alérgica; cilindros eritrócitos indicam glomerulonefrite ou vasculite.
Causas renais às vezes são sugeridas pelos achados clínicos. Pacientes com glomerulonefrite (Doenças glomerulares) em geral apresentam edema, proteinúria significativa (síndrome nefrótica), ou sinais de arterite na pele e na retina, em geral sem história de doença renal intrínseca. A nefrite tubulointersticial e a alergia a drogas são sugeridas por história de ingestão de drogas e exantema maculopapular ou purpúrico.
Tratamento
Algumas complicações da lesão renal aguda são sérias e podem, até mesmo, ameaçar a vida. As pessoas podem precisar de tratamento em unidade de cuidados intensivos.
Qualquer causa curável da lesão renal aguda é tratada o mais rapidamente possível. Por exemplo, se a causa for a obstrução, pode ser necessária a colocação de um cateter (um tubo colocado na bexiga), endoscopia ou cirurgia para aliviar a obstrução.
Frequentemente, os rins podem curar-se sozinhos, especialmente se a lesão renal durar menos de cinco dias e não houver problemas complicadores, como infecção. Durante este período, medidas são tomadas para evitar que a diminuição da função renal possa causar problemas sérios. Tais medidas podem incluir o seguinte:
Restrição do uso de certos medicamentos
Restrição de líquidos, sódio, fósforo e potássio na dieta
Ao manter uma boa alimentação
Tomar medicamentos se os níveis sanguíneos de potássio ou fosfato estiveram altos demais
Realizar diálise
Os médicos limitam rigorosamente a ingestão de todas as substâncias que são eliminadas através dos rins, incluindo um grande número de medicamentos. O consumo de sal (sódio) e potássio normalmente é restrito. A ingestão de líquidos é restrita para recolocar a quantidade perdida pelo corpo, a menos que o líquido seja necessário porque há pouco sangue fluindo para os rins. O peso é medido todos os dias porque a alteração do peso é um bom indicador se há água demais ou de menos no corpo.
Uma dieta saudável é fornecida para as pessoas cujos quadros clínicos permitam que se alimentem. Quantidades moderadas de proteína são aceitáveis, basicamente 0,8 a 1 grama por quilograma de peso corporal (0,4 a 0,5 grama por libra). A restrição ao consumo de alimentos ricos em fósforo, como os produtos lácteos, o fígado, os legumes, as nozes e a maioria dos refrigerantes, diminui a concentração de fosfato no sangue.
Por vezes, administra-se poliestireno sulfonato de sódio por via oral ou retal, com o objetivo de diminuir a alta concentração de potássio no sangue. Pode-se administrar sais de cálcio (carbonato de cálcio ou acetato de cálcio) ou sevelâmer por via oral para evitar ou tratar um nível elevado de fósforo no sangue.
Nas pessoas em processo de recuperação de uma lesão renal aguda causada por obstrução, os líquidos não estão restritos. Durante esse tempo, os rins não podem reabsorver sódio e água normalmente e, durante algum tempo depois da obstrução ser aliviada, é produzida uma grande quantidade de urina. Essas pessoas também podem necessitar da reposição de líquidos e eletrólitos, como sódio, potássio e magnésio durante a recuperação.
A lesão renal aguda pode ser prolongada, necessitando a remoção de resíduos e excesso de água. A remoção de resíduo pode ser realizada por meio de diálise, normalmente hemodiálise. Se for previsto que a perda de função renal será prolongada, a diálise é iniciada assim que possível após o diagnóstico. A diálise pode ser necessária apenas temporariamente, até que os rins recuperem sua função, podendo demorar vários dias ou semanas.
Insuficiência renal crônica (IRC)
Insuficiência renal crônica (IRC) é a deterioração da função renal de longa duração e progressiva. Os sintomas desenvolvem-se lentamente e incluem anorexia, náuseas, vômitos, estomatites, esgotamento, fadiga, prurido, diminuição da acuidade mental, contrações musculares e cãibras, retenção hídrica e desnutrição, ulceração e sangramento gastrintestinal, neuropatia periférica e convulsões. O diagnóstico baseia-se nos exames de laboratório de função renal e, às vezes, em biopsia renal. O tratamento é dirigido primariamente à condição subjacente, mas engloba manejo de líquidos e eletrólitos e, em geral, diálise e/ou transplante.
As causasprincipais são diabetes e pressão arterial alta.
O sangue se torna mais ácido, anemia se desenvolve, os nervos são prejudicados, o tecido ósseo se deteriora e o risco de aterosclerose aumenta.
Os sintomas podem incluir micção à noite, fadiga, náusea, coceira, espasmo muscular e cãibras, perda de sensação, confusão, dificuldade em respirar e pele amarelo-castanha.
O diagnóstico é realizado por exames de sangue e urina.
O tratamento visa restringir líquidos, sódio e potássio na dieta, uso de medicamentos para corrigir outros quadros clínicos (como diabetes, pressão arterial alta, anemia e desequilíbrio de eletrólitos) e, quando necessário, o uso de diálise.
Muitas doenças podem danificar ou lesionar os rins de forma irreversível. A lesão renal aguda (IRA) pode converter-se em crônica, caso a função renal não se recupere após o tratamento. Portanto, qualquer distúrbio que possa provocar a lesão renal aguda pode causar doença renal crônica. No entanto, nos países ocidentais, a causa mais frequente de doença renal crônica é o diabetes mellitus, seguido da pressão arterial elevada (hipertensão). Esses dois quadros clínicos lesionam diretamente os pequenos vasos sanguíneos dos rins.
Outras causas de insuficiência renal crônica incluem bloqueio do trato urinário (obstrução), certas anomalias dos rins (como a doença renal policística e a glomerulonefrite) e as doenças autoimunes (como o lúpus eritematoso sistêmico [lúpus]), em que os anticorpos lesionam os vasos sanguíneos pequenos (glomérulos) e os pequenos canais dos rins (túbulos).
Quando a diminuição da função renal é leve ou moderadamente grave, os rins não conseguem absorver a água da urina para reduzir o volume de urina e a concentra. Em seguida, a capacidade dos rins de excretar os ácidos normalmente produzidos pelo corpo diminui e o sangue fica mais ácido, um quadro clínico chamado de acidose. A produção de glóbulos vermelhos diminui, levando à anemia. Altos níveis de resíduos metabólicos no sangue podem danificar as células nervosas no cérebro, tronco, braços e pernas. Os níveis de ácido úrico podem aumentar, algumas vezes causando gota. Os rins lesionados produzem hormônios que aumentam a pressão arterial. Além disso, esses rins não podem excretar o excesso de sal e água. A retenção de sal e água pode levar à pressão arterial alta e à insuficiência cardíaca. A membrana que circunda o coração (pericárdio) pode ficar inflamada (pericardite). O nível de triglicerídeos no sangue com frequência fica elevado, o que junto com a hipertensão arterial, aumenta o risco de aterosclerose.
A formação e a conservação do tecido ósseo podem ser prejudicadas (osteodistrofia renal), se certos problemas que acompanham a doença renal crônica persistirem durante muito tempo. Esses quadros clínicos incluem nível elevado de hormônio da paratireoide, uma baixa concentração de calcitriol (a forma ativa da vitamina D) no sangue, absorção prejudicada de cálcio e concentração elevada de fosfato no sangue. A osteodistrofia renal pode provocar dores nos ossos e aumento do risco de fraturas.
Sintomas
Os sintomas normalmente se desenvolvem muito lentamente. As pessoas com perda da função renal leve a moderadamente grave podem apresentar somente sintomas leves, como a necessidade de urinar várias vezes durante a noite (noctúria). A noctúria ocorre porque os rins não conseguem absorver a água da urina para reduzir o volume e a concentram, como ocorre normalmente durante a noite.
À medida que a insuficiência renal evolui e se acumulam resíduos metabólicos no sangue, as pessoas começam a sentir-se cansadas e fracas de modo geral e podem apresentar uma diminuição da capacidade mental. Algumas pessoas apresentam falta de apetite e dificuldade em respirar. A anemia também é responsável pela fadiga e fraqueza generalizada. O acúmulo de resíduos metabólicos também causa náuseas e vômitos e um gosto desagradável na boca, podendo levar à desnutrição e perda de peso. As pessoas com doença renal crônica tendem a formar hematomas ou sangrar por um tempo anormalmente longo após um corte ou outro tipo de lesão. A doença renal crônica também diminui a capacidade do organismo de combater infecções. A gota pode causar artrite aguda com dor nas articulações e inchaço.
À medida que os resíduos metabólicos se acumulam em níveis maiores no sangue, as lesões causadas nos músculos e nervos podem causar contrações e fraqueza musculares, cãibras e dor. As pessoas também podem sentir uma sensação de formigamento nos braços e nas pernas e podem perder a sensibilidade em certas partes do corpo. Podem desenvolver a síndrome das pernas inquietas. Pode surgir encefalopatia, um quadro clínico no qual o cérebro não funciona corretamente, e levar à confusão, letargia e convulsões.
Insuficiência cardíaca pode causar falta de ar. Pericardite pode causar dor no peito e pressão arterial baixa. As pessoas que sofrem de doença renal crônica avançada têm, em geral, úlceras gastrointestinais e sangramento. A pele pode ficar com uma tonalidade amarelo-castanha e, ocasionalmente, a concentração de ureia é tão elevada que se cristaliza no suor, formando um pó branco sobre a pele. Algumas pessoas com doença renal crônica sentem coceira no corpo todo. Também podem ter mau hálito.
Tratamento
Os quadros clínicos que podem causar ou piorar a doença renal crônica e suas consequências, que podem afetar adversamente a saúde em geral, devem ser tratados imediatamente. Por exemplo, as infecções bacterianas são tratadas com antibióticos e deve-se extrair ou aliviar qualquer obstrução no trato urinário.
Também devem ser tomadas medidas para evitar a piora da função renal ou complicações da doença renal crônica. Essas medidas frequentemente incluem:
Controlar o diabetes, a pressão arterial e o colesterol, além dos níveis de triglicerídeos
Restrição de proteína, sal, potássio, fósforo e líquidos na dieta
Algumas vezes, aumentar a ingestão de frutas e verduras ou o uso de bicarbonato de sódio
Usar medicamentos para controlar os níveis de potássio, fósforo e hormônio da paratireoide e tratar a insuficiência cardíaca ou anemia
Finalmente, fazer diálise
Controlar o nível de açúcar (glicose) no sangue, bem como a pressão arterial alta nas pessoas com diabetes substancialmente diminui a deterioração da função renal. Os medicamentos chamados inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA) e os bloqueadores dos receptores da angiotensina II podem diminuir a taxa de diminuição da função renal em algumas pessoas com doença renal crônica. Entretanto, as pessoas com insuficiência renal terminal não devem tomar esses medicamentos.
Atenção minuciosa à dieta ajuda a controlar vários dos possíveis problemas. Algumas vezes, uma acidose leve pode ser controlada aumentando-se a ingestão de frutas e verduras e reduzindo-se a ingestão de proteína. No entanto, a acidose moderada ou grave pode precisar de um tratamento com bicarbonato de sódio. A diminuição da função renal pode ser levemente retardada através da restrição da quantidade de proteína ingerida diariamente. As pessoas precisam consumir carboidratos em quantidade suficiente para compensar a redução da proteína. Os níveis de triglicerídeos e de colesterol podem ser controlados de alguma forma limitando-se o conteúdo de gordura na dieta. Os medicamentos como estatinas, ezetimiba ou ambos podem ser necessários para corrigir os nível de triglicerídeos e colesterol.
A restrição de sal (sódio) é normalmente benéfica, especialmente se ocorrer insuficiência cardíaca. Os diuréticos também podem aliviar os sintomas da insuficiência cardíaca, mesmo quando a função renal é insatisfatória, mas pode ser necessário fazer diálise para remover a água em excesso no corpo na doença renal crônica grave.Durante a doença renal crônica, pode ser necessário restringir a ingestão de líquido para evitar que a concentração de sódio no sangue fique muito baixa. Deve-se evitar os alimentos muito ricos em potássio, como alguns substitutos do sal, e os que contêm um teor de potássio um pouco alto,como as tâmaras, os figos e muitas outras frutas, não devem ser consumidos em excesso. Um teor elevado de potássio no sangue aumenta o risco de arritmias e paradas cardíacas. Se o teor de potássio ficar alto demais, medicamentos como o sulfonato de poliestireno sódico pode ajudar, mas é necessária uma diálise de emergência.
O nível elevado de fósforo no sangue pode fazer com que se formem depósitos de cálcio e fósforo nos tecidos, inclusive nos vasos sanguíneos. A restrição ao consumo de alimentos ricos em fósforo, como os produtos lácteos, o fígado, os legumes, as nozes e a maioria dos refrigerantes, diminui a concentração de fosfato no sangue. Os medicamentos que ligam o fosfato, como o carbonato de cálcio, o acetato de cálcio e o sevelâmer, ingeridos por via oral, podem também diminuir o nível de fósforo no sangue. O citrato de sódio deve ser evitado. O citrato de sódio é encontrado em muitos suplementos de cálcio e está em muitos produtos como aditivos alimentícios (algumas vezes chamado de E333). A vitamina D e substâncias similares são, com frequência, tomadas por via oral para reduzir os altos níveis do hormônio da paratireoide.
A anemia causada pela doença renal crônica responde à eritropoietina e a darbepoetina. São feitas transfusões de sangue somente quando a anemia é grave, provoca sintomas e não responde à eritropoietina ou darbepoetina. Os médicos procuram e tratam outras formas de anemia, em particular nas dietas pobres em ferro, folato (ácido fólico) e vitamina B12. A maior parte das pessoas que recebem eritropoietina ou darbepoetina precisam ser tratadas com ferro, por via intravenosa, para evitar a deficiência de ferro, que prejudica a resposta do organismo a esses medicamentos. A eritropoietina e a darbepoetina devem ser usadas somente quando necessário, porque podem aumentar o risco de acidente vascular cerebral. A tendência para o sangramento pode ser evitada temporariamente, através de transfusões de produtos do sangue ou com a administração de medicamentos como a desmopressina ou os estrogênios. Esse tratamento pode ser necessário após uma lesão ou antes de efetuar um procedimento cirúrgico ou uma extração de dentes.
Os médicos evitam prescrever medicamentos que são excretados pelos rins ou os prescrevem em doses menores. É necessário que muitos outros medicamentos sejam evitados. Por exemplo, inibidores da ECA, bloqueadores dos receptores da angiotensina II e a espironolactona diurética, amilorida e o triantereno precisam ser interrompidos nas pessoas com doença renal crônica grave e altos níveis de potássio porque essas substâncias podem aumentar os níveis de potássio. A pressão arterial alta é tratada com medicamentos anti-hipertensivos para evitar a deterioração adicional das funções do coração e dos rins.
Quando os tratamentos para a doença renal crônica não são mais eficazes, as únicas opções são a diálise de longa duração be o transplante renal. O cuidado nos casos terminais é importante.
 Sugestão de cardápio dietoterápica dos pacientes com complicações renais:
REFERÊNCIAS
MCMILLAN, JAMES I. e MD. Insuficiência renal crônica. Manual Merck Sharp & Dohme Corp, subsidiária da Merk & Co. INC. Kenilworth, NJ, EUA. Disponível em : < http://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/insufici%C3%AAncia-renal/insufici%C3%AAncia-renal-cr%C3%B4nica > Acesso em : 24 out. 2017
CABRAL, ALEXANDRE SILVESTRE . Insuficiência renal. Sociedade Brasileira de Nefrologia. São Paulo. Disponível em : <https://sbn.org.br/publico/doencas-comuns/insuficiencia-renal-aguda/>

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