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TRABALHO Psicologia Jurídica - Drogadição - UCS CAHOR - DOCENTE: Bruna Krimberg Von Muhlen

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
PSICOLOGIA JURÍDICA
PSI 0358K – UCS CAHOR
DOCENTE: Bruna Krimberg Von Muhlen 
ACADÊMICOS: Eduardo Pereira da Silva
 Guilherme Petzinger Vingert
 Letícia Gruesag Lourenço 
 Matheus Machado Leal 
 Renata Ferreira Machado
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DROGADIÇÃO
Drogadição vem do latim addicto, criada para definir todo e qualquer vícios
bioquímicos nos seres humanos em relação à drogas, sejam elas químicas ou naturais. 
O Dicionário Aurélio define a drogadição como: 
afeiçoado, dedicado, apegado. Adjunto, adstrito, dependente. Em medicina é
quem não consegue abandonar um hábito nocivo, mormente de álcool e drogas,
por motivos fisiológicos ou psicológicos. 
Atualmente, a drogadição aparece como um dos maiores problemas do
mundo na questão de saúde mental, representando uma clara ameaça para a
estabilidade e segurança de diversas regiões e para o desenvolvimento econômico e
social. 
Existem diversas formas de drogadição reconhecidas pela medicina
tradicional, dentre elas a dependência psicológica, física e toxicomania.
Na dependência psicológica, o indivíduo tem a necessidade da utilização do
entorpecente para uma sensação de bem estar ou alívio de tensões cotidianas.
Já na dependência física, o corpo adapta-se à certa substância. Assim, se a
utilização da droga é interrompida, a pessoa passa por distúrbios físicos e entra em um
estado chamado craving, que significa ânsia. 
Fatores como carga genética, constituição física da pessoa e formas de uso
são variáveis que podem influenciar no tempo de uso da droga, o que também evidencia
um aspecto da dependência física.
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Nesta dependência o organismo passa a se adaptar à droga quando
utilizada com bastante frequência e em quantidades elevadas. Esta adaptação ocorre por
meio da homeostase, na qual o corpo cria mecanismos de defesa contra o entorpecente.
Quando a ingestão do entorpecente é interrompida, o indivíduo entra em crise de
abstinência. 
Além da drogadição física e psicológica, há a toxicomania, definida pela
utilização em excesso e por repetidas vezes de certo tipo de droga (pode ser mais de
uma) sem justificação terapêutica. 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a toxicomania
caracteriza-se pela compulsão de consumir o produto, tendência de aumentar as doses,
dependência psicológica e/ou física, surgimento de consequências sobre aspectos
emotivos, sociais, e econômicos relacionados indivíduo. 
Sobre o tema, explanam Mara Regina Soares Wanderley Lins e Helena
Beatriz Kochenborger Scarparo no artigo Drogadição na contemporaneidade: Pessoas,
famílias e serviços tecendo redes de complexidade, que: 
As características da sociedade contemporânea corroboram a ideia de que o
aumento da drogadição é um sintoma dos atuais modos de vida, pautados pela
urgência e pelo consumo. Mesmo assim, trata-se de um problema de saúde
pública, com alto custo social, traduzido em internações psiquiátricas, acidentes de
trânsito, variadas formas de violência, prisões, ausências no trabalho e na escola.
Como a família constitui a fonte de socialização primária, é possível dizer que,
além de ser afetada pela drogadição, ela pode facilitar e perpetuar seus
processos. Para compreender esse fenômeno, este artigo apoia-se no paradigma
da complexidade proposto por Edgar Morin. Primeiramente, aborda-se a
complexidade da drogadição na contemporaneidade, articulando produções
científicas aos principais operadores do pensamento complexo. Depois, associam-
se a essas reflexões questões relativas à família e à constituição de redes, e a
ligação se estabelecerá agregando questões das políticas públicas quando tratam
do tema. 
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Não é de hoje que problemas relacionados à dependência química
assombram a população com a triste realidade por trás da dependência, onde os usuários
buscam a qualquer custo garantir o sustento dos vícios.
De inúmeras maneiras, o crime e a drogadição estão interligados, problemas
estes que assombram a população e impactam profundamente as famílias.
Características hereditárias e os fatores psicossociais e culturais podem
desempenhar um papel importante nesse processo. 
O alcoolismo e as drogas ilícitas causam lamentáveis consequências
pessoais, familiares e sociais, arrastando milhões de vítimas à ruína da loucura, do crime
e de muitos casos de suicídio. 
A imagem que passamos para as crianças com a utilização de fármacos de
forma exagerada, por exemplo, o que “torna comum o incomum”, gera nos jovens um
impacto tão grande que pode explicar os motivos da utilização destes mesmos
medicamentos e da mesma forma na vida adulta, afinal, os conteúdos estudados na
disciplina de Psicologia Jurídica neste semestre nos mostrou que somos “espelhos” para
estes infantes. 
Na adolescência o problema se agrava, o medo pelo taxamento de “careta”
com consequente exclusão do grupo social no qual se encontra, somado a uma estrutura
familiar fragilizada e ao fácil acesso às drogas, leva o jovem a experimentar
entorpecentes em uma “viagem sem volta”, em que ali encontra uma espécie de válvula
de escape em busca da solução de seus problemas 
A dificuldade no acesso à educação e a ausência de esclarecimento correto
acerca dos danos produzidos pelos entorpecentes, culminado com as dificuldades
socioeconômicas, os conflitos íntimos, os estímulos proporcionados pela visão de “mundo
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melhor” com a utilização, apresentado por suas amizades, acarretam em muitos casos no
uso das substâncias. 
Segundo a organização mundial de saúde (OMS), droga é qualquer
substância que, introduzida no organismo, interfere no seu funcionamento. 
Consequentemente, é droga tanto a maconha quanto a aspirina e o
antibiótico; tanto o álcool quanto a cocaína; tanto o cigarro quanto LSD; tanto o cafezinho
quanto o lança perfume. O que varia é como atua no organismo de cada indivíduo, bem
como a finalidade, pois, quando a droga é empregada com finalidade terapêutica, ela
passa a denominar-se medicamento ou fármaco. 
As causas da procura de substâncias entorpecentes abrangem fatores
internos do indivíduo e externos a ele, entendidos, os últimos, como estímulos passíveis
de elaboração interna próprias do processo perceptivo-cognitivo. 
Os jovens inexperientes buscam as drogas por prazer, alívio da tensão,
ansiedades, medos, sentimentos de solidão, de inadequação, falta de confiança, baixa
auto-estima,sensações físicas desagradáveis e até mesmo pela curiosidade de saber
sobre o desconhecido. Ainda, existem causas externas, como a falta de informação
necessária e adequada no processo de educação familiar e da escola. 
Desde cedo, as crianças têm um modelo de felicidade diretamente ligado ao
consumismo, com a ideia de que o que podemos comprar poderá nos trazer satisfação e
felicidade. 
As drogas lícitas veiculam esse modelo através da propaganda. A crença de
que podemos comprar a felicidade e de que tristeza e solidão devem ser evitadas a
qualquer custo constituem o mesmo padrão de relação que os dependentes
(consumidores) estabelecem com as drogas (produtos). Desta forma, o prazer
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momentâneo obtido com a droga e a imaturidade não favorecem maiores preocupações
com os riscos.
Existem alguns termos para identificar o indivíduo quanto a frequência e
apresentação de determinados sintomas. O termo “experimentador” é dado para aquela
pessoa que levada pela curiosidade prova a droga uma ou algumas vezes e em seguida
perde o interesse em repetir. O “usuário ocasional” é aquela pessoa que utiliza um ou
vários tipos de entorpecentes “quando disponível ou em determinado ambiente”, sem
distúrbios afetivos, sociais ou profissionais. O “usuário habitual” o que faz uso frequente,
também sem ruptura nem perda de controle. E o adicto, propriamente dito, é o que faz
uso de forma frequente e exagerada, apresentando rupturas em seus vínculos e que não
consegue parar quando quer. 
O drogadicto apresenta sinais de manipulação, imediatismo e não aceitação
de limites, etc. Se em processo de internação a característica de não aceitação dos
limites já é observada, visando trabalhar todas as dificuldades do adicto. 
As atividades, sejam individuais ou coletivas, e a psicoterapia, culminados
com o vínculo com a equipe de profissionais e ao fator da abstinência, facilita e
proporciona a aceitação das próprias dificuldades e consequente mudança de atitude. 
No Brasil o álcool alcança níveis elevados de consumo, embora este fato e a
licitude desta substância não venham excluir os sérios danos biológicos, sociais e
psicológicos decorrentes do seu uso e abuso. 
Outras substâncias como tabaco, maconha, cocaína, inalantes ou solventes
e drogas terapêuticas (medicamentos cujo uso é feito de forma indiscriminada) aparecem
também no cenário nacional com altos índices de consumo. 
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Em nível mundial, apura-se, além do álcool, uma forte tendência ao
consumo de cocaína (e derivados), e uma crescente busca de drogas químicas. 
A utilização de entorpecentes e bebidas alcoólicas estão ligados muitas
vezes a eventos traumáticos, ou serviram de “apoio” em um momento de fragilidade e,
conforme Erik Erikson, um dos grandes teóricos da psicologia, é comum na adolescência
pois é uma fase de indefinição, descoberta de identidade e curiosidade. 
A dependência química ou alcoólica têm efeitos devastadores na vida do
indivíduo: aumenta a agressividade, há uma redução da tolerância à frustração,
indisciplina e desorganização, ele tem dificuldades para assumir responsabilidades, usa
da sedução, dissimulação e mentiras para obter vantagens. Tudo vale para conseguir a
droga, o furto, a prostituição, roubos e até mesmo homicídios. 
A prevenção começa no lar, com os responsáveis superando os próprios
mitos acerca do assunto e dialogando com seus filhos sempre que necessário. O
momento geralmente surge através das indagações das crianças ou jovens e deve ser
assistido pelos pais de uma forma simples, direta e sempre verdadeira, respeitando o
nível de compreensão destes. Deve-se evitar passar uma ideia unilateral sobre a droga e
evitar formas sensacionalistas. Os pais devem observar, que os filhos necessitam, em seu
processo de desenvolvimento, aprenderem a dizer não, a respeitar limites, conviver com
limites.
A educação, sem dúvida, desde a infância, é o recurso terapêutico
preventivo mais valioso, porque é mais seguro evitar a dependência do que sair-se do seu
cerco escuso.

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