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PROCESSO CIVIL – Prof. Alexandre Magno SENTENÇA I – CONCEITO - em certos momentos é designada como qualquer decisão judicial 1 – é gênero. Ex: art. 82, § 2º, 501, 509, CPC. - em outro momento o termo “sentença” se refere uma espécie de decisão judicial, 203, § 1º, CPC. - Plácido e Silva: Do latim sententia (modo de ver, parecer, decisão), a rigor da técnica jurídica, e em amplo conceito, sentença designa a decisão, a resolução ou a solução dada por uma autoridade a toda e qualquer questão submetia à sua jurisdição. - § 1º, 203, CPC – conceito legal. - acordão (colegiado)– art. 204, CPC. Os Tribunais também proferem pronunciamentos monocráticos/decisões unipessoais, ex. 932, 955 etc. CPC. - se põe fim a uma das fases, é sentença. - art. 316, CPC – obs.: o processo pode-se extinguir por acordão. - sentença # decisão interlocutória (§ 2º, 203, CPC). - importante observar que a decisão interlocutória também pode ter como fundamento as hipóteses dos arts. 485 e 486, CPC, p.e. indefere parcialmente a petição inicial (485, I, c/c 354, par. Único); reconhece a decadência de um dos pedidos (487, II c/c 354, p. único); exclui um litisconsortes (485, VI c/c 354, p. único); julgar parte do mérito de forma antecipada (484, I c/c 353). - Na sentença o juiz, analisando ou não o mérito, põe fim a uma fase (cognitiva ou executiva) do procedimento em primeira instância; Na decisão interlocutória o juiz resolve questão sem por fim ao procedimento em primeira instância. II. EXTINÇÃO DO PROCESSO - 316 e 317 NCPC; - possibilidade para correção do vicio, em caso de possível extinção sem resolução de mérito - inovação. - arts. 485 a 488 - NOVO CPC, CAPÍTULO “DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA”; - não examinam o mérito – deve o Juiz antes de decidir o mérito, examinar se estão presentes os requisitos de admissibilidade do exame de mérito – decisões terminativas (sentenças processuais). Art. 485, CPC: I – art. 330, traz as hipóteses de indeferimento da petição inicial; II – obs. § 1º; III – obs. § 1º; IV – “pressupostos processuais”, como a incapacidade processual; V – perempção (sanção em virtude de um abuso do direito de demandar, como abandonar a causa por três vezes); VI – não temos mais como condição da ação a possibilidade jurídica do pedido; VII – convenção de arbitragem (cláusula compromissária e compromisso arbitral); VIII – não se admite após a prolação da sentença. Obs. § 4º. O juízo que homologou fica prevento para julgar a demanda, se eventualmente ela for proposta, 286, II. IX – direito de personalidade, em regra. Art. 11, CC. - Retirou o instituto da confusão 2 , art. 381, CC. - possibilidade de retratação, § 7º, 485, CPC. - Resolução de mérito, 487 – sentença definitiva: I – julgamento da demanda. Procedência (pode ser parcial)/improcedência. II – decadência, perda do direito potestativo em razão do seu não exercício no prazo legal. Prescrição a perda de determinada pretensão, ambas são disciplinadas pelo CC. OBS.: decadência ao direito ao procedimento especial de MS – ausência de pressuposto processual . III – em verdade aqui a decisão é homologatória, rigorosamente não haverá julgamento. Reconhecimento (o demandado admite a procedência do pedido que lhe foi dirigido, submissão); Transação (negócio jurídico pelo qual as partes põem fim consensualmente ao litígio, 840, CC); Renúncia ao... (ato abdicativo pelo qual o demandante reconhece não possuir o direito alegado). É possível que a autocomposição seja parcial e ainda que verse sobre situação que esteja fora dos limites do mérito, 515, § 2º. Somente pode ocorrer a homologação se os direitos em jogo o permitirem, 142. III – ELEMENTOS - art. 489, CPC – sentença aqui é gênero, estes elementos são essências a todo o tipo de decisão judicial. - o art. 489 se aplica a outras decisões judiciais. - consagra a regra do art. 93, IX da CF e art. 11, CPC. a) Relatório – inciso I 1 Metonímia: figura de retórica que consiste no emprego de uma palavra por outra com a qual se liga por uma relação lógica ou de proximidade. 2 Enunciado 160 FPPC: A sentença que reconhece a extinção da obrigação pela confusão é de mérito. CC, Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor. - deve o juiz fixar, cronologicamente, os fatos jurídicos mais relevantes ocorridos ao longo do procedimento. - é necessário também que conste o resumo do que postulam as partes, devendo ficar demonstrado que o juiz entendeu o que se pediu. - excepcionalidade, art. 38 3 , da Lei 9099/95. b) Fundamentação – inciso II - a decisão judicial deve persuadir, mas a persuasão que se espera é a decorrente da demonstração de que as provas foram devidamente valorada e que a decisão judicial é coerente com a norma jurídica. - a expressão “questões” consiste em pontos controvertidos a serem resolvidos. - no fundamento o juiz deve analisar as questões prévias e subordinadas. - prévias: Preliminares: cuja solução pode tornar dispensável ou inadmissível o julgamento das questões delas dependentes (antecedentes ao mérito, legitimidade ou pertencerem ao mérito, prescrição); Prejudicial: cuja decisão influenciará ou determinará a resolução da questão subordinara que lhe seja vinculada. - o § 1º, do art. 489 apresenta situações em que não se considerará fundamentada a decisão. I. Motivação per relationem (ou aliunde): ao invés de desenvolver, originariamente os seus argumentos, o juiz reporta-se aos fundamentos desenvolvidos em outro local, como um precedente jurisprudencial ou outro julgado do mesmo órgão, ou ainda ao parecer do MP. A jurisprudência 4 tem admitido a fundamentação per relationem. II. Regras com conteúdo vago ou indeterminado, bem como cláusulas gerais (art. 1228, § 1º 5 CC); III. EMENTA: Decisão judicial: ausência de fundamentação e nulidade. Não satisfaz a exigência constitucional de que sejam fundamentadas todas as decisões do Poder Judiciário (CF, art. 93, IX) a afirmação de que a alegação deduzida pela parte é "inviável juridicamente, uma vez que não retrata a verdade dos compêndios legais": não servem à motivação de uma decisão judicial afirmações que, a rigor, se prestariam a justificar qualquer outra. (RE 217631, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em 09/09/1997, DJ 24-10- 1997 PP-54194 EMENT VOL-01888-12 PP-02408); IV. PROCESSUAL CIVIL. ART. 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (1973). OMISSÃO. VIOLAÇÃO OCORRIDA. ANULAÇÃO DO ACÓRDÃO. 1. É omisso o julgado que deixa de analisar as questões essenciais ao julgamento da lide, suscitadas oportunamente pela parte, quando o seu acolhimento pode, em tese, levar a resultado diverso do proclamado; V. Seguir enunciados jurisprudenciais, sem se certificar quanto ao encaixe de seus pressupostos aos presentes no caso submetido a julgamento. Fundamento determinante (ratio decidenti). VI. Sem demonstrar que o caso a ser julgado é diferente (distinguinshing) ou que a orientação referida se encontra superada (overrulling). - § 2º, 489 – decisão fundada em princípios jurídicos – ponderar. - § 3º, 489 – interpretação da decisão judicial – conjugar todos os seus elementos. Nesse sentido: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. INCORPORAÇÃO DO ÍNDICE DE 3,17%. JUROS DE MORA DE 1% AO MÊS. LIMITAÇÃO TEMPORAL. COISA JULGADA. EXCESSO DE EXECUÇÃO. NÃO 3 Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. 4 ACÓRDÃO. ESTA FUNDAMENTADO QUANDO SE REPORTA AOS FUNDAMENTOS DO PARECER DO SUB-PROCURADOR GERAL, ADOTANDO-SE; E,ASSIM, NÃO E NULO. DECISÃO QUE SE PRETENDE TENHA SIDO INJUSTA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO SEM CABIMENTO. (RE 37879, Relator(a): Min. LUIZ GALLOTTI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/04/1958, EMENT VOL-00348-02 PP-00657); EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CONDENAÇÃO. TRANSCRIÇÃO DAS CONTRARRAZÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO INCORPORADAS ÀS RAZÕES DE DECIDIR. ALEGADA OFENSA AO ART. 458, INCISOS II E III, DO CPC (1973). INEXISTÊNCIA. FUNDAMENTAÇÃO VÁLIDA. PRECEDENTES. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA, EM RELAÇÃO À COMPETÊNCIA DA CORTE ESPECIAL, CONHECIDOS, MAS REJEITADOS. 1. A reprodução de fundamentos declinados pelas partes ou pelo órgão do Ministério Público ou mesmo de outras decisões atendem ao comando normativo, e também constitucional, que impõe a necessidade de fundamentação das decisões judiciais. O que não se tolera é a ausência de fundamentação. Precedentes citados: HC 163.547/RS, 5.ª Turma, Rel. Ministra LAURITA VAZ, DJe de 27/09/2010; HC 92.479/RS, 5.ª Turma, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe de 09/03/2009; HC 92.177/RS, 6.ª Turma, Rel. Ministro HAROLDO RODRIGUES - Desembargador convocado do TJCE -, DJe de 07/12/2009; HC 138.191/RS, 5.ª Turma, Rel. Ministro FELIX FISCHER, DJe de 07/12/2009; AgRg no REsp 1186078/RS, 5.ª Turma, Rel. Ministra LAURITA VAZ, DJe de 28/06/2011; HC 98.282/RS, 5.ª Turma, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, DJe de 16/11/2009; RHC 15.448/AM, 5.ª Turma, Rel. Ministro GILSON DIPP, DJ de 14/06/2004; HC 27347/RJ, 6.ª Turma, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, DJ de 01/08/2005; HC 192.107/TO, 5.ª Turma, Rel. Ministro GILSON DIPP, DJe de 17/08/2011. (EREsp 1021851/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em 28/06/2012, DJe 04/10/2012) 5 § 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. OCORRÊNCIA. [...] III - A jurisprudência desta Corte está pacificada no sentido de que, para a interpretação de toda decisão judicial, não basta o exame de seu dispositivo, integrado que está à fundamentação que lhe dá sentido e alcance; havendo dúvidas na interpretação, deve ser adotada a que seja mais conforme à fundamentação e aos limites da lide, em harmonia com o pedido formulado na inicial, conforme expressamente consignado no MS 6.864/DF. [...] (AgRg nos EmbExeMS 6.864/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/08/2014, DJe 21/08/2014) c) Dispositivo – inciso III - parte final. - o juiz deve julgar procedente ou improcedente a questão principal. - expressão “questões” sentido de pedido. - sem esse comando, a decisão é inexistente. - teoria dos capítulos da sentença: capítulo de sentença é toda unidade autônoma contida na parte dispositiva de uma decisão judicial. § 3º, 966, § 1º, 1013 e parágrafo único, 1034, CPC. Repercussão: anulação da decisão, possibilidade de resolução antecipada parcial do mérito, teoria dos recursos (recurso total e parcial); ação rescisória, sucumbência recíproca, forma de execução (obrigação de pagar, obrigação de fazer, capítulo líquido e ilíquido). IV – EXAME INTEGRAL DA PRETENSÃO DAS PARTES - art. 490, CPC. - a fundamentação concisa não faz com que seja viciada a decisão. Nesse sentido: 1. A fundamentação sucinta não acarreta omissão quando o pedido da demanda é apreciado na íntegra. [...] (AgRg no AREsp 520.991/PE, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 04/12/2014). - a concisão, no sentido de exatidão deve ser estimulada. Projeto “petição 10, sentença 10” do TJMS. V – REQUISITOS DA DECISÃO JUDICIAL - a decisão deve ter correlação (ou congruência) entre libelo (do pedido e da causa de pedir) e decisão de mérito. - congruência externa a decisão seja relacionado com os sujeitos envolvidos no processo (congruência subjetiva) e com os elementos objetivos da demanda que lhe deu ensejo e da resposta do demandado (congruência objetiva), arts. 141 e 492, CPC. - decisão infra/citra, ultra ou extra petita (congruência objetiva): Infra/citra petita: SE ESQUECE. decide aquém do pedido. Deixa de analisar pedido ou fundamento, decisão omissa. - se não analisou um pedido, deve ser integrada a decisão. Não cabe ação rescisória, uma vez que é impossível desconstituir o que não existe. - se analisando um pedido, deixa de examinar uma questão indispensável à solução, há um defeito que compromete a validade da decisão – ofensa ao contraditório. Embargos declaratórios. A omissão pode ensejar a invalidade da decisão, art. 489, § 1º, IV, CPC. Neste cabo é cabível ação rescisória. - cumulação de pedidos, 326 e paragrafo único, CPC. Ultra petita (vício de procedimento – error in procedendo – decisão que ultrapassa os limites do pedido): EXAGERA. Concede à parte mais do que ela pediu – o juiz vai além do pedido da parte. Ex: condenação em dano material superior ao que foi pleiteado; pedido de dano moral e o juiz rejeita indenização por dano moral e material. - também ocorre quando o juiz leva em consideração fato essência novo, não invocado pelo réu nem cognoscível e ofício. - não há julgamento ultra petita em ação de desapropriação, quando o valor identificado na perícia supera o fixado no pedido; também não há na tutela ambiental, quando a área objeto de agressão ambiental é mais extensa do que a referida na inicial; fixação de astreintes independentemente de pedido ou em valor superior ao sugerido. - cabe ação rescisória Extra petita (vício de procedimento – error in procedendo): INVENTA. O juiz terá julgado pedido não formulado pela parte. O juiz não analisa o pedido ou o fundamento invocado pela parte. Ex: pedido de condenação ao pagamento de quantia e é condenado a entrega de uma coisa. - cabe ação rescisória - há hipóteses que é lícito a decisão desdobrar-se dos seus limites objetivos: arts. 142, 536, § 1º, 554 CPC; benefício previdenciário 6 distinto do pleiteado (aposentadoria por invalidez ao invés de auxílio- doença) 6 PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DIVERSO. DECISÃO EXTRA PETITA. NÃO CONFIGURAÇÃO. PRECEDENTES. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. 1. Em matéria previdenciária, deve-se flexibilizar a análise do pedido contido na petição inicial, não entendendo como julgamento extra ou ultra petita a concessão de benefício diverso do requerido na inicial, desde que o autor preencha os requisitos legais do benefício deferido. Precedentes. - em caso se anulação de parte ou de toda a decisão, poderá o tribunal decidir desde logo o mérito, se a causa estiver com condições de imediato julgamento (art. 1013, § 3º, II, CPC). - congruência subjetiva: a decisão judicial não pode, em regra, atingir quem dele não tenha participado. Há casos em que a decisão pode extravasar os limites subjetivos da demanda – coisa julgada ultra partes ou erga omnes. Ex. art. 328, CPC; litisconsórcio unitário no caso de recurso, art. 1005, CPC; art. 883, parágrafo único 7 , CC. VI – FATO OU DIREITO SUPERVENIENTE - art. 493, CPC – circunstâncias de fato e de direito possam ser alteradas. - fato de conhecimento superveniente. - desde que não altere a causa de pedir. - Ex.: sentença penal absolutória por negativa de autoria ou ausência de materialidade 8 . - art. 1014, CPC. - pressupostos para aplicação: fato superveniente ou de conhecimento superveniente; estabelecimento do contraditório; fato novo que deve ser provado (não pode o juiz conhecer de ofício fato não demonstrado nos autos, art. 371, CPC) - prestigiaos princípios da economia processual e da segurança jurídica. VII – CORREÇÃO DE INEXATIDÃO MATERIAL OU ERRO DE CÁLCULO - art. 494, CPC. - o erro material é corrigível a qualquer tempo, inclusive após o transito em julgado, nesse sentido: [...] O erro material, mencionado no art. 463, I, do CPC (1973), pode ser sanado a qualquer tempo, inclusive após o trânsito em julgado da sentença, conforme pacífica orientação desta Corte de Justiça. Precedentes. [...] (RMS 43.956/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/09/2014, DJe 23/09/2014). VIII – ESPÉCIES OU CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS - classificação ternária. - leva em conta o seu conteúdo preponderante (as sentenças contêm comandos mistos). - CLASSIFICAÇÃO QUINÁRIA # CLASSIFIAÇÃO TRINÁRIA (declaratória, constitutiva e condenatória) a) Sentença declaratória: declara a existência ou inexistência de uma relação jurídica (declaração de inexistência de relação jurídica tributária, usucapião) ou autenticidade ou falsidade de um documento, art. 19 e 20 CPC. Possuem efeitos ex tunc. b) Sentença constitutiva: julga procedente uma ação constitutiva (criar, modificar ou extinguir determinada relação jurídica). Ex. divórcio, anulação de casamento, falência, interdição, rever cláusulas de um contrato ou o valor da prestação alimentícia, adotar alguém. Em regra os efeitos são ex nunc, podendo em algumas hipóteses que a lei lhe de eficácia ex tunc, como nos casos dos arts. 182 e 478 do CC 9 . 2. Na hipótese dos autos, o Tribunal a quo reformou a sentença (fls. 156/163, e-STJ) que concedeu ao autor o restabelecimento de sua aposentadoria rural, na condição de segurado especial. Considerando a implementação de todos os requisitos, foi concedido ao autor o beneficio de aposentadoria por idade, nos termos da Lei n. 11.718/2008, a contar do ajuizamento da ação. Incidência da Súmula 83/STJ. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1367825/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/04/2013, DJe 29/04/2013) 11.718/2008, a contar do ajuizamento da ação. Incidência da Súmula 83/STJ. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1367825/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/04/2013, DJe 29/04/2013) 7 Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei. Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência, a critério do juiz. 8 Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 9 Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente. Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. c) Sentença condenatória/de prestação: ação condenatória – fazer, não-fazer, dar coisa ou pagar quantia. Em regra mesmo as declaratórias condenam a parte sucumbente a pagar despesas processuais. Impõem ao vencido uma obrigação. Efeitos ex tunc. - em virtude de que todas as sentenças condenatórias de prestação podem ser efetivas no mesmo processo que proferidas, não há o porquê em manter a classificação quinária. - sentença mandamental: Contêm uma ordem, uma determinação, uma medida coercitiva indireta, como uma multa diária. Ex.: Mandado de segurança. - sentenças executivas lato sensu: cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz, em caso de julgamento procedente, poderá determinar providências que assegurem o resultado, independente de instauração de um processo de execução, como por ex: determinar a entrega do bem imóvel locado, sob pena de despejo. IX – EFEITOS DA DECISÃO JUDICIAL - efeito principal o que decorre diretamente do conteúdo da decisão. - também produz a chamada eficácia reflexa da sentença – relação jurídica estranha ao processo, mas que mantém um vínculo de conexão jurídica. Ex. ação reivindicatória – repercute na relação jurídica entre o réu-adquirente e o terceiro de quem ele adquiriu o bem – evicção; ação que rescinde o contrato de locação, consequentemente, resolve a sublocação. - eficácia anexa/secundária: independe de pedido da parte e são indiretos e automáticos. Ex. perempção; separação de corpos (divórcio); art. 302, CPC; custas processuais; hipoteca judiciária. - hipoteca judiciária, art. 495, CPC. Hipoteca – direito real de garantia. Arts. 1473 e ss, CC. Efeito anexo da sentença que impõe obrigação de pagar quantia. - eficácia probatória – documento público – restauração do processo, 712-718, CPC. BIBLIOGRAFIA BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. São Paulo: Saraiva, 2015. DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil. v. I e II. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. MEDINA, José Migual Garcia. Novo Código de Processo Civil comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. vol. III. 48. ed. rev., e atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
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