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Tecido ósseo

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1 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
TECIDO ÓSSEO 
 
 - Principal constituinte do esqueleto 
 - dá suporte a tecidos moles 
 - protege órgãos vitais 
 - protege e aloja a medula óssea 
 - proporciona apoio aos mm esqueléticos por meio de um sistema de alavancas 
 - depósitos de cálcio, fosfato e outros íons; 
 
Matriz Óssea: material extracelular calcificada 
 
Células: 
 Osteoprogenitoras 
 Osteócitos: situam-se nas lacunas da matriz 
 Osteoblastos: sintetizam parte orgânica da matriz 
 Osteoclastos: reabsorvem o tecido ósseo e remodelam o osso 
 
 - NÃO há difusão através da matriz -> nutrição depende de canalículos na matriz para trocas entre os osteócitos e os capilares 
sanguíneos. 
 
Periósteo e Endósteo: membranas externa e interna, respectivamente, que revestem os ossos e possuem células osteogênicas. 
 
OBS: superfícies articulares sinoviais não tem periósteo. 
 
Propriedades: 
(1) Altamente resistente a tração, pressão, compressão e extensão; 
(2) Apresenta um alto grau de mineralização; 
(3) Está em constante remodelação; 
 
 CÉLULAS DO TÉCIDO ÓSSEO 
 
 Células Osteoprogenitoras 
 
 São células originadas de células mesenquimatosas embrionárias que mantêm sua capacidade de passar por mitoses. 
 
 - localizadas na camada celular interna/profunda do periósteo, revestindo canais de Havers, e no endósteo. Basicamente, em todas 
as superfícies ósseas não reabsortivas. 
 - podem se diferenciar em osteoblastos 
 *sob condições específicas (ex: sem vascularização), podem se diferenciar em células condrogênicas 
 - são fusiformes com núcleo oval pouco corado, citoplasma e REG escassos, aparelho de Golgi pouco desenvolvido, abundância de 
ribossomos livres (morfologicamente parecidas com os fibroblastos); 
 - mais ativas durante o período de crescimento ósseo interno. 
 - participam na reparação de fraturas. 
 
 Osteoblastos 
 
 - Sintetizam a matriz orgânica do osso (colágeno I, proteoglicanos e glicoproteínas) 
 - possuem receptores para o hormônio paratireoidiano 
 - concentram fosfato de cálcio – Ca2(PO4)3 – mineralizando a matriz 
 - localizam-se na superfície do osso; 
 
Estado ativo -> cuboides ou colunares com o citoplasma basófilo 
Estado pouco ativo -> achatadas com menor basofilia 
 
 - REG abundante, complexo de Golgi bem desenvolvido, numerosas vesículas de secreção 
 - emitem prolongamentos com junções comunicantes até tocarem outros osteoblastos 
 
Osteóide: delgada camada de matriz óssea recém formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda calcificada; 
 
Células de revestimento ósseo: osteoblastos da superfície que deixaram de produzir matriz e revetem para um estado de quiescência. Podem 
ser reativadas mediante estímulos. 
 
Fatores na superfície: integrinas e receptores para o hormônio paratireoidiano (paratormônio); 
 
 
2 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
 
 
 - osteoblastos também secretam enzimas que removem o osteóide para o osteoclasto poder entrar em contato com a superfície 
óssea mineralizada; 
 - se diferenciam em osteócitos, quando circundados pela matriz; 
 
 Há uma enzima na membrana celular dos osteoblastos chamada de fosfatase alcalina. Um osso em crescimento secreta essa enzima 
ativamente. Desse modo, o nível sérico permite ao médico acompanhar o crescimento do osso. Essa enzima está relacionada com a 
impregnação de fosfato pelo osso. 
 Outra forma de analisar o crescimento ósseo é por meio da tetraciclina. É um antibiótico fluorescente que deve ser administrado em 
duas doses com um intervalo de 5 dias. Posteriormente, é feita uma biópsia para analisar a distância entre as duas faixas fluorescentes que 
indicam a velocidade de aposição óssea. 
Osteomalácia: mineralização óssea prejudicada; 
Osteíte fibrosa cística: aumento na atividade dos osteoclastos -> remoção de matriz óssea 
 
 Osteócitos 
 
 Células ósseas maduras derivadas dos osteoblastos que ficaram aprisionados dentro de suas lacunas (GARTNER), sendo que cada 
lacuna tem apenas 1 osteócito; 
 
Morfologia: células achatadas, pequena quantidade de RER, aparelho de Golgi bem reduzido e núcleo com cromatina condensada. Sistema 
endomembrana pequeno. 
 
Canalículos: espaços estritos, semelhantes à túneis que irradiam-se das lacunas em todas as direções. Contém fluido extracelular. 
 
 - também apresenta junções comunicantes através dos quais íons e pequenas moléculas podem movimentar-se entre as células. 
 - secretam substâncias necessárias para a manutenção do osso; 
 
Mecanotransdução: tradução de sinais mecânicos (tensões, forças e pressões) em alterações na bioquímica celular e na expressão gênica. 
 
 *Sob tensão, o osso libera adenosina monofosfato cíclica (cAMP), osteocalcinina e fator de crescimento semelhante à insulina.  
pré-osteoblastos são “recrutados” para auxiliar a remodelação do esqueleto (acrescentando mais osso); 
 
Espaço periosteocítico: espaço entre o plasmalema do osteócito e as paredes da lacuna e dos canalículos, preenchido por fluido extracelular. 
 *O cálcio presente nesse fluido, pode ser reabsorvido e assim alcançar a corrente sanguínea, mantendo o nível sérico desse íon 
constante. 
 
 Osteoclastos 
 
 - células móveis, gigantes, multinucleadas e extensamente ramificadas irregularmente. Citoplasma granuloso, vácuolos basófilos nos 
jovens e acidófilos nos maduros. 
 - originam-se de precursores mononucleados, que em contato com o tecido ósseo, se unem. 
 - responsáveis pela reabsorção do osso 
 - tem receptores para: 
 Fator osteoclasto-estimulante 
 Fator colônia estimulante 1 
 OPGL 
 Osteoprotegerina -> inibe a reabsorção do osso 
 Calcitonina 
 - originados da célula progenitora granulócito-macrófago (GM-CFU) -> célula mononucleada 
 Células estimuladas por OPGL e fator colônia estimulante 1 
 Células inibidas por osteoprotegerina 
 
3 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
 
Lacunas de Howship: depressão rasas da matriz escavadas pela atividade dos osteoclastos, indicando regiões de reabsorção óssea. 
 
 - citoplasma granuloso, algumas vezes com vacúolos, fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e acidófilo nos maduros. 
 
 Um osteoclasto ativo em reabsorção óssea pode ser dividido em quatro regiões morfológicas distintas: 
 
1. Zona Basal: mais distante das lacunas de Howship, contém a maior parte das organelas, incluindo núcleos múltiplos e seus 
complexos de Golgi associados e centríolos. 
2. Borda Ondulada: parte diretamente envolvida na reabsorção óssea, com prolongamentos digitiformes que se projetam em 
compartimento subosteoclástico; 
3. Zona Clara: circunda a periferia da borda ondulada, não tem organelas mas possui um anel de actina. É um local de adesão do 
osteoclasto com a matriz óssea e cria um ambiente fechado para a reabsorção. Forma uma zona de vedação do compartimento 
subosteoclástico; 
a. Para reabsorver o osso, é preciso formar o anel de actina (facilitado pelo OPGL) e depois formar a borda ondulada para 
aumentar a superfície de reabsorção. 
b. Os osteoclastos secretam, para dentro desse microambiente fechado, ácido (H
+
), colagenase e outras hidrolases que atuam 
localmente digerindo a matriz orgânica e dissolvendo os cristais de sais de cálcio. 
4. Zona Vesicular: fica entre a zona basal e a borda ondulada. É constituída por numerosas vesículas endocíticas e exocíticas que 
transportam enzimas lisossômicas e metaloproteinases para o compartimento subosteoclástico e os produtos da degradação óssea 
para a célula. 
 
 - a atividade dos osteoclastos é coordenada por citocinas (pequenas proteínas sinalizadoras que atuam localmente) e por hormônios 
como calcitonina e paratormônio. 
 - Eles secretam H
+
, colagenase e hidrolases, digerindo os cristais de sais de cálcio. 
 
 Reabsorção Óssea: 
 
 Dentro dos osteoclastos: 
 
H2O + CO2 ---- anidrase carbônica ----> H2CO3 ----> H
+
 + HCO3
-
 
 
 Osíons HCO3
-
 e Na
+
 cruzam o plasmolema e seguem para capilares próximos. 
 
 Bombas de prótons do plasmalema enviam íons H
+
 para o compartimento subosteoclástico reduzindo o pH do microambiente (íons 
Cl
-
 acompanham passivamente); 
 
 Os componentes da matriz se dissolvem em meio ácido e os minerais vão para o interior dos osteoclastos de onde seguem para os 
capilares. 
 
 
 Osteócito Osteoblasto Osteoclastos 
Função Manutenção da matriz óssea Sintetizam a parte orgânica da 
matriz óssea e atuam na 
mineralização da própria matriz. 
Secretam ácido, colagenase e 
outras hidrolases que digerem 
matriz orgânica e dissolve os 
cristais de sais de cálcio. 
 
Morfologia Células achatadas, pouco RER, 
pouco golgi e uma cromatina 
condensada 
Forma ativa: cuboides com 
citoplasma basófilo. 
Forma quiescente: achatados e a 
basofilia citoplasmática diminui. 
Citoplasma granuloso, alguns 
vacúolos e fracamente basófilo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hidrolases, metaloproteínas 
lisossômicas (Ex: colagenase e 
gelatinase) 
degradam os componentes 
orgânicos da matriz óssea 
descalcificada no compartimento 
subosteoclástico 
produtos são endocitados e cindidos 
em aminoácidos e glicídios, 
liberados para os capilares em 
seguida 
 
4 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
 MATRIZ ÓSSEA 
 
 Componentes Inorgânicos 
 
Íons: cálcio, fosfato, bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato. = 50% do peso da matriz óssea 
 
Cálcio + fosfato  cristais de hidroxiapatita – Ca10(PO4)6(OH)2 
 
 - os cristais de hidroxiapatita se arranjam ao longo das fibras de colágeno e são envolvidos por substância fundamental amorfa. 
 - os íons da superfície são hidratados, formando uma capa de hidratação que facilita a troca de íons dos cristais com o fluido 
extracelular; 
 
 Componentes Orgânicos 
 
 - fibras de colágeno, principalmente do tipo I; 
 - pequena quantidade de proteoglicanos e glicoproteínas (podem participar da mineralização da matriz); 
 
HIDROXIAPATITA + FIBRAS COLÁGENAS = DUREZA E RESISTENCIA DO TECIDO 
 
Complexos de agrecanos: proteoglicanos ligados covalentemente ao ácido hialurônico. 
 
Glicoproteínas: 
 
 Osteocalcina: se liga à hidroxiapatita; 
 Osteopontina: também se liga à hidroxiapatita mas possui sítios de ligação adicionados por integrinas; 
 Sialoproteína óssea: se liga às integrinas de osteoblastos e ostéocitos; 
 
 A vitamina D estimula a produção dessas glicoproteínas 
 A dureza e a resistência do osso é dada pela associação de hidroxiapatita com fibras colágenas; 
 
Descalcificação: mantém forma intacta, mas o osso fica flexível; 
Remoção do componente orgânico: osso fica quebradiço; 
 
 PERIÓSTEO E ENDÓSTEO 
 
Periósteo: superfície EXTERNA do osso, recoberta por células osteogênicas e tecido conjuntivo denso; 
 
Fibras de Sharpey: feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso. 
 
Camada superficial – fibras colágenas e fibroblastos; 
Camada profunda – células osteoprogenitoras  importantes para o crescimento do osso e reparação de fraturas; 
 
*os vasos linfáticos estão, predominantemente, na capa externa do periósteo. 
 
*a inervação do tecido ósseo é feita por fibras nervosas mielínicas e amnielinicas que formam um plexo frouxo. Uma parte destas fibras 
acompanha os vasos sanguíneos e penetram com os mesmos nos canais de nutrição. Outra parte das fibras termina no periósteo como 
ramificações livres. 
 
Endósteo: superfície INTERNA do osso, geralmente constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas, uma delgada camada de 
tecido conjuntivo frouxo, revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os canais de Volkmann. 
 
Funções do endósteo e do periósteo: nutrição do tecido ósseo e fornecimento de novos osteoblastos, para crescimento e recuperação do 
osso; Também servem de fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos. 
 
 TIPOS DE TECIDOS ÓSSEOS 
 
Osso compacto – osso denso de superfície externa 
 Em ossos longos, o osso compacto é também chamado de osso cortical; 
Osso esponjoso – porção porosa com cavidades, apresenta trabéculas e espículas arranjadas segundo linhas de tensão; Diferente do osso 
compacto, não se organiza em sistemas de Havers. 
 
Epífise – extremidades de ossos longos com camada superficial compacta; 
Diáfise – parte cilíndrica quase totalmente de osso compacto; 
Metáfise – área de transição entre a placa epifisária e a diáfise; 
 A placa epifisária e a metáfise são responsáveis pelo crescimento do osso em comprimento; 
 
Ossos longos – epífises formadas por osso esponjoso com uma delgada camada superficial compacta. Já as diáfises são quase totalmente 
compactas com pouco esponjoso na parte profunda, delimitando o canal medular. 
 
5 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
Ossos curtos – centro esponjoso recoberto por camada compacta; 
Ossos chatos – 2 camadas de osso compacto (tábuas interna e externa) separados por osso esponjoso ou díploe. 
 
Medula óssea: ocupa as cavidades do osso esponjoso e o canal medular. Em recém nascidos é totalmente vermelha (com produção de 
elementos sanguíneos) -> medula óssea hematógena; com a idade vai sendo invadida por tecido adiposo -> medula óssea amarela. 
 
Tecido ósseo primário – temporário, fibras irregulares; 
Tecido ósseo secundário – fibras em lamelas; 
*ambos têm as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz, se diferenciam apenas pela sua disposição: irregular no tec primário e 
lamelar no tec secundário. 
 
 Tecido ósseo Primário (ou Imaturo ou rudifibroso) 
 
 - é o primeiro tecido ósseo que aparece, durante o desenvolvimento embrionário como na reparação de fraturas; 
 - é substituído pelo tecido ósseo secundário; 
 - persiste nas suturas do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões; 
 - fibras colágenas (feixes colágenos não modulados) desorganizadas com menor quantidade de minerais 
 - rico em osteócitos; 
 
 Tecido ósseo Secundário (ou maduro ou lamelar) 
 
 - fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas e concêntricas (sistemas circunferenciais interno e externo); as lacunas estão 
dentro das lamelas ou entre elas. 
 
Substância cimentante: matriz mineralizada porém com pouco colágeno que se acumula entre grupos de lamelas, com acúmulo de 
proteoglicanos (proteínas + glicosaminoglicanos); 
 
 - quatro sistemas formados no osso: 
 Sistemas de Havers ou ósteons (comuns em ossos longos) 
 Circunferenciais interno 
 Circunferenciais externo 
 Lamelas intersticiais ou intermediários 
 
 As lamelas circunferenciais externas ficam logo abaixo do periósteo e contêm fibras de Sharpey. 
 As lamelas circunferenciais internas são menos desenvolvidas do que as externas e envolvem completamente o canal medular, na 
parte interna do osso, em contato com o endósteo. 
 Cada sistema de Havers (ósteon) é um cilindro longo, às vezes bifurcado, paralelo à diáfise e formado de 4 a 20 lamelas ósseas 
concêntricas. No centro do cilindro existe um canal revestido de endósteo, o canal de Havers, contendo vasos e nervos. Os canais de Havers se 
comunicam entre si por meio de canais transversais chamados de canais de Volkman. Estes não apresentam lamelas ósseas concêntricas. 
 As lamelas mostram um alternância de claras (anisotrópicas) e escuras (isotrópicas) por causa das fibras colágenas que são 
birrefringentes. 
 As lamelas intersticiais (ou sistemas intermediários) situam-se entre os dois sistemas circunferenciais e provêm de restos de sistemas 
de Havers que foram destruídos durante o crescimento do osso. 
 
 HISTOGÊNESE 
 
 Ossificação Intramembranosa Ossificação Endocondral 
Definição Ossificação que ocorre no interior de membranas do 
tecido conjuntivo (mesenquimatoso), no centro de 
ossificação primária; 
Ossificaçãoque ocorre sobre um molde de cartilagem hialina 
de forma parecida com o osso porém em menor tamanho. 
Como ocorre Ocorre diferenciação das células mesenquimatosas em 
osteoblastos, que sintetizam o osteóide. Quando este 
se mineraliza, engloba osteoblastos que virarão 
osteócitos e estabelecerão um sistema de canalículos. 
Há ainda a formação de células osteogênicas e de 
medula óssea. 
Primeiro, a cartilagem hialina sofre modificações, havendo 
hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa 
a finos tabiques e sua mineralização, bem como a morte dos 
condrócitos por apoptose. Nas cavidades formadas onde 
antes ficavam os condrócitos, células osteogênicas se 
diferenciam em osteoblastos, que depositarão matriz óssea 
sobre os tabiques calcificados. 
O que formam? Formam os ossos frontal, parietal, partes do occipital, 
temporal, maxilares. Contribui para o crescimento dos 
ossos curtos e para o aumento em espessura dos ossos 
longos. 
Principal responsável pela formação dos ossos curtos e 
longos 
Detalhe O resto da membrana que não foi ossificada vai 
constituir o endósteo e o periósteo. 
Os tabiques de matriz calcificada servem apenas de ponto de 
apoio à ossificação. 
 
 
 Ossificação Intramembranosa 
 
Centro primário de ossificação: local da membrana conjuntiva onde a ossificação começa; 
 
6 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
 
 Esse tipo de ossificação ocorre dentro do tecido mesenquimatoso (no interior das membranas do tecido conjuntivo). Tem início no 
centro de ossificação primária – responsável pelo crescimento longitudinal do osso – com a (1) diferenciação de células mesenquimatosas em 
grupos de osteoblastos. Estes (2) sintetizam o osteóide (matriz óssea ainda não mineralizada), formando uma rede de espículas e trabéculas 
que se calcifica lentamente. (4) Os osteoblastos presos nessa matriz que se calcificou se diferenciam em osteócitos. É aqui que o osso em 
formação adquire um aspecto esponjoso. Além disso, a contínua atividade mitótica das células mesenquimatosas cria um suprimento de 
células osteoprogenitoras. Enquanto isso, (5) o tecido conjuntivo altamente vascularizado nos interstícios se torna medula óssea. 
 Ossos maiores podem ter mais de um centro de ossificação primária que crescem ao mesmo tempo. As fontanelas, por exemplo, são 
“áreas moles” no crânio de recém-nascidos onde as membranas conjuntivas ainda não foram substituídas por tecido ósseo. As regiões do 
mesênquima que permanecem não calcificadas se diferenciam no periósteo e endósteo do osso em formação. Nas extremidades dos ossos 
chatos do crânio, a formação óssea predomina sobre a reabsorção e as tábuas interna e externa se formam ao redor da díploe. 
 
Resumindo: 
(1) Diferenciação de células mesenquimatosas em células osteoprogenitoras que se diferenciam em osteoblastos; 
(2) Osteoblastos sintetizam osteóide que forma; 
(3) Formação de uma rede de espículas e trabéculas; 
(4) Calcificação do osteóide e os osteoblastos se transformam em osteócitos; 
(5) Formação de um suprimento de células osteoprogenitoras e formação da medula óssea; 
 
 Ossificação Endocondral 
 
 Esse tipo de ossificação depende de um molde de cartilagem hialina pré-existente. O processo pode ser dividido em duas partes 
sendo que alguns autores consideram que (1) é a formação do molde e (2) reabsorção da cartilagem e formação de tecido ósseo no lugar 
enquanto outros autores consideram que (1) é a cartilagem sofrendo modificações e (2) formação de tecido ósseo. De qualquer maneira, é 
importante salientar que aparece tecido ósseo onde antes havia cartilaginoso sem que haja a transformação de um tecido em outro. Os 
tabiques de matriz calcificada servem apenas como ponto de apoio. 
 
Acontecimentos da formação endocondral: 
 
Acontecimento Descrição 
Molde de cartilagem hialina formado Molde em miniatura do osso, formado na região do embrião em desenvolvimento. 
- Modificações na cartilagem 
Vascularização do pericôndrio da parte 
média da diáfise 
A vascularização do pericôndrio transforma o em periósteo. As células condrogênicas também se 
transformam em células osteoprogenitoras. 
Formação de um colar ósseo subperiósteo Sobre a superfície do molde cartilaginoso, osteoblastos recém formados secretam matriz óssea 
formando um colar ósseo subperiósteo por ossificação Intramembranosa. 
Hipertrofia e morte dos condrócitos Os condrócitos se hipertrofiam, dilatando suas lacunas e reduzindo os septos da matriz 
cartilaginosa interposta. Mas o colar ósseo subperiósteo impede a difusão de nutrientes 
para os condrócitos hipertrofiados na parte central do molde cartilaginoso causando sua 
morte. Isso forma cavidades, lacunas confluentes que, futuramente, formará a medula 
óssea. 
Escavação de buracos no colar ósseo por 
ação dos osteoclastos, permitindo a 
entrada do botão osteogênico; 
Osteoclastos escavam furos no colar ósseo permitindo que um botão periósteo (botão 
osteogênico), composto por células osteoprogenitoras, células hematopoiéticas e vasos 
sanguíneos, penetre nas cavidades dentro do molde cartilaginoso. Tem início a produção 
de matriz óssea. 
Formação do complexo cartilagem 
calcificada/osso calcificado 
A matriz óssea depositada sobre os septos de cartilagem calcificada forma esse complexo. 
Histologicamente, a cartilagem calcificada cora-se em azul (basófilo) e o osso calcificado 
em vermelho (acidófilo). 
Osteoclastos reabsorvem o complexo 
cartilagem calcificada/osso 
calcificado 
Os osteoclastos reabsorvem o complexo aumentando a cavidade medular. 
Espessamento do colar ósseo e crescimento 
em direção às epífises. 
O osso subperiósteo se torna mais espesso e cresce da região média para as extremidades. Com a 
continuação desse processo, a diáfise é convertida em osso com exceção das placas 
epifisárias. 
 
Resumindo: 
 
(1) Molde de cartilagem hialina formado, servirá de arcabouço estrutural; 
(2) Hipertrofia dos condrócitos que resulta na dilatação das lacunas e diminuição dos septos da matriz que se calcifica. 
(3) Aumento da vascularização do pericôndrio, tornando o periósteo; células condrogênicas  células osteoprogenitoras 
(4) Osteoblastos sintetizam matriz óssea que forma o colar ósseo subperióstico/subperiósteo 
(5) Morte dos condrócitos que pararam de receber nutrientes por causa do colar ósseo subperióstico/subperiósteo  forma cavidade 
onde essas células estavam 
(6) Osteoclastos escavam orifícios no colar ósseo  broto vascular periósteo 
(7) Células osteoprogenitoras e capilares entram no molde e há a diferenciação em osteoblastos que secretam matriz óssea na 
superfície dos restos de cartilagem calcificada enquanto osteoclastos reabsorvem o que resta de tecido cartilaginoso. 
 
 
7 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
 Formação de Ossos Longos 
 
 O primeiro tecido ósseo a aparecer no osso longo é formado por ossificação Intramembranosa do pericôndrio que recobre a parte 
média da diáfise, formando um cilindro, o colar ósseo. Envolvidas pelo colar ósseo, os condrócitos se hipertrofiam e morrem por falta de 
nutrientes, deixando lacunas em seu lugar. Essa cartilagem calcificada é invadida por vasos sanguíneos levando células osteoprogenitoras após 
a escavação de orifícios no colar ósseo pelos osteoclastos. Tem-se a formação de osteoblastos que sintetizam uma matriz óssea que logo se 
calcifica, formando tecido ósseo primário sobre os restos de cartilagem. Essa ossificação tem lugar em toda a diáfise restando apenas os 
centros secundários de ossificação nas epífises – responsável pelo crescimento radial. O tecido cartilaginoso fica restrito a dois locais: a 
cartilagem articular e a cartilagem de conjugação ou disco epifisário ou ainda placa epifisária. Essa cartilagem de conjugação será então 
responsável pelo crescimento longitudinal do osso até, aproximadamente, os 20 anos de idade quando se ossifica.Crescimento do osso em comprimento 
 
 O alongamento continuado do osso depende da placa epifisária (GARTNER). Os condrócitos da placa se proliferam e participam do 
processo da formação óssea endocondral. A proliferação ocorre no lado epifisário, enquanto a substituição ocorre do lado diafisário da placa. 
Histologicamente, a cartilagem de conjugação é dividida em cinco zonas, começando pelo lado epifisário: 
 
1. Zona de Repouso ou Zona de Cartilagem de Reserva: encontramos condrócitos, mitoticamente ativos, distribuídos ao acaso pela 
matriz sem que haja qualquer alteração morfológica da cartilagem hialina. 
2. Zona de Proliferação ou de cartilagem seriada: condrócitos, em proliferação rápida, formam fileiras de células isogênicas paralelas à 
direção do crescimento do osso. 
3. Zona de maturação e hipertrofia ou Zona de cartilagem hipertrófica: os condrócitos amadurecem, se hipertrofiam e acumulam 
glicogênio e lipídios no citoplasma. A matriz fica reduzida a tabiques delgados, entre as células hipertróficas. Os condrócitos entram 
em apoptose. 
4. Zona de calcificação ou zona de cartilagem calcificada: mineralização dos delgados tabiques de matriz cartilaginosa e termina a 
apoptose dos condrócitos; 
5. Zona de ossificação: é a zona onde aparece tecido ósseo. Capilares sanguíneos e células osteoprogenitoras invadem esta as lacunas 
deixadas pelos condrócitos mortos, diferenciam-se em osteoblastos, que produzem matriz óssea, que se deposita na superfície da 
cartilagem calcificada. Os osteoblastos presos na matriz se diferenciam em osteócitos. 
 
 CALCIFICAÇÃO ÓSSEA 
 
 É um processo que não foi entendido totalmente ainda, mas sabe-se que tem inicio com a deposição de sais de cálcio (fosfato de 
cálcio) sobre as fibrilas colágenas. 
 Esse processo parece ser induzido por proteoglicanos e por glicoproteínas da matriz, como, por exemplo, a osteonectina, uma 
glicoproteína ligante do Ca
2+
, assim como a sialoproteína óssea. A teoria mais aceita prega que essa deposição também é influenciada pela 
presença do íon cálcio dentro de vesículas no citoplasma de osteoblastos, expelidas para a matriz, as vesículas da matriz. Há ainda a presença 
e influência de outros fatores, entre eles a da enzima fosfatase alcalina, sintetizada pelos osteoblastos. Dentro das vesículas, o aumento da 
concentração de cálcio e de outros elementos formariam cristais de hidroxiapatita que cresceriam e romperiam as membranas espalhando o 
conteúdo das vesículas pela matriz. Esses cristais funcionariam como ninhos de cristalização. 
 
 CRESCIMENTO E REMODELAÇÃO ÓSSEA 
 
 No adulto, a formação e a reabsorção de osso permanecem em equilíbrio, enquanto o osso é remodelado para atender às forças 
aplicadas sobre ele. 
 Em geral, a remodelação se dá com o depósito de osso em algumas regiões do periósteo e a sua reabsorção em outras. Funciona 
assim na maioria dos ossos, incluindo os da calota craniana. Já os ossos corticais e os ossos esponjosos são remodelados de forma um pouco 
diferente estando mais suscetíveis às influências parácrinas da medula óssea e de fatores sistêmicos como calcitonina e paratormônio. 
 
OBS: os sistemas de Havers são substituídos continuamente. 
 
Cavidades de absorção: locais onde os osteoclastos estão se aglomerando para reabsorver a matriz óssea. Serão invadidas por vasos 
sanguíneos futuramente, indicando o fim da reabsorção e o início da ação de osteoblastos para depositarem lamelas concêntricas ao redor dos 
vasos. 
 
OBS²: ossos chatos se formam a partir do tecido ósseo do periósteo; ossos longos crescem a partir do aumento de tamanho das epífises pelo 
crescimento radial da cartilagem, acompanhado de ossificação endocondral enquanto a diáfise cresce em extensão pela atividade dos discos 
epifisários e em espessura pela ossificação Intramembranosa. 
 
 A posição dos dentes pode ser modificada na arcada dentária pela ação de pressões laterais exercidas por aparelhos ortodônticos. O 
osso é reabsorvido no lado da pressão e ocorre neoformações óssea no lado oposto – sujeito a uma tração por meio do ligamento periodontal 
- com o consequente deslocamento do dente na arcada dentária. 
 
 
 Em fraturas nos ossos longos de criança, quando os dois pedaços do osso são ajustados perfeitamente, o defeito é corrigido durante 
o crescimento da criança. 
 
 
8 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
Reparação de Fraturas 
 Em locais de fratura, ocorre hemorragia, pela lesão de vasos sanguíneos, destruição de matriz e morte de células ósseas. 
Primeiramente, os macrófagos devem remover o coágulo sanguíneo e os restos celulares e os da matriz. O periósteo e o endósteo próximos se 
proliferam, formando um tecido muito rico em células osteoprogenitoras formando um colar ao redor da fratura e envolvendo as 
extremidades ósseas rompidas. Nesse anel ou colar conjuntivo, forma-se tecido ósseo primário, tanto pela ossificação endocondral de 
pequenos pedaços de cartilagem que aí se formam como por ossificação Intramembranosa. Ou seja, é possível encontrar no local, áreas de 
ossificação Intramembranosa, de ossificação endocondral e áreas de cartilagem. Esse processo evolui até formar um calo ósseo de tecido 
ósseo primário. Com o tempo, o calo ósseo se transforma em tecido ósseo secundário e o osso recupera a sua estrutura anterior à fratura. 
 
Resumo: 
(1) Invasão pelo periósteo e pelo endósteo 
(2) Proliferação de células osteoprogenitoras  tecido ósseo primário 
(3) Forma-se tecido ósseo secundário 
(4) Calo ósseo 
(5) Remodelação do calo ósseo 
(6) Reparação do osso sem cicatriz 
 
 HISTOFISIOLOGIA DO OSSO (PAPEL METÁBOLICO DO TECIDO ÓSSEO) 
 
 Reserva de íons cálcio, permitindo um intercambio continuo entre o cálcio do plasma e dos ossos para manter o nível sérico 
(calcemia) constante. O cálcio é importante para a atividade de diversas enzima e também tem um papel na permeabilidade das 
membranas, adesão celular, transmissão de impulsos nervosos, coagulação sanguínea e contração muscular, entre outros processos 
do corpo. Sua concentração plasmática deve ser entre 9 e 11 mg/dL de sangue. 99% do cálcio no corpo está sob a forma de cristais 
de hidroxiapatita e 1% deve estar disponível para ser mobilizado do osso em curto prazo. Há duas formas de ocorrer essa 
mobilização: 
 
(1) Simples transferência de íons do cristal de hidroxiapatita para o líquido intersticial (garantido pela alta superfície de contato dos 
cristais, ocorrendo principalmente no osso esponjoso). As lamelas ósseas jovens são mais importantes para a manutenção da 
calcemia do que as mais velhas porque recebem e doam cálcio com mais facilidade. 
(2) Ação hormonal; o paratormônio, hormônio da paratireoide – células do parênquima -, incentiva basicamente o aumento da 
calcemia. Isso ocorre através do aumento do número de osteoclastos e, consequentemente, da reabsorção da matriz óssea, 
liberando no sangue fosfato de cálcio Ca3(PO4)2. O paratormônio também estimula a excreção renal de íons fosfato (PO4)
3-
 de 
modo que não há o seu acúmulo no plasma sanguíneo. Esse hormônio atua ainda sobre os receptores nos osteoblastos, inibindo 
a síntese de colágeno e de matriz por essas células e estimulando a secreção do fator estimulador dos osteoclastos e do ligante 
de osteoprogesterina (OPGL). Esses fatores induzem a formação de osteoclastos e também a ativação de osteoclastos 
quiescentes. A calcitonina é outro hormônio que age nos ossos. Produzida nas células parafoliculares da tireoide, a calcitonina 
diminui a calcemia, inibindo a reabsorção da matriz e, portanto, a mobilização de cálcio para ser levado ao sangue. Esse 
hormônio possui um efeito inibidor sobre os osteoclastos. 
 
O excesso de paratormônio, hiperparatireoidismo, pode causar descalcificação óssea. Isso provoca intensa reabsorção óssea, 
aumento de Ca
2+
 e (PO4)
3-
 no sangue e deposição anormal de sais de cálcio emvários órgãos, principalmente nos rins e nas paredes das 
artérias. 
O oposto ocorre na osteopetrose, doença causada por defeito nas funções dos osteoclastos, com superprodução de tecido ósseo 
muito compactado e duro. A osteopetrose causa obliteração das cavidades que contêm medula óssea formadora de células do sangue, 
resultando em anemia e deficiência em leucócitos, o que reduz a resistência dos pacientes às infecções. 
 
 
 O osso também sustenta tecidos moles, protege o sistema nervoso central (SNC) e o tecido hematopoiético. 
 
 Oferece pontos de ligação para os tendões dos músculos, usando os ossos como alavancas para apoio mecânico durante a 
movimentação; 
 
 Há outros hormônios que atuam sobre os ossos, regulando as atividades dos osteoclastos, necessárias para a manutenção de um 
suprimento constante de íons cálcio para o corpo. É preciso ressaltar que muitos desses fatores possuem mais de uma célula alvo, 
mas aqui foi apresentado apenas suas funções relacionadas aos ossos: 
 Somatotrofina: hormônio de crescimento, secretado por células do lobo anterior da hipófise, influencia a formação óssea 
através das somatomedinas (fatores de crescimento semelhantes à insulina, produzidos em vários órgãos, mas em especial 
no fígado), estimulando especialmente o crescimento das placas epifisárias. Se há deficiência desse hormônio durante a 
infância, ocorre a doença chamada de nanismo hipofisário. Seu excesso causa gigantismo hipofisário. 
 
 
 Interleucina-1: liberada por osteoblastos, ativa a proliferação de precursores de osteoclastos; também tem um papel 
indireto no estímulo dos osteoclastos. 
Acromegalia: condição que produz o espessamento dos ossos (crescimento perióstico) – já que no adulto não há mais placas epifisárias, 
responsáveis pelo crescimento longitudinal do osso -, especialmente os da face, além de desfigurar tecidos moles. Ocorre em adultos que 
produzem um excesso de Somatotrofina causando um aumento anormal da deposição óssea sem a reabsorção normal de osso. 
Gigantismo: desenvolvimento excessivo do comprimento de ossos longos. 
 
9 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
 Fator de necrose tumoral: liberado por macrófagos ativados, age de modo semelhante à interleucina-1. 
 Fator estimulante de colônias 1: liberado por células do estroma da medula óssea, induz a formação de osteoclastos; 
 Osteoprogesterina: inibe a diferenciação de osteoclastos; 
 Interleucina 6: liberada por várias células ósseas, especialmente osteoclastos, estimula a formação de outros osteoclastos; 
 Interferon : liberado pelos linfócitos T, inibe a diferenciação de precursores de osteoclastos em osteoclastos; 
 Fator transformador de crescimento β: liberado da matriz óssea durante a osteoclasia, induz os osteoblastos a fabricarem 
matriz óssea e reforça o processo de mineralização da matriz; ele também inibe a proliferação de precursores de 
osteoclastos e sua diferenciação em osteoclastos maduros. 
 Hormônios sexuais: (ex: testosterona e estrogênio) atuam, basicamente, estimulando a formação de tecido ósseo. O 
fechamento das placas epifisárias é bastante estável e está relacionado com a maturação sexual. A maturação sexual 
precoce (causada, por exemplo, por tumores que liberam hormônios sexuais) interrompe o crescimento do esqueleto 
porque as placas epifisárias são estimuladas a se fecharem cedo demais. Do mesmo modo, quando a maturação sexual é 
retardada (ex: desenvolvimento das gônadas ou castração durante a fase de crescimento), o crescimento do esqueleto 
continua além do normal porque as placas epifisárias não se fecham. 
 
Osteoporose: está relacionada a um decréscimo da massa óssea sem que a concentração de cálcio seja afetada. Afeta principalmente 
mulheres com mais de 40 anos, incluindo aquelas que já estão na menopausa e pós-menopausa quando o nível de estrogênio cai e não é 
reposto por terapia hormonal. O papel do estrogênio é se ligar a receptores específicos nas membranas dos osteoblastos e ativá-los, 
incentivando a produção e secreção de matriz óssea. Com a diminuição da secreção de estrógeno, a atividade osteoclástica torna-se maior do 
que a deposição de osso até o ponto em que a matriz óssea está tão reduzida que o osso se quebra com facilidade. A terapia de reposição 
hormonal pode aliviar ou eliminar essa condição. 
 
 Leptina: hormônio produzido pelo tecido adiposo que ajuda a regular a deposição de cálcio, o que explica porque as 
pessoas obesas tem ossos com maior massa e maior concentração de sais de cálcio. 
 
 O crescimento do osso depende ainda de fatores nutricionais, principalmente durante a fase de crescimento. Deve haver ingestão 
suficiente de proteínas, minerais e vitaminas para que não haja falta de aminoácidos essenciais para a síntese de colágeno pelos 
osteoblastos e redução da formação dessa substância. 
 Cálcio e fósforo: a ingestão insuficiente desses minerais diminui a calcificação do osso, deixando-o suscetível à fraturas; A 
carência de cálcio pode vir de uma alimentação insuficiente ou da falta do pró-hormônio vitamina D, que é importante 
para a absorção dos íons cálcio e fosfato no intestino delgado. 
 Deficiência de Vitamina A: inibe a formação correta do osso por falha na coordenação da atividade dos osteoblastos e 
osteoclastos. Falta de reabsorção e remodelação da abóboda craniana para acomodar o cérebro, com lesão séria do 
sistema nervoso central; 
 Hipervitaminose de Vitamina A: erosão das colunas de cartilagem sem aumento das células da zona de proliferação. As 
placas epifisárias podem ser obliteradas interrompendo prematuramente o crescimento. 
 Deficiência de Vitaminha C: tecido mesenquimatoso afetado com o tecido conjuntivo sendo incapaz de produzir e manter 
a matriz extracelular. A deficiência da produção de colágeno e de matriz extracelular leva ao retardo do crescimento e 
atraso da cicatrização (escorbuto). 
 Deficiência de Vitamina D: perturbação da ossificação das cartilagens epifisárias. As células tornam-se desordenadas na 
metáfise causando ossos pouco calcificados, que se tornam deformados pelo peso suportado. Em crianças causa 
raquitismo, em adultos, osteomalácia. A vitamina D é importante para a absorção de cálcio no intestino delgado. 
 
O raquitismo é causado pela deficiência de cálcio provinda de uma deficiência de vitamina D. Nessa doença, a matriz óssea não se 
calcifica normalmente, de modo que as espículas ósseas formadas pelo disco epifisário se deformam, por não suportarem as pressões 
exercidas sobre elas pelo peso corporal e pela ação muscular. Em consequência, os ossos não crescem normalmente e as extremidades dos 
ossos longos se deformam. 
No adulto, a falta de cálcio leva à osteomalácia, que se caracteriza pela calcificação deficiente da matriz óssea neoformada e 
descalcificação parcial da matriz já calcificada, provocando fragilidade óssea. Porém, diferente do raquitismo, não ocorre deficiência no 
crescimento e nem deformação dos ossos longos porque não existem mais, no adulto, cartilagens de conjugação. 
 
É possível aparecerem tumores de células cartilaginosas nos ossos já que o tecido ósseo pode ser formado a partir de cartilagem. 
Condromas são tumores benignos encontrados na cartilagem. 
Condrossarcomas são tumores malignos encontrados nesse tecido. 
Osteomas, osteoblastomas ou osteoclastomas são tumores benignos encontrados no tecido ósseo. 
Osteossarcomas são tumores malignos do tecido ósseo, caracterizados pela presença de osteoblastos pleomórficos (morfologia irregular e 
variada) que se dividem por mitose frequentemente, associados a osteóide por eles sintetizado. 
 
 ARTICULAÇÕES 
 
 Estruturas formadas pelos tecidos conjuntivos que permitem a união de um osso a outro. A classificação se altera de autor para 
autor, mas, em geral, é possível destacar a seguinte classificação: 
 
 Diartrose: (grandes movimentos) uneossos longos, em geral; Os ossos em geral são recobertos por uma cartilagem hialina 
persistente, a cartilagem articular. Aqui existe uma cápsula articular que delimita uma cavidade articular contendo um líquido 
viscoso com o objetivo de diminuir o atrito, o líquido sinovial. Esse líquido tem alto teor de ácido hialurônico e da glicoproteína 
lubricina produzido pela camada sinovial e é uma via transportadora de substancias entre a cartilagem articular avascular e o sangue 
 
10 Esther Botelho – Medicina 2012.1 
dos capilares da membrana sinovial. As capsulas possuem duas camadas, uma externa fibrosa (de tecido conjuntivo denso) e uma 
interna sinovial (também chamada de membrana sinovial). 
 
 Há dois tipos de células na camada sinovial: 
(1) Células do tipo A: são macrófagos com aparelho de Golgi bem desenvolvido e muitos lisossomos, mas somente uma pequena 
quantidade de REG. São células fagocitárias responsáveis pela remoção de resíduos do espaço articular. 
(2) Células do tipo B: assemelham-se a fibroblastos com REG bem desenvolvido; acredita-se que essas células secretam o líquido 
sinovial (GARTNER). 
 
 A cartilagem responde às pressões mecânicas exercidas sobre ela da seguinte maneira: os componentes da matriz, ricos em 
glicosaminoglicano muito ramificados e hidratados, funcionam como mola biomecânica. A pressão força a saída da água da cartilagem para o 
líquido sinovial, onde ela desencadeará a repulsão eletrostática entre os grupamentos carboxila e sulfato dos glicosaminoglicanos, separando 
as ramificações e criando espaços para a água. Sem a pressão, a água é novamente atraída para os interstícios. Esse movimento da água com 
nutrientes e gases dissolvidos é essencial para a nutrição da cartilagem e para as trocas de O2 e CO2 entre a cartilagem e o líquido sinovial. 
 
 Sinartrose (movimento limitado ou ausente) 
 Sinostoses: ossos unidos por tecido ósseo; completamente desprovido de movimentos. Estão nos ossos chatos do crânio, 
em pessoas idosas. Na criança e no adulto, estão unidos por tecido conjuntivo denso. 
 Sincondroses: movimentos limitados e ossos unidos por cartilagem hialina. Ex: articulação da primeira costela com o 
esterno. 
 Sindesmoses: movimentos limitados e ossos unidos por tecido conjuntivo denso. Ex: sínfise pubiana e articulação 
tibiofibular inferior. 
 
A artrite reumatoide é uma doença crônica auto imune, caracterizada por um processo inflamatório iniciado na membrana sinovial, 
resultando em deformidade e destruição de estruturas articulares além de tendões e ligamentos justapostos à articulação. Atinge mais 
mulheres do que homens e é mais incidente em pessoas de idade avançada. Lesão articular permanente e irreversível. 
 
 BIBLIOGRAFIA 
 
COMARCK, D. H. Fundamentos da Histologia. 2ª ed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2003 
 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica 11ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2011 
 
GARTNER, L. P.; HIATT, J. L. Tratado de Histologia em Cores 2ª ed.

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