Buscar

Suinocultura industrial


Continue navegando


Prévia do material em texto

Suinocultura industrial 
1) Características
- São naturalmente presas, animais gregários 
- Possuem hierarquia linear, maior sobre os menores 
- São onívoros de olfato aguçado 
- Estabelecem latrinas longe do local de alimentação 
- Ótima conversão alimentar, alto rendimento de carcaça 
2) Raças de suínos 
I. Raças estrangeiras
a. Large White
- Origem: Inglaterra, conhecido como Yorkshire 
- Pelagem: Branca 
- Orelhas: Asiáticas, grandes e eretas 
- Perfil cefálico: Concavilíneo 
- Aptidão materna e paterna 
- Excelente quanto a prolificidade, fêmeas boas leiteiras e mães 
- Alto ganho de peso e rápido crescimento, boa conversão alimentar e rendimento/qualidade da carcaça 
b. Landrace 
- Origem: Dinamarca 
- Pelagem: Branca 
- Orelhas: Célticas, larga, grosseira e caída 
- Perfil cefálico: Retilíneo 
- Aptidão materna e paterna 
- Raça altamente prolífera, precoce e produtiva 
- Excelente conformação 
- Fêmeas possuem ótima produção leiteira 
c. Duroc
- Origem: Estados unidos 
- Pelagem: Vermelha 
- Orelhas: Ibéricas, médias e horizontais, levemente caídas 
- Perfil cefálico: Perfil concavilíneo 
- Aptidão mais paterna do que materna 
- Possui baixa prolificidade 
- Raça rústica e muito adaptada as nossas condições tropicais 
- Adapta-se também a qualquer sistema de criação 
d. Hampshire 
- Origem: Estados Unidos 
- Pelagem: Preta com faixas brancas nas cruzes e membros anteriores 
- Orelhas: Asiáticas, grandes e eretas 
- Perfil cefálico: Perfil concavilíneo 
- Aptidão paterna 
- No Brasil essa raça se adaptou bem 
- Possui rusticidade 
e. Pietran
- Origem: Bélgica 
- Pelagem: Branca com manchas pretas 
- Orelhas: Asiáticas, grandes e eretas 
- Perfil cefálico: Perfil concavilíneo 
- Aptidão paterna mais evidente 
- Conhecida como raça dos quatro pernis, possuem excelente massa muscular no quarto dianteiro 
 Asiático			 Ibérico		 Celta 			
II. Raças nacionais
a. Cruzamento simples, industrial ou de primeira geração 
- São machos de uma raça, cruzados com fêmeas de outra raça diferente 
- Os filhotes são meio sangue
- Todos os filhotes são vendidos para o abate
- Utilizado quando se dispõem de somente duas raças de excelente qualidade genética 
Fêmea A	X	Macho B	= Filhotes F1 (½ A e ½ B) 
b. Cruzamento tríplice ou three-cross industrial 
- Cruzamento que envolve três raças 
Fêmea F1 (½ A e ½ B)	X	MachoC	= Filhotes (50%C e 25%AB) 
c. Cruzamento de quatro raças 
Fêmea F1 (AB)	X	Macho F1 (CD)	= Filhotes (25% de cada raça) 
Heterose ou vigor híbrido
- É o fenômeno pelo qual os filhos de cruzamentos têm melhor desempenho (maior vigor) do que a média dos seus pais. 
- Quanto maior foi a diferença genética dos envolvidos no cruzamento, mais diferente será a prole (maior a heterose ou vigor híbrido). 
- É a superioridade da progênie (cruzada) em relação aos pais (puros) 
- Os cruzamentos entre animais puros exaltam as qualidades produtivas através de um fenômeno de heterose, comumente chamado de vigor híbrido 
Heterose (%) = 
Exemplo: 
Número de leitões á desmama para raça A – 7,5
Número de leitões à desmama para raça B – 8,3
Número de leitões á desmama para a F1 – 8,8
Tamanho médio da leitegada seria: 
E o vigor híbrido seria: 
 
3) Fases de criação 
- São 150 dias de criação e 100kg de peso vivo 
 Maternidade Creche
 Reprodução Crescimento 
 Terminação 
 Quarentena 
- A quarentena deverá ter distância mínima dos outros galpões da propriedade de 500m
- O terreno da propriedade não pode ser íngreme, conter declives ou serem muito distantes uns dos outros, pois os animais são transportados caminhando de um galpão ao outro 
a. Reprodução
→ Manejo da fêmea reprodutora
• Taxa de reposição anual de matrizes
i. Considerações: 
- Taxa de reposição é alta, 30 a 40%
- Ocorre geralmente após 5 ou 6 partos, tempo de vida zootécnico dessa fêmea 
- Ela é descartada pois a eficiência reprodutiva diminui em número de leitegadas e número de partos ao ano 
- Fêmeas fora da reprodução vão para o abatedouro 
- Número de leitões por gestação: 12/14 leitões
- Número de partos ao ano: 2,3/2,6 – 2 leitegadas ao ano 
- Peso vivo da fêmea reprodutora para descarte: 300/350kg, aos 2 anos de idade 
- No abatedouro elas serão as primeiras ou as últimas a serem abatidas pois precisa ajustar a nória do abatedouro 
ii. Animais de reposição: 
- Os animais de reposição podem ser eleitos da própria granja, escolhendo os animais com melhores índices reprodutivos
- Pode-se comprar fêmeas para reposição de outras granjas, são adquiridos das granjas núcleo de reprodução que trabalham com ciclo incompleto de produção 
- Nas granjas de ciclo completo são trabalhadas todas as fases de criação do suíno, até a terminação, o abate 
- Os animais eleitos para a reprodução terão que ser, puras de uma raça ou no máximo F1, tanto machos quanto fêmeas 
- F2 são animais destinados para o abate 
∆ Chegada dos animais para reprodução: 
- Fêmea reprodutora não pode ser comprada já prenhe, não se sabe as doenças que ela pode conter 
- Precisa apresentar o primeiro cio na propriedade 
- Os animais novos que foram adquiridos deverão passar pela quarentena, exames sorológicos e vacinas, são medidas de biosseguridade
 
• Ciclo estral 
- Duração: 21 dias (18 a 24 dias), fêmeas jovens são mais tardias, 28 dias de duração 
- Poliéstrica não estacional 
- Pró-estro: 2 dias, mais longo em leitoas 
- Estro: 2 a 3 dias
- Metaestro: 2 dias
- Diestro: ± 14 dias
 							 Liberação do óvulo 
 1° dia 2° dia 3° dia - 3° dia do cio: Animais experientes 
 						 - 2° dia do cio: Animais jovens
 Duração do estro
i. Puberdade: 
- Época na qual os animais atingem a maturidade sexual e manifestam o 1° cio 
- Primeiro cio aparece com 5,5/6,5 meses de idade ou 120kg de peso vivo 
- O primeiro cio da fêmea é descartado, não utilizado pois esta não possui conformação corpórea (ECC) para carregar a gestação 
- Mesmo o primeiro cio não sendo produtivo é importante detecta-lo 
- O segundo ou o terceiro cio dessa porca poderá ser utilizado, quem define é o gestor da fêmea 
- Fase pré-pubere: 70-77 dias até o primeiro cio 
 1° cio 2° cio 114 dias 21 dias 3° cio
 21 dias Gestação Lactação 
 Pré púbere 
 5,5/6,5meses IA ou Parto Desmame IA ou MN
 monta natural
ii. Considerações: 
- Diagnóstico indireto da gestação: o não retorno ao cio após 21 dias 
- Diagnóstico direto da gestação: US, dosagem hormonal, são métodos viáveis e eficientes, porém muito caros 
- Gestação: 3 meses, 3 semanas, 3 dias, 114 dias de gestação 
- Normalmente o parto não é adiantado, as vezes é atrasado 
- Fêmeas de primeira cria podem gerar menos leitões por leitegada, 9 leitões, a eficiência reprodutiva aumenta com o decorrer das gestações 
- Período de lactação no setor maternidade: 21 dias até que ocorra o desmame 
- 8L de leite por dia por porca 
- São 21 dias de lactação para ocorrer o retorno da anatomia e fisiologia do sistema reprodutor da porca, não é aconselhável diminuir esse período pois pode diminuir a eficiência reprodutiva do animal, número de leitões por leitegada 
- A duração do 3° cio é variável, entre 3 a 9 dias
iii. Doenças suínas 
× Leptospirose: 
- Ocorre abortos, nascimento de leitões fracos que dificilmente sobrevivem 
- Mortalidade em animais adultos é baixa, mas a morbidade é alta 
- Causa um quadro reprodutivo, metrite, baixa fertilidade, icterícia, anemia, febre, encefalite 
- Fazer a vacinação dos animais adultos e leitões para a prevenção 
× Brucelose:- Ocorre abortos e nestes os fetos podem se apresentar mumificados ou macerados
- A gestação pode ser levada a termo, mas ocorre nascimento de leitões mortos ou fracos 
- Não há tratamento para os animais doentes 
× Parvovirose suína:
- Ocorre aborto no terço final da gestação 
- Fetos apresentam-se mumificados em tamanhos diferentes ou macerados
- Pode ocorrer infertilidade, nascimentos precoces
- Não há tratamento para os animais doentes 
iv. Fatores que interferem no aparecimento da puberdade
× Genótipo: Fêmeas de raça pura são mais tardias que as F1
× Alojamento: Existem dois tipos de alojamento para fêmeas em reprodução
- Baias coletivas: Possuem espaço para circulação, cabem em média 5 animais 
- Celas parideiras: São individuais, só possuem espaço para levantar, se alimentar e beber 
 
 Porca
- As celas coletivas causam um certo nível de estresse nos animais, pois são territorialistas e estes vão determinar a fêmea dominante que disputará a área de comedouro e bebedouro 
- A indução de leves fatores estressantes nas fêmeas levam a puberdade precoce, então alojar as fêmeas marrãs em baias coletivas pode levar ao aparecimento precoce da puberdade 
- O estresse do transporte até a granja também é considerado um leve fator estressante 
× Presença do macho: 
- Fazer o passeio do cachaço pelas baias, ele fará o contato nasonasal com a fêmea no cio 
- A fêmea no cio estará estática, com as orelhas em pé e fazendo o contato nasonasal com o cachaço 
- Efeito macho em fêmeas marrãs estimulam estas a entrarem na puberdade 
- Machos produzem feromônios que estimulam as fêmeas a entrarem na puberdade mais cedo 
- Cortejo do cachaço: começa a mascar e salivar, espumando pela boca 
× Condições climáticas:
- Estresse térmico interferem na puberdade 
× Nutrição: Efeito flushing
- Oferecer uma ração mais energética, isso aumenta o metabolismo da fêmea, elevando a taxa ovulatória, acarretando em mais leitões por leitegada
- Ótimo para fêmeas de início de gestação 
v. Diagnóstico de cio 
× Sinais na fêmea:
- Procuram o macho 
- Montam umas nas outras 
- Entumecimento da vulva
- Redução de apetite
- Grunhidos 
- Micção frequente 
- Salivação aumenta 
× Reflexo de tolerância: 
- RTH positivo para o homem 
- RTM positivo para o macho 
- A fêmeas deixa-se ser montada pelo homem e pelo macho, isso é indicação de cio 
 - Áreas para realizar o reflexo de tolerância 
vi. Frequência de diagnóstico do cio: 
- Na monta natural ou na inseminação artificial é importante fazer a exposição da fêmea ao macho ou a dose inseminante duas vezes!!!
- Duração do folículo ovariano: 6h
- Dose inseminante/espermatozoide: viáveis até 36h no corpo da fêmea 
∆ Se a granja realiza a observação uma vez ao dia, pela manhã: 
- 1° Dose inseminante: Imediatamente após o diagnóstico do cio 
- 2° Dose inseminante: Na manhã do da seguinte, após a primeira dose inseminante 
∆ Se a granja realizar a observação duas vezes ao dia, manhã e tarde:
→ Manhã: Identificou o cio pela manhã
- 1° Dose inseminante: A tarde 
- 2° Dose inseminante: Na manhã do dia seguinte 
→ Tarde: Identificou o cio a tarde 
- 1° Dose inseminante: Na manhã do dia seguinte 
- 2° Dose inseminante: Na tarde do dia seguinte 
OBS: Na monta natural nunca utilizar o mesmo macho para as duas exposições, você irá diminuir, esgotar a capacidade espermática deste. Utilizar pelo menos dois machos para uma fêmea 
• Inseminação artificial
- É melhor investir comprando machos reprodutores do que fêmeas, um bom reprodutor poderá ser utilizado inúmeras vezes 
× Vantagens: 
- Redução do número de machos e custos com manejo (1macho/100fêmeas)
- Melhor aproveitamento do macho 
- Redução de transmissão de doenças 
- Maiores cuidados higiênicos do que na monta natural 
- Eliminação de ejaculados impróprios 
- Melhora dos índices zootécnicos 
× Desvantagens: 
- Precisa de uma estrutura laboratorial mínima 
- Mão de obra qualificada 
- Curto período de armazenamento do sêmen, 72h, não pode congelar somente resfriar 
→ Sala de coleta
- Deve ser próximo ao alojamento dos machos 
- Deve conter um manequim fixo com altura regulável para realizar a coleta do sêmen 
- Piso não pode ser liso para o animal não derrapar 
→ Laboratório 
- Possui uma divisão entre, sala de processamento de sêmen e sala de lavagem e esterilização de instrumentos 
→ Avaliação dos machos 
- Exame andrológico 
- São eliminados machos com baixa libido frente ao manequim e machos com baixa contagem de espermatozoides 
- Machos com baixa libido frente ao cavalete podem ser vendidos à granjas que utilizem monta natural ao invés de IA 
→ Coleta de sêmen 
- Realizar a limpeza do prepúcio do macho 
- Utilizar um copo com capacidade de 500mL, suporte para isolamento térmico do sêmen colhido(papel alumínio no copo coletor) e uma gaze em cima do copo para conter a fase gelatinosa do sêmen 
- Necessário auxiliar o macho a se posicionar no manequim e depois segurar a ponta do pênis com a mão, somente essa pressão de segurar o pênis na maioria das vezes já fará o animal ejacular 
→ Frações do ejaculado 
- Fase uretrais: 10-15mL 
- Fase rica: 70% dos espermatozoides (leitosa) 
- Fase pobre: 30% dos espermatozoides (soroso)
- Fase gelatinosa: Descartar 
→ Processamento e conservação do sêmen 
- Fazer a diluição do sêmen 1:1
- Diluentes à 32°C, BTS, Kiew, Reading, Andro Hep
→ Cálculo do número de doses 
Um reprodutor produziu 200mL de ejaculado com a concentração de 60x109 espermatozoides 
Dados: 
1 bisnaga = 100mL
Dose inseminante = 3x109 espermatozoides 
1 Dose 3x109 sptz 			1 bisnaga 100mL 
 x 60x109 sptz 20 bisnagas y
x = 20 doses 					y = 2000ml 
→ Técnica de inseminação artificial 
- Utilizar pipetas de inseminação ou cateter 
- Limpar a vulva da fêmea 
- Inserir a pipeta ou cateter e depositar o material com um giro anti-horário 
→ Manejo do macho reprodutor 
• Puberdade 
- Atinge a puberdade entre 120 e 150 dias 
- De 4 a 7 meses vai ocorrendo o aumento gradativo do ejaculado
- Pode-se eleger o reprodutor da sua própria granja, para suínos destinados a terminação a castração ocorre aos 12 dias, mas se for escolher reprodutores esperar para castrar para poder avaliar se será um bom reprodutor 
• Treinamento para a monta 
- Início aos 7 meses 
- Proporção para monta natural: 1 macho para 25 fêmeas
- O treinamento consiste em pegar uma fêmea no cio e colocar em contato com esse macho jovem 
- Melhor utilizar fêmeas mais velhas, elas já estão treinadas e permanecerão imóveis enquanto o macho tenta montar nelas (Reflexo de tolerância ao macho)
- Para a inseminação artificial utilizar a urina de uma fêmea no cio passada em cima do cavalete, precisa condicionar o macho a montar no cavalete 
- Um macho adulto de 12 meses de idade poderá ser utilizado até 6 vezes na semana para coleta ou monta natural 
• Descarte de machos 
- A maior parte dos descartes de machos são feitos devido a problemas do sistema locomotor, aprumos deficientes, claudicação, dificuldades mecânicas
- Excesso de peso, não consegue montar no cavalete ou na fêmea 
- Antes de mandar para o abatedouro o macho este deverá ser castrado, não se deve mandar machos inteiros para o abatedouro 
- Machos adultos inteiros possuem na carne odor e sabor característicos que desaparecem após a castração 
- A castração destes animais é feita arcaicamente, é realizada a contenção mecânica do animal, é feita a retirada dos dois testículos do animal e é passado um repelente de moscas somente, não é feita nenhuma medida de hemostasia ou analgesia 
b. Maternidade – 0 a 20 dias 
- As fêmeas gestantes são encaminhadas 7 dias antes da data prevista do parto para o setor de maternidade 
• Preparo da maternidade 
- Deverá ser feito o preparo da maternidade para a fêmea gestante e para osleitões que vão nascer 
- Fêmeas em lactação consomem muita água pois produze muito leite para os leitões, então os bebedouros deverão ser checados 
- A temperatura agradável para suínos adultos é de 12-22°C 
- A temperatura agradável para os leitões jovens é de 31-33°C 
 Porca 
 Escamoteador: 
 - É uma estrutura destinada somente aos leitões, utilizada para proteção contra ventos e manutenção da temperatura dos leitões, a mãe não possui acesso. 
 - A temperatura no interior do escamoteador é de 31-33°C, ideal para os leitões
	 - A temperatura é mantida com o uso de lâmpadas incandescentes e tapetes térmicos se o produtor quiser investir mais 
 	 - Granjas que não possuem escamoteador utilizam fontes de aquecimento em algum dos cantos da cela parideira 
	 - As fezes e a urina dos leitões é feita fora do escamoteador 
 	 - Quando houver problemas na fonte de aquecimento do escamoteador é bem provável que haverá mortes por esmagamento. Os leitões procuram a fonte de calor mais próxima, no caso o corpo da mãe, esta quando deita-se acaba sempre esmagando algum dos filhotes 
• Fases do parto
1- Preparação – 2 a 12h
- Ocorre alteração do comportamento da fêmea 
- Aumento da temperatura corpórea, 39-39,5°C 
- Fêmea fica inquieta, começa a morder a grade de parição 
- Complexo mamário começa a se encher de leite 
- 10min a 1h após o rompimento da bolsa deverá sair o primeiro leitão 
- O parto deverá ser assistido por um técnico para evitar a mortalidade
2- Expulsão dos fetos – 3 a 4h 
- Distocias durante o parto não são consideradas comum, então não há a necessidade de auxílio da matriz nesse momento 
- Algumas vezes poderá haver fetos mumificados que obstruem o canal do parto, então nesse momento deverá ser feita alguma manobra para desobistruir o canal 
- Partos eutócicos: apresentação anterior ou posterior 
- Intervalo entre nascimento de animais vivos: 10 a 15min 
- Intervalo entre nascimento de animais mortos: 30min 
3- Expulsão da placenta – 1 a 4h 
- Necessária quantidades normais de ocitocina para ocorrer a expulsão da placenta e membranas fetais 
- Evitar o estresse da fêmea, pois o cortisol bloqueia a secreção de ocitocina 
- As contrações são tubo-cervicais, ocorrem da extremidade cranial dos cornos uterinos até o corpo uterino 
OBS: Os últimos leitões a nascer são aqueles que se desenvolveram próximos aos ovários, portanto, eles recebem todas as contrações do útero da porca. Devido a isso eles nascem mais parados, prostrados, cansados devido a todas essas contrações. Necessário fazer massagens no flanco desses animais com papel toalha para estimula-los 
 								 Ovários 
 	 Sentido das contrações 
• Cuidados com os leitões 
- Enxugar os leitões com papel toalha descartável, usar material reutilizável pode ter contaminantes
- Fazer a desobstrução das narinas e boca, pode conter restos placentários nessas cavidades 
- Fazer corte e desinfecção do umbigo: Ligadura e corte do umbigo, depois é feita a desinfecção com iodo, 5% 
OBS: Os leitões estabelecem uma hierarquia e os maiores escolhem os tetos com melhores volumes de leite ejetados, o técnico deverá impedir isso, colocando os leitões mais leves para mamar nos tetos com melhor vazão 
Glândula mamária: Possuem 12 glândulas 
- Glângulas peitorais ou toracicas: 4, melhor volume de leite ejetado e teor de gordura 
- Glândula Abdominal: 6
- Glândula inguinal: 2 
i. Colostro 
- É imprescindível que os leitões ingiram o colostro em até 6h após o nascimento 
- O intestino do leitão possui receptores para imunoglobulinas presentes no colostro, com o passar do tempo esses receptores vão sendo quebrados o que impede a absorção da imunidade do colostro 
- Imunidade via transplacentária é nula, os anticorpos não conseguem através a barreira placentária 
- O colostro possui uma substancia antitripsina, esta impede que o colostro seja quebrado no estomago, para poder ser digerido no intestino e absorvido propriamente 
 6h 		 24h [ ] de AC
 								
Nascimento 		 Menor absorção do colostro 
 																							 T 
ii. Corte dos dentes 
- Leitões possuem 8 dentes, quatro superiores e quatro inferiores 
- Suínos são animais hierárquicos e para estabelecer esta hierarquia eles utilizam da mordedura
- Leitões quando estão se alimentando as vezes machucam os tetos da mãe 
- É feito o corte com um alicate, cortando de dois em dois dentes, bem rente a gengiva do animal 
- Ou poderá ser feito com uma lixa rotativa ligada a um motor que vai desgastando os dentes até a gengiva 
- Feito nos primeiros 3 dias de vida 
iii. Corte da cauda 
- Feito nos primeiros 3 dias de vida 
- Corte do terço final da cauda, uma máquina ligada a um resistor faz o corte e cauterização da cauda dos leitões, ou poderá ser feito com alicate 
- Após o corte é feita a limpeza com iodo, 5% 
- Suínos em confinamento tem alta taxa de canibalismo pois não possuem enriquecimento ambiental 
- Suínos em ócio começam a mastigar a cauda do outro, ocorre sangramento, estes animais são atraídos pela cor vermelha, os animais se sujam de sangue e ocorre o canibalismo em massa dos leitões 
iv. Prevenção da anemia ferropriva 
- Os leitões precisam de 5 a 10mg de ferro por dia para evitar a anemia ferropriva
- O leite materno fornece apenas 10 a 20% dessa necessidade
- A genética dos animais visa o rápido crescimento e portanto a utilização metabólica desse ferro é mais rápida, havendo a necessidade de suplementação 
- Na criação extensiva os animais soltos no comportamento normal fuçam a terra e acabam ingerindo um pouco, eliminando o risco da anemia ferropriva 
- Na criação industrial isso não é possível então há a necessidade de suplementação com ferro dos animais 
- Sinais de anemia ferropriva: Taquipnéia, mucosa ocular pálida, pele pálida com coloração de porcelana 
→ A suplementação: 
• Subcutânea ou intramuscular: 
- Feita aplicação dose única de 200mg no pescoço 
- É comum o desenvolvimento de necrose no local de aplicação, afim de evitar isso pode-se aplicar 100mg de cada lado do pescoço 
• Pasta com composto de ferro:
- É feita do nascimento até o 3° dia de vida dos leitões 
- Coloca-se essa pasta de ferro na boca dos leitões e observa se eles deglutiram a pasta 
- É uma forma menos invasiva porém acarreta maior custo com mão de obra 
• Instinto materno 
- Não adianta ser uma matriz se não tiver paciência para cuidar dos leitões 
i. Transferência de leitões 
- A porca possui 14 tetos funcionais, se ela obtiver mais filhotes do que tetos será necessária fazer a transferência dos leitões para outra porca 
∆ Mães adotivas: 
- A porca que pariu até no máximo 3 dias poderá ser eleita mãe adotiva dos leitões excedentes 
- A mãe adotiva deverá possuir tetos sobrando para poder aleitar os leitões adotivos 
- Cada leitão elege um teto de escolha e permanece neste até o final da lactação 
- Para inserir os leitões advindos de outra porca é necessário muito cuidado pois a porca reconhece quais são seus filhos e quais não são através do cheiro dos filhotes 
- Se a porca adotiva perceber que não são filhos dela está provavelmente irá matar os leitões adotivos (morde, pisa, esmaga)
- Primeiro você prende todos os leitões dela no escamoteador e fecha a porta, depois insere os leitões adotivos no escamoteador junto com os dela
- Os leitões que são filhos da porca ficarão malucos, começará uma briga para a tomada da hierarquia entre os filhotes
- Após um tempo o cheiro dos leitões ficará homogêneo e eles param de brigar
ii. Transferência cruzada 
- Utilizado para homogeneizar a leitegada 
- Leitões que nasceram com peso inferior ou superior são relocados de uma porca para a outra para equalizar o peso dos leitões 
Exemplo: 
- Uma porca mais velha e experiente possui 6 leitões leves e 6 leitões pesados- Uma porca mais jovem e menos experiente possui 6 leitões leves e 6 leitões pesados 
- Então será necessário misturar os lotes de leitões 
- Deverá ser realocados os leitões mais leve para a porca mais velha e experiente pois esta possui mais volume de leite do que a porca jovem 
- Já a porca jovem ficará com os leitões mais pesados 
• Aleitamento artificial e aplicação de glicose 
- Necessário fazer o aleitamento natural quando a mãe morreu por alguma complicação ou a granja não possui uma fêmea para adotar os leitões excedentes 
- Os leitões já mamaram o colostro na mãe ou em alguma mãe adotiva 
- Será necessário fazer o aleitamento em mamadeiras, individualmente para cada leitão 
- Formula do leite: 1L de leite de vaca + 1 clara de ovo + 15mL de Tetraciclina para prevenção de infecções 
- Necessária fazer a aplicação de glicose subcutânea ou intraperitoneal no 1° dia, com repetição ao 3° dia de vida 
- A glicose é para evitar a hipoglicemia e consequente morte pós natal 
• Eliminação de leitões 
- Leitões que nasceram com peso igual ou superior a 1200g (1,2kg) irão assegurar um bom desenvolvimento durante as outras fases da produção 
- Leitões que nasceram com peso inferior a 700g deverá ser realizado o descarte, pois este não consegue chegar bem nas outras fases de criação 
- O sacrifício dos leitões é por meio da concussão cervical 
- Entre 700g e 1200g poderá ser feita a transferência cruzada 
• Castração imunológica X Castração cirúrgica 
- Somente leitões machos destinados para o abate (fase de terminação) serão castrados 
- Idade da castração: entre 5 a 12 dias de vida 
∆ Castração cirúrgica: 
- Realizada a retirada cirúrgica dos dois testículos a campo 
- Não é realizada por médicos veterinários, os técnicos realizam 
- Não é feita nenhuma medica de analgesia, anestesia 
- Utilizado normalmente uma lâmina de bisturi por leitegada 
- Necessário realizar a castração pelo odor e sabor desagradáveis que os hormônios, escatol e androsterona deixam na carne do animal 
- O início da produção desses hormônios se dá aos 5 meses de idade 
∆ Imunocastração:
- Consiste na aplicação de vacinas para ocorrer a quebra desses hormônios 
- Não é muito realizado por ser um procedimento mais caro que a castração cirúrgica 
- O GnRH sozinho passa despercebido pelo sistema imune e não desperta resposta imunológica, é uma molécula simples de baixo peso molecular 
- Já a vacina possui um carreador para GnRH que possui alto peso molecular e é uma molécula composta, o GnRH gruda nesse carreador e esse complexo carreador + GnRH desperta uma resposta imunológica ocorrendo a inibição da síntese dos hormônios indesejáveis 
- A aplicação dessa vacina ocorre em duas doses: aos 15 dias de idade, e aos 30 dias antes do abate 			
- Aplicação subcutânea atrás da orelha 				GnRH
										Carreador
c. Creche – 21 – 65 dias 
- Fêmeas matrizes voltam para o setor de reprodução para voltar a ciclar 
- Os leitões são encaminhados para a creche após feito o desmame
- No setor de creche os leitões ficam em baias coletivas de no máximo 20 animais por baias, não é aconselhável agrupar mais do que 20 animais por baia 
- Na creche o sistema “All in, All out” é executado, todos os leitões entram na creche em um determinado dia, e todos saem da creche para as fases de crescimento e terminação todos no mesmo dia 
- Após a saída de todos os leitões deverá ser feito o vazio sanitário por 7 dias para desinfecção das baias da creche 
- As fêmeas matrizes deverão receber vitamina A e ácido fólico após o desmame 
• Tipos de desmame
 - O desmame é um fator estressante para os leitões pois estes perdem o contato com a mãe, ocorre mudança de ambiente, estabelecimento de novas hierarquias e costume com a nova alimentação
- Esses fatores estressantes podem ocasionar na queda de imunidade do animal 
× Desmame natural: 
- É aquele praticado em criações extensivas 
- Consiste no fim da secreção láctea e desinteresse mútuo entre porca e leitegada 
- Esse desmame não é realizado na suinocultura industrial pois, enquanto os leitões estiverem mamando a matriz não voltará a ciclar 
× Desmame artificial precoce:
- É a desmama realizada antes de completar as 8/9 semanas usuais de amamentação dos leitões 
- A preocupação é que os leitões precisam receber uma ração que satisfaça as exigências nutricionais 
- Uma vantagem é a volta precoce das matrizes para o ciclo de reprodução e a diminuição da transmissão vertical de patógenos(leitões e mãe)
× Desmame precoce segregado:
- Consiste em desmamar precocemente os leitões e mantê-los segregados em outro sitio, ou granja 
- A vantagem é o manejo sanitário dos leitões, podendo diminuir a incidência de patógenos nas granjas 
d. Crescimento – 66 – 110 dias 
- No máximo 30 animas por baia 
e. Terminação – 111 – 150 dias 
- No máximo 30 animais por baia 
• Carregamento e transporte dos animais 
- Fazer a seleção dos animais para o abate 24h antes do transporte 
- Fornecer ração até 12h antes do transporte, depois fazer jejum alimentar 
- Não é feito jejum hídrico, é ofertado água fresca durante todo o período 
- Mortalidade de 0,35 durante o transporte de animais no BR 
- Embarcar os animais calmamente e devagar para não ocasionar lesões
- Não fazer o uso de objetos afiados ou choques elétricos para manejar os animais no caminhão de transporte 
4) Manejo de dejetos 
- Dejetos oriundos da agropecuária são responsáveis por 20% das emissões de gases poluentes na atmosfera 
- A produção intensiva de suínos gera um impacto ambiental em decorrência disso 
- É considerada uma das maiores geradoras de dejetos por unidade de área ocupada, 5% a 8% em relação ao peso vivo dos animais 
- 75% das propriedades de criação de suínos estão em desacordo com a legislação ambiental 
- Ocorre poluição ambiental da água, solo e ar 
- É necessário fazer o tratamento desses dejetos antes de serem descartados 
• Composição dos desejos
- Fezes(esterco)
- Urina
- Água desperdiçada pelos bebedouros e pela higienização 
- Resíduos de ração 
- Pelos 
- Poeiras e outros materiais 
- Matéria orgânica 
- Nitrogênio, fosforo, potássio, cálcio, sódio, magnésio, manganês, ferro, zinco, cobre e outros elementos que são incluídos na dieta dos animais 
• Tratamento de dejetos 
× Biodigestão: 
- É um reator biológico que tem a função de degradação da carga orgânica contida nos dejetos 
- É um processo fermentativo realizado por bactérias anaeróbicas 
- Funciona em condições anaeróbicas 
- Produz um efluente liquido, biofertilizante, e um biogás 
- O resultado da decomposição dos dejetos é a geração de um gás de alto poder energético capaz de substituir a lenha, gasolina e o GLP
- Pode-se usar os dejetos para fins agronômicos como biofertilizante 
- A Biodigestão também é importante pela redução de microrganismos patogênicos 
- Biogás: Metano, dióxido de carbono, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, monóxido de carbono, sulfeto de hidrogênio 
- Biofertilizante: Nitrogênio orgânico, nitrogênio amoniacal, pentóxido de fosforo e oxido de potássio