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Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ Departamento da Ciência da Vida - DCVida Curso de Medicina Fisiopatologia do Câncer de Colo de Útero Unidade Integradora III Tamaris Letícia Tiemann O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos (chamados oncogênicos) do Papilomavírus Humano - HPV A infecção genital por este vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que poderão evoluir para o câncer ● Terceiro tumor mais frequente na população feminina - atrás do câncer de mama e do colorretal ● Quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil Estas alterações das células são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade dos casos. O que é? O útero é o órgão central do sistema reprodutor de uma mulher. Essa câmara muscular oca abriga e protege o feto em desenvolvimento durante a gravidez. A entrada para o útero, chamada colo do útero, é um canal muscular localizado no interior da vagina. O exterior do colo do útero é contínuo com a vagina e é revestido por células planas ou escamosas, ao passo que o interior do colo do útero é revestido por células altas ou colunares. Na junção entre esses dois tipos de células, a junção escamocolunar, pode ocorrer um crescimento celular anômalo, ou displasia cervical. O câncer do colo do útero começa com alterações lentas e progressivas em células normais na superfície do colo do útero. Essas alterações, chamadas de displasia ou neoplasia intraepitelial cervical (NIC), são consideradas pré-cancerosas. A NIC é classificada como sendo leve, apenas algumas células podem ser anômalas (NIC grau 1), moderada (NIC grau 2) quando cerca de metade da espessura do revestimento cervical é afetada ou grave (NIC grau 3) quando a espessura total do colo do útero tem células anômalas. Esse quadro clínico é chamado de carcinoma in situ e, se não for tratado, pode evoluir para câncer cervical invasivo, às vezes depois de anos. Os papilomavirus Humano pertencem à familia Papillomaviridea e o seu vírus tem aproximadamente 55nm de diâmetro e é formado por um capsídeo de simetria icosaédrico de 72 capsômeros. Ele é um organismo intracelular obrigatório que afeta as células mitoticamente ativas para se estabelecer no epitélio. O ciclo biológico deste vírus na pele ou mucosa tem início quando as particulas virais penetram nas células da camada profunda, que são as células menos diferenciadas do epitélio escamosa, e que ainda tem atividade mitótica. À medida que se dividem as células basais migram em direção a superfície e tornam-se diferenciadas. O DNA viral é distribuído entre as duas células-filhas, sendo que uma delas inicia o processo de diferenciação e maturação enquanto a outra permanece na camada basal, como reservatório do DNA viral. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, sendo que cerca de 40 tipos podem infectar o trato genital. Pelo menos 13 tipos de HPV são considerados oncogênicos, apresentando maior risco ou probabilidade de provocar infecções persistentes e estar associados a lesões precursoras. Dentre os HPV de alto risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. Já os HPV 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas genitais e papilomas laríngeos, são considerados não oncogênicos. ● 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73, 82 ● 6, 11, 40, 42, 43, 54, 61, 70, 72, 81 Quais são os tipos de HPV que podem causar câncer? Estágio 0: as células cancerígenas são encontradas apenas na superfície do colo do útero. Cânceres mais invasivos são separados em quatro estágios. Estágio I: quando o câncer não se espalhou para além do colo do útero. Estágio II: significa que o tumor se espalhou para a parte superior da vagina. Estágio III: se estende para a parte inferior da vagina e acomete estruturas vizinhas. Estágio IV: o tumor atingiu a bexiga ou o reto, ou células cancerosas se espalharam para outras partes do corpo (metástases). ESTÁGIOS CAUSAS Os fatores de risco para o câncer do colo do útero que podem estimular a progressão da infecção pelo vírus incluem: ● Infecção pelo HPV ● Tabagismo (por ter grande poder em reduzir a quantidade e a ação das células de Langerhans, essas que são responsáveis pela ativação da imunidade celular contra o HPV (NOVAES et al, 2002). ● Imunossupressão/ter um sistema imunológico enfraquecido (decorrente de uma doença, como câncer ou AIDS, ou causado por medicamentos, como medicamentos quimioterápicos ou corticosteroides) ● Anticoncepcional oral (aco): há literaturas que comprovam que o anticoncepcional oral é um fator de risco para a infecção do HPV. entende-se que os fatores os fatores hormonais influenciam a transcrição do genoma HPV (NOVAES, 2005). SINTOMAS Alterações pré-cancerosas geralmente não apresentam sintomas. Nos estágios iniciais, o câncer do colo do útero pode não apresentar sintomas. sangramento anômalo da vagina, na maioria das vezes após a relação sexual. Manchas ou sangramento mais intenso podem ocorrer entre as menstruações ou as menstruações podem ser extraordinariamente intensas. Tumores grandes têm mais propensão de sangrar e podem dar origem a uma secreção vaginal com mau odor e dor na região pélvica. Se o câncer for generalizado, pode causar dores lombares e inchaço das pernas. O trato urinário pode estar obstruído e, se não for administrado tratamento, insuficiência renal e morte podem ocorrer. DIAGNÓSTICO Exames de Papanicolau de rotina ou outros exames similares conseguem detectar o início do câncer do colo do útero. Exames de Papanicolau detectam com precisão até aproximadamente 80% dos casos de câncer do colo do útero, antes mesmo do surgimento dos sintomas. Os exames de Papanicolau também conseguem detectar displasia. A mulher com displasia deve ser examinada novamente no prazo de três a quatro meses. A displasia pode ser tratada, ajudando, assim, a prevenir o câncer. Durante um teste de Papanicolau, que testa a presença de displasia cervical, uma pequena amostra de células é raspada da superfície do colo do útero. Se na análise das células forem detectadas células anômalas, será realizada uma colposcopia. PREVENTIVO/PAPANICOLAU https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-ginecol%C3%B3gicos/exames-para-dist%C3%BArbios-ginecol%C3%B3gicos#v8497063_pt DIAGNÓSTICO Uma biópsia será realizada caso um tumor, ferida ou outra área anômala forem observados no colo do útero durante o exame pélvico ou caso displasia ou câncer sejam detectados pelo exame de Papanicolau. Geralmente, o médico insere um instrumento na vagina com uma lente binocular (colposcópio) com aumento de cerca de cinco a trinta vezes para avaliação visual do colo do útero e escolher o melhor local para realizar a biópsia de pequenas amostras de tecido para avaliação patológica adicional. Dois tipos distintos de exames são realizados: ● Biópsia por punção: Um pedaço minúsculo do colo do útero, selecionado usando o colposcópio, é removido. ● Curetagem endocervical: O tecido que não pode ser visto é raspado do interior do colo do útero BIÓPSIA/COLPOSCOPIA https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-ginecol%C3%B3gicos/exames-para-dist%C3%BArbios-ginecol%C3%B3gicos#v1157202_pt TRANSMISSÃO DO HPV ● SEXUAL ● NÃO SEXUAL (FAMILIAR OU NOSOCOMIAL POR FÔMITES - coçaduras, toalhas, roupas íntimas por curto período de tempo) ● MATERNO FETAL - pois no geral as gestantes se tornam imunologicamente deprimidas (GESTACIONAL, INTRA E PERI PARTO) TRATAMENTO Fatores que podem influenciar na escolha do tratamento: ➢ tamanho, número e local da lesão, além da sua morfologia ➢ custos ➢ disponibilidadede recursos O tratamento do condiloma acuminado (verruga genital) é feito com: aplicação tópica de agentes químicos, através de destruição física por laser de dióxido de carbono; pela crioterapia, através de nitrogênio líquido pela eletrocauterização e por cirurgia local TRATAMENTO Fatores que podem influenciar na escolha do tratamento: ➢ estágio do câncer ➢ localização exata do tumor ➢ idade da paciente ➢ condição física geral ➢ se a paciente deseja ter filhos Quando recidiva: A recidiva pode ser local (nos órgãos pélvicos perto do colo do útero) ou em áreas distantes (como pulmões ou ossos). Se a doença recidivou apenas na pelve, uma opção de tratamento, para algumas pacientes, é a exenteração pélvica. Às vezes a radioterapia, às vezes, junto com a quimioterapia pode ser outra opção. Caso contrário, quimioterapia, imunoterapia ou terapia alvo podem ser realizadas para retardar o crescimento do tumor e aliviar os sintomas da doença, mas não é esperada a cura do câncer. Na gravidez: tratamento determinado por: tamanho do tumor, se os linfonodos próximos têm câncer, mês de gestação, tipo de câncer de colo do útero. Tumor em estágio inicial, carcinoma in situ (estágio 0) ou estágio IA, a maioria dos médicos acredita que é seguro continuar a gravidez até o fim e fazer o tratamento algumas semanas após o nascimento. Se estágio IB ou superior, a paciente deve decidir junto com seu médico a continuidade (ou não) da gravidez. NÃO - histerectomia radical e/ou radioterapia. SIM - o parto deve ser por cesariana, assim que o bebe tenha condições de sobreviver fora do útero. Às vezes, a quimioterapia pode ser administrada durante a gravidez (no segundo ou terceiro trimestre) para diminuir o tamanho do tumor. Incluem cirurgia, quimioterapia e radioterapia VACINA CONTRA O HPV Quem deve receber a vacina contra o HPV? As vacinas só são utilizadas para prevenir, e não tratar, a infecção pelo HPV. Elas são mais eficazes se administradas antes que o indivíduo se torne sexualmente ativo. A indicação atual da vacina é para a população feminina de 9 a 26 anos. A Organização Mundial da Saúde recomenda que a vacinação rotineira contra HPV seja incluída nos programas nacionais de imunização, incluindo nisto a vacinação de meninos e homens, já que estes são transmissores do vÍrus, embora raramente sejam afetados por câncer (de pênis). Referências: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamento-para-cancer-de-colo-do-utero-por-estagio/67 23/285/ Fisiologia Médica. Guyton & Hall ― Tratado de Fisiologia Médica https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/c%C3%A2ncer es-do-sistema-reprodutor-feminino/c%C3%A2ncer-do-colo-do-%C3%BAtero https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/6269.pdf http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamento-para-cancer-de-colo-do-utero-por-estagio/6723/285/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamento-para-cancer-de-colo-do-utero-por-estagio/6723/285/ https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/c%C3%A2nceres-do-sistema-reprodutor-feminino/c%C3%A2ncer-do-colo-do-%C3%BAtero https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/c%C3%A2nceres-do-sistema-reprodutor-feminino/c%C3%A2ncer-do-colo-do-%C3%BAtero https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/6269.pdf
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