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Câncer de colo de útero Profª Silvana S. Zanotelli szanotelli@gmail.com Departamento de Enfermagem UDESC/CEO Anatomia uterina HISTOFISIOLOGIA O colo do útero tem como função proteger a entrada de agentes patogênicos para o interior da cavidade pélvica; Secreta muco e anticorpos que ocupa a cavidade cervical e impedem a progressão de agentes patogênicos para o interior da cavidade uterina; possui papel importante na ativação dos espermatozóides. HISTOFISIOLOGIA A ectocérvix é recoberta por um epitélio escamoso A endocérvix é revestida por um epitélio cilíndrico simples (colunar), constituído na sua maioria por células secretoras (95%) e células ciliadas (5%). A localização da junção escamocolunar com relação ao orifício cervical externo varia dependendo da idade, estado menstrual e outros fatores como gravidez e o uso de métodos anticoncepcionais orais. HISTOFISIOLOGIA O ectrópio corresponde à eversão do epitélio colunar sobre a ectocérvix, quando o colo uterino cresce rapidamente sob a influência do estrógeno, depois da menarca e durante a gravidez. A metaplasia escamosa do colo uterino indica a substituição fisiológica do epitélio colunar evertido na ectocérvix por um epitélio escamoso recém-formado de células subcolunares de reserva. A região do colo uterino onde metaplasia escamosa ocorre é denominada de zona de transformação. Epidemiologia Quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres Com exceção do câncer de pele, esse tumor é o que apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente Estimativas de novos casos: 16.340 (2016 - INCA) Número de mortes: 5.430 (2013 - SIM) Fatores de Risco Associados ao Câncer do Colo do Útero Infecção pelo HPV; Início precoce da atividade sexual; Multiplicidade de parceiros sexuais; Tabagismo; Baixa condição sócio-econômica; Imunossupressão; Uso prolongado de contraceptivos orais; Higiene íntima inadequada Manifestações Clínicas Crescimento lento e silencioso; Fase pré-clínica, sem sintomas, a detecção de lesões precursoras são por meio da realização periódica do exame preventivo do colo do útero. Progride lentamente, antes de atingir o estágio invasor da doença, quando a cura se torna mais difícil, se não impossível. Nessa fase os principais sintomas são sangramento vaginal, corrimento e dor. PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO Alimentação saudável; Atividade física regular; Evitar ou limitar a ingestão de bebidas alcoólicas; Não fumar. DETECÇÃO PRECOCE/RASTREAMENTO A periodicidade de realização do exame preventivo do colo do útero, estabelecida pelo Ministério da Saúde do Brasil, em 1988, permanece atual e está em acordo com as recomendações dos principais programas internacionais. O exame citopatológico deve ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos. Essa recomendação apoia-se na observação da história natural do câncer do colo do útero, que permite a detecção precoce de lesões pré-malignas ou malignas e o seu tratamento oportuno, graças à lenta progressão que apresenta para doença mais grave. 12% a 20% das brasileiras entre 25 e 64 anos nunca realizaram o exame citopatológico, que é a principal estratégia de rastreamento do câncer de colo do útero e de suas lesões precursoras.¹ Dificuldade de acesso e acolhimento Rigidez na agenda das equipes Mulheres com deficiência, Lésbicas, Bissexuais, transexuais, Negras, Indígenas, Ciganas, Mulheres do campo, floresta e águas Situação de rua, Profissionais do sexo Mulheres privadas de liberdade Singularidades Coleta do Material para o Exame Preventivo do Colo do Útero Uma adequada coleta de material é de suma importância para o êxito do diagnóstico. O profissional de saúde deve assegurar–se de que está preparado para realizá-lo e de que há material necessário para isso. A garantia da presença de material em quantidades suficientes é fundamental para o sucesso da ação. Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se à escamação ou esfoliação da superfície externa e interna do colo por meio de uma espátula de madeira e de uma escovinha endocervical. Coleta de uma amostra da parte externa (ectocérvice), e outra da parte interna (endocérvice) do colo uterino. Para realização do exame preventivo do colo do útero e a fim de garantir a qualidade dos resultados recomenda-se: • Não utilizar duchas ou medicamentos vaginais ou exames intravaginais, 48 horas antes da coleta; • Evitar relações sexuais 48 horas antes da coleta; • Evitar anticoncepcionais locais, espermicidas, nas 48 horas anteriores ao exame; • O exame não deve ser feito no período menstrual. Em algumas situações particulares, como em um sangramento anormal, a coleta pode ser realizada. Coleta do CP Colo uterino Material para coleta do CP Coleta do material Adequabilidade da amostra Recomendações da coleta do exame citopatológico do colo do útero diante de situações especiais Recomendações da coleta do exame citopatológico do colo do útero diante de situações especiais Alterações Alterações celulares benignas Inflamações específicas Trichomonas vaginalis Micose: Cândida Vaginose bacteriana Actinomices Herpes Parasitas Outros achados não-neoplásicos Inflamação e reparo Alterações induzidas por radiação Alterações associadas ao DIU Atrofia Células glandulares após histerectomia radical Paraqueratoses Hiperqueratoses (leucoplasia) Cervicite linfo-folicular Outros (células endometriais depois dos 40 anos de idade) Alterações das células escamosas Células escamosas atípicas (ASC) Células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US) ASC-US sugerindo lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL) Alterações das células glandulares Atipia das células glandulares (Atypia of glandular cells - AGC) Adenocarcinoma in situ (AIS) Adenocarcinoma invasor Outras lesões malignas Adenocarcinoma endometrial Linfoma maligno Adequabilidade da amostra Recomendação diante de resultados de exames citopatológicos normais Recomendação inicial diante de resultados de exames citopatológicos anormais Colposcolpia • A colposcopia é um exame visual especializado do trato genital inferior (colo uterino, vagina e vulva), em que se utiliza o colposcópio – aparelho semelhante a um binóculo que possibilita a visualização dessas áreas com aumento que varia de 6 a 40 vezes. Colposcolpia Teste de Schiller O teste de Schiller é um exame de diagnóstico que consiste em colorir a região interna da vagina e do colo do útero com uma solução iodada (lugol), a fim de observar a integridade do epitélio desta região. Ele geralmente é feito durante a colposcopia, quando o exame papanicolau mostra alguma alteração. Negativo Positivo Colo normal e colo alterado Estadiamento/tratamento Estágio I - Quando o câncer de útero está restrito ao útero Estágio II - Quando o tumor compromete o colo do útero. Estágio III - Se houver acometimento de trompas e ovários, ou ínguas (linfonodos). Estágio IV - Se o tumor estiver atingindo o reto, a bexiga ou outros órgãos, é estágio IV. . Tratamento: Cirurgia Histerectomia: Remoção cirúrgica do útero. Cervicectomia: Remoção cirúrgica do colo do útero,a parte inferior do útero que se conecta à vagina. Criocirurgia: Cirurgia que usa frio extremo para destruir o tecido doente. Linfadenectomia: Remoção cirúrgica de um linfonodo. Cirurgia ginecológica Dissecção de linfonodos retroperitoneais: Remoção cirúrgica dos nódulos linfáticos na parte de trás do abdômen para ver se o câncer dos testículos se espalhou. Medicamentos Quimioterapia: Mata as células que estão crescendo ou se multiplicando muito rapidamente. Referências BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2014: incidência de câncer no Brasil/Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio de Janeiro: INCA, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Controle de Câncer de Colo de Útero e de Mama. Brasília, 2013. (Cadernos da Atenção Básica, n. 13) BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Rio de Janeiro: INCA, 2011. Brasil. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. http://screening.iarc.fr/colpochap.php?lang=4&chap=1
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