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26/08/2014 1 Gestão ambiental de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário Ricardo Franci Gonçalves Eng. Civil e Sanitarista, D.Ing. ETE = indústria • Uma ETE equivale a uma indústria. • Recebe matéria prima (esgoto) e outros insumos (Ex: energia), realiza operações unitárias ordenadas para processá-las (tratamento) e gerar um produto (efluente) de qualidade controlada (normas). • Gera sub-produtos (lodo e emissões atmosféricas) que devem ser gerenciados. Fonte: Manual de auditoria ambiental de estações de tratamento de esgotos – Qualitymark 2002 26/08/2014 2 Profissionalismo Engenheiro responsável especialista em processos e gestão de sistemas complexos Operador técnico especialista de processos Laboratorista especialista em controle da qualidade Novas ETEs brasileiras Reduzir mecanização Simplificar operação e manutenção Reduzir custos de implantação e O&M Reduzir consumo energético Minimizar produção de lodos Gradualismo na implantação Aceitação pela comunidade 26/08/2014 3 Gestão ambiental de ETEs Parte integrante do sistema de gestão global de uma organização (financeiro, RH, etc.). Define política, metas, objetivos e plano de ação implementa e controla todas as fases da gestão indicadores apropriados (auditorias). ISO 14001 e 14004 Situações organizacionais ETEs gestão ambiental depende de sua inserção no sistema de saneamento básico. 1. ETEs pequenas sem SGA procedimentos corretos e treinamento de operador 2. ETEs de porte diferenciado inserida numa empresda SGA da organização 3. ETEs com SGA próprio, mesmo que seja de uma empresa. 26/08/2014 4 Melhoria contínua Revisão gerencial pela alta administração Politica ambiental Planejamento: -Aspectos ambientais -Legislação ou outros requisitos - Objetivos e metas - Programas de gestão ambiental Implementação e operação: -Estrutura de responsabilidades - Treinamento, conscientização e competências - Procedimento de comunicação - Documentação ambiental -Controle da documentação - Controle operacional - Planos de controle de emergência Verificações e ações corretivas: - Acompanhamento e medições - Não conformidades e ações corretivas / preventivas - Auditorias de sistemas de gestão ambiental I – Cromprometimento e política II - Planejamento 1. Identificação de aspectos ambientais e avaliação de impactos associados Exemplo de Relação Atividade / Aspecto / Impacto Ambiental Atividade Aspecto Impacto Aeração do tanque de lodo ativado por aerador de superfície Emissão de aerossóis Dispersão de patógenos no ar Gradeamento de sólidos grosseiros no esgoto bruto Emissão de mau cheiro. Atração de moscas. Incômodo à população. Risco de transmissão de doenças. 26/08/2014 5 II - Planejamento 2. Requisitos legais e outros requisitos Requisitos integrados à legislação (legais) observância compulsória Outros requisitos diretrizes (Ex.: normas da ABNT) Licenciamento: projeto, construção, instalação, ampliação e funcionamento. Licença prévia (LP), Licença de instalação (LI) e Licença de operação (LO) Nível Federal: Lei no 6.938/1981 e alterações, Decreto no 99.274/1990 CONAMA: Resolução no 005/1988 (obras de saneamento) ETEs II - Planejamento Atividades e instalações sobre esgotos sanitários que obrigatoriamente devem realizar as auditorias ambientais periódicas, conforme a legislação * Dependendo do porte, o licenciamento da ETE pode ser dispensado Legislação União Lei no 9.966/2000 (portos, instalações portuárias, plataformas e instalações de apoio) N/D ES Lei no 4.802/1993 Instalação de tratamento e sistemas de disposição final de esgotos domésticos MG* Lei no 10.627/1992 Instalação de tratamento e sistemas de disposição final de esgotos domésticos RJ* Lei no 1.898/1991 Instalação de tratamento e sistemas de disposição final de esgotos domésticos Santos (SP) Lei no 790/1991 Emissários de esgotos sanitários Vitória (ES) Lei no 3.968/1993 Instalações de tratamento coletivo de esgoto sanitário 26/08/2014 6 Norma ABNT NBR 12209:2011 - Elaboração de projetos hidráulico-sanitários de estações de tratamento de esgotos sanitários ABNT NBR 15710:2009 - Sistemas de redes de coleta de esgoto sanitário doméstico a vácuo ABNT NBR 15645:2008 - Execução de obras de esgoto sanitário e drenagem de águas pluviais utilizando-se tubos e aduelas de concreto ABNT NBR 12207:1992 - Projeto de interceptores de esgoto sanitário - Procedimento ABNT NBR 12208:1992 - Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário - Procedimento ABNT NBR 7367:1988 - Projeto e assentamento de tubulações de PVC rígido para sistemas de esgoto sanitário ABNT NBR 9814:1987 - Execução de rede coletora de esgoto sanitário - Procedimento ABNT NBR 9800:1987 - Critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário - Procedimento ABNT NBR 9648:1986 -Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário - Procedimento ABNT NBR 9649:1986 - Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário - Procedimento Em Vigor II - Planejamento Outros requisitos Ex.: Normas da ABNT II - Planejamento 3. Critérios internos de desempenho – Definidos pela própria organização – Requisitos + critérios internos objetivos e metas a serem fixados – Exemplos: • Responsabilidade dos empregados • Aquisição, gestão de bens e alienação de ativos • Fornecedores de equipamentos e produtos químicos • Empreiteiros • Comunicações ambientais • Relações formalizadas por textos regulamentares • Preparo para emergências e incidentes ambientais • Conscientização e treinamento ambiental • Gestão de resíduos sólidos • Gestão de emissões atmosféricas • Etc. 26/08/2014 7 II - Planejamento 4. Objetivos e metas ambientais Objetivos são alvos gerais de desempenho identificados na política ambiental Exemplos: – Atender aos critérios dos órgãos ambientais estadual e municipal para licenciamento de ETEs – Atender aos padrões de qualidade dos corpos receptores – Reduzir os resíduos gerados – Reduzir/ eliminar odores e emissões atmosféricas – Reduzir/ eliminar ruídos incômodos para a comunidade – Conservar energia – Reduzir custos de operação – Etc. II - Planejamento 4. Objetivos e metas ambientais Definidos os objetivos, as metas devem ser definidas em seguida, mensuráveis e associadas a cronogramas de execução e a indicadores de desempenho ambiental. Exemplos: – Quantidade de energia utilizada e eficiência de uso (kwh/m3 de esgoto tratado) – Presença / ausência de emissões (gases, odores, aerossóis) – Produção de resíduos por m3 de esgoto tratado. – Número de acidentes / incidentes ambientais. – Porcentagem de resíduos reciclados / reaproveitados. – Investimentos em ações ambientais. – Número de funcionários devidamente treinados – Etc. 26/08/2014 8 II - Planejamento Exemplo de desdobramento de objetivo em meta com associação de indicador Objetivo 1 economizar energia para acionamento de equipamentos deaeração Meta redução de 15% em dois anos Indicador quantidade de energia / m3 esgoto tratado Objetivo 2 economizar energia para acionamento de equipamentos de bombeamento Meta redução de 10% em relação ao ano anterior. Indicador quantidade de energia / m3 esgoto bombeado II - Planejamento 5. Programa de gestão ambiental Devem envolver cronogramas, recursos envolvidos e atribuições de responsabilidade para alcançar os objetivos e metas (ações específicas em ordem de prioridade). (Quadro adaptado da Norma ISO 14004) Compromisso e política Planejamento Exemplo Compromisso de política ambiental 1 Preservar os espaços do entrono urbano Objetivo ambiental 1 Reduzir o volume de lodo sempre que tecnológica e economicamente viável Meta 1 Reduzir o volume de lodo em 15% em relação à produção atual Programa ambiental 1 Redução de lodo Ação 1 Instalar novo equipamento para desidratar lodo 26/08/2014 9 III – Implementação e operação Administração deve assegurar os recursos necessários: – Pessoal qualificado – Recursos financeiros – Equipamentos e instrumentos adequados aos serviços – Uso de procedimentos validados, inclusive para aferir custo / benefício das ações contempladas – Política de compra e contratação de serviços III – Implementação e operação 1. Estrutura e responsabilidade: • Deve ser designado nominalmente o responsável técnico pela implantação e implementação do sistema de gestão ambiental e seu substituto. • ETEs gerente geral ou o chefe do laboratório (formação técnica mais completa) 26/08/2014 10 III – Implementação e operação 2. Treinamento, conscientização e competência: – Treinamento fundamental! – Falhas humanas falha do sistema: treinamento e educação. – Treinamentos de reciclagem e atualização devem ser frequentes III – Implementação e operação 3. Comunicação – Estabelecer procedimentos padronizados de comunicação entre os níveis funcionais da ETE. – Estabelecer procedimentos padronizados de comunicação com a comunidade externa à ETE. 26/08/2014 11 III – Implementação e operação 4. Documentação do sistema de gestão ambiental – Relacionada c/ aspectos ambientais da ETE. – Exemplos: • Manual de gestão ambiental • Manual de operação • Procedimentos técnicos de operação • Procedimentos técnicos de análises laboratoriais • Manuais de equipamentos • Relatórios • Laudos • Certificados III – Implementação e operação 5. Controle de documentos – Documentos devem ser: • Datados (inclusive as revisões) • Facilmente identificáveis (nome da organização, divisão, função, atividade, etc.) • Organizados e mantidos por um prazo determinado. • Periodicamente revisados • Aprovados por pessoal autorizado antes de nova emissão • Disponível em todos os locais onde ocorrem operações essenciais 26/08/2014 12 III – Implementação e operação 6. Controle operacional – Controle dos equipamentos nomear responsável .... Redundância de equipamentos – Prevenção de sobrecargas treinamento contra eventos de sobrecarga ou uso indevido prevere flexibilidade operacional – Programa de manutenção preventiva Devem ser descritas as medidas para manutenção de equipamentos e os responsáveis por tais atividades. Prever sistema de manutenção e reposição de peças. III – Implementação e operação 7. Preparação e resposta para emergências – Devem ser previstos procedimentos e responsabilidades para situações de emergência – Prever by-pass queda de desempenho ... 26/08/2014 13 IV – Verificação e ação corretiva 1. Monitoramento e medição – Devem ser realizados dentro dos padrões estabelecidos em relação aos indicadores – Devem ser descritos todos os métodos e procedimentos dos ensaios e práticas – Outras medidas: • Supervisionar, controlar ensaios e práticas operacionais e avaliar envetuais mudanças • Verificar cálculos manuais e transferência de dados • Supervisionar processamento de dados automatizado • Zelar pela precisão dos métodos analíticos IV – Verificação e ação corretiva 1. Não conformidade e ações corretiva e preventiva – A ETE deve dispor de procedimento que descreva a metodologia de identificação de não-conformidade pela equipe manual de SGA – Registros de não conformidade: deve existir um relatório padrão de não conformidade – Análise e avaliação: deve ser estabelecidas responsabilidades e autoridades para investigar e tratar as não conformidades da ETE. – Disposição de não conformidade ou ação corretiva: relatório deve descrever a ação corretiva e informar os responsáveis. Descrever a sistemática de controle da ação corretiva. 26/08/2014 14 IV – Verificação e ação corretiva 1. Monitoramento e medição – Devem ser realizados dentro dos padrões estabelecidos em relação aos indicadores – Devem ser descritos todos os métodos e procedimentos dos ensaios e práticas – Outras medidas: • Supervisionar, controlar ensaios e práticas operacionais e avaliar envetuais mudanças • Verificar cálculos manuais e transferência de dados • Supervisionar processamento de dados automatizado • Zelar pela precisão dos métodos analíticos IV – Verificação e ação corretiva 3. Auditoria do SGA e outras auditorias – Auditorias ferramentas de melhorias – Devem avaliar: eficiência do SGA, desempenho ambiental da ETE, passivo ambiental, entre outros objetivos. – Procedimento da auditoria: • Responsáveis pela auditoria • Independência e qualificação dos auditores • Frequência e planejamento das auditorias • Metodologia utilizada • Prazos para emissão e distribuição do relatório • Responsabilidades pelas ações corretivas 26/08/2014 15 V – Análise crítica pela administração Responsáveis pelo SGA da ETE devem estabelecer a rotina de ãnálise crítica do sistema. Devem considerar: – Análise dos objetivos e metas e grau de realização dos mesmos – Resultado das auditorias e eventuais modifcações de objetivos – Necessidade de adequação da política ambiental: • Modificação da legislação • Avanços tecnológicos • Acidentes • Mudanças de expectativas na comunidade sobre o desempenho ambiental • Apuração e análise crítica do custo / benefício Análise de desempenho, Risco e Impactos Ambientais de ETEs 26/08/2014 16 Definições básicas Risco tecnológico Probabilidade de falha de um equipamento Impacto ambiental Resolução CONAMA 001/86 Risco ambiental probabilidade de ocorrência de impacto ambiental devido à falha de equipamento ou processo. Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem - estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - à biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais. Resolução CONAMA 001/1986 26/08/2014 17 Balanço ambiental de uma ETE Impactos positivos decorrem do benefício da implantação e do funcionamento do sistema (tratamento do esgoto e proteção do meio ambiente) Impactos negativos sub-produtos (líquidos, gasosos e sólidos), impacto visual, sonoro,efeito NIMBY ... franci@fluir.eng.br www.fluxoambiental.com.br
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